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Uma Nova Chance ao Amor

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Blurb

Quando Catarina saiu do interior, nunca pensou que fosse voltar, mas depois de tudo o que acontecera em sua vida, o último lugar para o qual ela pensaria em voltar, poderia ser o melhor lugar para ela ficar...

Será possível que essa mulher tão jovem consiga superar seus traumas e suas dores e dar uma nova chance ao amor?

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Um lugar para retornar e recomeçar
            Quando eu fui embora daqui há anos atrás eu nunca, nunca teria pensado que um dia eu estaria de volta. Essa cidade era o último lugar no mundo que eu gostaria de ir, e com isso, certamente, era o lugar mais adequado do mundo para eu ficar... Enquanto dirigia sob a chuva eu apenas chorava e suspirava, por vezes aumentava o volume do som, por outras, eu o socava até desliga-lo para ouvir meu choro mais claramente, ainda doía, tudo doía.                 A chuva tomava conta de tudo e bloqueava a visão, e uma pequena parte de mim, uma única parte que não se sentia totalmente anestesiada pela dor e conseguia ter uma clara percepção da realidade, sabia que era perigoso andar à noite, sob chuva naquelas estradas horrorosas do interior... Mas foi rápido demais: desviei de um enorme vulto na estrada e acabei perdendo o controle, batendo quase que instantaneamente em um grande pinheiro na beira da estrada. O meu azar foi aquele boi i****a ter parado, e a minha sorte é a velocidade que eu normalmente ando: uma tartaruga. Em poucos minutos ouvi o ronco de uma camionete parando atrás de mim, no acostamento, e logo depois um vulto humano bateu na janela: - Moça? – ele gritava, e tentava abrir a porta – Moça? - Oi – destravei a porta – a, eu estou bem – eu disse no mesmo minuto que percebi o estranho preocupado. - Você se machucou – ele já me segurava, puxando-me com facilidade para fora do carro. - Acho que estou bem, eu só – suspirei – que merda, boi idiota... - Tem um incêndio no mato – ele suspirou – estourou a boiada toda – ele sorriu – infelizmente, para quem não conhece, a informação de que os animais fogem estrada a fora não está nos panfletos de turismo. - Ah, sim, claro – eu sabia daquilo – mas não sou turista. - Certo – ele sorriu – ligo para alguém? Aceita uma carona? Estamos há uns dez minutos... - Ah, não – reconheci a paisagem à minha volta – eu estou legal, vou caminhando mesmo, obrigada – sorri. - Não mesmo – ele riu alto – levo você, para onde precisar – ele deu um tapa no capo do carro – esse carro que não vai sair daqui tão cedo, vamos ter que esperar a manhã para rebocar. - Sem problemas – suspirei – mas não se incomode, eu estou bem perto de casa... - Casa? – ele franziu a testa intrigado – Eu moro aqui perto tem um tempo e nunca vi você por aqui. - Estou voltando – e aquela frase me fez estremecer. - Certo – ele esticou a mão para apertar a minha – Leonardo. - Catarina Camargo – apertei a mão do estranho e pela primeira vez reparei em seu rosto: pele morena clara, cabelos castanho escuros, olhos esverdeados, barba cerrada, era um homem grande e forte com um sorriso amável. - Ah, claro – ele suspirou – Camargo? A filha do Ricardo? – ele parecia confuso. - Sim – respondi sem jeito – você conhece meu pai? - Claro – ele sorriu – para a sua tristeza ou alegria, trabalho para o seu pai tem um tempo... - Nossa – revirei os olhos – que original. - Não é a pior coisa do mundo – ele sorriu e me encarou – e eu posso te levar pra casa, porque vamos exatamente para o mesmo lugar.                 Não tinha mias forças para discutir. O vento frio e a chuva pareciam congelar cada milímetro do meu corpo e se eu não aceitasse, provavelmente morreria de pneumonia na manhã seguinte. Estava toda molhada, no escuro e numa estrada deserta... A chuva ainda caia mansa, mas a previsão era de um grande temporal dentro de poucas horas.                 Assim que passamos pelos meus velhos conhecidos portões de ferro, Leonardo desceu da caminhonete e os fechou, voltando em seguida e acelerando e assim que paramos em frente à Casa Grande, meu pai apareceu, e parecia não ter mudado nada nos últimos anos: - Que bom que chegou – ele apressou-se para me abraçar – o que houve com seu carro? - Desviei de um boi i****a – revirei os olhos, era bom estar com meu pai – e ai bati... - Santo Deus – ele pegou meu rosto com as mãos – está congelando. Leonardo – ele gritou para o funcionário – obrigada, obrigada por trazer Catarina e – ele sacudiu a cabeça – e os bois? Recolheu? Fecha bem o galpão, e venha ficar no quarto de hospedes, acredito que não seja boa noite para ficar lá fora... - Certo – o homem começou a descarregar as coisas e colocar na varanda – os rapazes estão terminando de recolher – uma trovoada forte o interrompeu – acho que vai dar tempo. - E você mocinha – meu pai passou o braço sobre meus ombros – banho quente e desça logo, eu vou pedir para a Joana vai preparar algo quente para você.                 Joana já subia em minha frente pelas escadarias de madeira de lei, murmurando coisas sem sentido, sobre o que deveria fazer para mim. Ela me ajudou com a bagagem e eu pude enfim, ter um minuto de paz e sossego, dentro do meu antigo quarto...                 Nada parecia ter mudado muito por ali. A casa era enorme e o papai preservara nossas coisas tal qual tínhamos deixado. Sei que Henrique, meu irmão, gostaria de ver o quarto dele do jeito que era antigamente – ainda devia ter cheiro de chulé e salgadinhos contrabandeados.              Entrei no banheiro: papai havia mandado reformar meu banheiro... Agora eu tinha uma banheira de hidromassagem e um aquecedor de toalhas, por fim, a tecnologia e o luxo chegavam aos mais remotos cantos desse nosso país, pensei irônica.                 Enchi a banheira e deixei-me afundar lentamente na água quentinha. Aquilo era verdadeiramente terapêutico, e eu quase poderia ficar ali o restante da noite, mas percebi meu estômago roncando, precisava comer, e a ideia da comida da Joana era tão tentadora que eu saltei da banheira logo que terminei meu banho. Desci as escadas vestindo uma calça de moletom e uma camiseta, eu sempre ficava assim quando estava em casa. - Achei que estaria na banheira ainda – papai disse assim que eu apareci – achei que um pouco de conforto poderia te fazer bem. - Obrigada – eu respondo com sinceridade – depois de toda essa função de chuva, de bois – eu penso em Leonardo e seus braços fortes me puxando para fora do carro - eu realmente precisava relaxar. - O jantar já vai ser servido – meu pai diz despreocupado, sentado no sofá:  é um homem jovem: tem quarenta e dois anos, porte atlético, ele ainda monta em alguns rodeios e gosta de jogar bola, mas os cabelos brancos pontuam de prata o corte bem feito e a barba cerrada – como está se sentindo? – ele pergunta e eu sei exatamente o que ele quer saber, mas desconverso. - Melhor, estou quentinha – eu rio. - Não – ele fala mais baixo – você sabe... Como está? - Ainda não estou bem – respondo seca, não quero dar muitos detalhes – eu acho que eu ainda preciso de tempo... - Tudo o que você precisar – meu pai diz e aperta de leve meus dedos das mãos – tempo, médicos, espaço, dinheiro... Você pode contar comigo, certo? - Obrigada – respondo e quando dou por mim estou aninhada nos braços do meu pai, chorando como um bebê.                 Eu não sei em que momento nós nos perdemos... Se foi exatamente na separação ou se foi um tempo depois. Eu guardava comigo uma certa culpa alheia pelas coisas que minha mãe fazia, e acho que tinha vergonha disso e por isso acabara me distanciando do meu pai, ele era um homem bom, muito bom, e simples. Com ele tudo era muito prático, pingos nos is e preto no branco e apesar de as vezes parecer bruto, ele era um homem de muito bom coração, incapaz de fazer m*l a outro ser humano. - Jantar – disse Joana parada à porta – preparei franguinho com quiabo – ela acariciou meu rosto quando me aproximei – é bom ter nossa mocinha em casa novamente. - Obrigada, Jo – eu a abracei – Joana era quase como uma avó, na casa dos sessenta anos, agora era oficialmente nossa governanta. Dedicara toda a sua vida a cuidar da nossa, desde que o papai ficara sozinho no mundo, quem cuidava dele era a Jo.                 Leonardo era companhia no nosso jantar, aquilo era estranho, papai tratava todos muito bem, mas sempre mantinha certos protocolos: - Então conheceu Leonardo – papai disse assim que sentamos à mesa. - Sim – eu sorri – não posso dizer que foi um momento especial – digo irônica. - Nem eu – ele responde rindo. - Leonardo está trabalhando comigo tem dois anos – papai continua – ele formou-se em Administração e tem cursos técnicos de Veterinária e técnicas agrícolas, ele está se preparando para assumir o comando geral – papai ri. - Nossa – eu encaro o homem à minha frente – impressionante – mas nem sequer penso em seu currículo, eu penso é no peitoral definido por baixo da camiseta branca molhada pela chuva... - Catarina? – papai chama minha atenção. - Oi, desculpa – eu sacudo a cabeça como quem tenta em vão afastar os pensamentos. - ... eu estava dizendo que pode ser bom para você conversar com ele, saber como as coisas estão – papai sorri – quem sabe não se interessa pela Fazenda e não decide ficar definitivamente. - Sabe que o plano não é esse – respondo. - Mas é bom que se ocupe com alguma coisa enquanto estiver por aqui. - Ah, isso é bom mesmo – disse Joana que vinha da cozinha com mais suco de laranjas frescas. - Obrigada, Jo – eu agradeço e ela logo senta-se à mesa conosco, como sempre. - Vamos precisar de ajuda amanhã – papai diz – com a boiada, ainda lembra como se monta? - Se eu lembro? – pergunto debochada – Claro que eu lembro. - Certo – papai responde – vou sair cedo com alguns homens, o Leonardo só vai sair às nove, porque precisa resolver algumas questões – papai desliza os dedos pela tela do smartphone – isso, nove horas... Aí pode ir com ele. - Ah, sim – eu respondo – claro.                 Depois do jantar eu não quis ficar na sala. Eu estava verdadeiramente exausta, tudo o que eu queria era a minha cama. Pensei em um livro, mas desisti assim que senti o cheiro dos lençóis limpinhos e secos ao sol: adorava aquele cheiro, aquele era definitivamente um bom lugar para retornar e recomeçar e então, adormeci profundamente, pelo menos até ter aquele sonho... 

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