Eu rosno para ele como um cachorro com raiva.
- É, temos que concordar que nisso você esta certo, eu apenas sou a que criei ela desde de quando nasceu, enquanto você se divertia por ai, brincando de iludir mulheres. Mais que importância eu tenho, não é mesmo ? Não é o meu sangue !
Eu não sei de onde eu tirei coragem para falar aquilo. Eu estava ali sozinha. Se ele realmente fosse um traficante ou um mafioso poderia me m***r se quisesse, ali mesmo, e sair andando com se nada tivesse acontecido.
- Eu não sabia que ela existia. E você sabe disso. Não se faça de desentendida por que já conversamos sobre isso !
- Será que foi, por que a mãe pensou que você estava morto ? Mais será por que, ela pensou isso ? Será que foi por que disse para ela, que precisava ir em uma missão ? E pobre coitada da menina, ficou achando que você teria morrido em uma missão secreta ! É o tipo de coisas que homens como você dizem, quando chegam aqui, para levar uma adolescente de 14 anos para cama e ter o divertimento que procura. Homens iguais a você me dão nojo !
- Se eu disse isso, deve ser verdade !
- Deve ? Por que ? Não se lembra ?
- Que idade tem a criança ? Ele tenta desconversar.
- Você não sabe nem a idade da sua filha ?
- E ela tem nome, é Ana, o nome dela é Ana e não criança.
- Não, eu não me lembro, foi um daqueles dias que a gente bebe mais do que deve ! Nesse momento tenho uma visão, ou uma visão parcial de como foi o dia em que conheci a Amanda, não posso me lembrar realmente. Meu amigo Vitor que estava comigo no dia, pelo menos eu acho.
Você sabe que só descobri a pouco tempo e graças ao meu amigo Vitor, ele em mais uma visita ao País, encontrou com a amiga da Amanda, em Copacabana, e ela contou o que tinha acontecido. Ele investigou. E descobriu, que ela realmente tinha tido um bebê, e que a criança estava sob a guarda do governo e falou com a assistente social. Ela me ligou e me disse que se eu não viesse ao Brasil, e reclamasse a paternidade da criança, eu perderia meus direitos como pai . Fiz os exames para confirmar a paternidade e sou o pai da criança ! Ontem a assistente social me ligou dizendo que meus direitos seriam revogados e que ela seria adotada por alguém, que no caso é você, se eu deixasse de vir a uma audiência que foi antecipada para hoje. por você. Sendo que já tínhamos conversado por vídeo conferencia e já tínhamos acertado tudo.
Eu escuto tudo com muita atenção.
- Ela só tinha 14 anos, como você pode ? A sua filha tem um ano , seu aniversário foi a poucos dias. O que você veio fazer no Brasil, na época ?
- Negócios.
- Ah, negócios ! Posso imaginar ! E em quanto você estava ocupado, eu estava cuidando do resultado do seu
" negócio"
- Kkkkkk, Amanda foi apenas um bônus extra da minha viagem ! Eu não sou turista s****l ! Se é o que está tentando dizer.
Eu fico vermelha.
- Direto você !
- E você rude, e espinhosa ! E digamos, bastante crítica !
- Você está aqui para tomar minha filha de mim, queria que eu tivesse que reação ? Te convidasse para um café ?
- E para de me acusar, eu já disse que foi preciso antecipar, o fórum entraria em recesso e não teríamos como esperar tanto para que fosse remarcado.
Ele olha em volta. Éramos as duas únicas pessoas ali !
- Sabe que está mentindo ! Fez isso por que, acho que eu não chegaria a tempo, e seria tudo mais fácil para você Uma coisa e certa, eu nunca imaginei ficar preso aqui com você !
- É, mais está, a menos que você desista e queira ir embora e a única forma de não ocupar o mesmo corredor em que estou. Só me responde uma coisa ! O que um homem como você, que viaja o mundo inteiro, fazendo, o que só Deus sabe, pode querer com um bebê ? Você tem uma esposa ?
- Não !
- Outros filhos ?
- Não, pelo menos não que eu saiba ! Mais já percebi que essas coisas podem acontecer, sem a gente planejar.
- O nome disso é irresponsabilidade, E eu acredito que já esteja muito velho, para ter esses tipos de ações irresponsáveis como um adolescente. Não tem muita coisa, pelo que me parece. Então por que, quer ela ?
É uma boa pergunta. E eu, também não sei a resposta. Eu só sei, que se eu virasse as costas para ela e fizesse de conta que nada disso aconteceu, e eu pudesse só imaginar, que ela pudesse passar por alguma privação, dificuldade ou lutar pela vida, como eu precisei um dia , então o inferno era pouco para mim. Não vou mentir, por que seria hipocrisia da minha parte, sim, eu pensei em esquecer o telefonema e não vir a audiência. Mais cada vez que eu pensava nisso, eu sentia uma fisgada no meu peito. Manifestação de uma consciência que nem eu, sabia que tinha. Por que geralmente não costumo usar esse senso do correto. Claro que eu não queria uma criança na minha vida ! Mais eu não podia simplesmente, abandonar ela. Então como um adolescente, sem resposta para uma pergunta, eu dou a única resposta que consigo pensar naquele momento !
- Por que ela é minha ! Já não é uma boa razão ? Para mim é a única que é suficiente.
- E você ? Por que, quer tanto ela ? Não é sua filha ! Não importa o que sinta, não é seu sangue !
- E isto ? Relação de sangue, mesmo sendo um estranho pra ela. Você acha que é mais importante do que os cuidados que dei pra ela ? É desse jeito que vê ?
Eu quase de forma inconsciente, desço o olhar para aquela mulher diante de mim. Toda fogo e paixão com uma fisionomia impiedosa. Linda, por sinal Em qualquer outro lugar meus pensamentos seriam seduzir aquela mulher, e levar ela para cama, custe o que custar, fazer ela implorar para que eu possuísse ela, mais naquele momento eu só queria que ela parasse de fazer perguntas que ativam em mim coisas que eu nem sei como funciona e não tenho respostas. Cabelos loiros, levemente ondulado, pele dourada. Provavelmente de praia, típico de quase todas as brasileiras. Olhos cor de mel. Tudo combinando exatamente com a estatura dela. Era um pacote pequeno mais muito tentador e perigoso. Era baixinha, m*l chegava na altura do meu peito. E no entanto não tinha medo ! Estava pronta para me atacar a qualquer momento se precisasse . E digo fisicamente, com toda certeza, mais não do jeito que eu gostaria que fosse.
- Não se trata de um assunto emocional. É muito simples e claro para mim. Eu sou o pai dela e você não é a mãe. É algo muito fácil de resolver
Ela recua, como se fosse me atacar.
- Como ousa, falar assim, você é o ser mais repugnante que eu já tive o desprazer de conhecer !
- Sr ª Diana , Srº Alexandre ?
- Sim, somos nos ! Ela fala com as palavras entre os dentes, e olha para mim como se pudesse me m***r. É impossível eu não achar a cena no mínimo engraçada.
- Podem entrar ! Estamos prontos para vocês !
Como o Senhor Alexandre, está aqui. Claramente possui suas faculdades mentais em ordem. E se submeteu a um exame de DNA , que comprova que ele é o pai da criança. Não temos motivos para não dar a ele, a guarda da filha.
Eu repeti na minha cabeça aquelas palavras sem parar. Umas 50 vezes no mínimo.
O pai biológico era milionário, e eu apenas uma dona de casa, viúva, com apenas 25 anos. Que vive da pensão que o marido deixou, eu tenho também o valor do seguro de vida, que ele deixou, e um valor bom, mais não chega nem perto dos bilhões, que o pai tem. Agora Ana, está em uma sala, conhecendo aquele homem, como seu pai. Como a nova pessoa que é responsável por ela, E eu não estarei lá, não mais, para acalentar suas noites, não terei ela nos meus braços novamente. Eu me encosto na parede do corredor, e sem me importar se alguém está vendo, ou se estou passando vexame eu desço vagarosamente até o chão , desabando em um choro silencioso. Eu odiava aquela sensação de perda, aquilo era familiar e eu não gostava, já tinha passado por isso algumas vezes, e sei bem o que é.
Perder o Paulo, já tinha sido difícil demais. E eu achava a coisa mais injusta, que uma pessoa precise continuar sua vida, depois que perde alguém que se ama .Ninguém planeja ficar viúva aos 25 anos. Eu só pensava o que eu faria daqui pra frente. Ana era tudo que eu tinha. Foi a única coisa que eu me agarrei , a única coisa que conseguia fazer eu não pensar em acabar com a minha vida.
Eu fiquei ali, no chão, daquele corredor, desejando que alguém só acabasse com aquela dor. Que alguém atirasse na minha cabeça, e acabasse com aquilo para sempre. Eu não iria conseguir sobreviver com aquela dor Eu não poderia seguir em frente de novo, não dessa vez.
- Diana ?
Aquela voz de novo. Eu olho para cima e apenas uma coisa me impede de pular naquele pescoço, e m***r aquele homem com as minhas próprias mãos. Ser presa seria o menor dos meus males.
-Ana ! Que esta no colo dele, chorando desesperadamente, se contorcendo . Tentando me alcançar.
Naquele momento eu me levantei. Apenas na tentativa de guardar comigo cada traço dela, no meu coração, já que estava decidida a dar fim na minha vida, e acabar com tudo aquilo de um a vez por todas. Eu enxugo as lágrimas e estico os braços. Ela quase pula no meu colo e Alexandre não tem outro jeito a não ser deixar. Eu abraço ela com força, só querendo guardar o cheiro dela para mim.
Ela chama 1 - Mamãe. Entre soluços. E eu começo a tentar acalentar ela. Pensar que vou escutar essas palavras pela última vez, quase corta o meu coração no meio.
- Ela não gosta de mim.
E pela primeira vez eu senti, nas palavras dele, que ele se importava, ou pelo menos fingia bem.
- Você é um estranho para ela ! Queria o que ? Que ela pulasse no seu colo e te abrasasse ?
- Eu sou o pai dela !
- Para ela isso não importa, você é um estranho ! Eu sou a mãe dela, e a única pessoa que ela conhece como família
Ele fica parado nos observando, e ele faz isso com tanta intensidade que eu me sinto nua. Diante dos seus olhos.
- Precisamos conversar !
- Sobre o que ?
- Isto ! O que temos e precisamos fazer, para resolver está situação.
Naquele momento eu não me importava com o que ele quis dizer ! e nem que eu posso estar correndo perigo . Eu estava com a Ana nos meus braços, e era só o que me importava. Eu faria qualquer coisa por ela. É para que ele não tirasse ela de mim.
- Onde ?
- No meu carro, eu mandei colocar uma cadeirinha !
- Certo.
Eu não deveria ir com aquele homem estranho, mais eu faria qualquer coisa para ficar com ela nos meus braços. E se derrepente ele tem uma solução, ou pensou melhor. E decidir deixar ela ficar comigo.
Na calçada ele tira um celular do bolso e faz uma ligação. Ele fala uma língua que eu não conheço. Logo uma limusine para, e ele abre a porta do carro.
- Por que não coloca ela na cadeirinha.
Eu coloco ela na cadeirinha, e ela já está cambaleando de sono. Eu me sento do lado dela, e fico espantada com todo aquele luxo. Em um canto um balde com champanhe ! E a raiva toma conta de mim, ele pretendia comemorar sua vitoria. Comemorar estar tirando minha filha dos meus braços.