Já faziam quinze minutos que a figura do Coronel havia saído deixando-o atordoado, j**k?! Havia... ?!pegou a carta olhava-a como se houvesse respostas sem abri-la, encontraram junto com seu pelotão lutando, houve algumas baixas e uma delas havia sido seu irmão j**k.
“---ele ainda foi levado para o acampamento...Mas não resistiu.”
Levantou passou a chave na biblioteca, sentou na escrivaninha enxugou uma lágrima teimosa, quebrou o lacre.
Havia duas folhas, uma era um desenho num papel de embrulho ordinário feito com lápis.
Jack adorava desenhar, era um talento nato, desde pequeno desenhava escondido, foi criado pelo pai para ter honras no exército e ele o mais velho para ser o maldito Lord,era o desenho de uma moça de cabelos longos,olhar misterioso,lábios...seu irmão era um artista,forçado pelas malditas tradições que seguia e acreditava ser mandado para a morte em busca de glórias desnecessária.
Pegou a segunda folha letras tremidas e imprecisas,parece que j**k se esforçara muito para escrever.
"August o amo irmão,chegou o meu fim,essa é Marie Adelaide,cuide bem dela e de Juliette,as proteja elas são tudo que mais prezo não me arrependo de nada do que vivi,das escolhas que fiz,porque elas me levaram até minha flor francesa e a pequena Juliette só tive em meus braços por alguns minutos,mas valeu cada segundo deixo aos seus cuidados os meus bens mais valiosos,Marie e Juliette."
Eram poucas linhas, letras tremidas e sangue manchava o papel, mas era o último pedido do seu t**o e querido irmão.
Enxugou as lágrimas, guardou a preciosa carta e o desenho no cofre (uma coisa de cada vez) Pensou, respirou fundo se recompôs, abriu a porta para enfrentar toda a guerra emocional que o esperava.
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---Capitão, já tentou lembrar de algo, e não conseguir?
---Não alcancei essa graça, não se exaspere menina, as vezes é preciso esquecer.
---Capitão...---Algum tripulante o chamou
---O dever me chama, estamos saindo de aguas francesas, onde somos mais clandestinos que os piratas---O capitão riu da própria piada e se retirou
Lana agora Marie olhou muitas vezes, para o pequeno caderno de couro, encontrou em meio as suas parcas coisas. Olhou para o horizonte azul tudo dava igual e ao mesmo tempo tão diferente estavam segundo o capitão próximos de águas inglesas, o final dessa viajem a assustava.
O que a esperava?Quem era?de onde vinha?precisava de respostas,e tudo o que falava sobre ela era dois vestidos,um preto desbotado e um roxo remendado,o marrom jogou fora a saia estava desgraçada,com...seu próprio sangue.
De onde viera aquele sangue todo?O capitão dissera que ela fizera o próprio parto,mas sentia dentro dela de que não era capaz de tamanho feito...
Nem sentira-se fraca...definitivamente aquele sangue não era seu.
Porque pensava em outro idioma, apesar das palavras saírem em francês?
Entendia um pouco o inglês e falava com o sotaque muito carregado e a outra peça era o livro com fechadura,seria a chave que carregava no pescoço preso por um cordão de seda negro.Não lembrava,passou a mão nos cabelos,---tirou a chave do pescoço experimentou,abriu!
"As vezes é preciso esquecer."
Suspirou, precisava lembrar, apesar de ter uma impressão que não queria.
Aninhou a pequena Juliette que dormia, placidamente, as fraldas que na verdade eram pedaços de um lençol cortado que o capitão dera, diariamente os lavava e os estendia.
A pequena em seu pouco tempo de vida nunca havia vestido uma roupa, sempre envolvida com trapos, outro lençol velho cedido pelo capitão, cortou em dois sempre alternando entre limpo e sujo era por ela que precisava lembrar,sabia cuidar de bebes,mas qual foi o bêbê que cuidou antes dessa?!
Talvez aquele diário, a ajudasse a lembrar!
“1794(cinco anos antes)
Foi desolador ver meus pais saírem da Conciergerie como animais dentro de jaulas até ao carrasco.
Consegui ainda pegar nas mãos do meu pai, ele sorriu para mim no entanto minha mãe já estava com a alma vazia vi o brilho da insanidade quando ela olhou para frente era como se vislumbrasse a liberdade.
Se amaram do começo ao fim lembro de quando era criança e nossa casa tinha cheiro de bolo de laranja,a mamãe tocava piano eu e o papai dançávamos,ou melhor ele dançava e eu pegava carona nos seus pés mas tudo mudou,os soldados chegaram mamãe mandou fujir e se esconder e....perdi tudo,você querido diário é tudo o que me sobrou da minha antiga vida,as vezes sonho que estou em casa novamente,pena que não é verdade...”
A jovem mulher chorava quando fechou o livro, chorava pelo destino triste da autora, chorava por não conseguir conectar-se as lembranças da própria, talvez o capitão tivesse razão, é melhor esquecer...
Enquanto isso na Inglaterra
---Uma, o quê? ---A mãe do conde de Wessex gritou, seu filho? Meu bebê teve um bastardo? ---Quem pode acreditar que meu filho tenha misturado ao seu sangue a....Uma...ora mande-a de volta, melhor ofereça algum dinheiro para que suma. --- A lady praticamente gritou perdendo a compostura.
----Não quer conhecer, seu neto ou neta, mamãe? --- Roseline perguntou indignada, como a mãe poderia ser tão c***l, uma criança e sua mãe refugiadas da guerra...
----Por que, Deus? Levar meu menino, teria outros mas necessitados de ir, que ele--- falou em prantos, olhando ressentida parea Roseline na cadeira de rodas
---O que diz?!---August não acreditava no que ouvia a mãe falar
---Isso poderia ter sido Roseline e n...
---Chega, por suas grosserias Roseline também é sua filha...--- August indignou-se com a mãe, como podia ser tão c***l? todos estavam sofrendo, mas ela não tinha o direito de se ressentir por Roseline está viva
---Deixa August...---Roseline interveio suave, o que dizer? Se ela própria pensava dessa forma sua mãe apenas verbalizara
---August, eu ordeno, livre-se deste estorvo que vai chegar,essa mancha na memória do meu querido Jack...
A jovem mãe desmemoriada seguia lendo o diário
Fevereiro de 1799
"estou amando, o homem mais lindo que já vi veio aqui na taverna, o dono quer que ofereça meu corpo, céus nunca fiz isso, sou uma nobre, nobre falida sem família que não quer acabar na rua, ele o capitão inglês seria meu primeiro cliente, mas em seu quarto só conversamos, ele comprou a noite me salvando de um tipo violento"