bc

Rosy Aster e o Mundo de Virell

book_age12+
50
FOLLOW
1K
READ
family
goodgirl
kickass heroine
brave
drama
comedy
bxg
mystery
friendship
special ability
like
intro-logo
Blurb

O ano é 2020, e Rosy Aster é uma garota albina de olhos verdes acinzentados que ganha a vida como dançarina e cantora em Candeias, cidade metropolitana de Salvador, na Bahia. Por causa da pandemia, ela precisa manter-se em quarentena até que o isolamento social a deixa completamente exasperada, então, decide sair de casa para caminhar pelas ruas no meio da madrugada até, por coincidência, encontrar um portal que a leva para um mundo encantado, para o Mundo de Virell.

chap-preview
Free preview
Capítulo 1
Eu não aguento mais esta pandemia. É 5 de Junho, empresas estão colapsando, demitindo pessoas, o Auxílio Emergencial quase que não sai; há milhares de mortes por covid-19 só no Brasil e as pessoas estão fazendo piadas; n******e aglomeração, é uso de máscara a todo instante, é tanto álcool-gel que fico bêbada só de sentir o cheiro. Que saudades de sair com os amigos e amigas, saudades de bater fotos, de dançar, de me divertir. Queria ir à praia, ou numa piscina apesar de não poder tomar sol por causa da minha sensibilidade na pele, eu tenho albinismo, um distúrbio hereditário raro em que pouco ou nenhum pigmento cutâneo melanina é formado, e sim, eu pesquisei no Google. Amo minha pátria chamada Bahia e eu sou uma "baiana arretada", mas sou bastante "da paz". Não gosto de me envolver em brigas, em discussões, sou tranquila, amo rir, sou brincalhona, divertida e gosto de todo mundo na mesma medida. Só não me irrite, não sou obrigada. Brincadeiras à parte… Infelizmente o novo coronavírus parou o mundo, afetou lares, famílias, pessoas, de um modo que causou a maior tristeza mundial deste século. É como eu vejo. Um afetado gera consequências em todos. Eu sei que devemos ser fortes, os brasileiros são um povo feliz e sorridente, eu também sou, mas algumas pessoas não têm levado a sério o risco que corremos todos os dias e para piorar, o confinamento trouxe à tona tantas coisas ruins, despertou os nossos piores lados, nossas crises, dores, ansiedades, entre outras coisas. Parece que a esperança de um dia melhor some a cada momento, um novo dia amanhece triste, principalmente com os resultados da desolação do vírus mortal que parece que saiu de um filme de ficção científica. Deixa-me falar mais um pouco sobre mim. Eu morava com as minhas irmãs, ambas com albinismo, alugamos uma casa e dividíamos as tarefas domésticas, mas devido a algumas complicações tivemos que acabar com a nosso convívio e passei a morar com uma amiga Lucrécia e o irmão dela, senti medo porque sou do g***o de risco, porém, não tive muitas escolhas. — Lu, você viu a foto que Matheus postou no **? — pergunto para a minha amiga, estamos sentadas nos sofás da sala a mexer nos celulares, é meia-noite e alguns minutos de uma sexta-feira e não conseguimos dormir. — Eu vi, mulher, achei ridículo — responde Lucrécia. — Como ele não se tocou que aquela sunga estava apertada demais nas partes íntimas? Se ele arrebentar os testículos nunca mais vai poder fazer um filho. Vasectomia na hora. Eu dou risadas com Lucrécia. — Ô, mulher! Eu tava me referindo à nova namorada dele. Tem cara de 16 anos. — Ah tá! Eu conheço aquela menina, e ela tem 18 anos. Não sei o que ela quer com aquele homem de trinta e poucos, f**o, que só tem um corpinho massa porque faz academia? Aliás, sei muito bem o que ela quer… — Mulher, pare de baixaria. — Eu ia falar "dinheiro", Rosy. Eu, hein! — Falar em dinheiro, tô precisando. — E quem não? Quero um s*********y. — E eu quero um emprego, mas o que eu mais quero agora é sair para a rua. Nunca mais fiz uma caminhada, estou me sentindo sedentária. Acho que vou dar uma volta. — Agora? — Lucrécia se levanta do sofá atônita pelo que digo. — Senhora hipócrita, reclama tanto que meu irmão sai todos os dias. — Sim, a gente n******e correr o risco de se contaminar, mas agora seria a melhor hora, tá todo mundo dormindo em suas casas, não tem aglomeração, a cidade tá tranquila, o friozinho da noite tá maravilhoso porque esta casa é quente, e olha que moramos no andar de cima. — Você é maluca de sair na rua uma hora dessas, tá pedindo para ser assaltada. — Eu não vou ser assaltada se eu não tiver nada para levarem. — É mais maluca ainda sair sem nada para manter contato. — Você tá querendo me deixar sem escolha? Olha, eu só vou dar uma voltinha aqui na praça e volto, vou de máscara e a rua tá tranquila. — Então, vá, se você confia… Eu só acho que você está com fogo no tabaco. Só não diga que não avisei. Lucrécia me faz rir muito, eu me levanto do sofá, coloco água no copo e bebo, pego a minha chave e abro a porta. Lucrécia volta a distrair-se no celular e diz, por fim: — Eu não estou acreditando que você vai mesmo sair uma hora dessas. — Eu estava falando sério, Lu — digo a pôr a máscara no rosto. — Uns vinte minutos eu tô de volta. Só quero andar um pouco. — Tudo bem, maluca. — Oh, Lu. Eu não aguento mais ficar dentro de casa, quero aproveitar que a rua tá vazia. — Olha, você é quem sabe da sua vida. Pelo menos, leve o celular. — Te amo — eu tranco a porta, finjo que não a ouço e desço os dois lances de escadas da lateral da casa, caminho direto para a praça a tentar respirar pela máscara bem fundo o ar pouco frio da madrugada. *** A Praça Milton Bulcão — do Malembá, na cidade de Candeias —, como de se esperar, está vazia. Me sento num dos assentos de concreto e fico ali, observando nada, apenas admirando a quietude. A lua está tão grande que nem acredito que é lua cheia, tenho problema de vista, astigmatismo e miopia, eu sempre esqueço de usar os óculos na rua, as vezes é de propósito, me sinto f**a com eles. Infelizmente eu saio de short, depois de um tempo o frio faz os pelos das minhas pernas se arrepiarem, porém, os arrepios são constantes, então, decido voltar para casa. Talvez fosse mesmo uma péssima ideia ter saído uma hora dessas para a rua e sozinha. Onde é que eu estava com a cabeça? Pelo menos, a minha casa fica bem perto. Eu me ponho de pé para ir embora, mas uma luz se ascende no centro de uma área redonda da praça, ao lado de onde estava sentada, e a curiosidade desperta em mim. Há tempos que moro ali e nunca vi nada parecido. Quando instalaram aquilo? Eu me aproximo da luz e percebo que ela já está maior. — Oxe? O que é isso? — eu me agacho para analisar melhor aquela luz e vejo que ela cresce lenta e gradativamente no chão. — O que tá acontecendo aqui? — eu fico tão intrigada com este fenômeno que sinto uma v*****e enorme de tocar. A luz é hipnotizante, ao mesmo tempo que me atrai, me repele. Me dá calafrios incessantes e uma vertigem inexplicável, como se eu estivesse na beira de um lugar bem alto. Eu não resisto à luz do chão que se espalha como água num papel e toco, mas a minha mão fica grudada. Eu me desespero para me desgarrar, não quero gritar por socorro, estou com vergonha e medo. Mas a pior parte é que a luz que se espalhava lentamente fica mais rápida até ficar tão grande que eu fico totalmente em cima dela e completamente grudada. — Meu Deus, o que tá acontecendo? — desta vez eu grito bem alto e de maneira involuntária. Eu disse que aquela era a pior parte? Não mesmo. A pior parte é que eu começo a afundar no chão e grito ainda mais. Não sei o que é isto, não sei como isto acontece, não sei o que pode me ocorrer depois, estou às cegas. Antes que eu possa afundar por completo, a luz retorna para o seu raio e me engole. Agora estou gritando porque estou caindo de uma altura enorme, nem sei dizer quantos mil pés e o vento bagunça o meu cabelo albino. A luz fluorescente vai sumindo e de repente me vejo no céu azul, depois eu desmaio, pois, sinto o oxigênio fugir pelo meu nariz. *** Eu abro os olhos, mas não tranquilamente como se estivesse acabado de acordar de um maravilhoso sono, os abro bem rápido. Acordo ofegante, ou asmática, eu nem tenho asma. O ar que respiro é h******l, não é oxigênio, é outra coisa, tenho certeza. Eu sinto aquele ar entrar pelas minhas narinas e queimar tudo por dentro, meu coração parece que vai sair pela boca, minha garganta fica seca e a minha visão fica totalmente embaçada. Cadê os meus óculos? Tudo o que percebo é que estou deitada no chão de uma floresta, as árvores são muito grandes, me sinto uma formiga. Não faço ideia de quase nada, só sei que não demorei uns cinco minutos desacordada. Me lembro de estar pela madrugada na praça do meu bairro, depois caí dentro de um círculo de luz que crescia no chão e agora estou no meio do mato. Nada faz sentido. Eu fico deitada, esperando o efeito, seja lá o que estiver acontecendo comigo, passar. Eu sinto as minhas veias, os meus músculos, os meus ossos, tudo mudar, me sinto mais rígida, mais pesada, mais forte, até a minha visão está reforçada, melhor. É como se os meus próprios olhos criassem grau para que eu enxergue perfeitamente. Depois de um tempo, eu decido me levantar do chão, preciso entender o que me ocorreu. Fico tão intrigada que as rugas da minha testa ficam profundas. Olho ao redor, mas só vejo árvores e ou vegetação. — E agora, o que eu vou fazer? — eu pergunto para mim mesma, desorientada. Perdida, começo a caminhar pela floresta, ainda a sentir a queimação nos meus pulmões e narina, sinto um gosto estranho na boca, mas o incômodo vai se extinguindo aos poucos. Estou com sono, porém, a v*****e de encontrar um lugar seguro é maior. Não sobreviverei a um dia na floresta, estou de short e não estou aguentando os mosquitos afoitos rodearem as minhas pernas querendo beber o meu sangue, mesmo eu não ter sentido uma picada sequer. Sempre disseram que eu era muito frágil e eu sempre dizia que não, mas não é hora de provar alguma coisa. Será que a minha ficha ainda não caiu? Gente, eu caí do céu e tô viva. Acho que me drogaram, mas quem, como? Eu paro para pensar no episódio de minutos atrás, ponho as mãos na cabeça e me agacho no chão sem acreditar. — Ó, céus! O que é que tá acontecendo? Pra quem tô fazendo perguntas, meu Deus? Será que tô louca? Será efeito do corona? Não é possível. Eu não posso ficar o dia todo parada esperando alguma coisa cair do céu… Como eu. Preciso continuar andando, e é o que eu faço. Não é possível que não encontre nenhum ser humano. Após andar por um bom tempo, eu fico cansada e o sono bate mais forte, sinto que são duas e meia da madrugada, geralmente é neste horário que começo a pegar no sono. — Onde eu estou? — lamento. Eu preciso de respostas, ou melhor, se eu voltar para casa, vou fingir que nada daquilo aconteceu. Aposto que desmaiei na praça e estou sonhando tudo isso, mas eu estava tão bem, e meu cérebro não tem tanta criatividade para criar uma floresta tão real. Principalmente uma árvore tão perfeita com patas e antenas. Espera. Patas e antenas? A árvore que identifico é a mais peculiar que já vi em toda a minha vida. Ela é grande e está imóvel no meio de uma área sem árvores. A pessoa que fez aquilo merece um prêmio. Eu chego mais perto admirada pela obra de arte, contudo, eu paro de andar ao perceber que uma das antenas se mexem. — Quê? — fico intrigada, falo tão alto que a árvore inteira me ouve e se mexe, depois volta-se para mim. Não posso acreditar, é um bicho-p*u gigantesco. Como assim? A criatura parece tão inofensiva, mas quando dou um passo para trás ela grunhe para mim. — Ai, Deus — eu começo a correr para o meu lado direito sem olhar para trás, nunca vi aquilo e nem sei o que pode fazer comigo. O inseto gigante me persegue como se fosse um policial atrás de uma criminosa. Eu grito por socorro, mas ninguém me atende. Quem poderia aparecer ali? A criatura corre tão rápido que quase me alcança, o medo me fez sentir o d****o enorme de querer fugir dela, então sinto a adrenalina correr pelo meu corpo, minhas veias se alteram, meus músculos ficam rígidos e começo a acelerar a corrida. Nunca pensei que pudesse correr tão rápido, na verdade, estou tão rápida que as minhas pegadas levantam a terra do chão. — O quê? — não consigo acreditar na minha própria velocidade, é tão improvável que passo ter a certeza de que estou sonhando. De repente, a minha visão fica super apurada, nem sei onde estão os meus óculos, e enxergo de longe um despenhadeiro, eu paro de correr como um carro a frear a mil por hora até chegar bem perto da ponta. A minha queda seria fatal. Depois, olho para trás e percebo que o inseto gigante me perseguiu, o que eu não tinha percebido na fora foi que havia se multiplicado. Agora eram oito bichos-p*u. — Ah, não! O que eu faço? — tento pensar no que fazer, mas as criaturas estão ficando mais perto e não consigo ter uma ideia a não ser continuar correndo. Mesmo que seja um sonho, eu não quero morrer, mas parece que a morte acorda todo mundo. Então me agacho, abraço as minhas pernas e espero o ataque, também espero não sentir dor. De olhos fechados, começo a ouvir um som fraco de helicóptero que vai ficando mais forte até os meus cabelos esvoaçarem. Finalmente estou salva, a polícia me achou, eu não vou morrer. Ao levantar cabeça e olhar para trás, tudo o que vejo é uma libélula gigante a ser pilotada por um rapaz n***o, bem alto, muito lindo e de cabelos verdes-musgo, ele pega um bastão e salta da libélula. Em seguida, começa a girar o bastão e a gritar para espantar os bichos, por fim, ele espalha uma poeira amarela pelo ar e os bichos começaram a correr dele. Aquele jovem vira-se para mim, ele usa uma espécie de armadura verde que parece ser feita de folhas, seus grandes olhos de gato eram da cor dos cabelos encaracolados e curtos. É a pessoa mais linda que eu já vi, parece ter 2 metros, me sinto uma anã com o meu 1,70 de altura. — Quem é você? — pergunta o rapaz. — Co… Como assim? — fico nervosa. — Eu sou a Rosy. Ele chega mais perto e pega nos meus cabelos e é aí que eu percebo que as suas orelhas são pontudas, e as pontas são grandes e inclinadas para trás. Apenas admiro. — Suas orelhas são esquisitas — diz o rapaz —, sua pele é estranha, seu cabelo é tosco. Aquela foi a primeira pessoa a falar assim comigo, nem sei se ele é uma pessoa, não sei mais de nada. Eu quero a minha mãe. Tentei pensar em uma resposta, mas apenas admitirei a beleza daquele b****a. — Eu… Não sei onde eu tô. — E fala esquisito também — ele sorri e mostra os dentes caninos que são maiores que os de um ser humano comum. — Que espécie de Árvome é você? — O quê? Não, eu não sou daqui — disparo. — Não sei o que está acontecendo, eu estava na praça da minha cidade, de repente vi uma luz, fui tocar nela e ela me engoliu, aí eu caí do céu e nem sei como eu sobrevivi, só sei que parei aqui e fui atacada por um monte de árvores com antenas, agora eu só quero voltar para casa. O rapaz fica olhando para mim com curiosidade até desfazer a cara de paisagem e começar a expressar a sua compreensão. — Bendita Metrimna! — exclama o rapaz. — Você veio para cá através de uma luz? — Sim… Quero dizer, sei lá. Você sabe o que é isto? Inesperadamente, o rapaz salta de felicidade e volta a se recompor em seguida, porém, ofegante diz: — Que máximo, eu nunca vi ninguém de fora antes. Ouça, Senhorita Rosy — ele faz uma reverência para mim —, eu sou o Príncipe do Império de Metrimna, Metrim, filho de Gehr, filho de Gohr. Você veio para cá através de um portal do seu mundo, e pelos seus fenótipos, sugiro que você é uma humana fêmea. — Como é que é? Que maluquice é essa? — O seu linguajar é bem chulo. — Ele fica de costas para mim e diz de braços abertos: — Você está no Planeta de Virell, em um dos Reinos distintos dos Sete Impérios. É uma honra ter me encontrado com uma humana pela primeira vez. Você é daquelas que fazem magia como as bruxas-amarelas? — Espera! Estou confusa, este solo que eu tô pisando é de outro mundo? Mal consegui absorver a informação de que estou em outra cidade, agora descubro que estou em outro planeta, é demais para o meu cérebro. O Príncipe Metrim apenas confirma com a cabeça e a minha pressão caí na hora e eu caio junto. Agora tudo fica escuro.

editor-pick
Dreame-Editor's pick

bc

Amiga da minha IRMÃ

read
7.4K
bc

Rainha da Máfia

read
2.3K
bc

LOBO SELVAGEM

read
1.2K
bc

O Alfa Sem Coração

read
43.9K
bc

Era pra ser você.

read
1K
bc

LUZ DA MINHA VIDA / LIVRO 1 SAGA DA LUZ

read
1.1K
bc

Predestinada ao Monstro

read
9.1K

Scan code to download app

download_iosApp Store
google icon
Google Play
Facebook