Ardor

1448 Words
Capítulo-XXI. Ardor " Nem mesmo o tempo é capaz de apagar as brasas de uma paixão. " Varuna As ondas parecem contar segredos que o tempo esconde, mas meus ouvidos e minha atenção estão voltados para Camila. A menina fala sobre o mar e suas belezas, parecendo uma criança do fundamental descobrindo a biologia marinha. — Nunca mergulhou? — pergunto, querendo explorar a vida da pequena. — Não, talvez eu ficaria amedrontada. Ter que respirar pela boca, controlar os movimentos… sou muito ansiosa, estragaria tudo. Seus olhos curiosos se voltam para mim. — E você? Sorrio, levado a uma lembrança gostosa da última vez que mergulho. — Muitos, mas há um especial, foi recente, menos de um ano. Em Malta, no coração do Mediterrâneo. Camila me olha com expectativa. — Pode me contar como foi? — pede, abaixando os olhos com timidez. Parei de andar, sento na areia e peço para a menina sentar entre minhas pernas. Camila atende, abraço seu corpo e, ao pé do ouvido, começo a sussurrar o que tanto queria compartilhar: — Nunca pensei que um mergulho pudesse me marcar. Desde o momento em que coloco o equipamento e sinto a pressão suave da água me envolver, tenho a sensação de atravessar um portal para outro mundo. A luz do sol atravessa a superfície e se quebra em milhares de reflexos prateados, como se o mar escondesse espelhos fragmentados. A primeira coisa que me encanta é o cardume de peixes-donzela, pequenos e ágeis, movendo-se em perfeita sincronia, como se fossem um só organismo. Mais abaixo, vejo uma moreia espreitando entre as rochas, a cabeça curiosa para fora de uma f***a estreita. O olhar dela, fixo e silencioso, me faz sentir como um visitante intruso em território sagrado. Ao seguir meu instrutor em direção a um recife, deparo-me com um polvo que muda de cor conforme se arrasta sobre as pedras. É um espetáculo de inteligência e adaptação — parece pintar sua própria pele de acordo com o cenário. Logo depois, um grupo de barracudas passa velozmente, afiadas como lâminas de prata cortando a água. O silêncio é absoluto, interrompido apenas pelo som compassado da minha respiração dentro do cilindro. É um mundo à parte do nosso, mas que compõe este planeta. — Nossa, parece lindo. Fico imaginando como seria. — Suas mãos gesticulam no ar, um sorriso surge em seu rosto, e a vontade de beijá-la desperta em mim. — Vamos subir. Está ficando tarde, e o vento está frio — sugiro, querendo ganhar um tempinho para ficar perto da minha menina. Camila apenas balança a cabeça em afirmação. Deixamos a praia para trás, caminhando juntos de mãos dadas. Para mim, Camila se torna uma extensão do meu corpo, meu coração fora do peito. No elevador, fico admirando sua constituição frágil e delicada. Ela olha para o espelho, o vestido sujo de areia. — Você é linda! — falo sem hesitação. — Você também… Nossos olhares se encontram; parecem cabos cheios de uma energia fora do comum. Quando saímos do elevador e entramos no apartamento, puxo Camila para meus braços, beijo a boca que me enlouquece, toco o rosto que não sai dos meus pensamentos. Eu a desejo intensamente. Encerro o contato com selinhos leves. — Quer tomar um banho? Trouxe toalha e sabonete líquido. — ofereço. — Não trouxe roupa, Varuna. — Trouxe duas camisas, pode ficar com uma. — Pensou em tudo? — Pensei no nosso conforto. — Aceito a camisa. Peguei a bolsa com os itens e entreguei a Camila. A menina ergue a mão vacilante; seu olhar revela receio, mas também desejo. A química acontece sem precisarmos forçar. É natural, algo que vem de dentro e transborda pelos olhos. — Pode ir se banhar, irei arrumar a cama. Vi o momento em que Camila aperta a bolsa contra o corpo, estremecendo levemente. — A que horas vamos embora amanhã? — Às seis. Creio que nesse período seu pai não estará desperto. Ela aperta os lábios um contra o outro. — Tá… eu vou… lá… Seu jeito envergonhado me encanta. Camila se retira. Dedico-me a esticar os lençóis, alinhando cada um, e depois coloco os travesseiros. Olho para tudo com cautela. Quero sexo, quero tocá-la, senti-la, mas de forma alguma faria algo forçado. Deixo tudo pronto, sigo até minha pequena bolsa, retiro a carteira de cigarros e caminho em direção à varanda do apartamento. Abro a porta de vidro dupla, permitindo que o vento frio entre. A noite está especialmente bonita, o céu limpo, pontilhado de estrelas. Sempre tive fascínio pelas estrelas; gosto de deitar na borda da piscina admirando-as por horas. Mapeio cada constelação; é meu hobby predileto. Acendo o cigarro, dou a primeira tragada, seco, querendo um cigarro de maconha. Não posso usar na presença da menina; vai que ela é do tipo careta. Isso poderia colocar distância entre nós, e não posso permitir. Apoio meus braços na grade, observando o fluxo quase nulo de veículos. Este lugar é muito diferente de São Paulo, onde as madrugadas parecem dia no quesito trânsito. Dou mais uma tragada, prendendo a fumaça nos pulmões e soltando aos poucos. — Varuna, terminei — a voz de anjo, quase um sussurro em meu ouvido, faz meu corpo entrar em alerta. Arrumo a postura, voltando o olhar para Camila. Minhas íris deslizam por todo seu corpo: cabelos úmidos, mãos juntas na frente, olhar tímido, pernas fechadas. Faço um gesto com a mão, convidando-a a se juntar a mim. Camila dá um passo em minha direção. A camisa que ela veste parece um vestido em seu corpo miúdo. — Você fuma? — pergunta com incredulidade. — Às vezes, não sempre. E você, já experimentou cigarros? — Não. Se eu colocasse um desses na boca, minha mãe surtaria. Rimos juntos. Dou mais um trago e coloco o cigarro nos lábios dela. — Não puxe, apenas sinta o filtro. Camila retira o cigarro da boca. — Não faça isso consigo mesma — joga o cigarro no chão — está se matando aos poucos. A nicotina, além de causar dependência química, aumenta o risco de câncer, doenças cardiovasculares, problemas respiratórios, visão prejudicada e infertilidade. Além disso, pode afetar a saúde mental, contribuindo para ansiedade, depressão e pensamentos suicidas. — Outra aula, minha menina? — a pego pela cintura. — Não, apenas cuidando. Quando gostamos de alguém, queremos o bem dessa pessoa, e alertar sobre riscos é uma forma de cuidado. — Então a senhorita acabou de dizer que gosta de mim? — sorrio, beijando o pescoço da pequena. — Seria loucura se eu dissesse que sinto que gosto de você há tanto tempo… que meu coração parece ter encontrado o que tanto ansiava? — Dou-lhe um abraço apertado. — Não, minha menina, não é nenhuma loucura — penso, sentindo a mesma coisa. Peguei Camila pela mão, deixei-a sentada na cama. Era a minha vez de retirar a areia dos pés e esfriar o sangue. Sim, estou em brasas. Camila com os s***s marcados pelo tecido da camisa, minha mente vagando sobre se ela está com ou sem calcinha, minhas mãos coçando para se infiltrar por baixo do tecido… tudo isso minava meu controle. Tomo para mim vinte minutos do seu tempo, deixando a água molhar meu corpo, o t***o correndo solto, meu p*u pedindo alívio. Fazia tempo que, depois de conhecer Camila, eu não procurava ninguém para brincar. Sendo um homem com a virilidade em alta, ficar próximo sem fazer nada é como tortura. Depois de recobrar o autocontrole, me preparo para sair do banheiro. Enxugo o corpo, visto as peças que trouxe comigo. Foi então que reparo em um pedaço de tecido estampado com flores minúsculas pendurado na divisória do box: Camila lavou a calcinha. Sorri, me aproximo e pego a peça de algodão; é simples, sem luxo, sem intenção de atrair olhares masculinos. Devolvo a peça ao lugar, arrumo os fios com os dedos e deixo o cômodo. Ao me aproximar da cama, Camila abre os olhos. — Sono? — pergunto. — Não, estava te esperando. Sorri feito um bobo. — Me esperando para quê? — Quero seus beijos. — A voz manhosa me deixa à mercê. Deito-me de frente para Camila, toco levemente seu rosto. Aproximo nossos lábios; o beijo começa calmo e logo se torna provocante, um convite ao prazer. Puxo Camila mais perto; suas mãos pequenas passeiam pelo meu pescoço. Não consigo suportar. Largo seus lábios, vou ao encontro da pele do seu colo, lambendo, beijando, subo pelo pescoço, giro meu corpo e entro entre suas pernas. Meu p*u está rígido outra vez. A menina arregala os olhos. Agora estamos aqui, um olhando para o outro, com o desejo ardendo e o receio gritando.
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