Melissa

Na penumbra do quarto, os lençóis amassados testemunharam a tempestade que havia varrido a vida de Melissa Mayer. Os raios da noite, tímidos, tentavam penetrar pelas cortinas, mas a escuridão persistia. Ela se sentava na beira da cama, os olhos castanhos fixos no vazio, enquanto a dor ainda pulsava em seu peito. Aos 25 anos, Melissa havia atravessado um vendaval emocional que a deixou marcada, mas não quebrada. Seu casamento de cinco anos, uma promessa de eternidade, se dissolveu em cinzas quando ela descobriu a traição, uma cena c***l que dilacerou sua alma. Morena de cabelos negros, os traços delicados de seu rosto escondiam a força resiliente que ela guardava dentro de si. Seu corpo, esculpido pela vida e pela decepção, exibia uma beleza que transcendia a superficialidade. Mas era sua alma, machucada e cicatrizada, que irradiava uma luz própria, uma determinação silenciosa de se reerguer das cinzas. Decidida a deixar para trás os escombros de um amor perdido, Melissa ergueu-se com a coragem dos que têm o coração partido. As lágrimas já não mais rolavam por suas faces, agora secas pelo calor de uma determinação renascida. Ela sabia que o caminho à sua frente seria árduo, mas também sabia que era possível encontrar a paz e a felicidade além da dor. "Amiga, balada, topa?" - a voz de Anne, minha melhor amiga, invade meus pensamentos. "Tô sem clima", respondo sem ânimo. "Você nunca tá no clima! Hoje você não tem escolha, vamos e pronto!" - Anne decreta com seu jeito mandão de sempre. "Pedindo com tanto carinho, não tem como recusar", respondo com deboche. Arrasto-me da cama mesmo sem vontade e começo a me preparar. Um vestido preto colado, decote generoso nas costas, saltos dourados e uma maquiagem marcante compõem o meu look. Me olho no espelho e, pela primeira vez na noite, sinto um sorriso surgir em meus lábios. "Ok! Pronta!", falo ao entrar na sala onde Anne me espera mexendo no celular. "Uau, gata! Você está um arraso! Vai arrancar suspiros por aí!", ela exclama, me analisando dos pés à cabeça. "Obrigada!", murmuro, ainda um pouco tímida. "Mas vamos logo, antes que eu desista!" Saímos em direção à balada mais agitada do Rio de Janeiro. Entre papos e as brincadeiras de Anne, chegamos rapidamente. A casa de show Barra Music estava lotada como sempre, mas, graças à expertise da minha amiga, logo estamos lá dentro. E então, meus olhos cruzam com os dele. O tempo congela. Loiro, alto, um sorriso capaz de fazer qualquer mulher babar. Nossos olhares se prendem, e, por um momento, nada mais importa. Ele me presenteia com um sorriso e um aceno, colorindo minhas bochechas de vermelho. Desvio o olhar, constrangida com a súbita timidez. Encontro Anne no bar, pedindo bebidas. Me junto a ela e, num só gole, trago a minha para dentro. O líquido desce queimando pela minha garganta, um calor que se espalha pelo meu corpo. "Jesus, Anne! O que era isso?", questiono, ainda surpresa com a potência da bebida. Ela me olha sorrindo e pisca, contagiando-me com sua alegria. Meu sorriso, porém, se desfaz quando sinto mãos fortes tomarem conta da minha cintura, me fazendo prender a respiração. Arrepios percorrem meu corpo e, com as pernas bambas, reúno coragem para me virar. E lá está ele, o mesmo loiro que me acenou na entrada, seus olhos me fitando com uma intensidade que me deixa sem fôlego. Ao me virar, deparo-me com seus olhos, que me prendem como um feitiço. "O que uma princesa como você faz aqui sozinha?", ele pergunta, sua voz suave e rouca me fazendo arrepiar. "Prazer, me chamo Ricardo", ele se apresenta, estendendo a mão. Toco sua mão hesitante, meus dedos se perdendo na textura quente e macia da sua pele. Meus pensamentos se embaralham, incapaz de me concentrar em qualquer coisa além daqueles olhos azuis que me hipnotizam. "Prazer, Ricardo. Eu sou Anne", minha amiga interrompe, como sempre intrometida, "e ela se chama Melissa". "Melissa", ele repete meu nome, como se o saboreasse. "Um nome tão bonito para uma mulher tão linda." Sinto meu rosto corar com o elogio, e um sorriso tímido surge em meus lábios. "Posso pagar uma bebida para as damas?", ele oferece com gentileza. Ane responde prontamente: "Claro!". Eu, por outro lado, me encontro em estado de transe, hipnotizada pela beleza estonteante do homem à minha frente. Só de fitá-lo, sinto meu corpo incendiar-se. Uma chama que nunca senti antes, um calor avassalador que toma conta de cada célula do meu ser. O ar parece rarefeito, sufocante, e a temperatura do ambiente se eleva exponencialmente. Incapaz de suportar tamanha intensidade, decido ir ao banheiro lavar meu rosto, buscando na água fria o controle que meus sentidos perderam. “Anne, vou ao banheiro”. - Sussurrou Melissa no ouvido da amiga, buscando discrição apenas para os ouvidos dela. Com uma necessidade urgente, ela se pôs em busca do banheiro mais próximo. Nunca antes havia experimentado tal turbilhão de sensações por alguém. Estava excitada sem sequer ser tocada. Avistando o banheiro, Melissa correu em direção a ele, movida por um misto de desespero e excitação. Seu coração batia descompassado, e a sensação de calor parecia queimar por baixo de sua pele. Diante do espelho, seus olhos refletiam a dilatação das pupilas, seu rosto ruborizado denunciava o fogo que a consumia por dentro. Suas pernas tremiam, incapazes de conter a intensidade do desejo que a envolvia. Desesperada por algum alívio, Melissa molhou seu pescoço na esperança vã de acalmar o ardor que a dominava. No entanto, ao invés de diminuir, o fogo parecia crescer ainda mais, alimentado pela excitação que pulsava em suas veias. Melissa lutava para se recompor enquanto se arrumava, mas seu olhar traía todos os seus sentimentos: a excitação, o t***o, o desejo, tudo brilhava através de suas íris. À medida que saía do banheiro, um repentino movimento a fez colidir contra um peito musculoso. Mãos fortes a seguraram, fazendo seu corpo tremer com o contato, enquanto o aroma másculo do homem desconhecido invadia suas narinas, intensificando ainda mais seu desejo. Nossos olhares se encontram em um instante carregado de eletricidade, enquanto sua boca se aproxima perigosamente da minha. Suas mãos me envolvem, unindo nossos corpos em um contato arrebatador. Num instante, sou dominada por um beijo que incendeia minha pele, fazendo-me sentir um calor intenso que se espalha por todo o meu corpo. Naquele momento, a umidade entre as minhas pernas respondia ao desejo avassalador que me consome, ansiando por ele, desejando que aquele homem me possuísse ali mesmo, sem reservas, sem hesitação. Suas mãos exploram cada curva do meu corpo, deslizando com uma urgência sedutora, enquanto as minhas se entrelaçam em seus cabelos, puxando-o para mais perto de mim. Ele me pressiona contra a parede, seu corpo firme e quente se movendo contra o meu, incendiando ainda mais a chama do desejo. Posso sentir sua ereção crescendo sob o tecido, e minhas mãos, tomadas por uma luxúria incontrolável, começam a acariciá-lo sobre a calça.