ANGELINE MÜLLER Acordo devagar… o corpo pesado, a cabeça latejando. Mas é outra coisa que me desperta por completo: braços fortes ao meu redor, acariciando meu rosto com uma delicadeza inesperada. Arregalo os olhos. Henry. — Droga. — solto, numa mistura de pânico e vergonha, me levantando tão rápido que caio da cama com um baque surdo. — Por que você se jogou da cama? — ele pergunta, com aquele olhar curioso e cínico que me tira do eixo. — Eu não... eu não me joguei! Foi um acidente. — resmungo, sentindo meu rosto pegar fogo. Só então percebo. Estou vestindo uma camisa dele. E uma cueca. Paro. Congelo. Quem me trocou? Minhas mãos deslizam pela camisa larga, o tecido cheirando a ele. E o sangue me abandona ao perceber que eu não lembro de nada. — Quem... quem me vestiu? — perg

