bc

Beijos Entorpecentes

book_age18+
254
FOLLOW
1K
READ
love-triangle
possessive
friends to lovers
powerful
independent
drama
highschool
small town
betrayal
first love
like
intro-logo
Blurb

Katrinna Goldberg era uma jovem escritora que amava a música que acaba passando por várias situações inusitadas e vão tornando o seu dia-a-dia mais difícil.

Um homem misterioso que se esconde, um homem que a persegue incessantemente, um ex-namorado possessivo e um dilema em suas mãos.

Essa história é um romance e não um suspense como todos preferem descrever. Existe morte, existem almas e inferno, mas o foco da história é um amor incondicional que ultrapassa o limite do real e o possível.

chap-preview
Free preview
Capítulo 1
  Eu não me consideraria exatamente popular. Mas também eu não me considero uma menina exatamente comum. Muitos dizem que eu sou excepcional. Bobeira, na minha opinião. Eu me acho bem no padrão adolescente.  Nada excepcional.    A música da rádio do colégio tocava um country baixinho para acalmar os estudantes que logo cedo já estavam zoneando pelos corredores e se espremendo para passar de um lado para o outro, o que eu sempre achei uma péssima ideia, a música só nos deixava com mais sono, pelo menos eu me sentia assim. Ideia brilhante do nosso querido diretor Parker. Hermin já me esperava nos armários da ala leste com os braços cruzados e uma cara séria.    - Lá vem você de novo, Verlaine.    - Você esqueceu de mencionar para sua melhor amiga, que você ia faltar no dia da apresentação do trabalho de espanhol.  - eu a olhei e dei um sorriso forçado.     - Desculpa, vai Hermin. Eu tive alguns problemas em casa...     - O que foi?     - Vou te contar depois da aula, prometo. - disse já colocando os livros na mochila e me encaminhando para a sala. - Te vejo mais tarde.   Hermin era uma menina muito inteligente, muito preocupada e muito protetora. Desde que eu me mudei para aquele colégio há um ano, a gente se grudou uma na outra e não nos soltamos mais. A gente sempre revezava o primeiro lugar em todas as matérias, as pessoas sempre elogiavam nossa destreza. Ela ficou me olhando ir, sem dizer nada, com aquela típica cara de "cachorro sem dono", mas eu só não queria falar sobre aquilo naquele momento e especificamente não ali, onde todos podiam ouvir. As aulas da manhã se arrastaram como se nunca fossem terminar. Não ter alguém para conversar, fazia o tempo passar tão lento quanto uma senhora que atravessa o sinal. No intervalo, fui para as escadas do terraço, onde era nosso lugar secreto para encher a barriga e fofocar. Quando eu cheguei, ela já estava lá tomando suco e pensativa. Ao me ver, rapidamente ficou de pé e me abraçou.    - Olá. - eu sorri, ela parecia bem compreensiva. - Foi seu pai de novo? - confirmei com a cabeça.     - Infelizmente. Chegou ontem pela manhã tão bêbado que não conseguia sustentar as próprias pernas. Tive que limpar o vômito dele no chão do quarto quatro vezes. Eu passei o dia ontem cuidando dele e tentando impedir que saísse novamente. - Hermin passou as mãos em minhas costas, tentando me reconfortar.     - Sinto muito em ouvir isso, Katty.     - Me desculpe, fiquei tão cansada depois que acabei dormindo além da conta e depois tive que ajudar minha avó com as compras. Me esqueci completamente de te avisar.     - Tudo bem, eu fiquei preocupada contigo, mas imaginei que pudesse ser algo do tipo. Por sua sorte, você tem uma amiga que pensa em tudo e pedi a professora para gente se apresentar hoje. Foi difícil convencê-la. - gargalhou.     - O que você deu a ela? - disse, cética.     - Uma cópia exclusiva do livro "Vivir y Sonhar"  do Bradley que eu já sabia que ela estava atrás. Por sorte achei num fórum que eu navego as vezes e pedi pra imprimir. Ela quase chorou de emoção!      - Que surpresa, uma nerd que navega em fóruns suspeitos na internet!      - Me admira ela não ter nos dado logo um 10!   Nós rimos tanto que me esqueci dos problemas que eu tinha em casa, tudo o que eu mais queria era me esquecer. Depois do intervalo, voltamos para nossas classes. Aquele ano em específico estava sendo difícil, pois nossa turma do segundo ano foi separada em três e com isso, nós duas fomos separadas. No entanto Peter Cartmman, meu outro melhor amigo, que quase sempre estava atrasado no período da manhã, estava comigo. Ele era o típico bobalhão da turma. Fazia piada de tudo, colocava apelidos nos professores e só fazia bagunça. Ninguém sabe como ele sempre consegue tirar nota máxima nas provas, isso ainda é um mistério. O bom de tê-lo perto de mim, era que eu conseguia me divertir por mais vezes. Certa vez, nossa professora de Geografia pediu demissão e uma outra tomou seu lugar. Ela devia m*l ter seus 140cm, Peter, é claro, apelidou a pobre coitada de "Leprechaun".                Como em todo bom colégio deve ter, nosso colégio não era diferente em nada, tínhamos de fato o garoto mais bonito e mais descolado de todos os anos. Ele está no terceiro ano agora. Quando eu entrei no colégio, ninguém me notou de verdade. Eu usava meus óculos quadrados, era muito tímida para conversar e não tinha nada que me destacasse, além de minhas notas. Por vários meses eu fui chamada de nerd, junto com minha amiga Hermin. Graças ao Peter, eu consegui me enturmar rapidamente e com o passar do tempo, todos começaram a me aceitar, de certa forma. Mas quando voltei das férias e entrei no segundo ano, eu tinha trocado meus óculos por minhas lentes de contato e, com a autorização da minha avó, eu tingi o cabelo de loiro, me tornando o que sou hoje, meio popular e meio nerd. Pelo menos é o que as pessoas dizem, é claro. No primeiro dia da minha mudança de visual, parecia que eu tinha colocado um quilo de glitter na minha cara, eu brilhava tanto que ofuscava os engraçadinhos que sempre me colocavam apelidos. Mas foram algumas semanas depois que eu conheci Tarlla Coubert. Líder de torcida, ruiva natural, corpo perfeito. Típica patricinha. Ela se sentiu ameaçada quando eu entrei daquele jeito nos corredores da escola. Ela não se pronunciou, até seu ex-namorado vir falar comigo. Tony Mayer. Eu estava no meu armário conversando com Hermin depois do almoço quando ele se encostou do meu lado e deu aquele sorriso que derrete qualquer geleira do ártico.    - Olá, Katrinna. - falou casualmente. Eu já tinha sacado a intenção.    - Oi, Tony. - eu tentava não olhar para ele, para ele não perceber que eu estava vermelha como pimentão.    - Eu queria saber se você podia me ajudar com umas aulas de matemática. - na hora eu olhei surpresa para Verlaine e então para Tony. Ele mordia os lábios, droga, como era sexy.    - Você não está no terceiro ano? Eu ainda não entendo a sua matéria.    - Aposto que consegue se der uma olhada. Me encontra na biblioteca no intervalo?    - Sério? Na minha hora de descanso?    - Te garanto que não vai se entediar. Vou te esperar lá!    Ele então se desencostou e piscou para mim ao sair, todo alegre. Eu ainda estava bem confusa. Hermin me beliscou e eu soltei um gritinho.   - Au!   - Não, você não está sonhando. E nem eu!    - Eu sei disso, não precisava me beliscar.    - Você tem noção que o cara mais gostoso do colégio acabou de te chamar para um encontro?    - Eu sei, eu não sou boba, agora fale mais baixo por favor.    Eu podia sentir o olhar fulminante de Tarlla nas minhas costas, eu só queria correr dali antes que ela viesse me confrontar, mas eu não fui ágil o suficiente.    - Katrinna. - chamou num tom de autoridade, já cruzando seus braços no peito. Eu me virei e tentei não esboçar nenhuma reação.    - Oi, Tarlla. - ela caminhou até mim, com sua cara amarrada.  Ela parou a uma certa distancia e me olhou de cima a baixo, sorriu maliciosamente.    - Então, - começou. - você se acha muito com esse seu cabelo tingido, não é mesmo, Goldberg?    - Agora é crime tingir o cabelo? O que mais vejo nesse colégio é gente tingida, e não é só o cabelo. - ela gargalhou.    - Você tem coragem. Mas fique longe do meu caminho, garota. E especialmente, fique longe do Tony.    - Ele não é sua propriedade, Tarlla. - rebateu Hermin ao meu lado. - Todos já sabem que ele não te aguentou e vocês terminaram.     Quando Tarlla ia rebater um professor apareceu no corredor e logo em seguida o sinal tocou. Todos que estavam assistindo foram se retirando aos poucos.   - O aviso foi dado.     Ótimo. Era tudo que eu precisava...- pensei. O que seria o ensino médio sem um drama, afinal? Quando o sinal tocou, eu fui direto pras escadas comer meu sanduiche, quando Hermin me repreendeu.    - Você devia estar na biblioteca!    - Eu realmente não quero me meter em encrenca por causa de um cara bonito.    - Mas você gosta dele. Sempre falou dele desde que entrou no colégio.   - Bom, mas que garota não fala dele? - Hermin ficou calada, eu parecia ter vencido.    - Mas e se ele estiver te esperando lá? Essa hora não fica ninguém na biblioteca.    - Aposto que assim que ele perceber que eu não apareci, vai voltar para o círculo de amigos dele.   Quando o sinal tocou, percebi que havia um murmurinho ao voltar para as classes. Todo mundo ficava me encarando e sussurrando.    - ...não acredito que ela deixou ele esperando quase uma hora.     - ... o coitado ainda estava lá, sem comer nada, esperando ela aparecer quando eu passei pela biblioteca....   Comentários do tipo ficaram rondando meus ouvidos por longos dez minutos, quando eu me levantei rapidamente da carteira e fui correndo até a cantina, que já estava fechando.    - Por favor, me dê dois bolinhos de chocolate! Um amigo está passando m*l. - a mulher da cantina me olhou com desdém, mas cedeu ao pedido.    - Na próxima vez, venha mais cedo. - resmungou.    Eu corri com os bolinhos na mão e parei na porta da biblioteca ofegante. Ele ainda estava lá. Porém, estava debruçado sobre a mesa de leitura, com um livro de matemática aberto e ele dormindo, serenamente. Eu sorri ao vê-lo tão vulnerável. Tão... ele parecia tão tangível agora. Eu me sentei na cadeira de frente a ele e me aproximei de seu rosto, tocando em seu cabelo castanho. Ele era robusto, malhava todos os dias, seus braços m*l cabiam dentro da blusa da escola. Seu respirar lento e ritmado fazia com que seus ombros se mexessem de uma forma que me fazia sentir em casa. Eu queria estar ali, com ele, naquele momento. Desde que entrei na escola, nutri um amor platônico por ele e seu sorriso magnífico, sua risada suave como uma onda no mar. Ele tinha longos cílios negros e suas pálpebras se mexiam freneticamente, provavelmente ele sonhava. Nunca achei que ele realmente fosse me chamar para sair, quer dizer, eu até tive esperanças quando todos os meninos do colégio vieram me pedir em namoro quando cheguei mudada de um dia para o outro. Eu pensei que talvez, só talvez, ele me notasse. E o anuncio do término com a Tarlla só me fez ficar mais esperançosa ainda, mas já tinha tempo e ele... nunca me procurou, até hoje. Eu fiquei ali, o admirando, quando de repente ele abriu os olhos e me surpreendeu. O susto foi tanto que eu quase caí da cadeira, mas ele esticou a perna num ato de reflexo e apoiou minha cadeira antes que eu me quebrasse toda no chão.    Ao me endireitar, ofegante, tentei sorrir e arrumar meu cabelo que estava todo desgrenhado da corrida e do susto. Eu estava tão distraída com meu cabelo que não notei que estava com um misto de alegria e surpresa em seu rosto.   - Você veio. - disse sorrindo. Eu vi seu rosto todo amassado por ter dormido sobre o livro e dei um leve sorriso.    - Desculpa a demora. Trouxe bolinhos!   Tony deu a maior gargalhada ao ver os bolinhos amassados que eu trouxe e aceitou de bom grado.    - Vejo que não tem mais como estudarmos matemática. - comentou com a boca cheia.   - Me desculpe, eu não achei que você realmente estava me chamando para estudar.    - O que?   - Achei que era um trote, sei lá. - ele deu um leve sorriso sem graça e abaixou os olhos para as próprias mãos.   - Você ainda não me conhece, não te culparia se achasse que sou um babaca.    - Eu nunca disse isso.   - Então, posso te acompanhar até a sala de aula?    Eu meditei por alguns instantes no convite e por fim decidi que não era a melhor das ideias.   - Acho melhor não... muita gente desagradável vai ver a gente junto e você sabe...    - Então posso te levar em casa depois da aula?      Acho que meus olhos brilhavam tanto que ele deve ter percebido o quão deslumbrada eu estava com tudo aquilo. Era um sonho? Eu não sei, e de verdade, eu não queria saber.   Tony me perguntou se podia me levar até em casa e acabei dispensando a carona diária de Hermin, que era praticamente minha vizinha.   - Mas por que? - perguntava indignada.   - Amanhã te explico!  Eu sai correndo pelo estacionamento e encontrei Tony acenando discretamente para mim. Creio que Hermin, que já estava desconfiada, tenha visto minha escapada nada discreta no estacionamento. Entrei em seu carro, tremendo dos pés à cabeça e tentei não ficar com medo da situação. Eu morava bem longe da escola, de carro chegaríamos no máximo em vinte minutos, eu sempre ia com a Hermin pois éramos vizinhas. Coloquei meu cinto de segurança e passei o trajeto todo em silêncio. Tony tinha um sorriso no rosto, que parecia ter congelado em seu rosto. Ele as vezes me olhava de canto de olho, e eu tentava não surtar. De repente, um pouco antes de chegar na minha casa, ele encostou o carro. Ele se virou para mim e esperou que eu fizesse o mesmo.    - Você está nervosa? - perguntou um pouco tristemente.    - Eu... nunca estive sozinha com um garoto. - ele me encarou com aqueles olhões verdes e sorriu.    - Então eu sou o primeiro? - ele se recostou no banco, parecia uma criança feliz. - Desde o dia que você chegou, eu tenho te observado.    - Desde que cheguei?    - Desde o primeiro dia. - eu corei na hora e tentei olhar para o outro lado, mas ele pegou meu rosto e me fez olhar para ele. - Eu não pude falar com você antes, eu estava com a Tarlla e não quis fazer isso desse jeito. Eu terminei com ela tem um mês e só estava esperando a oportunidade ideal para chegar em você.   Eu continuava sem acreditar nele, mas meu coração pulava em meu peito, querendo que aquele momento nunca acabasse.    - Mas então, você chegou toda diferente na escola, não tinha uma pessoa que não te visse chegando. - ele riu. - Eu precisei dar meu primeiro passo, antes que alguém fosse mais rápido do que eu.    - Bom, alguns foram. Pra sua sorte eu não cai tão fácil na lábia deles.    Dizendo isso, ele aproximou seu rosto do meu e me beijou. Sem hesitar e com muita segurança do que fazia. Seus lábios eram tão quentes, ele era tão quente. Seus braços me envolveram, ele tentava se conter, seus lábios eram selvagens, procurando minha língua e quando se encontraram, eu pude sentir meu coração quase explodir. Aquele beijo, o meu primeiro beijo, me tirou todo o fôlego. Quando ele se afastou, ele estava tão desnorteado quanto eu. O beijo foi intenso e ficamos rindo e nos olhando por longos minutos, sem acreditar.    - Desde do dia que a menina com os olhos mais azuis que o céu e o cabelo como as ondas do mar chegou na escola, meu coração já era seu.    E me beijou ardentemente mais uma vez antes de me levar para casa.                            .                                           

editor-pick
Dreame-Editor's pick

bc

Contos Para Não Dormir

read
1K
bc

Tua Calmaria

read
4.0K
bc

Paixão em Paris

read
1.5K
bc

A teoria dos Opostos

read
1.3K
bc

Amanda - Parte I

read
2.0K
bc

Dádiva

read
33.8K
bc

Quero ver o que tem no escuro

read
6.5K

Scan code to download app

download_iosApp Store
google icon
Google Play
Facebook