2

2140 Words
O bebê não era dele. As palavras de Dante ecoaram na minha mente como um tiro. Eu recuei na cama, meu corpo ainda dolorido, o coração batendo tão forte que doía. — O que você está *insinuando*? — minha voz saiu áspera, como se tivesse engolido vidro. Dante não desviou o olhar. Seus olhos âmbar queimavam com uma intensidade que me fez tremer. — Você sabe exatamente do que estou falando, Isa. — *Não era seu.* — Era. Ele disse isso com tanta certeza que por um segundo, *eu duvidei*. Mas então lembrei. — Eu não te toquei desde Miami. E Ricardo e eu… nós *não usamos proteção*. Dante sorriu, lento, perverso. — E você acha que uma noite é suficiente para engravidar? O quarto ficou *silencioso*. Minha mente retrocedeu freneticamente. *O teste de gravidez. As semanas de cálculo. A única vez que Ricardo e eu…* *…dois dias antes do atraso.* Mas Dante estava certo. *Não era tempo suficiente.* A menos que… *Oh, Deus.* — Você está *mentindo* — eu sussurrei, mas minha voz falhou. Dante se inclinou para frente, seus dedos fechando em volta do meu pulso. — Lembra daquela festa na casa de praia? Você bebeu demais. Ricardo foi chamado para uma emergência no trabalho. *Eu te levei para o quarto.* Meu estômago embrulhou. — Nós *não fizemos nada*. — Você realmente não lembra, não é? — Seu polegar circulou meu pulso, um toque *intencionalmente* familiar. — Você estava tão linda, tão *molhada* por mim… — *PARE!* Eu puxei meu braço, mas ele não soltou. — Você gritou meu nome naquela noite, Isa. *Assim como em Miami.* O quarto parecia estar girando. Eu *não me lembrava*. Ou talvez não *quisesse* lembrar. Mas meu corpo… meu corpo *reconhecia* o toque dele. — Por que você está fazendo isso? — minha voz saiu quebrada. Dante soltou meu pulso, mas seu olhar era *frio*. — Porque você precisa saber a verdade antes que *eles* te matem. — *Quem?* Ele hesitou, como se lutando contra si mesmo. — Minha mãe nunca aprovou seu relacionamento com Ricardo. — Porque? — Porque ela sabia que o bebê era *meu*. *Não. Não. Não.* Eu me levantei tão rápido que a cabeça girou. — Você está *louco*. Dante não se moveu. Calmo. Controlado. *Perigosamente* paciente. — Minha mãe mandou aqueles homens. Ela não pode arriscar você descobrindo. — Descobrindo *o quê*? — Que Ricardo é *estéril*, Isa. O mundo *parou*. — …*O quê?* Dante levantou, devagar, como se eu fosse um animal assustado. — Ele fez um exame há seis meses. Nunca te contou. *Mentira. Tinha que ser mentira.* Mas então… *Por que Ricardo fugiu do casamento?* — Ele viu a foto e percebeu — Dante continuou, implacável. — Percebeu que o bebê não podia ser dele. Minhas pernas cederam. Dante me pegou antes que eu caísse, suas mãos *quentes* demais na minha cintura. — Eu não sabia, Isa. Juro por Deus. Se soubesse que você estava grávida… — Você *arruinou* tudo! — eu gritei, golpeando seu peito. Ele não se defendeu. — Eu te avisei para não se casar com ele. — *PORQUE VOCÊ NÃO ME CONTOU?!* Seus olhos escureceram. — Você teria acreditado em mim? Eu não respondi. *Não.* O silêncio entre nós era *sufocante*. Até que o celular de Dante vibrou. Ele olhou a mensagem e *endureceu*. — Temos que ir. *Agora.* — Para onde? — Para encontrar Ricardo. — *Você sabe onde ele está?* Dante não respondeu. Em vez disso, pegou uma arma da mesa de cabeceira e a enfiou na cintura. — Eles vão rastrear você aqui. — *Quem?!* Ele finalmente me olhou nos olhos. — Pessoas que matariam por um segredo de sangue. *O que isso significava?* Mas não houve tempo para perguntas. Porque a janela *explodiu*. Vidros voaram. Dante me jogou no chão, cobrindo meu corpo com o dele enquanto *tiros* rasgavam o ar. — *Maldita seja!* — ele rosnou, sacando a arma. Eu engasguei com a fumaça, os gritos do lado de fora, o cheiro de *sangue*. Dante atirou duas vezes. Um grito. — *Vamos!* — Ele me puxou pelo braço, forçando-me a correr para uma porta dos fundos. Escadas estreitas. Um corredor escuro. *O som de passos atrás de nós.* — Dante… — eu sussurrei, aterrorizada. Ele apertou minha mão. — Não solta. E então, *corremos*. O carro dele estava escondido em um beco. Dante me jogou no banco do passageiro e acelerou antes que eu pudesse fechar a porta. — *Onde estamos indo?!* — Para um lugar seguro. — *Dante!* Ele olhou para mim, apenas por um segundo, e eu *vi*. *Medo.* Dante Valente *não tinha medo de nada*. Até agora. — Minha mãe está envolvida em coisas que você não pode imaginar, Isa. — *Fale claro!* Ele engoliu seco. — Ricardo descobriu. Sobre o bebê. Sobre *tudo*. E ela não podia deixar ele te contar. — *Tudo o quê?!* Dante apertou o volante até os nós dos dedos ficarem brancos. — Que você *nunca* deveria ter se envolvido com um Valente. Três horas depois, estávamos em uma cabana no meio do nada. Dante trancou todas as portas, checou as janelas, *armou armadilhas*. Eu estava *enlouquecendo*. — Você vai me contar a verdade *agora*. Ele virou, seus olhos *selvagens*. — Você realmente quer saber? — *SIM!* Dante fechou a distância entre nós em dois passos. — Meu irmão não é *só* estéril, Isa. Ele é *meio-irmão*. *…O quê?* — Minha mãe *mentiu* para ele a vida toda. O pai dele não era meu pai. — *E quem era?* Dante respirou fundo. — Alguém que faria *qualquer coisa* para proteger seu segredo. *Incluindo matar.* — E o bebê… — minha voz falhou. Dante encostou a testa na minha. — *Meu.* Eu fechei os olhos. — Por que você não me contou? — Porque eu *tentei*. Naquela noite, na praia. Você estava tão bêbada… você não lembra, mas *eu te disse*. *"Nunca durma com meu irmão."* *"Nunca dê a ele um filho."* *"Porque ele não pode te dar um de volta."* — Você achou que eu estava *ameaçando* você — ele sussurrou. Eu me lembrei. *Lembrei do pânico nos olhos dele. Do jeito que ele me segurou, implorando para eu *ouvir*. E como eu ri, bêbada, e o chamei de *louco*.* Oh, Deus. — Então… Ricardo descobriu. Dante assentiu. — Ele confrontou minha mãe. Ela o trancou em algum lugar. *Para protegê-lo.* — *Protegê-lo?!* — Dele mesmo. Ele não está… bem, Isa. Meu coração doeu. — E o bebê… Dante encostou a mão no meu ventre, *tão leve* que quase não senti. — Eu não sabia. Mas se soubesse… *Ele teria me protegido?* *Teria me impedido de casar?* *Teria me amado?* Seus olhos responderam por ele. O toque dele queimava. Eu deveria odiá-lo. Mas em vez disso… *Eu o puxei para mim.* Dante ficou *rigido* de surpresa. — Isa… — *Cale a boca.* E então, *eu o beijei*. Foi *violento*. Foi *vingança*. Foi *desejo puro*. Dante gemeu contra minha boca, suas mãos agarrando meu quadril como se eu fosse escapar. — Você *odeia* mim — ele respirou. — *Sim.* — Então *pare*. — *Nunca.* E então… *Ele me dominou.* Seu corpo me pressionou contra a parede, suas mãos *em todo lugar*. Meu vestido rasgou. Seus dentes no meu pescoço. Meu gemido *alto* no silêncio da cabana. — Você ainda é *minha* — ele rosnou. Eu *arranhei* suas costas. — *Prove.* Dante não precisou ser convidado duas vezes. Foi *ódio*. Foi *luxúria*. Foi *dois anos de desejo reprimido*. Ele me levou ao limite, me fez gritar, me fez *chorar*. E quando ele finalmente entrou em mim, *tão familiar*, foi como *voltar para casa*. — *Dante* — eu gemi, meus dedos enterrados em seu cabelo. Ele me olhou nos olhos, *tão intenso* que doeu. — Desta vez, Isa… *eu não vou te perder.* E então… *Alguém bateu na porta. A batida na porta ecoou como um tiro. Dante *congelou* dentro de mim, seu corpo tenso, seus músculos contraídos sob minhas mãos. — *Merda* — ele rosnou, os olhos escurecendo de prazer para alerta em um segundo. Outra batida. *Mais forte.* Eu deveria ter me assustado. Mas com ele ainda *enterrado* em mim, meu corpo estava longe de sentir medo. — Não pare — eu sussurrei, minhas pernas apertando sua cintura. Dante soltou um som entre um riso e um gemido. — Você vai ser a morte de mim, mulher. E então, *ele se moveu.* Lento. *Deliberado.* Cada embate foi uma tortura *perfeita*, sua ponta roçando *exatamente* onde eu mais precisava. — *Dante…* — meu gemido foi engolido por sua boca. Ele me beijou com *fome*, suas mãos agarrando meus pulsos e prendendo-os acima da minha cabeça contra a parede. — Quieta — ele ordenou, sua voz áspera. Outra batida. *Golpes agora.* Mas eu não me importava. Não quando ele *apertou* meus s***s com a outra mão, os dedos torcendo meus m*****s até doer. — Você gosta disso, não é? — ele sussurrou, seus dentes no meu ombro. — Saber que alguém pode nos *pegar*. Eu *arqueei* contra ele, meu corpo traindo meu ódio. *Sim. Sim. SIM.* A porta tremeu sob o impacto. Dante não parou. Seus quadris bateram contra os meus com uma força que me fez ver *estrelas*, cada movimento calculado para me levar ao limite. — Eu devia te deixar aqui — ele murmurou, sua respiração quente no meu pescoço. — *Toda aberta. Toda minha.* A imagem *arrancou* um gemido da minha garganta. — *Seu bastardo.* Ele riu, *sombrio*, e então— *Mudou o ângulo.* Eu *gritei* quando ele acertou *lá*, meu corpo curvando como um arco. — *É isso* — ele rosnou. — *Goza pra mim.* A porta *quebrou*. E eu *quebrei com ela.* O orgasmo me atingiu como um trem, meu corpo *convulsionando* em torno dele, minha boca aberta em um grito silencioso. Dante me beijou *devorando* meu gemido, seu próprio corpo tremendo quando ele *jorrou* dentro de mim, quente e *possuidor*. — *Minha* — ele rugiu contra meus lábios. *TILT!* O som de uma arma sendo engatilhada nos fez *separar* num instante. Dante me empurrou para trás dele, *protegendo*, seu corpo ainda *exposto* quando a porta finalmente cedeu. — *Parece que interrompemos algo* — uma voz *familar* zombou. Meu coração *parou*. *Ricardo.* Ele estava *irreconhecível*. Cabelo emaranhado, olhos *injetados de sangue*, roupas rasgadas. Mas a arma em suas mãos estava *muito firme*. — Irmão — ele cumprimentou, a voz *cortante*. — Você sempre soube *tomar o que é meu*. Dante não se moveu. — Você não está bem, Ricardo. — *NÃO ESTOU BEM?!* — ele gritou, a arma tremendo. — *Você me trancou como um animal!* — *Foi a mãe* — Dante respondeu, calmamente. Ricardo riu, um som *quebrado*. — Ela me contou *tudo*. Sobre meu pai. Sobre *você*. — Seus olhos *arderam* em mim. — Sobre *ela*. Eu engoli seco, meu corpo ainda *pulsando* do orgasmo, minhas pernas *tremulas*. — Ricardo… — *CALA A BOCA, p**a!* O tiro *estourou* antes que eu pudesse piscar. Dante *me derrubou* no chão, seu corpo cobrindo o meu. Mas não houve *dor*. Apenas *silêncio*. Quando olhei para cima, Ricardo estava *chorando*, a arma apontada para o próprio queixo. — *Ele vai puxar o gatilho* — eu sussurrei, horrorizada. Dante *moveu-se* rápido demais. Um *corpo* contra *outro*. Um *grito*. Um *segundo tiro*. E então… *Sangue.* Ricardo estava no chão. *Não morto.* *Atirado na perna.* Dante soprava como um touro, a arma *dele* agora fumegante. — *Você atirou nele!* — eu gritei. — Ele ia se *matar*, Isa! Ricardo riu, um som *quebrado*, seu sangue escorrendo pelo assoalho. — *Ela nunca vai te amar como me amou* — ele cuspiu. Dante *endureceu*. — Você está *doente*. — E você é um *mentiroso*. — Ricardo olhou para mim, seus olhos *vidrados*. — Pergunta pra ele, Isa. Pergunta *quem realmente mandou aquela foto*. *…O quê?* Dante *tremeu*. E então, eu *soube*. — *Foi você* — eu acusei, meu coração *rasgando*. Dante não negou. — Eu te avisei para não se casar com ele. — *MANIPULADOR!* Ricardo riu, *sangrando*, *insano*. — Bem-vinda ao clube. Dante olhou para mim, seus olhos *implorando*. — Isa, eu— — *SAI!* — eu gritei, minhas lágrimas *queimando*. — *SAI DE PERTO DE MIM!* Ele *recuou*, seu rosto uma máscara de *dor*. E então, *a porta dos fundos arrebentou*. Homens de preto. *Armas.* *Dona Catarina Valente* no centro, seus olhos *glaciais* em mim. — *Acabou*, menina. Dante *pulou* entre nós. — *Mãe, não!* Ela olhou para ele como se fosse *lixo*. — Você sempre foi *fraco*. E então… *Ela atirou.* A dor *não veio*. Porque Dante *levou o tiro por mim*. Seu corpo *sacudiu* quando a bala o atingiu no peito. *SANGUE.* *MUITO SANGUE.* — *DANTE!* — meu grito *rasgou* a cabana. Ele caiu de joelhos, seus olhos *presos nos meus*. — *Corre…* E então… *Tudo ficou preto.*
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD