• Capítulo 6 •

1272 Words
E novamente o barulho vindo do andar de baixo fez Bella acordar e pular da cama. Ela escutou panelas caindo no chão e, logo depois, um grito de dor. A menina levantou e saiu correndo, chegando próxima do último degrau, onde escutou vozes que não eram de seu pai. — Vamos lá, Scott, é só você falar onde ela está! — um soco foi dado em sua barriga, fazendo-o gemer de dor. — Onde ela está? — Rafael, ela está aqui! Isabelly olhou para trás e, no topo da escada, viu um rapaz todo vestido de preto com uma arma na mão esquerda e na outra uma espada. A morena arregalou os olhos quando o rapaz começou a vir em sua direção. Um grito saiu de sua garganta quando sentiu mãos em volta de sua cintura e depois uma leve picada de agulha. — Calma, bebê, não grite. O corpo de Isabelly se arrepiou ao sentir o hálito em seu pescoço. A garota teve poucos minutos para pensar antes que o rapaz a puxasse para a saída. Isabelly se mexia sem parar nos braços do rapaz; ela precisava pensar, precisava fazer qualquer coisa. Então, como um ato de desespero, chutou a mesinha da entrada, fazendo o jarro de vidro cair no chão e voar na direção dela. A garota fechou os olhos e virou o rosto. Poucos minutos depois, sentiu seu corpo cair no chão. Assim que abriu os olhos novamente, pôde ver um rapaz de dreads loiros e longos proteger o rosto. Rapidamente, ela se levantou do chão e correu até a cozinha, encontrando Scott desmaiado no chão. — Pai! — Isabelly balançava Scott, tentando acordá-lo. — Papai, acorda! Vamos! A morena gritou novamente e levou as mãos até o cabelo, sentindo outra mão puxar seus fios com força. Com a mão esquerda, segurava seu cabelo enquanto a outra procurava qualquer coisa no chão. Quanto mais seu cabelo era puxado, mais doía. Então, sentiu o cabo de uma frigideira, pegou firme a mesma do chão e, com toda a força, bateu no braço que a segurava. Assim que foi solta, virou para trás e correu até o balcão de mármore, colocando as mãos nos ouvidos. A cada barulho de tiro, o corpo de Bella encolhia. — Pare de atirar, seu i****a! Valentin quer ela viva! 'Valen quem?' Ah, meu Deus, Isabelly estava frita. A garota precisava sair dali o mais rápido possível. Enquanto o barulho dos sapatos era ouvido, ela olhava em volta, tinha que ter alguma coisa, qualquer coisa para ela usar. Então, como uma luz, a arma de seu pai estava a poucos metros dela. Assim que a pegou, levantou do chão e saiu atirando para todos os lados desajeitadamente enquanto corria na direção da escada. Já no penúltimo degrau, sentiu seu pé ser puxado, seu corpo indo ao chão e um gemido de dor logo em seguida. A voz dela gritando para soltá-la, era ouvida por toda a casa. Seu olhar se arregalou ao sentir a ponta de algo afiado nas costas do homem, o tirando de seu campo de visão. Então, sem pensar duas vezes, a menina correu para o quarto e fechou a porta, empurrando a penteadeira na direção da mesma para bloquear a entrada. Depois, foi até o banheiro e fechou a porta. Assim que abriu a janela, o barulho forte da chuva assustou a garota. Estava chovendo, como ela não percebeu isso antes? O coração da menina acelerou ao escutar a porta de seu quarto ser estourada. Ela olhou para baixo através da janela; não tinha como ela pular dali, iria morręr assim que chegasse ao chão. Já era, não tinha para onde correr, para onde ir. O que estava acontecendo? Há dois minutos atrás, ela estava dormindo completamente chapada, e agora isso. Isabelly pulou ao escutar batidas na porta. Sua respiração estava faltando, estava ficando enjoada. Merdå, ela iria desmaiar ali... agora. — Isabelly! Abre! — mais uma batida e outra. Sua visão estava ficando escura. — Morena, sou eu, o Derrick. Abre a porta. Foi um alívio ouvir a voz dele, ouvir o nome dele. Então, sem pensar, ela abriu a porta, e lá estava o moreno em sua frente, com um olhar sombrio e sério. Antes mesmo da garota falar, Derrick puxou a mão dela e começou a arrastá-la para fora do quarto. Seus pés descalços se atrapalhavam ao descer as escadas. Assim que a menina passou pela sala, seus olhos se arregalaram novamente. O rapaz todo de preto estava mörto; havia um buraco enorme no peito dele. Meu Deus, quando a chuva gelada encostou em seu rosto e os pés no chão frio, Isabelly finalmente percebeu: Derrick estava levando ela embora. — Não, não! — ela dizia enquanto tentava soltar sua mão. — Derrick, não! Meu pai, me solta! Meu pai está lá dentro! — Isabelly, a gente tem que ir agora! — Eu não vou a lugar nenhum sem meu pai! — Quando eu cheguei, ele não estava lá! — Claro que ele estava! — Não, só tinha você e aquele cara. Nesse momento, a ficha dela caiu. Foi ele, o Derrick. Ele acabou de måtar aquele cara. Não, não pode ser. Nenhum ser humano iria fazer um buraco no corpo de alguém. — Derrick... tinha um cara loiro de dreads junto com aquele outro. — Ele deve ter pego seu pai. — Bella ouviu ele murmurar um palavrão baixinho e passar as mãos no cabelo. — Vem, a gente tem que ir agora. Ele voltou a puxá-la pelas ruas do bairro; a chuva estava forte, mas ela reconhecia o caminho que ele estava fazendo. Enquanto ela andava, tentava entender o que estava acontecendo. Não fazia poucos minutos que ela tinha chegado em casa ou adormecido, e agora isso. Onde o pai dela estava? Quem eram aquelas pessoas? E quem era Valentin? — Anda, entra. — Derrick colocou a mão na cintura dela, e na mesma hora o corpo dela ardeu, fazendo-a se encolher. — O que foi? — Ah, você está aí. Qual foi a sua? Saiu correndo enquanto me explicava a fuga do... Fernanda se calou quando chegou na sala, vendo sua amiga descalça e toda molhada, com a testa sångrando e ainda tentando acalmar a respiração ofegante. — Derrick, o que aconteceu? — A menina ouviu um "não sei" vindo do irmão enquanto ele ia em direção à cozinha. — Como assim não sabe!? — Não sei, Fernanda! — O irmão gritou de volta quando a jovem parou na porta da cozinha. — Meu coração começou a acelerar e minha cabeça doer, por isso eu saí correndo. Sabia que tinha alguma coisa errada, e quando cheguei lá, ela estava gritando enquanto um homem segurava seus pés. Isabelly ouvia eles gritando um com o outro, mas o som era distante. Seu corpo estava dolorido, sua visão embaçada, novamente a vontade de vomitar e a dor em volta da cintura. Quando ela levantou a blusa, havia uma marca vermelha em volta de sua pele. Ela fechou e abriu os olhos com força, levantou o olhar suspirando logo em seguida. — Gente... Outro suspiro. O ar de seus pulmões estava sumido, e a visão dela mais uma vez escureceu. Ela sentiu seu corpo leve e suas pernas bambas. Antes de ter o impacto de seu corpo no chão, sentiu uma mão macia e pequena segurar seu ombro. Ela abriu os olhos mais uma vez, vendo sua amiga a olhar com preocupação. Fernanda falava alguma coisa, mas Isabelly não conseguia escutar. "Três coisas não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a verdade." °∆•
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