• Capítulo 5 •

1324 Words
Derrick Forbes mexia em todos os armários da cozinha, procurando qualquer bebida forte o suficiente para se acalmar. Assim que abriu o último armário, agradeceu por encontrar uma garrafa de whisky pela metade. Ele foi rápido em colocar o líquido no copo e beber de uma só vez. Assim que o líquido desceu por sua garganta, o rapaz pigarreou. O barulho do copo de vidro junto ao balcão de mármore foi alto; Derrick estava irritado com algo, era nítido. — Calma, garoto. Vai quebrar meu copo e vai ter que comprar outro. — Ela dormiu? — O rapaz disse, colocando mais whisky no copo. — Demorou um pouco, mas dormiu — Scott disse, puxando uma cadeira. — Coloca um pouco para mim. — Fica à vontade para se servir, vossa alteza — o sarcasmo na voz do rapaz era nítido. — Fala aí o que você quer? Eu tenho coisas para fazer. — Como ir atrás do Jacob e mandar ele ir embora — Scott ergueu uma sobrancelha e depois fez uma careta. — Acha que vai funcionar? — O rei colocou o copo na mesa e depois levou a garrafa até a boca, bebendo o resto que ainda tinha no recipiente. — Era isso que tinha para falar? Adorei o papo. — Derrick, sente-se por favor. — Fala logo — o jovem começou a girar o copo em sua mão, olhando fixamente a parede, parecia estar perdido em seus próprios pensamentos. — Admiro você. Você me lembra muito seu pai. Como rei dos demônios, acho que você deveria assumir seu cargo e não deixar nas mãos de terceiros um reino tão poderoso assim. — Vai ficar me passando sermão? Meu jeito de resolver as minhas coisas é diferente do seu. — Eu sei disso, filho. Só estou lembrando que você, como o atual rei dos demônios, deveria assumir seu posto. Você sabe que no seu reino tem muitas coisas valiosas como... — Como o corpo real de Laryssa Schmidt ou o prisioneiro Valentin Becker? Ah, é! Ele faz parte da sua prisão agora. — Não, não faz. — A voz de Scott foi tão baixa, quase imperceptível. Derrick virou o rosto lentamente e ficou olhando Scott como se quisesse entender o que ele havia acabado de falar. Sua mente estava tentando processar a informação que acabara de receber. — O que você disse? — Derrick realmente estava abalado e confuso. Como assim? Como Valentin havia escapado? — ME RESPONDE, SCOTT! — O rapaz levantou bruscamente, fazendo a cadeira cair no chão. — Ele estava sob suas ordens! Sob a pōrra de seus guardas! — Derrick, por favor, não grite. — Não gritar?! Ah, vai se füder! Pörra, você veio cheio de frases feitas para cima de mim, falando que minha ausência no reino dos demônios estava afetando os negócios e deixando Valentin mais forte. Dizendo que ele continuava lá, na pōrra da prisão do medo, sem saída, sem qualquer maneira de sobreviver mentalmente lá! Aí você resolve transferi-lo para o seu reino, onde você também! Repito, VOCÊ também estava ausente e agora onde ele está, aham? Me responde! — Derrick, você vai acordar ela, pare de gritar. — Por que você não consegue admitir seu erro? — O rapaz andava de um lado para o outro. — Não estou dizendo que sou a vítima, só estou avisando o que aconteceu na noite passada. Derrick jogou o copo na parede com tanta força que fez o vidro quebrar em pequenos pedaços. Seus olhos estavam negros como antes, a raiva que ele estava sentindo fazia seu corpo ficar quente e sua respiração desregulada. Ele fechou a mão em punho tentando manter a calma. — Valentin vai vir atrás dela! — O rapaz gritou novamente. — Só tem uma coisa que eu e aquele filho da püta temos em comum! — Sim, é provável — Scott respirou fundo. — Temos que contar para ela. — Já faz séculos que ela está longe disso tudo. — Sim faz, mas acho que... — O velho fez uma pausa como se estivesse pensando. — Um dia que Jacob está aqui? E a Safira já está correspondendo a ele. Uma coisa Scott tinha razão. Isabelly havia visto Jacob pela primeira vez ontem e a fúria que a jovem carregava já estava correspondendo a ele. Certo, Valentin estava solto em algum lugar por aí, mas esse era o menor de seus problemas no momento. Bella não iria acreditar, não assim, não tão fácil. — Bom, quer contar para ela como? — Derrick soltou uma risada sarcástica. — Ei Isabelly, você é uma princesa! Há verdade, e uma fúria também. Putz, e por sinal, o mundo sobrenatural existe. — Assim seria bem mais fácil... mas não, já falei com a Jocelyn. Amanhã cedo ela estará aqui. Espero que você também esteja. — Ele vai estar aqui, com certeza. Não estou afim de vê-lo, se eu ficar no mesmo local que ele, o måto. Derrick pegou sua jaqueta que estava em cima do balcão junto com as chaves do carro. — Ela é sua Astral e precisa de você! Por um momento, o rapaz parou na porta e ficou pensativo. Mais logo saiu da casa. Ele agradecia pela casa deles não ser distante uma da outra. Precisava andar, precisava pensar. Mais que pörra! Como assim, o que estava acontecendo? Até ontem mais cedo tudo estava bem. Há drōga. As palavras de Scott estavam ecoando em sua mente. " Ela é sua Astral " Mërda, ele sabia disso. Não precisava ficar lembrando a toda hora. Era difícil. Ela estava ali todos os dias e não lembrava de nada, absolutamente nada. Aquilo o irritava. Derrick e Isabelly não eram apenas amiguinhos que se conheceram na escola. Eles tinham história, tinham uma ligação que simplesmente acabou quando Jacob chegou. Ah, esse nome, essa família, sempre entrando no caminho. Derrick não conseguia tirar a imagem dela, nem a dor que ele sentiu quando a bala atingiu Bella. Não dava, não tinha como. Ele ficava sem ar só de lembrar como doeu, como foi horrível perdê-la. “Como em câmera lenta, Derrick viu Scott puxar a arma do guarda ao seu lado e depois Isabelly se soltar do guarda que a segurava. Rapidamente, Derrick saiu da linha de frente dos guardas, mas seu movimento foi lento. Houve o barulho do tiro e depois uma dor ardente em seu corpo. Ele não conseguia assimilar o que estava acontecendo. Todos gritavam o nome dela. Por um momento, seus olhos entraram em completa escuridão. A dor que ele sentia em seu corpo não permitia que seus olhos ficassem abertos. Lutando com seu próprio corpo, Derrick correu até Bella. Assim que chegou até ela, empurrou todos que estavam em volta. — Ei, Morena! Morena, olha para mim, está legal! Na voz dele, podia-se sentir o choro preso na garganta. — Derrick! D-Derri, está doe..ndo... está doendo muito. Isabelly chorava de soluçar, sua mão sobre o ferimento e sobre ela a mão de Derrick. — Por favor, Derrick, faz parar. Por favor. Nesse momento, o coração de Derrick se partiu. — Não, não, não, Isabelly! Pelo amor dos portões do inferno, não faça isso! Isabelly havia parado de respirar, seu coração havia parado. Ela ainda olhava para Derrick, mas não se movia. — Não! N-não! Derrick se jogou para trás. Ele sentia o vazio tomando seu peito, alguém amassando seu coração. Ele chorava como uma criança enquanto via o sångue dela em suas mãos. Aquilo era demais para ele." — O que aconteceu? Como ela está? — Assim que o rapaz chegou em casa, sua irmã o encheu de perguntas. — Bem, acorda disposta. Amanhã temos que contar a verdade para ela. — O rapaz começou a subir as escadas calmamente, e Fernanda correu atrás dele. — Pera aí, como assim?! — Nanda andava atrás dele. — Volta aqui! Cada pessoa carrega o peso e as mágoas de seu passado. °∆•
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