Isabelly se olhava no espelho com um grande sorriso. A garota estava com um vestido preto extremamente curto e colado ao corpo. Sua pele morena casava perfeitamente com o vestido, e seus cabelos, antes cacheados, estavam lisos, o que fazia seu cabelo ficar ainda mais longo, chegando até a metade de sua b***a.
Ela pega seu celular junto com sua bolsa e agradecia ao céu por seu pai não estar em casa. Assim que a garota sentou no sofá, seu celular tocou; era Fernanda, avisando que já havia chegado. A menina sai de casa certificando-se de que havia fechado todo o ambiente. Ela sorria assim que entra no carro e olha para Fernanda.
— Aonde vamos? — Fernanda diz rindo, assim que Bella entrou no carro.
— Não sei do que está falando, você está pior que eu. — A morena caia na risada com o comentário.
Sua amiga não estava tão m*l assim; ela estava com um shorts preto curto e um cropped florido, realmente não estava tão r**m. Enquanto a música no carro tocava, Isabelly olhava para o céu e seus pensamentos iam longe...
O que realmente estava acontecendo com ela? Assim que ela colocou os olhos no garoto novo, seu dia havia mudado e não tinha sido para melhor. Ela queria sair, beber e se divertir, esquecer um pouco de tudo. Sua mente estava com pensamentos sem sentido, ela sentia seu corpo febril. Ela havia aferido sua temperatura antes de sair de casa e estava normal; a morena realmente não entendia o que estava acontecendo.
Assim que ela olhou na direção de Derrick, percebeu que o mesmo estava olhando pelo retrovisor.
O rapaz tinha cabelos castanhos em um corte perfeito, era bem mais alto que Isabelly e seu corpo era extremamente definido e musculoso. Seus olhos negros faziam com que até mesmo suas pupilas se perdessem na escuridão deles. Ele tinha um tom de pele claro e queimado pelo sol.
Já Fernanda era uma morena linda de se ver, com fios de cabelos negros e extremamente ondulados, olhos castanhos e pele em um tom claro igual ao do irmão. Ela era da mesma altura de Isabelly e também tinha um porte físico impecável.
Assim que o carro era estacionado, pode-se ouvir a música da boate ao longe, a eletrônica intensa. Fernanda sorri como uma criança e começava a puxar Bella. Assim que eles entram na boate, a energia adolescente era sentida; havia muita gente e era quase impossível se movimentar sem esbarrar nas pessoas. Fernanda caminhava na direção do bar e começava a falar com todos que estavam ali.
— Então, gente... a alegria da festa chegou, bora beber!
Fernanda diz rindo e pegando mais dois copos de tequila, entregando para seu irmão e sua amiga.
— Vira! — ela diz animada, e todos viram o copo de uma só vez. — Hoje eu só saio daqui trançando as pernas.
Logo eles começam a se enturmar, dançar e beber ainda mais. Era um copo de vodka e depois outro de whisky, e mais outro, e outro, e outro.
Isabelly já sentia o álcool tomando conta de seu corpo. Ela precisava tomar um ar, seu coração estava acelerando de um jeito que ela nunca tinha visto antes. Era difícil sair daquela multidão sem ser empurrada; aquele ambiente estava tirando o ar de seus pulmões.
Assim que Bella colocou os pés fora da boate e sentiu o vento gelado bater em seu rosto, ela respirou profundamente, afastando-se um pouco da multidão para poder recuperar seus pensamentos e sentidos.
— Ei! Você está bem? — Isabelly se assusta com a voz repentina, e quando virou para ver quem era, seu coração ficou aliviado.
— Estou, Derrick. Só preciso de um ar. — O olhar dele era carregado de preocupação.
— Se quiser, eu levo você embora.
— Não precisa. — Um silêncio estranho ficou entre os dois. — Quer saber?! Como você consegue fingir que nada aconteceu?
— Você acha mesmo que eu esqueci do nosso beijo?
— É o que parece, depois disso nem uma mensagem você me mandou!
— É complicado, Bella.
— Olha, eu sei que somos amigos, por isso acho que temos que conversar sobre isso. — Ela finalmente tinha parado de gritar.
— Não é porque somos amigos, Bella.
— E o que é? — Assim que Derrick ia responder, um uivo é ouvido. — Você ouviu isso?
— Ouvi, morena. — A voz de Derrick era rígida e seu corpo tenso. Ele não havia gostado disso e sabia muito bem de onde e de quem esse som vinha.
— Estava com saudades de ouvir você me chamando assim. — Derrick sorriu, assim como Bella.
— Olha, eu não fiz por m*l, eu só...
Novamente pode-se escutar o uivo, e dessa vez pareceu entrar pelos ouvidos de Isabelly. Seu corpo parecia responder a isso, suas pernas tremeram, não conseguindo sustentar seu próprio peso. Se não fosse por Derrick, provavelmente ela teria caído no chão.
— Derrick... não me sinto bem. — A voz de Isabelly era baixa e fraca.
Derrick segurou sua cintura com mais firmeza enquanto carregava Bella até o carro. Por algum motivo, o cheiro dele invadia os pensamentos dela, puxando-a para a realidade. O que dïabos estava acontecendo com ela, a morena se perguntava enquanto seu amigo a colocava no carro. Ela tentava manter seus olhos abertos, mas os mesmos não correspondiam às suas ordens.
Como um sonho, Isabelly ainda escutava os uivos. Logo começou a escutar gritos e depois rosnados. Sua mente mostrava imagens totalmente dispersas; ela ouvia várias coisas ao mesmo tempo: choros, gritos, desespero.
Logo, outra imagem se passou em sua mente, dessa vez com mais clareza. Suas mãos estavam cheias de sångue, e um vestido que parecia branco ou azul com flores estava com uma enorme mancha de sångue.
— Isabelly! Ei, abre os olhos, olha para mim!
Como uma ordem, a morena abriu os olhos e por um momento Derrick estava com os olhos totalmente negros. Não aparecia suas pupilas, muito menos a parte branca de seus olhos; tudo era escuro como a noite sem estrelas. Assim que Derrick percebeu que Isabelly o olhava com preocupação, levantou-se bruscamente da cama.
— Derrick? Seus olhos... eles... eles...
— Você está com febre, sabia? — Ele mudou de assunto rapidamente. — Liguei para o seu pai, ele já está vindo.
Foi aí que Isabelly percebeu que estava em sua casa, ou melhor, no seu quarto.
— Como eu vim parar aqui? — Isabelly estava se sentindo tonta, completamente fora de si.
— Isabelly! — O nome dela ecoava pela casa, e logo depois a figura de seu pai entrou no quarto, ele abraçou sua menininha com força. — Oh céus, fiquei preocupado.
Derrick saiu do quarto assim que o pai da jovem entrou.
— Derrick! Precisamos conversar, me espera aí embaixo!
Scott gritava para o rapaz ouvir, logo depois mandou sua filha ir tomar um banho, enquanto preparava a cama para a menina dormir. O pai dela ficou fazendo carinho em seus cabelos até a mesma pegar no sono.
Ainda sim, tudo estava tão estranho, tão esquisito. Ela não estava entendendo nada, a morena tinha que parar por um momento e entender o que estava acontecendo, o que era tudo aquilo.
Mentiras são como um castelo de cartas, basta um vento mais forte que os outros e pronto, tudo desaba.
Os últimos momentos haviam sido uma mistura de confusão e estranheza para Isabelly. Ela sentia-se desconectada da realidade, como se estivesse presa em um sonho confuso e perturbador.
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