uɱ ɑɱѳʀ cѳɱpʆicɑɗѳ

Marinette on Meu nome é Marinette, tenho 17 anos e há três anos minha vida mudou completamente. Quem diria que, aquele velhinho que ajudei, tão fraco e indefeso, acabaria se tornando, não só meu mestre mas...um grande amigo e conselheiro. Tudo estava normal, naquele início de mais um ano letivo, eu sempre na hora certa, a hora exata para assistir a segunda aula afinal, nunca me dei bem com despertadores e, como sempre, estava muito atrasada, mas não o suficiente para negar ajuda a alguém necessitado. Era incrível e repugnante ver todas aquelas pessoas presenciarem aquela cena sem nenhum deles se dispor a fazer nada, como poderiam ver um senhor com dificuldades e fingir que nada estava acontecendo? Por sorte consegui tirá-lo do meio da rua a tempo, nós dois caindo na calçada no momento exato em que o carro acertaria em cheio. Marinette- O senhor está bem?- perguntei ao levantar, o ajudando em seguida, seu corpo parecendo ainda mais frágil naquele momento. - Graças a você, minha jovem, não sei o que seria de mim sem sua ajuda. Como posso agradecê-la? Marinette- Só fiz o que qualquer um com o mínimo de empatia faria, eu não poderia deixá-lo passar por aquilo sozinho. - Você tem um bom coração, o maior que vejo em muito tempo. Marinette- Pena que ter um bom coração não ajuda muito... - Seu dia irá chegar, pode ter certeza disso. Marinette- Tomara que o senhor esteja certo mas, preciso ir agora ou...não vou conseguir assistir nem mesmo a última aula... - Pode ir minha pequena, vai ficar tudo bem. Marinette- O senhor tem certeza? - Vá e não deixe que nada tire esse brilho no seu olhar. Dei alguns passos em direção ao colégio e, quando me virei para ver se estava tudo bem como ele havia me garantido, não vi nem mesmo nenhum sinal daquele velhinho bondoso, como se tudo aquilo não passasse de fruto da minha imaginação. Aquela primeira aula tinha tudo para ser como antes, todos em suas cadeiras, muitos sem disposição, eu levando bronca por mais uma vez estar atrasada, Chloé zombando de mim...um dia típico no Françoise Dupont. Mas, antes que eu pudesse chegar ao meu lugar, tudo mudou drasticamente. Eu podia sentir cada um dos batimentos em meu peito, cada vez mais fortes, o coração quase dando cambalhotas, além das famosas borboletas no estômago, a boca ficando tão seca como se não bebesse nada há muitos dias, tudo isso no momento em que nossos olhos se cruzaram. Aquele não poderia ser ele. Foram apenas dois anos longe, um ano sem nos vermos porém, aquele tempo fora, e muito, generoso com ele. Claro que, durante todo o tempo em que ele passara viajando com o pai, nos falamos e de quebra, vi algumas, muitas, fotos suas em diversas revistas, nas mais diversas poses mas, agora, eu precisava ser sincera que, nenhuma delas era capaz de fazer jus ao que ele se tornara. Não sei ao certo quanto tempo passei ali, parada apenas observando-o, mas só me dei conta quando a professora chamou minha atenção e me pedindo para tomar meu lugar, claro que não sem antes olhar mais uma vez para ele, as bochechas quente e certamente coradas, murmurar um "oi" e me sentar, me recriminando mil vezes por sentir assim, éramos amigos há bastante tempo, de forma alguma poderia pensar nele assim. Ou será que podia?