A forasteira da família Patterson - Parte 2.

5000 Words
Uma hora depois, a família Patterson estava jantando, a comida congelada que foi aquecida no forno do velho fogão da residência, purê, arroz, peixe e ervilhas, era o que tinha para o menu de hoje.  Todos estavam sentados à mesa que já havia naquela casa. A luz que iluminava aquele ambiente era a luz de cinco velas que estavam no centro daquela mesa de madeira de pinheiro.  — Precisamos resolver logo essa instalação, não podemos ficar sem luz, acredita que tive que esquentar a água para poder tomar um banho descente! — Disse Connor.   — Amanhã iremos a cidade e procuraremos alguém para arrumar a instalação dessa casa e vamos resolver outros assuntos pendentes!  — Disse Monica a segurar a mão do seu marido. Connor a olhou com muita paixão e beijou o dorso de sua mão. Após o selar na mão de sua esposa, ele olhou para os seus filhos e em especial para Aria, que estava movimentando uma ervilha em seu prato que estava por sua vez totalmente completo, até por que, a jovem não havia nem se quer triscado no alimento servido por sua mãe.   — Está tudo bem Aria?  — Perguntou Connor. A garota que ainda estava distraída, não ouviu a pergunta do seu pai, e permaneceu a movimentar aquela pequena bolinha verde em seu prato.  — Aria, o seu pai lhe fez uma pergunta!  — Disse Monica.  — O que?  — Perguntou a garota ao sair do seu transe.  — O que está havendo com você? Desde que entrou em casa, você está assim, toda distraída, nem ao menos tocou na comida!  — Disse Monica.  — Desculpa eu só estou cansada e sem fome, eu vou me deitar!  — Disse a garota ao se levantar.  — Não quer conversar?  — Perguntou Connor.  — Não, eu estou bem pai, boa noite e com licença!  — Disse a jovem. Aria saiu da sala de jantar e caminhou em direção a sala de estar, onde havia um colchão ao chão e uma lareira acessa. Ela deitou-se e cobriu-se com três enormes cobertores que estava sobre aquele colchão. Ela olhou fixamente aquele fogo na lareira queimar a lenha que o seu pai havia cortado uma hora antes do jantar, enquanto pensava nos olhos, na voz e a conversa que havia tido com aquele grande lobo branco. Os seus pensamentos sobre aquela situação a deixaram dormir, angustiada Aria se movia de um lado para o outro naquele colchão, até que pôr fim aos poucos o sono começou a surgir. Enquanto a jovem dormia, naquela floresta a luta entre os lobos já havia terminado, mas um problema maior estava prestes acontecer. Agora um pouco distante do local onde Aria conheceu aquele lobo, envolta de uma fogueira, uma matilha de lobos se reunia.  — Como ela fugiu?  — Questionou o grande lobo cinza.  — Ele me distraiu!  — Disse o grande lobo branco.  — Te distrai? Ou você quis deixar aquela humana fugir?  — Questionou o grande lobo cor de ouro.  — E por que a deixaria fugir? Admita que me atrapalhou e por sua causa, eu não consegui acabar com ela!  — Disse o Lobo branco.  — TE ATRAPALHEI? EU TE ATRAPALHEI? NÃO MINTA, VOCÊ QUIS QUE A HUMANA FUGISE E POR QUE? POR QUE ELA SE PARECE COM A AMARA?  — Disse o lobo dourado, em um tom de voz ríspida.   — SE NÃO QUISER MORRER! EU SUGIRO QUE FIQUE CALADO!  — Disse o lobo branco.  — E quem vai me matar? você?  — Questionou o lobo dourado ao aproxima-se do lobo branco.  — Sim! E você sabe muito bem do que sou capaz de fazer!  — Disse o lobo branco com autoridade.  — CHEGA!  — Ditou o lobo Cinza — Isso é verdade? Ela se parece com a Amara?  — Questionou o lobo cinza. O lobo branco desviou o seu olhar para o seu pai e o seu corpo que até o breve momento estava rígido, relaxou.  — Sim!  — Disse o lobo branco.  — Então ela finalmente reencarnou! Isso quer dizer que finalmente a maldição será quebrada!  — Ditou o lobo cinza.  — Isso se ela não nos enganar assim como fez antes!  — Disse uma loba de pelos negros ao surgir em meio as arvores.  — O que fazem aqui?  — Perguntou o lobo cinza.  — Vazemos parte da matilha, precisamos estar presentes para presenciar a punição do seu filho!  — Disse a loba. Existiam algumas regras naquela floresta e uma delas é, que se um lobo desobedecesse a ordem de matar um humano que adentrasse naquela mata, ele teria que ser punido. A punição era simples, o lobo desobediente teria que permanecer quieto enquanto a matilha o atacava, e esses ataques poderia durar por muitas horas, dias e semanas, se o lobo fosse forte, ele sobreviveria, se não, ele morreria.  — Brandon Griffin! Está sendo condenado a punição máxima por desobedecer e não cumprir com as leis dessa floresta!  — Disse a loba.  — Não podem fazer isso, ele é o próximo alfa!  — Disse o lobo cinza.  — Leis são leis Christopher! mesmo ele sendo o próximo alfa, tem que ser punido!  — Disse a Loba.  — Acontece que você não toma as decisões por aqui, eu sou o alfa dessa matilha, eu decido se ele vai ser ou não punido!  — Disse o lobo cinza com um tom de voz severo.  — Está querendo iniciar uma guerra Christopher?  Por que se sim, eu estou disposta a tomar o seu lugar!  — Disse a loba.  — Nem que você usasse toda a sua força e a força do seu clã contra o meu, não venceria essa batalha!!  — Disse o lobo cinza. A loba ficou em silêncio, e todos que estavam atrás da mesma, estavam apostos e preparados para atacar.  — Podem me punir!  — Disse o lobo branco ao ver que em questão de segundos haveria uma luta.  — Filho, não!  — Disse o lobo cinza.  — São as regras!  — Disse o lobo branco. O lobo posicionou-se em meio a floresta. Lobos do clã ômega e Beta se prepararam para atacar, e pronto para receber a sua punição, Brandon manteve-se forte e firme, assim como um verdadeiro alfa deveria agir.   — Preparem-se para puni-lo!  — Disse a loba.  — Não pode deixar que eles façam isso!  — Disse uma loba branca ao lobo cinza.  — Sinto muito querida, regras são regras!  — Disse o lobo cinza. Em segundos, todos os lobos do clã ômega e beta começaram a atacar o lobo do clã alfa, e o mesmo permaneceu parado, apenas recebendo a sua punição.  — Revide!!!— gritou uma loba de pelos negros ao longe. Ao ouvir o grito desesperado daquela loba, Brandon foi tomado por sua fúria e o seu dever de manter a honra da sua família. Assim como a loba havia pedido, o grande lobo branco passou a revidar os ataques, e por mais que ele estivesse ferido, ele conseguiu derrubar um a um dos seus inimigos com a sua força e rapidez.  Enquanto a luta acontecia, o vento soprava forte, balançou a árvore que estava ao lado de fora próxima a janela da sala da casa dos Patterson. Bruscamente os galhos daquela árvore se chocaram contra a janela, e Aria que até então dormia tranquilamente, assustou-se com o barulho e levantou-se rispidamente.  Ao olhar as horas em um velho relógio acima da lareira, Aria viu que já se passava das três e meia da madrugada. Com cede a garota tirou suas cobertas que cobria as suas pernas, levantou-se e caminhou em direção a cozinha. O chegar à cozinha, Aria lavou um copo de vidro que estava sujo sob a pia, e nesse momento, um ruivo alto de dor ressoou pela aquela floresta, e esse barulho fez com que a jovem se assustasse e permitisse que o copo que lavava cai-se ao chão.  Sem pensar em suas ações, a garota saiu correndo passando pela porta dos fundos da casa e ficando de frente aquela floresta. “— Aria! Ele precisa de você!”  — Soprou o vento. A garota sentiu um frio em sua barriga, ela não estava disposta a se arriscar novamente, mas algo a impulsionou para aquela floresta adentro. Em passos leves, Aria foi adentrando cada vez mais aquela floresta, ela olhava para todos os lados com medo de outro monstro aparecer, e quanto mais ela se afastava do caminho de pedras, mas ela aproximava-se dos rugidos de dor.  Agora distante de tudo, perto do penhasco, a garota avistou aquele lobo branco deitado ao chão, e aproximou-se do mesmo com muita delicadeza e sutileza.   — O que faz aqui?  — Questionou o lobo branco.  — O que aconteceu com você? Foi aquele outro lobo que fez isso?  — Perguntou a garota enquanto olhava aqueles ferimentos.  Ao levantar-se para distancia-se de Aria, mas por está fraco da batalha, ele acabou despencando ao chão e toda a estrutura sólida que havia abaixo deles, estremeceu como se fosse um leve terremoto.   — Meu Deus! Isso está horrível!  — Disse ela ao tocar um dos ferimentos sobre a pele do lobo. O lobo que estava sem forças, não tentou desviar dos toques da jovem sobre as suas feridas, ele nem ao menos conseguia virar a sua cabeça para olhar para a mesma.   — Você precisa ir, e logo estarão aqui, e diferente de mim, eles vão lhe matar!  — Disse o lobo.  — Não me importo!  — Disse a garota.  —  Eu volto em um instante, eu prometo!  — Disse ela novamente. Aria correu por aquela floresta mais uma vez, mas agora ela estava retornada para casa. Assim que adentrou novamente a sua residência, ela correu imediatamente em direção das caixas que estavam amontoadas no corredor perto da escada, ao lado da sala de estar.  — Cadê?  — Perguntou Aria ao abrir uma das caixas. Ela vasculhou algumas caixas, até que por fim, conseguiu encontrar uma maleta de primeiros socorros. Aria mais uma vez saiu às pressas da sua casa e mais uma vez entrou naquela floresta. Agora mais uma vez próxima do lobo, Aria sem dizer uma só palavra, ajoelhou-se próxima ao lobo e abriu a maleta de curativos que estava em sua posse.   — O que pensa que está fazendo?  — Perguntou o lobo.  — Ajudando você!  — Disse a jovem ao tirar um anticéptico da maleta. A garota molhou um algodão com soro fisiológico e passou sob o ferimento daquele animal.  — Você precisa sair daqui!  — Disse o lobo.  — Não antes de te ajudar!  — Disse ela.  — Sabe que quando estiver melhor, eu vou ter que matar você, não sabe?  — Questionou o lobo. A garota ficou calada, ela estava tão concentrada em limpar aquele ferimento que não se importava com o que aquele lobo estava lhe dizendo. Um uivo ressuou aquela floresta, Aria no mesmo momento parou o que estava fazendo, ela sentiu um frio na espinha, e o seu corpo começou a paralisa.  — Não Aria, agora não!  — Ditou a garota a si mesma.  — Vai embora, eles estão próximo!  — Disse o lobo ao tentar levantar-se.  — Não se esforce, eu preciso terminar isso!  — Disse ela ao pegar uma linha e uma agulha.  — O que pensa que está fazendo?  — Perguntou o lobo.  — Vai doer um pouco, por favor, tenta ficar quieto!  — Disse a garota ao passar a linha na pele daquele animal. Aria estava suturando os ferimentos daquele animal, mesmo permanecia quieto assim como ela havia pedido, apenas suportando a dor.  Outro uivo ressuou novamente naquela floresta, agora com as suas mãos tremendo, a jovem torcia para conseguir terminar o que estava fazendo, antes que outros lobos se aprecem e a mata-se.  — Você precisa ir!  — Disse o lobo ao ouvir algo se aproximar.  — Só mais um pouco!  — Disse a jovem quase terminando a sutura. Os passos estavam cada vez mais próximos, tão próximos que até mesmo Aria conseguiu ouvir.  — Vá embora, agora!  — Ditou o lobo ao se levantar com dificuldade. Com muita rapidez, Aria juntou todas as suas coisas que estavam espalhadas pelo chão e levantou-se de imediato. E assim que olhou na direção dos passos, ela pode ver em meio a escuridão, escondido atrás das árvores, olhos vermelhos, tão vermelhos quanto o sangue, olhar para ela.   — Vai! Agora!  — Disse o lobo novamente. Aria tornou a correr mais uma vez sem olhar para trás, e parecia que quanto mais ela corria, mas fica longe a sua casa. Era possível ouvir atrás de si o som da fúria de da batalha entre aqueles dois lobos.   Finalmente chegou entrou em sua casa, a garota trancou a porta com a chave e recostou a sua cabeça sobre a madeira da mesma, na esperança de que conseguisse recuperar o seu folego.   — Filha!  — Disse Monica ao adentrar a cozinha.  Aria em segundos virou-se para sua mãe que estava de braços cruzados envolta do seu próprio corpo para segurar o seu roupão que vestia sob a sua camisola.  — Me assustou mãe!  — Disse a garota.  — O que faz acordada a essa hora?  — Questionou Monica.  — Senti sede e vim buscar um copo com água— Disse a garota ainda sem folego.  — E o que faz com a maleta de primeiros socorros?  — Perguntou Monica. Em um pensamento rápido, Aria respondeu a sua mãe.  — Quebrei um copo sem querer e acabei ferindo a minha mão!  — Filha, tem que tomar mais cuidado com essas coisas!  — Disse Monica ao aproximar-se da garota. Monica tentou pegar na mão da sua filha, para ver o tal ferimento, mas Aria por sua vez não permitiu que sua mãe a tocasse, ela recuou com a sua mão rapidamente e disse.   — Eu sei, me desculpe! Prometo tomar mais cuidado!   — Está tudo bem com você?  — Perguntou Monica ao estranhar a atitude da sua filha.  — Sim, estou bem! — Disse Aria.  — Tem certeza?  — Questionou Monica.  — Sim! estou bem, ainda estou com sono. Acho que vou dormir, boa noite mãe!  — Disse Aria.  — Boa noite!  — Disse Monica ainda estranhando a atitude da sua filha. A garota voltou para a sala e colocou a mala de primeiros socorros ao lado do seu colchão, Monica passou pela sala e olhou para a sua filha, que nesse instante, estava começando a cobrir-se com os cobertores.  Aria ficou virada para a janela, com o seu olhar fixado naqueles galhos de árvore, que insistia em bater contra a janela, fazendo assim, com que se torna-se mais um motivo para a falta de sono da mesma. O fim da noite chegou e por fim amanheceu. Aria que havia dormido a menos de uma hora, estava prestes a ser despertada por sua mãe.  — Aria, levanta rápido, você tem que ir à escola!  — Disse Monica ao despertar sua filha.  — Não era semana que vem?  — Questionou a garota que estava despertando.  — Eu errei as datas, agora levanta para se arrumar!  — Disse Monica. Aria levantou-se sem questionar e subiu para o segundo andar da casa, ela caminhou em direção ao banheiro que ficava naquele mesmo andar e se viu atrás do Maison, que estava atrás de Cory, que estava esperando alguém sair daquele banheiro.  — Por que dessa fila?  — Perguntou Aria.  — Daiana não quer sair do banheiro!  — Disse Maison.  — Há quanto tempo ela está lá dentro?  — Perguntou a garota.  — Vinte minutos!  — Disse Cory.  — Não acredito que a sua irmã ainda está ai dentro!  — Disse Connor. O homem que havia acabado de sair do quarto do casal, caminhou em direção aquele banheiro e bateu em sua porta.  — Diana, saia agora!!  — Ditou ele com um tom de voz ríspida. Com uma leve força em seu punho, ele desferiu cerca de cinco batidas contra aquela porta de madeira branca.  — Diana! Você tem cinco segundos para sair desse banheiro, ou vou vender o seu carro!  — Disse o homem. Após Connor ter dito isso, a garota de cabelo loiros saiu do banheiro com um olhar nada agradável e seguiu para um quarto que ficava ao lado do quarto de Maison.  — Próximo!  — Disse Connor ao apontar para o banheiro. Cory entrou em seguida, e a fila dos filhos dos Patterson começou a diminuir. Connor caminhou em direção a Aria e parou a sua frente, ele tocou em sua barba e olhou para a sua filha fixamente. Ele respirou e inspirou e pôs as suas mãos sobre sua cintura antes de começar a falar.  — Eu vi que você entrou naquela floresta, só quero que tome cuidado, não sabe que perigos pode encontrar por lá. Aria eu te amo, mas sei que não vou poder te proteger para sempre, além disso, uma hora ou outra, você vai precisar saber os segredos da nossa família, até lá, proteja a si mesmo e a quem você ama!  — Disse Connor ao pôr a mão sobre o ombro de sua filha. O homem desceu as escadas e deixou a garota sem entender o que o mesmo havia dito, uma atitude muito estranha de fato, mas talvez o senhor Patterson soubesse mais do que aparentava. No caminho para a nova escola, Aria mais uma vez deixou o seu olhar cair sobre a paisagem que havia do lado de fora da janela do carro do seu pai. As mesmas árvores, a mesma água, e por fim o centro da pequena cidade.  — Eu vou deixar vocês na escola e vou a uma entrevista!  — Disse Monica enquanto dirigia.  — Mãe! Eu posso trabalhar também?  — Perguntou Maison.  — Claro que não, você só tem nove anos! Por que está me perguntando isso?  — Perguntou Monica ao olha-lo pelo retrovisor.  — Por que queria ajudar! Assim podemos ter nossa a antiga vida de volta, não gosto dessa cidade!  — Disse Maison.  — Estamos na cidade não faz nem vinte e quatro horas, e já não gosta daqui?  — Perguntou ela.  — Por que não gosta de Blowing Rock?  — Questionou Monica ao seu filho.  — Por que não tenho amigos nessa cidade, e sei que vou ficar sozinho, ninguém vai querer ser meu amigo!  — Disse o garoto.  — Por que acha que ninguém vai querer ser seu amigo?  — Perguntou Monica.  — Por que ele é estranho!  — Disse Cory.  — Não diga essas coisas sobre o seu irmão!  — Repreendeu Monica ao seu filho.  — Eu não estou mentindo, que criança de nove anos, gosta de geografia, animais mortos, e livros de medicina? Não são coisa para alguém da idade dele.  — Disse Cory.  — Falou o adulto que ainda dorme com a manta de quando era bebe e ainda guarda os dentes de leite dentro de uma caixinha de baixo da cama!  — Disse Aria.  — Que nojento!  — Disse Maison.  — Também acho muito nojento!  — Disse Aria ao começar a rir. Monica começou a rir junto a sua filha, do seu filho Cory, que por sua vez estava com uma feição nada agradável.  Já o pequeno Maison ficou acuado, ele comprimiu-se no banco onde estava sentado e olhou para as ruas por onde o carro passava. Ao ver que o seu pequeno irmão não estava nada bem, Aria resolveu tentar anima-lo.   — Eu não acho você esquisito, pelo contrário, acho você esplendido, eu tenho orgulho de ser sua irmã! Não existe muitas garotas da minha idade que pode se gabar de ter um irmão tão inteligente, quanto o meu!  — Disse Aria ao seu irmão caçula. Maison sorriu de lado assim que olhou para ela, mas logo tornou a olhar as ruas de Blowing Rock.  — Estão com tudo o que precisam?  — Perguntou Monica ao estacionar o carro perto da guia em frente ao colégio de Blowing Rock.  — Sim!  — Respondeu os seus filhos uníssonos.  — Então tudo bem! Tenham um ótimo primeiro dia de aula!  — Disse Monica.  — Mãe, não tem que nos acompanhar?  — Perguntou Aria.  — Não acho necessário! Tudo o que tinha que resolver com o seu diretor, já resolvi, agora é com vocês, boa aula! Amo vocês! — Disse Monica.  — Boa entrevista!  — Disse Aria.  — Boa sorte mãe!  — Disse Cory ao abrir a porta do carro e sair em seguida.  — Boa sorte mãe!  — Disse Maison antes de sair do carro também.  — Tchau mãe!  — Disse Aria antes de sair também do carro.  — Até mais tarde! — Disse Monica aos seus filhos. Ao afastar-se do carro da sua mãe, Aria pisou naquele gramado verde que havia envolta do colégio. Ela caminhou em direção aos seus irmãos, que estavam parados um ao lado do outro a alguns metros da entrada do colégio.  Os outros alunos por sua vez, estavam curiosos com os novos estrangeiros que havia chegado à cidade, olhares e cochichos, estavam incomodando os três filhos do casal Patterson, que olharam entre si, com uma expressão de preocupação.   — Vamos?  — Perguntou Aria ao aproximar-se do seu irmão.  — Vamos!  — Disse Cory. A garota e os dois garotos Patterson, caminharam em direção a entrada do seu novo colégio. Mesmo com os olhares e cochichos, Aria manteve o seu olhar fixo em direção reta, Cory por sua vez, já estava de olho em novas conquistas amorosas, mesmo com a sua pouca idade, ele sabia muito bem, como conquistar um coração de um garoto. Maison por sua vez, estava assustado e inseguro, ele não sabia como seria daqui pra frente, ele não sabia se as coisas seriam diferentes nesse colégio, ou se seria igual a sua antiga escola.  Com um papel que continha o número do seu armário em mãos, Aria se distanciou sem perceber dos seus dois irmãos, que por sua vez já estavam se enturmando com outras pessoas da sua idade.   — Você deve ser a garota nova!  — Disse uma jovem ruiva ao surgir sorrateiramente na frente de Aria.  — Trinity, você deve ser a Aria!  — Disse a garota novamente.  — Como sabe o meu nome?  — Perguntou Aria assustada.  — Cidade pequena! As coisas por aqui se espalham rápido demais!  — Disse Trinity.  — Prazer!  — Disse Aria ao lhe estender sua mão para cumprimenta-la.   — Prazer!  — Disse Trinity ao aceitar o aperto de mãos. A garota ruiva sorriu para a jovem Aria, que retribuiu com um leve sorriso labial.   — Está procurando o seu armário?  — Perguntou Trinity.  — Como sabe?  — Perguntou Aria.  — Eu vi que carrega um papel em mãos, e nele está escrito número do armário que fica ao lado do meu!  — Disse Trinity. Aria sorriu ao olhar o papel em suas mãos, e ainda com um sorriso em seu rosto, ela tornou a olhar para a garota ruiva a sua frente.  — Eu quero incomodar! Mas poderia me mostrar onde fica o meu armário? Não sei se percebeu, mas estou meio perdida! — Disse Aria. — Não é incomodo algum! Estava indo agora mesmo até o meu armário, me segue!  — Disse a garota ao antes de dar de costas para Aria. Aria seguiu a garota de cabelos ruivos assim como ela havia dito. Elas seguiram em direção reta naquele corredor cheio de alunos curiosos, armários e portas que levava as salas de aula daquele andar.   — Aqui está, os nossos armários! Esse é o seu, e esse é o meu! — Disse Trinity ao parar em frente a um armário ao lado do bebedouro.  — Obrigada por me trazer até aqui! — Disse Aria.   — Disponha, só cuidado quando for abrir a porta do seu armário, o último dono deixou uma surpresa antes de ser expulso do colégio!  — Disse Trinity ao abrir o seu próprio armário.  — Que tipo de surpresa?  — Perguntou Aria ao abrir o seu armário. Assim que puxou o trinco a porta, a mesma caiu diante da jovem Aria, fazendo um terrível barulho, que fez com que todos os alunos que até o momento estavam conversando e fazendo muito barulho, ficassem em silêncio e olhando fixamente para ela.   — Esse tipo de surpresa!  — Disse Trinity.  — Que bela surpresa!  — Disse Aria ao começar a rir. Trinity começou a rir com a jovem Patterson, mas o riso da garota ruiva cessou quando a porta que dava para quadra da escola, se abriu. Aria percebeu a mudança de humor de Trinity e logo direcionou o seu olhar para onde a mesma estava olhando. Um grupo contendo três garotas e dois garotos de quase mesma idade, entrou por aquela porta e caminhou por aquele corredor. Os outros alunos se dispensaram fazendo assim com que houvesse um enorme espaço vazio naquele extenso corredor. — Quem são?  — Perguntou Aria a garota ruiva.  — Os Frost!  — Disse Trinity ainda séria.  — O que eles fazem aqui?  — Perguntou uma outra garota ao aproximar-se de Trinity. A garota que havia aparecido, parecia ser mais velha que Aria e Trinity, pelo menos uns dois anos mais velha. Ela também tinha cabelos ruivos, mas diferente de Trinity que possuía cabelos lisos, a outra garota tinha cabelos cacheados, os seus olhos eram azuis como o céu, sua boca eram de um tom avermelhado discreto, que possuía algumas rachaduras nítidas talvez fosse por conta do verão e da época de seca, ou por que simplesmente, a garota ruiva possui a mania de morder seus próprios lábios.   — Não faço ideia!  — Disse Trinity ainda com o seu olhar fixo no grupo que caminhava em direção delas.  — E ela quem é?  — Perguntou a outra garota a Trinity.  — Eu sou Aria! Aria Patterson!  — Disse a jovem a garota.  — Uma Patterson, agora entendo o porquê da movimentação da cidade! Eu sou Amy, Amy Lynch, irmã mais velha da Trinity.  — Disse a garota ao oferecer a sua mão a Aria.  — É um prazer te conhecer!  — Disse Aria ao pegar em sua mão. Ao apertar a mão daquela garota, Aria sentiu um leve pesar em seus ombros. Ela sentiu o ar ficar denso e ríspido, sentiu o seu corpo arrepiar-se e um frio em espinha surgiu, e com isso a estranheza de que havia algum perigo eminente ao seu redor.  — O prazer é todo meu!  — Disse Amy com um tom de voz sério.   — Aluna nova!  — Disse uma voz masculina. A atenção de Aria agora foi voltada ao jovem que estava parado a poucos metros de distância dela. O mesmo sorria e a olhada da cabeça aos pés, como houvesse algo precioso diante de si. O sorriso daquele garoto, fez com que a jovem Patterson tivesse a sensação estranha de que já o conhecesse antes. O jovem de cabelos loiros, olhos verdes, pele pálida, com um leve rubro em suas bochechas, de corpo atlético, e com a altura de um metro e oitenta, aproximou-se e agora mais perto de Aria, os olhos do jovem estavam brilhando, o seu sorriso havia cessado por alguns instantes. Ele estava em transe, como se estivesse pensando ou lembrando de algo, ou até mesmo como se estivesse hipnotizado.   — Russel Frost!  — Disse o jovem ainda com o seu olhar fixado na garota.  — Aria!  — Disse a jovem.  — É um prazer em te conhecer, Aria!  — Disse o jovem.   — O que vocês estão fazendo aqui Russel?  — Perguntou Amy. Russel que até o momento estava olhando para a jovem Patterson, suspirou e desviou o seu olhar para o chão. O mesmo cerrou seus punhos e em seguida desviou o seu olhar para a irmã mais velha de Trinity.  — Estudar! O que mais iria fazer em um colégio?  — Questionou ele.  — Por que não acredito em você?  — Questionou Amy.  — Vejo que continua desconfiada como sempre!  — Disse Russel ao sorrir de lado. Amy ofereceu aquele garoto um olhar sério. Mas logo o seu olhar mudou e agora mostrava uma leve preocupação. Russel percebeu a sua mudança de olhar e rapidamente olhou para a porta que levava a quadra, que por sua vez, estava novamente sendo aberta, agora por um outro grupo de jovens.    — O que eles estão fazendo aqui?  — Questionou uma garota que estava no grupo do jovem Russel. A jovem morena de cabelos lisos e longos, de olhos castanhos, pele bronzeada, estava nitidamente furiosa com o aparecimento daquele grupo de jovens composto por quatro garotos e uma garota.   — Vejo que os Gilbert também não perderam tempo!  — Disse Amy.  — Essa escola vai virar um inferno!  — Disse Trinity.  — Com toda a certeza! Olha quem vem logo atrás deles!  — Disse Amy. Ela referia-se agora a mais dois jovens que entraram logo depois do grupo que estava a sua frente. Um desses garotos, chamou a atenção da jovem Patterson, que estava atenta com tudo o que estava acontecendo. O jovem de cabelos negros, pele bronzeada, de olhos castanhos escuros, que trajava uma jaqueta de couro preta, sobre uma camisa social, uma calça Jean manchada e botas coturno masculinas pretas, foi o último a entrar e foi o primeiro do grupo ao perceber a jovem Aria. Mesmo a alguns metros de distância, o olhar daqueles dois adolescentes encontrou-se e a sensação de uma ligação intensa passou a existir entre eles. Aria não entendia o porquê, mas ela não conseguia desviar o seu olhar daquele garoto. — E ele quem é? — Perguntou Aria a Trinity.  — Brandon Griffin! — Respondeu Trinity — Parece que estou a ter um Déjà Vu!  — Disse Amy ao olhar para Aria e para Brandon ao mesmo tempo. Russel, que até então olhava para Brandon, desviou o seu olhar para a garota  que estava ao seu lado, logo sua expressão mudou de imediato, e nitidamente, e seu olhar mostrava, que ele não estava gostando daquela troca de olhares entre Aria e Brandon.  — Como disse antes! Um Déjà Vu! — Disse Amy ao sorrir. 
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