Quero ela!

1322 Words
Rei O mascote abordou a menina e ela se encolheu, puxando a amiga de lado. Ahh quando elas se fazem de medrosas é ainda melhor! Observei de cima da laje ela seguindo o mascote, e vindo na minha direção. A minha escolha essa noite não foi por beleza ou por corpo, mesmo que ela fosse ou não uma delicia, foi porque ela parecia livre ali, livre demais. Acompanhei, com um sorriso no rosto, as duas subirem as escadas até mim, e quando ela surgiu na laje, eu me senti completamente triunfante pela minha escolha. Além de livre, ela era linda e gostosä pra caralhö! As pernas grossas, a pele clara que tornava o vestidinho preto mais preto e mais justo no corpo. Ela tinha peitös grandes e o rosto quase inocente. Ela parecia brava, e quando ela me encarou, do outro lado da laje, fechou mais ainda a cara. Ahh, essa eu vou domar com força! - Saiam! - Mandei e ela estacionou no lugar. - A amiga pode ir. - Avisei o Mascote. - A lindinha fica! Falei para ela e esperei o medo cruzar o rosto dela, mas isso não aconteceu. Ali tinha só raiva! Os meninos desceram e a amiga dela foi junto, parecendo se questionar por um tempo, se seria uma boa ideia deixar a lindinha ali. - O que você quer de mim? - A voz dela não era nada como eu esperava, nem mesmo o tom. - Muitas coisas. - Respondi, finalmente me aproximando. Esperei ela se encolher, não aconteceu. Parei de frente para ela, e encarei os olhos pretos como carvão da lindinha. Olhos que tornavam a pele dela ainda mais branca. - Fiz alguma coisa errada? - A pergunta dela me arrancou uma risada. - De errado, talvez, apenas ser bonita demais. - Expliquei. - Te chamei porque quero te entender. Finalmente ela demonstrou alguma coisa além de raiva, surpresa surgiu no rosto dela. - Não consigo pensar em alguma coisa que eu tenha que te explicar. - A resposta atravessada dela me arrancou um sorriso real. - Eu consigo pensar em uma coisa ou duas. - Falei e ela cruzou os braços, em um tom de desafio. - Tem toda a minha atenção! - Ela falou e eu não conseguia parar de sorrir. O tom de desafio dela era delicioso e eu não conseguia lembrar quando foi a última vez que tive uma conversa tão intrigante. - Você sabe com quem está falando, não sabe? - Perguntei, apenas para ver se ela recuava. - O Rei do Alemão. - E como eu esperei, ela não demonstrou medo ou receio em responder. - Se a sua intenção é que eu fique com medo, não vai dar certo! - Mordi a minha bochecha diante da menina. Ela era confiante de uma forma que quase me implorava para colocá-la no lugar dela. - Você é diferente. - Declarei, mas ela não recuou. - Realmente um espírito livre. - Completei e ela sorriu pela primeira vez. Um sorriso sarcástico, mas que iluminou o rosto dela por inteiro. - Livre é uma das poucas coisas que eu sei que sou, Rei. - Ela explicou. - Mas, você está mudando de assunto. - Ela arrumou os ombros, como se pudesse usar aquele corpo delicioso como um escudo. - Estou. - Confirmei. - Mas só porque quero manter você falando! - Ela levantou a sobrancelha desafiadoramente para o meu comentário e percebi, que desde que assumi o morro, nenhuma mulher me desafiou assim. Todas elas se jogam aos meus pés. Normalmente quando eu escolho uma na multidão, e ela não é casada, elas já me encaravam com um sorriso sagaz no rosto, promessas nos olhos e palavras cheias de tesãö reprimido. Eu tenho bastante consciência da minha aparência. Sou grande, forte e bonito. Mas, elas querem a chance de ser a minha fiel, de alguma forma, conquistar o meu coração e o meu poder. Não essa menina. - Qual o seu nome? - Perguntei, mas o ar de desafio dela não diminuiu. - Luísa. - Puxei uma cadeira e apontei. - Senta Luísa, vamos conversar. - Mandei. - Estou bem aqui. - Ela respondeu e me arrancou outro sorriso. - Você não tem mesmo medo de falar assim com o dono do morro? - Ela sorriu de novo, um sorriso que parecia quase forçado. - Se estou aqui, você quer alguma coisa de mim. Se me quisesse morta, eu já estaria morta. - Você é bonita, inteligente e livre. Acha mesmo que eu te traria aqui para te machucar? - Nunca disse isso. Na verdade, ficou claro que você me quer viva bem rápido. - Ela rebateu. - Só não entendi os motivos de ser trazida até você. - Te vi dançando. - Ofereci um copão pra ela, e ela negou com a cabeça. - Achei que a liberdade que você mostrava era atraente e eu to procurando companhia essa noite. - Expliquei e ela parecia, no mínimo, chocada. - Não vou dar pra você, Rei! - A recusa dela afundou dentro do meu coração e eu levei alguns momentos para me recuperar. - Você é casada? - Foi a primeira coisa que me ocorreu, mesmo que ela não tivesse aliança. - Não. - Ela respondeu simplesmente. - Então, qual o problema de ser minha companhia essa noite? - Eu esperaria ela pensar por um tempo, mas ela respondeu quase imediatamente. - Além de não querer? - Certo, isso foi a mais! - A minha vida já é bastante trágica, para que eu me torne um brinquedo nas suas mãos. - Cada vez que ela abria a boca eu sentia uma necessidade mais intensa de entender os seus pensamentos, os seus motivos e as suas vontades. Me recusando, ela apenas me fez querer ela ainda mais! - Por que chegou a essa conclusão? - A sua reputação, Rei, te precede. Conheço mais meninas de coração partido por sua causa do que mães solo nesse morro. - A comparação deveria ter me ofendido, mas apenas me encheu de orgulho. - Estou beeeem legal, obrigada! - Ela finalizou como se fosse algo óbvio. - Não me daria a chance de tentar ser seu amigo, pelo menos? - Ela sorriu de novo, e agora percebi uma covinha brincando na bochecha dela. - Sua intenção será sempre me levar para a cama. - Ela concluiu, de forma inteligente. - Amizades não começam assim, nem mesmo em livros. - Ahh, o amor, sim. - Brinquei, mas o sorriso dela não se manteve. - Você me convidou para a sua cama, eu recusei. - Ela falou, por fim. - Imagino que não vai me obrigar, ou vai? - Nunca! - A intensidade da minha resposta fez ela parecer assustada pela primeira vez. - Então, posso ir embora? - A pergunta dela soou esperançosa, e tudo o que eu queria era ordenar que ela ficasse, mas eu estaria me contradizendo. Obrigando uma menina que não me queria, a ficar aqui comigo. - Se assim for a sua vontade, pode ir. - Ela assentiu e me deu as costas. - Luísa? - Chamei, quando ela chegou perto da escada. Ela olhou para mim, e eu corri os olhos pelo corpo dela, imaginando exatamente o que eu seria capaz de fazer para ouvir ela gritar o meu vulgo. - Serei seu amigo, se quiser. - Declarei e ela apenas sorriu, antes de descer as escadas, e falar: - Sei! - Ela sumiu da minha vista e eu acompanhei enquanto ela saia da casa, entrava na multidão e encontrava a amiga, trocando um abraço. - Chefe? - O Mascote chamou, depois de uns minutos, com surpresa na voz. - Qual foi o caô? - Ela é diferente. - Expliquei, com os olhos fixos nela, enquanto ela caminhava no meio do baile, sem dúvidas indo embora. - Mascote, quero saber exatamente quem essa menina é!
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