Capítulo 6

1124 Words

Capítulo 6 GUEPARDO NARRANDO Baile cheio é bonito de ver, mas é perigoso pra quem manda. Muita gente, muita emoção, pouca razão. Eu aprendi a ler a noite como quem lê mapa de guerra: cada luz piscando diz alguma coisa, cada beco escuro tem história, cada grito fora do ritmo é sinal. E hoje a batida tá diferente, não porque o DJ trocou o set, mas porque meu instinto tá mordendo minha nuca desde que pisei aqui. Encosto no corrimão do camarote, whisky na mão, o gelo batendo no vidro como tiro seco. Pardal tá dois passos atrás, o rádio chiando no ouvido, os meninos da contenção espalhados nos pontos que eu mesmo marquei na cabeça: ali, em cima do bar da Dona Tereza; lá, na quina do beco da Grota; e outro lá embaixo, perto do caminhão de som. Ninguém se mexe sem eu saber. Ninguém respira se

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD