Capítulo 8 ANALU NARRANDO Eu já não sabia se era a cerveja que estava me deixando assim, leve, rindo à toa, ou se era o fato de estar dançando sem me importar com quem estava olhando. Eu nunca tinha me sentido tão… livre. O som batia forte no peito, a pista fervia, e, por alguns minutos, eu esqueci completamente quem eu era fora daqui. Só que essa sensação durou pouco. De repente, eu senti. Não sei explicar como, mas senti. O peso de um olhar grudado em mim, queimando mais que as luzes coloridas que piscavam sobre a pista. Meu corpo inteiro arrepiou, como se tivesse alguém me cercando sem nem encostar. Parei de dançar por um instante, puxando a lata de cerveja até a boca só pra disfarçar o desconforto. Geiza percebeu na hora. — Que foi, amiga? — ela perguntou, se inclinando no meu

