Desejo de Vingança

1005 Words
**Dante** Não consegui me controlar; não suportava ouvir tudo o que aqueles m*lditos haviam feito à minha companheira naquela alcateia. Para mim, era imperdoável que colocassem uma criança para trabalhar em troca de comida. Sabia que tinha assustado Diana; podia ver a forma como ela tremia, encolhida no chão, mas não estava conseguindo controlar o meu lobo, que apenas desejava voltar àquele lugar e matar todos que algum dia a haviam ferido. “Volte, Finn!” — digo, tentando controlar o meu lobo. “Não! Eles pagarão por essa afronta!” — ralha ele, rosnando. “Você a está assustando. Lembre-se de que ela não pode nos sentir e que acabará por afastá-la de nós” — digo, tentando conter sua fúria. Aquilo pareceu fazer com que ele voltasse um pouco à razão, e lentamente ele se recolhe na minha consciência. “Não pense que esqueci disso; ainda terei a minha vingança” — diz ele, antes de ficar em silêncio. Eu também desejava vingança e, se a oportunidade aparecesse, não a negaria ao meu lobo. Corro até Diana e a vejo encolher-se ainda mais contra a parede, os olhos dela me olhando assustados enquanto lágrimas desciam pelo seu rosto. — Diana, não vou fazer m*l a você — digo, abaixando-me ao seu lado. — Foi apenas o meu lobo; ele não gostou de saber que você trabalhava naquele lugar para ter o que comer e onde dormir. Vejo que ela para de chorar, mas os seus olhos ainda me olhavam assustados. — Vou pegar você e tirá-la daí. Está cheio de cacos de vidro, e não quero que se machuque — digo e, com muito cuidado, a pego nos meus braços. Sinto o seu corpo ficar tenso, mas não me importo; não queria que ela se ferisse com o vidro quebrado. Coloco-a sentada na bancada da cozinha e viro-me para limpar a bagunça no chão. Podia sentir os olhos dela acompanhando cada pequeno movimento meu pela cozinha. Quando termino, vou até a geladeira e pego outro pedaço de torta, colocando-o à sua frente. — Pronto, agora está melhor — digo, com um sorriso no rosto. Ela já tinha se recomposto e me olhava com curiosidade. — Pergunte. Sabia que ela estava curiosa para saber mais do que tinha acontecido e não lhe negaria as respostas. — Por que rosnou para mim? — pergunta ela, um tanto desconfiada. — Já te disse, o meu lobo não gostou disso — digo, voltando para o meu lugar. Ela desce da bancada e senta-se num banquinho à minha frente. — Isso não parece normal — diz ela. — E não é — respondo com sinceridade, não mentiria para ela. — Então, por que agiu assim, se isso não é normal? — pergunta ela. — Porque era sobre você — digo, e vejo o espanto nos seus olhos. — Por minha causa? — pergunta, apontando para si mesma. — Sim — respondo, temendo que ela me fizesse revelar mais do que eu queria. — Isso é loucura; não pode agir dessa forma apenas por minha causa — diz ela. — Posso, e não consigo evitar — digo, sentindo o meu corpo enrijecer. — O que não está me contando, Dante? Se é sobre mim, eu quero saber — diz ela. Apesar do medo que Diana sentia de mim, eu podia ver algo bem mais forte naquele momento em seus olhos: a curiosidade. — Não sei se está pronta — digo. — Isso não faz o menor sentido — diz ela, frustrada. — Outro dia, Diana. Acho que já teve emoções demais por uma noite — digo antes de me voltar para a pia e lavar o meu prato. — Boa noite. Não suportava mais ficar naquele lugar com ela ao meu lado; a tentação era grande demais, e eu sabia que, depois que ela soubesse que éramos companheiros, não iria me conter. Iria querer ela perto de mim, mas Diana não estava pronta para isso; podia ver o medo em seus olhos. Os únicos momentos em que ela não me temia eram quando o meu cheiro estava mais forte para ela; eu podia ver a forma como ela relaxava perto de mim. — Está com problemas — diz Sam, quando começo a entrar na floresta. — Como sabe disso? — pergunto, andando ao lado dele. — Corta essa, Dante; todos nesta alcateia sabem que a mulher que está na casa da alcateia é a sua companheira — diz ele, de forma tranquila. — Sim, ela é minha companheira — não iria negar o óbvio, ainda mais para outro macho. — Ao que parece, ela não sabe — diz ele. — Não, Diana ainda não tem um lobo, então não me reconhece — digo, frustrado. — Realmente tem um problema, meu amigo; a garota parece um cervo assustado — diz ele, rindo. — Acha que eu não sei? — digo, passando a mão pelo rosto. — Vai ter um longo trabalho com ela, seja paciente. Depois de tudo o que vimos na alcateia do Alfa James, devia estar grato por ela estar reagindo tão bem — tinha que concordar com ele. Assim como a Luna, Diana era uma sobrevivente de tudo o que havia acontecido, e, ao contrário do que se esperava, ela estava lidando bem até aquele momento com tudo o que estava a acontecer. — Ela está perto de conseguir o seu lobo — digo a ele. — Mesmo? — Sim, ela já consegue sentir o meu cheiro e está frustrada por não saber o motivo pelo qual se sente atraída por mim — digo, rindo; aquilo estava sendo muito divertido. — Posso imaginar, mas talvez devesse contar-lhe. Será mais fácil — diz ele, parando alguns passos à minha frente. — Vou fazer isso em breve, mas antes quero aproveitar um pouco mais essa inocência dela — não podia negar que amava ver a forma como Diana tentava lutar contra o vínculo e sabia que, quanto mais perto estivesse do seu aniversário, mais fortes aqueles impulsos se tornariam.
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