A força do vinculo

1029 Words
**Zara** A sensação da mão de Fenrir sobre a minha era a melhor coisa do mundo, deixava-me calma e relaxada, como há muito tempo não me sentia. Ele era enorme, e a aura que ele exalava me intimidava profundamente. Sabia que, se ele quisesse me machucar, conseguiria facilmente. Ainda não sabia até que ponto poderia confiar nele, mas ele estava me ajudando, algo que ninguém nunca havia feito antes. Agradeci quando ele não forçou uma aproximação comigo; não sabia até que ponto podia suportar alguém invadindo o meu espaço. Quando puxei a minha mão, pude ver uma expressão de dor cruzar o seu lindo rosto, que logo foi substituída por compreensão. Eu não sabia qual reação ter com o homem à minha frente. Evitando os seus olhos, passo a mão no meu ombro e sinto uma ardência no local. Olho para o rosto de Fenrir e vejo culpa estampada nele. Automaticamente, solto a sua mão e me afasto, o medo correndo pelo meu corpo e me deixando paralisada. — Não se preocupe, não toquei em você de forma íntima. Nunca faria algo sem a sua permissão. Você estava quase morrendo quando chegamos, e a única forma de salvá-la foi marcando-a, mas o vínculo não foi completado — explica ele, olhando fixamente nos meus olhos. — Desculpe — digo, envergonhada pela minha atitude. — Não se desculpe por isso. Qualquer um pensaria o mesmo se estivesse no seu lugar — diz ele, deixando um suspiro triste escapar dos seus lábios. Eu me sentia m*l por meu comportamento. Até aquele momento, ele não havia me dado motivos para ter medo dele; pelo contrário, ele estava conversando comigo calmamente, dando-me tempo e espaço para que eu entendesse o que estava acontecendo. — Onde eu estou? — pergunto, olhando para ele com um pouco de receio. — Está na minha casa, na alcateia Presa Branca — diz ele de forma tranquila, e pela forma como falava, pude perceber que ele tinha muito orgulho da sua alcateia. — O que aconteceu? — pergunto antes que perdesse a coragem. Eu precisava saber de tudo o que tinha acontecido até a minha chegada a essa alcateia. — Já fazia alguns dias que o meu lobo estava agitado, desde que resolvi ir até a alcateia Eclipse. Na verdade, agora percebo que devia ser por sua causa; ele devia sentir que você precisava de nós — diz ele, com os olhos tristonhos, pedindo desculpas. — Assim que cheguei, percebi que aquele encontro era apenas uma armadilha do alfa James para tentar me fazer aceitar a sua filha como companheira escolhida. Um sorriso se abre no meu rosto com a careta que ele faz. Parecia que ele não havia gostado muito da minha irmã Paola. Eu não podia culpá-lo, Paola era detestável. — Resolvi ir embora no mesmo dia, mas meu beta não deixou. Então, quando saí à noite para caminhar, fui atraído até o local em que você estava — diz ele com o maxilar trancado. Eu podia sentir o seu poder de alfa se espalhando pelo quarto, fazendo-me encolher de medo e submissão. — Me desculpe — diz ele, ao ver como eu estava. — Me lembrar da forma como você estava me faz odiar ainda mais aquele lugar — diz ele com raiva, e aquilo me deixa um pouco confusa. Eu tinha certeza de que ele me rejeitaria por ser fraca e patética, mas ali estava ele, dizendo que odiava as pessoas que me fizeram m*l. — Bem, quando vi o alfa James te machucando, perdi o controle e Koda assumiu o meu corpo. Depois te tirei de lá e o curandeiro te examinou. Então, resolvi te trazer para casa; não queria que ficasse mais tempo naquele lugar. O meu coração se enche de esperança quando ele diz que me trouxe para casa. Eu realmente esperava algum dia encontrar o meu lugar. Talvez, se ele não me rejeitasse, ali realmente poderia se tornar a minha casa. Afastei a ideia da minha cabeça ao pensar que as pessoas daquela alcateia não iriam querer uma Luna tão fraca quanto eu. — Posso sentir a sua tristeza. Não deveria pensar tão m*l de si mesma — diz ele, com a mesma voz calma de antes. — Você devia me rejeitar enquanto é tempo — digo, sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto. Ele parecia uma boa pessoa, não merecia passar os seus dias com alguém tão quebrado quanto eu. — Sabe quantos anos eu tenho, Zara? — pergunta ele, com a voz suave. Apenas balanço a cabeça, negando. — Tenho trinta e dois. Você é quem deveria estar pensando se vai querer estar com alguém tão velho quanto eu. As palavras dele chamam a minha atenção. Os meus olhos o examinam com cuidado. Ele estava sem camisa, com o peito tonificado à mostra. Apenas de olhá-lo, pude sentir um formigamento passar pelo meu corpo. Fenrir não era um homem feio; ele era lindo com aqueles olhos verdes, e não aparentava a idade que ele havia dito ter. Quando os meus olhos se fixam nos dele, vejo os seus olhos mudarem de cor, aquilo me deixa fascinada e acabo me inclinando um pouco sobre ele. Então, minha mão escorrega nos travesseiros e as mãos dele me amparam. Levo um susto, e a minha respiração se agita. Vejo o seu olhar preocupado no meu rosto. — Calma, querida, você está segura — diz ele. Eu queria acreditar naquilo, mas uma parte de mim ainda acreditava que, a qualquer momento, o alfa James apareceria e me puniria por estar ali com ele. As mãos de Fenrir me acalmavam através das faíscas do vínculo de companheiro. O cheiro dele, naquele momento, parecia estar mais forte, e não consigo resistir a dar uma inalada profunda, fechando os meus olhos. Eu podia sentir o desejo ganhar vida no meu corpo. Sem conseguir me conter, me aproximo mais dele, querendo mais do seu cheiro maravilhoso. Quando os seus braços se fecham sobre a minha cintura, volto a mim e luto para que ele me soltasse. Quando me afasto, olho para ele com os olhos arregalados, meu coração disparado, enquanto sentia um ataque de pânico se aproximando.
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