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Underworld

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intro-logo
Blurb

O submundo funciona como uma balança onde você ganha e perde, mas jamais conseguirá fugir dele.

Isabela é ex-namorada do, Guzman, chefe do cartel mexicano de Sinaloa. Ele é o rei do México, dono da obscuridade e do medo que domina todo território mexicano, mas para o chefe faltavam algumas coisas, além do poder.

Ela, uma mulher que afirmou que não oferecia nada ao submundo, por medo do futuro que teria em um cenário onde mulheres são usadas como moedas de troca por drogas e dinheiro das próprias famílias.

Isabela e Guzman tem um passado m*l resolvido, mas quando ela volta para o seu cartel e sua vida após dois anos pedindo um emprego, ele faz dela sua mensageira de ameaças e recados, os laços de obsessão serão reafirmados.

Afinal, os corações sombrios serão corrompidos por uma arma letal, o amor.

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1
Prólogo Corri ao lado das minhas amigas sem olhar para trás. A inspetora da escola deixou o portão aberto e conseguimos sair antes de fazer a prova do bimestre, queria sair daquele lugar para respirar ar fresco. — Vamos ficar na estrada? — uma amiga sugere. — É melhor do que ficar perto da área da escola. Apesar de que meu pai deve estar no bar, Fernanda não estuda na mesma turma que a minha. — Dei de ombros. — Vamos esquecer a escola. Trouxe um pouco de diversão, quem quer cocaína? Meu pai anda comprando drogas do cartel mexicano. — outra diz com um sorriso divertido em seus lábios. Ela mostrou o saquinho com uma pequena quantidade do pó branco. Algumas meninas recusaram com medo dos pais, receio por ser a primeira vez. Eu não. Estendi a minha mão para aspirar o pó. Ouvimos passos ao longe, muitos passos, provavelmente algumas pessoas estão se aproximando. Foi quando avistamos oito homens que eram liderados por um, olhos azuis hipnotizantes que roubaram toda a minha atenção. As meninas ficaram morrendo de medo, mas não conseguia parar de olhar o sujeito nos olhos e depois suas tatuagens que pareciam preencher seu corpo inteiro. Ele olhou para o nosso grupo até seu olhar parar no meu. Estava diante de mim, Guzman. O amor da minha vida. Eu não sabia, mas estava marcada por ele e pelo submundo por um simples olhar profundo. Ele viu a minha alma e encontrou o que queria. Uma alma tão obscura quanto a sua. ISABELA Culiacán, Sinaloa Algumas crianças correm brincando de pega-pega na pequena e estreita calçada dos comércios, meus olhos estão atentos as frutas que alguns comerciantes estão vendendo. Maçãs-verdes, laranjas, mexericas, encontro as maçãs vermelhas sem nenhum traço mais claro ou verde. São minhas preferidas, o vermelho é a minha cor favorita. Minha mão adentra o bolso de trás da minha calça, na esperança do dinheiro dar. Sou a única da minha família que busca comida em primeiro lugar para encher a barriga dos outros. — Já escolheu? — o senhor com sorriso simpático pergunta. Assinto. — Quatro maçãs, quero essas mais vermelhas. — Aponto com dedo para o prato contendo as maçãs. — Tem certeza? As mais vermelhas são as mais perigosas — questiona com um olhar brincalhão. Conheço de perto o perigo. Sorrio divertida. — São essas mesmo, gosto do perigo, não tenho medo de nada. — Se assim deseja. Ele começa a colocar em um saquinho transparente, entrego o dinheiro para ele. Saio de sua venda rasgando o saquinho, pego uma maçã dando uma forte mordida na casca vermelha. Olho para o conteúdo das poucas sacolas que carrego, consegui um pouco de macarrão entre outras coisas para levar para casa. Papai tinha um bar, mas com seu vício em drogas acabou perdendo a nossa única fonte de renda, desviando todo o dinheiro do bar para o consumo de drogas. Elas são muito presentes na minha casa, álcool. Minha família tem vícios, ambições, não existe um equilíbrio, todos temos uma ligação com algum vício. Mas a única que pensa em trazer comida para esse maldito buraco onde moramos, sou eu. Empurro a velha porta de madeira com força. Fernanda, minha irmã está em frente ao espelho, passando base em seu rosto para esconder algumas espinhas. — Finalmente voltou, estou com a barriga roncando — comenta olhando para mim. Sorrio debochada. — Engraçado, você não lembra de buscar comida, apenas em pegar quando já coloco na p***a dessa mesa! Sigo até à mesa deixando as sacolas em cima, vou até à pia lavar as mãos, vendo que há louça suja. Detalhe que já estava aí quando saí de casa. — Isabela, você é mais velha do que eu. Além de que está acostumada a andar em qualquer lugar, não decoro ruas e endereços. Volto a encará-la. Fernanda tem cabelos escuros cacheados, enquanto os meus são um pouco ondulados, mas também lisos. Meus olhos são verdes e os dela, castanho-escuros. Apenas um ano de diferença, tenho vinte e dois anos, ela vinte e um. O problema é que não conseguimos ser boas irmãs. — Como vai conseguir alguém? Sua aparência é tão importante para você, mas se não tiver comida aquecendo sua barriga vai apodrecer em ossos — ironizo, levantando uma sobrancelha. — Você guardou um pouco de dinheiro, não foi? — Não temos quase nada! Comprei uma maçã para cada um, estamos na falência total. Ela termina sua maquiagem jogando sorrisos para o espelho. — Pelo menos temos uma maçã para cada um, Miguel deve chegar hoje da viagem que fez com os outros soldados para Nova Iorque — Fernanda relembra, animada. Miguel é nosso irmão mais velho, tem vinte e seis anos, é um soldado do cartel mexicano do estado de Sinaloa. O cartel Sinaloa, perigoso e violento está expandindo o narcotráfico para a máfia Cosa Nostra e a Ndrangheta, máfias perigosas que são aliadas ao cartel que domina nossa cidade, Culiacán Rosales, o estado de Sinaloa e o México por inteiro. Mas meu irmão só conseguiu entrar naquele lugar por causa de alguém. — Miguel é um soldado, tem mais obrigações com o cartel do que conosco — acrescento. — Deveria aprender que não se pode contar nem mesmo com quem tem seu sangue, uma facada nas costas é uma surpresa que pode vir da mão de um parente. Ela revira os olhos. — Você se acha esperta, irmãzinha, mas se está reclamando de tudo deveria usar a memória. Tinha uma forma de ajudar nossa família, quem jogou tudo no lixo foi você mesma — alfineta, provocando-me com um sorriso irritante. — Vocês iriam me usar como uma boia, não sou i****a, iria sacrificar minha liberdade e não teria mais voz para decidir nada — protesto, sem paciência. — Não é tão esperta quanto pensa, não é igual a mim, penso em tudo, cada mísero detalhe antes de tomar uma decisão — diz Fernanda. — O que estão fazendo? — Santiago pergunta, abrindo a porta de madeira com força. Nosso pai encara nossa calorosa conversa com raiva, ele ainda acredita que temos que estar todos unidos. Sendo que foi ele quem levou todos, nós, para a desgraça. Os cabelos bagunçados, marcas de batom no pescoço denunciam que estava com alguma mulher. Ele tem dois vícios, mulheres e drogas. — Tentando pensar em uma forma de colocar comida nessa casa. Antes que os vizinhos encontrem somente nossos ossos espalhados pela casa, pai — informo, exasperada. — Isabela é uma pessoa negativa, ela conseguiu trazer um pouco. Não precisa fazer esse drama irritante, olha cansei disso, vou dar uma volta. Ela sai desfilando, deixando a porta aberta. Os olhos verdes intensos do meu pai mesmo vermelhos pelo uso extremo de drogas se fixam em direção aos meus olhos. — Devemos estar juntos, como chefe dessa família ainda tenho ordens que devem ser cumpridas. — Seus filhos herdaram a sua qualidade, papai, ambiciosos e tomados pelos vícios  — afirmo com asco. Ele sorri indo se sentar no sofá pequeno e nada confortável. — Gosto que sejam assim, melhor que sonhadores e iludidos. Não estamos na falência, Miguel é um soldado do cartel, ele é a garantia de comida e dinheiro para todos, filha. — Se estiver com fome, cozinhe algo. Não quero uma conversa de pai e filha, sei que deve esperar pela chegada do meu irmão. Saio em passos rápidos para o quarto que divido com Fernanda, as janelas de madeira abertas permitem que o vento frio entre e arrepie os pelos do meu braço até a nuca. O inverno chegará em poucas horas, o frio que existe nessa casa será espalhado para outros lares. Pego um cigarro na cômoda junto a um isqueiro. Acomodo-me na janela, sento minha b***a deixando as pernas para o lado de fora. Observo alguns moradores conversando na calçada, alguns já entrando em suas casas, por medo de ficar muito pela rua. O perigo ronda. No meu caso ele se aproxima arrepiando minha pele. Solto a fumaça pela boca enquanto uma pequena lembrança de uma escolha adentra minha mente. Miguel apenas conseguiu emprego no cartel mexicano de Sinaloa por causa dele, Guzman. Ele é o atual chefe, responsável pela obscuridade e perigo em todo estado mexicano. Após a morte do pai,  assumiu o negócio da família, e em dois anos o cartel se beneficiou com alianças e muito poder. Guzman apenas aceitou Miguel por minha causa, tive um rápido relacionamento com ele. Mas em um momento de coragem acabei terminando, temia por mim e o destino que teria caso continuasse ao lado dele, estaria presa ao Guzman. Quando o conheci estava com algumas amigas em uma estrada deserta, assim que trocamos os primeiros olhares senti algo diferente. Um certo perigo e algo mais. — Vai pular pela janela? — a voz rouca do meu irmão ganha minha atenção. Encaro Miguel escorado na porta, olhando para mim com uma enorme curiosidade em saber o que eu iria fazer, o que estava pensando. — Não posso ficar sozinha nesse quarto que por acaso é meu? — pergunto, forçando um sorriso. Ele possui os mesmos olhos verdes que nosso pai, os cabelos cacheados são castanhos. Alto, magro, traços finos. Tatuagens em seus braços. O que se destaca é o seu sorriso debochado. — Parecia estar com a cabeça fora dessa casa. Você não me esperou chegar como sempre faz, alguma coisa perturba sua mente, irmãzinha? — indaga, aproximando-se de mim. As calças jeans velhas foram substituídas por novas, porém, em uma cor escura. Ele voltou com roupas novas. — Como conseguiu dinheiro para trocar o guarda-roupa? — Estou trabalhando, avisei que meu trabalho com o cartel é em primeiro lugar — garante, olhando para meus olhos. Percebo no fundo deles a ambição por mudar de vida, aproveitar tudo o que ganharia como soldado fiel de Guzman. — Não esqueça de trazer dinheiro para nós! Seu pai arruinou o bar, nossa única fonte de renda é o que ganha naquele lugar — refresco sua memória com palavras frias. — Não tenho obrigação de colocar todo o meu dinheiro na mesa dessa casa — responde em um tom c***l. — O pouco que deixo já consegue alimentar a barriga de todos vocês. — O pouco? — Gargalho, irônica. — Não se esqueça que foi por minha causa que está entrando para o submundo, senão estaria largado, mofando no sofá. Trocamos olhares carregados de raiva. — Se estou conseguindo um bom trabalho é por mérito próprio  — revida, impaciente. — Deveria ser como a Fernanda e pensar no que almeja para sua vida, sabe que mulheres não tem muitas opções, não há lugar para vocês em um cartel, não há nada, bom tem uma solução. Fico em pé, enfrentando-o. — Quer vender suas irmãs como se fossemos um pedaço de carne?  — inquiro, atordoada com a cara de p*u do meu irmão. Ele ri, divertido. — Não coloque palavras em minha boca, apenas estou deixando claro como é a realidade. Homens tem sua importância, enquanto vocês são úteis para drogas e dinheiro em uma troca que muitas famílias optam. Ele sai a passos lentos, uma risada de diversão ecoa pelo quarto. Volto para a janela e avisto uma garota sendo arrastada para fora de casa pelo próprio pai. — Não, por favor, papai! Eu não quero! — a voz chorosa implora por misericórdia. Engulo em seco diante dessa cena que é tão comum por aqui. Mulheres sendo usadas como moedas de troca. — Preciso de dinheiro, você vai salvar a nossa fome, seu irmão vale mais do que você, vagabunda! — vocifera o homem. Desvio o olhar dessa cena imaginando o destino da garota quando chegar nos braços do homem que a escolheu. A noite chega, tiro a tampa da panela azul vendo o macarrão que vamos dividir hoje. Coloco a comida no meu prato, mas quando penso em sentar ouço vozes, e meu pai tossir ao longe, e logo entra em casa. — Adoro quando tem comida na mesa. — Temos visitas? — pergunto, desconfiada. — Fernanda e uma amiga. Deixo-o falando sozinho, quando passo pela velha porta de madeira vejo Fernanda conversando com uma de suas amigas, assim que elas percebem minha presença a conversa cessa. Mas minha surpresa maior é ver Guzman surgir na noite, os cabelos escuros penteados para trás, milimetricamente ajeitados pelo gel que ele sempre usa, seus cabelos, é uma lembrança direta com o escuro. Seus olhos azuis funcionam como algo paralisante, você fica imóvel, presa ao seu olhar sem nem perceber. Os músculos estão em evidência em sua camiseta preta, as tatuagens que há dois anos vi bem de perto. Ele se aproxima da minha irmã, a mesma  joga sorrisos para ele, consigo ver o desejo em seus olhos por uma mísera migalha de atenção da parte dele. Fernanda é tão burra ou simplesmente se faz. Guzman não quer nada com a nossa família, o que minha irmã traria para ele? Apenas alguma f**a, mas duvido que ele faça isso. Consigo perceber a diversão dele ao captar o desejo da minha irmã por ele, ela toparia qualquer coisa que ele pedisse. Saio de perto da porta caminhando até o portão. — Fernanda, o macarrão vai esfriar ou ficará sem nada — aviso, interrompendo a conversa. Vejo o sorriso de Fernanda morrer aos poucos ao me encarar. — Isabela — Guzman diz meu nome sem nenhuma emoção. Deveria ser um simples cumprimento, mas não é. — Boa noite. — Não menciono seu nome.  — Ele quer falar com Miguel, vou chamá-lo. Não quer entrar, Guzman? — minha irmã oferece, como se esperasse por algo. Incrível como não tem amor-próprio ou medo, ninguém convida um lobo para invadir sua casa. Guzman não é um lindo cordeirinho perdido na parte mais pobre de Sinaloa. — Não, chame-o. — Sua ordem tem um efeito nela pela primeira vez. Ela sai apressada atrás de Miguel. — Alguma coisa urgente? — especulo, curiosa. Não ouso me aproximar para encará-lo de perto. Diante de mim, está o homem por trás da violência e obscuridade no México, Fernanda não presenciou uma parte do submundo como eu, tão de perto por estar com ele, quando ainda servia ao seu pai há dois anos. O perigo não era nem um por cento do que é hoje, graças a ele. Tenho que reconhecer o m*l que está à minha frente. — Assunto de chefe e soldado  — é a sua única resposta. É difícil ver ele por aqui, há dois anos não o vejo tão de perto. Seus olhos olham os traços do meu rosto, até ouso dizer que olha mais do que eu queria que olhasse. — Guzman. — A voz de Miguel soa apressada, igual seus passos. Assisto os dois saírem juntos. Deveria estar tranquila em relação ao Guzman, ele jamais veio atrás de mim ou se vingou durante esse tempo. Mesmo após ouvir sua palavra de que ele iria me deixar ir, algo dentro de mim não acredita nessa calmaria. Diferente de Fernanda, não creio em finais felizes. Crianças temem a famosa lenda do "bicho-papão", na imaginação deles o perigo se resume a algo que não existe. Diria que a desordem que domina Culiacán,  que é o causador de temor na vizinhança e em todo o México, é real e não há nada que faça isso sumir. Não é imaginação. O cartel mexicano existe e está presente dentro da minha velha casa, na verdade, minha família tem ligação com o que ele mais oferece, tudo de mais perigoso.  Drogas e ambições. Minhas botas fazem barulho quando piso no bar que era da minha família, um novo comprador está conseguindo uma boa clientela. Sua filha de pele parda, com uma maquiagem dourada vem ao meu encontro com um largo sorriso. — Isabela. — Te conheço? — sondo, levantando uma sobrancelha. — Não é porque meu pai é o novo dono do bar que vamos barrar você ou alguém de sua família — afirma, entregando o cardápio preto com fontes em roxo. — Aqui é um lugar para diversão de todos, seu nome é muito falado. Dou risada. — Claro que é, meu irmão trabalha para o cartel. Não quero nada, apenas estou olhando o que tínhamos até meu pai jogar tudo para o alto — comento, devolvendo o cardápio. Ele abriu a mão e deixou cair entre seus dedos o bar que dava dinheiro para todos nós! — Não deveria ficar saindo sozinha, isso é um conselho para todas as mulheres desse lugar. Não ouviu gritos ontem? Pensei que eram boatos, mas, realmente, existem trocas — comenta em um sussurro. Percebo seu medo, o olhar pavoroso olhando ao redor atrás de segurança. — Não são boatos, existe isso. Odeio ouvir algo que virou cotidiano, mas não temos poder algum, mulheres não têm voz. Deveria ficar esperta, o perigo não avisa, esse é um conselho de alguém que mora aqui há anos e conhece tudo — aconselho, deixando-a com o cardápio. O vento frio arrepia minha pele, olho para o céu vendo o sol tentando dar o ar da graça. De dia as pessoas se sentem mais seguras de andarem com segurança rua, mas à noite não tem nem a metade das pessoas por perto. — O que está fazendo? — Fernanda questiona, ao se aproximar de mim, com um olhar questionador.  — Estava falando com a garçonete — respondo, sem vontade. — Seguir meus passos, é o que você faz agora? Fernanda, p***a, aquele bar era nosso! — digo, irritada. — Odeio ver algo que é meu na mão de outros. — O seu drama vai levar a todos nós para o buraco. A garota estava branca como uma folha ontem quando soube que nosso irmão é um soldado do cartel mexicano, ela ficou curiosa ou interessada em saber mais — afirma, debochada. Reviro os olhos. — Viu as novas roupas dele? Miguel está conseguindo seu objetivo, enquanto o que resta ele joga na mesa, as poucas malditas moedas. Uma risada familiar interrompe nossa discussão. Um carro preto de luxo, estaciona bem à nossa frente. Diego abaixa completamente o vidro, deixando seus olhos verdes em evidência. Ele é o braço direito de Guzman. — Encontrei duas mulheres perdidas? — pergunta, arqueando uma de suas grossas sobrancelhas. — Não — respondo imediatamente. — O que faz aqui, Diego? — Estava resolvendo assuntos importantes, avistei ambas em uma discussão, fiquei curioso — admite, sem nenhuma vergonha. — O assunto que falávamos é o que todas as mulheres desse lugar falam diariamente. Uma oportunidade de sair daqui — Fernanda comenta, aproveitando a oportunidade para ganhar a atenção total dele. Não provoque alguém que anda com armas e palavras traiçoeiras enroladas na língua. Nessa pele escura e sedutora assim como os cabelos escuros, mora o perigo. Diego tem algumas tatuagens, Guzman tem em todo o corpo, sua pele clara é coberta por elas. — O sonho de muitas garotas sonhadoras que saíram de novelas. A sorte existe para algumas e para outras apenas o azar, essa é a roleta da vida — assegura, brincando com as palavras. — Tenho que ir, cuidado com o que desejam, às vezes atraímos algumas coisas. Seu conselho não pedido é descartado por mim. Enquanto o carro some da minha vista, Fernanda passa uma mão em seus cabelos. — Ele é profundo. — Pessoas perigosas brincam com palavras assim como fazem com suas vítimas — alerto. — Muitas de nós não dispensa uma oportunidade de ficar com Diego. Miguel é nosso escudo, poderíamos estar jogadas como as outras que eles escolhem ou trocam. — Escudo? — pergunto, incrédula pelo pensamento dela. — Sim, ele é —  reafirma, convicta. — Temos seu sangue, isso já impede de sermos as próximas a serem levadas, usadas pelos homens que dominam o nosso México. — Não confiaria tanto na sua intuição — desdenho, caminhando, deixando-a para trás. Ela segue meus passos conseguindo me alcançar, enquanto andamos lado a lado percebo os olhares de muitos homens em nossa direção. Sim, somos bonitas. Temos isso a nosso favor ou para contribuir ao m*l. Santiago é um homem bonito e nas fotos que temos de nossa mãe podemos comprovar que ela sempre foi bonita. Mas não presta, ela largou os filhos para viver a vida que queria. — Quero alguém de poder ao meu lado, almejo tudo. Prefiro ter um homem que me dê tudo, poder, roupas caras e joias, do que uma simples f**a, Miguel sabe disso. Ele sempre garantiu tanto para mim quanto para você que estamos protegidas, temos uma certa opção de conseguir homens como Guzman. Encaro-a em uma fração de segundo. Alguém está expondo suas vontades mais profundas. — Você quer Guzman ou Diego? O topo da elite não é tão fácil de acessar, Fernanda, use o maldito cérebro e pense que há muitas mulheres para fodas e o que mais querem, agora ter um deles é algo praticamente impossível. — Tenho beleza, não preciso de mais nada. Não almejo um qualquer, diferente de alguém que tinha um passo para ter Guzman em sua vida, esqueceu? — comenta, venenosa. — Pare de usar minha vida como exemplo — aviso pela última vez. — Miguel é a porta aberta para o que muitas não conseguem, o submundo, Isabela. Ele é a ponte entre nós, ainda mantenho o que disse há poucos minutos, nosso irmão cuida para que nada aconteça conosco. Não somos possíveis trocas, temos proteção, sabe, no fundo, que digo a verdade. Caminho mantendo o silêncio, mas não escondo o sorriso debochado em meus lábios. Fernanda gosta de me provocar e tentar passar o limite, a corda está se partindo. Ela sabe que deve tomar cuidado comigo, os três filhos de Santiago nunca conheceram doces sentimentos. Apenas o amargo. Sento na minha cama que fica em frente a da minha irmã, nosso quarto que sempre dividimos é o que me resta. Pego uma lata onde fica o dinheiro e as moedas, uso uma lata velha de milho ainda com a imagem intacta para não cair nas mãos do meu pai. Se ele achar dinheiro, gasta sem pensar que pode cair no chão tomado pela fome. Não gosto de cálculos, não tenho experiência com isso, mas aprendi um pouco com Guzman. Conselhos de um m****o do cartel são valiosos, mesmo que jamais admita isso para ninguém. As moedas de cinco centavos em uma fileira, dez em outra para conseguir contar tudo em vez de contar uma por uma. Separo as notas, as que temos são de vinte e cinquenta. Como usar tão pouco em comida, produtos pessoais? São quatro bocas dentro dessa casa, os gastos são maiores do que apenas uma pessoa. Maldito Miguel. Se ele está brincando com armas e ganhando popularidade no cartel, é pelo meu antigo relacionamento! Não é por mérito próprio nenhum, mas isso ele não admite, se não fosse pela irmãzinha dele, ainda seria um ninguém! Guardo o dinheiro na lata antes que meu pai apareça e saiba o paradeiro do dinheiro dessa casa. Ouço a risada irritante da minha irmã surgir ao longe, cruzo as pernas esperando ela adentrar nosso quarto. Fernanda entra brincando com o pirulito em sua boca. — Vai ficar o dia todo mofando nesse quarto pequeno? — debocha, indo até sua cama. — Ele é tanto seu quanto meu, Cinderela, não esqueça que ainda vive em uma abóbora e não no castelo — lembro, provocando-a. Vejo seu olhar de raiva. — Por enquanto, diferente de você estava no cartel com Miguel e os outros — informa, com um largo sorriso. — Faz tanto tempo que não ia lá, agora posso ir, estar perto deles e ver como tudo funciona. Gargalho, incrédula. — Você estava no cartel? Durante dois anos não existiu essa aproximação com nada em relação ao cartel de Sinaloa. Se está pisando seus pés lá, não é pela fama de Miguel, Guzman está deixando acontecer essa aproximação com nossa família, mas com segundas intenções, sua burra! — informo, conhecendo-o bem. Ela não o conhece tão bem, mas sabe como costuma agir com os demais, as mãos dele controlam tudo.           — Pare de achar que você vale alguma coisa! Guzman não teria aceitado seu "não" se fosse tão valiosa e importante pra ele — acrescenta, com um olhar intimidador.  — Isabela, você não controla minhas decisões, quero estar perto deles, penso no meu futuro, não sou uma opção de troca, quero estar com um homem poderoso, Guzman é solteiro — explica, deixando seus dentes à mostra. Fernanda pensa em aproveitar essa aproximação. — Acorde desse sonho infantil de ganhar tudo!  — digo, aumentando o tom de voz — O que você traria para Guzman ou seu submundo? Nada! Não oferece nada para ele, jamais vai colocar os olhos em cima de você para levá-la ao cartel e sua vida! Fernanda me olha com claro desdém. — Tenho i********e para me aproximar dele. Acho que Guzman está procurando por uma mulher que encare seu reinado, ofereça apoio, aceite o submundo que ele vive... Diferente de você que fugiu de tudo isso — provoca, rindo. Caminho até ela, pegando em seu fino pescoço, em um segundo a encosto na parede pressionando sua cabeça na parede enquanto aperto seu pescoço. Ela se debate, soltando um gritinho. — Posso usar sua cabeça como bola — acrescento, com um sorriso sádico. —  Pensa que ele é i****a e não percebe sua ambição que m*l cabe dentro de suas entranhas? Está tão cega com sua ambição em ganhar um marido e dinheiro fora dessa casa que pode atrair a morte, Fernanda, não se meta ou use o meu passado contra mim para o seu próprio bem. Largo-a vendo seu desespero pela ameaça. Ainda olha para mim, enquanto passa a mão em seu pescoço para alisar onde apertei. — Você também não tem nada! Mas ficou com ele, como explica isso? Um acordo? — questiona, raivosa. — Tente adivinhar com seus neurônios  — desafio — Mas lhe darei uma pequena dica, não sou algo fácil de se ter. Saio do quarto, indo guardar a lata do dinheiro em seu lugar seguro. Fernanda não sai do quarto, deve estar sendo consumida pelo ódio e raiva, lembrando das minhas palavras. Caminho até o espelho a fim de ver como estou, passo uma mão em meus cabelos e saio em direção da porta. Volto para essa casa só depois de falar com Guzman. Não vou esperar perder tudo e depender de Miguel, estou cansada de ser o único cérebro que pensa na sobrevivência dessa maldita casa!

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