POV. Aurora O barulho do refeitório era quase ensurdecedor. Talheres batendo, cadeiras arrastando, vozes se sobrepondo em conversas vazias sobre a noite anterior. A maioria ainda tentava parecer confiante, fingindo que as últimas provas não tinham arrancado pedaços de alma. Eu comia devagar, fingindo o mesmo tipo de distração, mas por dentro tudo era cálculo. Cada gole de café, cada olhar, cada respiração era uma tentativa de lembrar em que ponto, na vida passada, o inferno começava. O supressor ainda me deixava cansada, mas a mente funcionava. E era isso que importava. Enquanto todos se comportavam como se a rotina tivesse voltado ao normal, eu sabia que a calmaria era uma mentira m*l ensaiada. Os Ceifantes escapariam hoje. As paredes dessa fortaleza ainda guardavam os ecos daquele dia,

