Sayuri m*l conseguia respirar. O corpo dela parecia vibrar em sintonia com o de Hideo, como se cada célula sua respondesse aos toques quentes e urgentes dele. A respiração entrecortada e o calor que se espalhava por sua pele denunciavam a intensidade do momento.
Hideo apertava-a contra si com possessividade, como se precisasse da certeza de que ela estava ali, entregue, vulnerável, sua. A língua dele explorava a boca dela com fome e desejo, enquanto as suas mãos, agora sem qualquer hesitação, subiam e desciam pelas curvas do corpo feminino, saboreando cada arrepio, cada tremor involuntário.
Sayuri arfava entre um beijo e outro, perdida na maneira como ele a fazia sentir-se desejada, como se fosse única, como se nada mais existisse além daquele quarto, daquela tensão quase insuportável. Os sentimentos que a envolviam eram mais intensos do que ela imaginou que seria quando estivesse com ele, Sayuri era refém das mãos de Hideo.
Quando os dedos de Hideo deslizaram habilmente para debaixo da saia dela, roçando a sua pele sensível, Sayuri mordeu o lábio inferior, reprimindo um gemido que teimava em escapar.
— Hideo... — murmurou, entre o prazer e a razão que insistia em alertá-la sobre os seus ferimentos.
Mas ele não parecia se importar. Os seus olhos, escuros e intensos, fixavam-se nos dela como chamas que não poderiam ser contidas. Ele não queria parar, desejava explorar o corpo dela sem impedimento algum. Sayuri o tinha provocado, e ele queria que ela soubesse o que aconteceria se ela o fizesse novamente.
— Não fala nada... Só sente... — sussurrou ele, com a voz rouca, quebrada pelo desejo.
A mão de Sayuri, então, desceu lentamente pelo peito dele, sentindo o calor que emanava da sua pele, o músculo tenso sob os dedos. Ela queria mais... queria tudo dele. Queria senti-lo de verdade. Com um movimento inconsciente, deslizou os dedos pelos braços dele, puxando-o ainda mais para si...
Hideo sorri com aquilo, ele não precisava de mais nenhum incentivo dela para continuar o que estava fazendo.
E então, sem perceber, a palma da mão de Sayuri tocou diretamente sobre um dos ferimentos abertos, ainda sensível, escondido sob a pele marcada e m*l cicatrizada.
Hideo arqueou o corpo com um grunhido sufocado de dor, afastando-se abruptamente. Sayuri encara o rosto dele com olhos arregalados ao ver o tanto que ele estava pálido.
— Agh! — gemeu, se encolhendo instintivamente.
Sayuri arregalou os olhos, o peito apertado pela culpa, pelo medo de tê-lo machucado ainda mais. Em um pulo ela se levanta do colo dele em desespero.
— Hideo! Eu... me desculpa! — exclamou ela viszivelmente constrangida. O rosto de Hideo estava contorcido entre a dor física e o desejo que ainda ardia em seu corpo.
Por um instante, o quarto ficou em silêncio, preenchido apenas pelo som pesado das respirações de ambos.
Hideo fechou os olhos, tentando controlar o impulso quase primitivo que o dominava segundos antes, enquanto a dor latejava, fria e c***l, lembrando-o da sua fragilidade. Ele pragueja ao perceber que não conseguiria fazer o que desejava com Sayuri, ao menos por enquanto.
Sayuri, diante dele, mordeu o lábio com força, os olhos marejados pela mistura de emoções: o desejo ainda pulsando, a culpa corroendo, o medo de ter ido longe demais. Mas havia algo mais em seus olhos, um toque de humor ao ver Hideo gemendo de dor, ao que parecia ele não conseguiria cumprir como que prometeu. Aquilo lhe dava vontade de rir, ele olhava para ela como uma criança que tinha perdido um doce.
Ela se aproximou com cuidado, levando a mão até o rosto dele e acariciando a sua mandíbula com delicadeza, como se o simples toque pudesse aliviar não apenas a dor do ferimento, mas também o tumulto emocional que agora os envolvia. Ela se concentra para que ele não vise a vontade de rir estampada em seus olhos.
— Me desculpa... — repetiu, num sussurro trêmulo.
Hideo abriu os olhos lentamente, e ao encarar Sayuri, viu ali a mulher que amava: forte, intensa, mas também vulnerável, cheia de sentimentos conflitantes.
Ele segurou a sua mão com firmeza e a levou até os lábios, depositando um beijo suave, como se dissesse sem palavras que ela não precisava pedir desculpas.
— Eu tô bem... — murmurou, forçando um sorriso, embora o suor frio que escorria por sua testa traísse a intensidade da dor.
Sayuri soltou um suspiro entrecortado, e, num impulso, o abraçou forte, com o rosto escondido no pescoço dele, sentindo o calor de sua pele, o cheiro que tanto a acalmava, e as batidas aceleradas do seu coração. Ela segurava os obros dele com cuidado para não tocar nas suas costas novamente.
Hideo envolveu-a nos seus braços, respirando fundo, lutando para não se deixar consumir novamente pelo desejo, mas, ao mesmo tempo, querendo mantê-la ali, colada ao seu corpo, como se isso fosse suficiente para afastar todas as dores — físicas e emocionais — que carregava.
Ali, naquele abraço apertado, os dois encontraram um breve refúgio, um momento de pausa, enquanto o desejo permanecia latente, adormecido apenas por um instante, à espera da próxima oportunidade de se manifestar.
Quando a mão de Hideo tenta adentrar novamente a blusa de Sayuri ela se afasta rapidamente dele.
— Nem pensar nisso, ou se esqueceu que está ferido? — Diz ela o olhando com as sobrancelhas arqueadas.
— Se eu ficar sentado quietinho não tem como me machucar. — Responde ele piscando para ela.
— Não estou negociando Hideo, você mau aguenta um toque nas suas costas. — Diz ela.
— Não é bem assim. — Insiste ele.
Sayuri se aproxima e encosta a sua mão um pouco mais firme nas costas dele. Hideo trava na hora.
— c*****o Sayuri! Por que fez isso? — Fiz bravo arfando com a dor que atravessava o seu corpo.
— Isso sou eu provando que você não aguenta com nada senhor Shinoda. — Diz ela segurando o rosto dele e lhe dando um beijo rápido nos lábios. — Agora fique quieto que preciso cuidar de você.
— Eu tenho escolha? — Pergunta ele emburrado.
— Não. — Responde Sayuri com um sorriso no rosto. Hideo apenas revira os olhos e permite que ela cuidasse dos seus ferimentos, aquela era uma batalha perdida, e ele como um bom saldado sabia quando era a hora de recuar.