Sayuri sentia uma sensação diferente de tudo o que já havia sentido até aquele momento em sua vida. Ver alguém delirar de prazer à sua frente era algo que ela estava descobrindo amar, ainda mais porque era por sua causa. Os gemidos de Hideo eram consequência das suas carícias, cada som que ele fazia era seu, e apenas seu.
Ela usou a outra mão para massagear os testículos dele e Sayuri viu, com prazer, Hideo jogar a cabeça para trás, gemendo de prazer. Os sons molhados da boca de Sayuri enchiam o quarto à medida que ela o chupava com mais intensidade.
— Sayuri… — chamou ele, não querendo que ela se sujasse. — É melhor tirar a boca.
Sayuri apenas continuou fazendo o que estava fazendo. Hideo trincou os dentes quando ela roçou os dentes na sua cabeça sensível; ele estava à beira de um orgasmo com o que ela fazia. Sayuri o sugou com mais força e, com mais alguns movimentos da sua boca, Hideo gozou, arfando.
Sayuri limpou tudo e se levantou com um sorriso no rosto ao ver a forma como Hideo arfava, sentado na cama.
— Viu? Se for um bom menino, posso te recompensar. — disse ela, piscando para ele enquanto pegava o seu quimono e o vestia.
— Isso foi maldade, eu nem ao menos pude tocar em você. — respondeu ele.
— As regras são minhas, você só precisa obedecer. — disse ela, enquanto pegava uma maleta no canto e se preparava para fazer um curativo nos ferimentos dele.
Hideo apenas sorriu e deixou que ela cuidasse de suas costas feridas. As mãos de Sayuri eram leves e ele gostava do toque e do cuidado dela.
— Eu não me importo de tocar. — disse ele, depois de um tempo.
— Como? — perguntou ela.
— Para os nossos filhos dormirem. — explicou ele. — Eu não me importo de tocar flauta para eles.
O coração de Sayuri se aqueceu com aquelas palavras de Hideo. Ela não tinha dúvidas de que ele seria um bom pai. Hideo estava decidido a provar a todos que havia outras formas de se controlar uma organização, sem ser por leis arcaicas.
— Eu vou me lembrar disso, pode ter certeza. — respondeu ela, rindo.
— E saiba que esse será um dos dias mais felizes da minha vida, Sayuri.
Sayuri apenas continuou o que estava fazendo. Quando terminou, guardou a maleta em um canto e o ajudou a se arrumar para dormir.
— Pode ficar aqui comigo hoje? — perguntou ele, segurando uma das mãos dela.
— Você sabe que não podemos ficar sozinhos, e meu pai não gosta disso. — Sayuri tinha ouvido um pequeno sermão do pai da última vez, mas ele ainda relevara, visto a situação de Hideo; agora, era diferente.
— Por favor… — pediu ele, em voz baixa. Sayuri olhou para os olhos pidões dele e praguejou.
— Tudo bem, mas vou dormir no chão. — disse ela.
— Durma na cama, não quero que pegue um resfriado. E, além do mais, eu não posso fazer nada com você estando deste jeito. — disse ele.
— Não foi o que pareceu minutos atrás. — disse ela, encarando-o com a sobrancelha arqueada.
— Estava pensando nisso, não é mesmo? — disse ele, com um sorriso convencido no rosto.
— Você é terrível, senhor Shinoda. — disse ela, desistindo e se deitando ao lado dele na cama.
— Apenas quando preciso ser. — disse ele, inclinando-se e dando um beijo nos lábios dela. — Boa noite, querida.
— Boa noite.
Hideo dormiu rapidamente, então não viu quando Sayuri deixou o quarto de madrugada. Ela havia recebido uma mensagem de um dos seus informantes e não poderia deixar passar o que estava acontecendo, então, com cuidado, deixou o quarto de Hideo.
Sayuri caminhava na ponta dos pés enquanto descia as escadas, as botas em suas mãos, tentando não fazer barulho. No momento em que ela ia abrir a porta para sair, uma mão a deteve. Sayuri congelou, puxando rapidamente a sua faca, mas a pessoa foi rápida em soltá-la.
— Ficou louca, Sayuri! — disse Matteo, em voz baixa.
Sayuri praguejou enquanto o fuzilava com o olhar; ele havia lhe dado um grande susto.
— Tem que me agradecer por não ter te dado um tiro, Met. — respondeu ela.
— Recebi uma mensagem da Júlia. — Sayuri revirou os olhos; aquilo era típico de Júlia, sempre se preocupando demais com ela.
— Então vamos, quero saber o que eles descobriram. — disse, abrindo a porta.
Matteo seguiu Sayuri em silêncio. Quando chegaram à garagem, entraram no carro dele e partiram. Os soldados não fizeram perguntas, apenas liberaram a passagem de ambos. Matteo seguiu em direção ao endereço que Júlia tinha lhe enviado. Era perto, então não demoraram muito para encontrar.
No momento em que desceram, Sayuri avistou Júlia e outros do seu pessoal vindo em sua direção.
— Desculpe lhe chamar tão tarde. — disse ela, fazendo uma pequena reverência.
— Se tem algo que sei sobre você, Júlia, é que não me faria perder o meu tempo. — disse Sayuri.
— Senhor Matteo, é bom revê-lo. — disse ela, cumprimentando-o.
— Continua tão bela como da última vez que a vi. — respondeu ele, piscando para ela.
Matteo gostava de provocar Júlia, mas a garota parecia imune ao seu charme.
— O senhor continua gentil. — disse ela, sem demonstrar nenhuma expressão. Sayuri segurava o riso ao ver a cara chateada de Matteo.
— O que descobriu? — perguntou.
— Temos provas de que Sora tem procurado Masato nos últimos dias, e não apenas isso, senhorita. Ao que tudo indica, ele estava vendendo informações da organização para os seus inimigos. — disse ela.
Sayuri encarou Júlia, sem acreditar no que estava ouvindo. Ao que parecia, Sora estava cavando a própria cova ao fazer aquilo. A Yakuza não perdoava traidores.
— Pelo que vejo, alguém não tem amor à vida. — disse Sayuri, com um sorriso de canto.