Capítulo 45

1016 Words
No momento em que Sayuri cruza a porta de casa, o seu irmão vem até ela rapidamente. Yuki tinha olhos em todos os lugares e já havia sido informado do ocorrido na festa. Ele queria apenas poder pegar Hideo pelo pescoço e apertar até que ele parasse de respirar. — Me diz que você terminou de vez com aquele i****a. — diz Yuki com os olhos em brasa. — Sei que já sabe o que fiz, então já tem a resposta da sua pergunta. — diz ela, sentando-se no sofá enquanto retirava as sandálias. — Sayuri, por favor! O que eu tenho que fazer para você abrir mão daquele i****a? — Yuki não se conformava com aquilo. Ele só queria ver a sua irmã bem, e para ele isso seria possível se ela estivesse com outra pessoa. — Sei o jogo que ele está fazendo, irmão, e esse jogo é para dois. — diz ela com um sorriso de canto. Yuki suspira e caminha lentamente até ela. Conhecia a sua irmã e sabia que aquele sorriso no rosto só poderia significar problemas, o que acabaria com ele limpando a bagunça dela. — Não quero que se machuque, querida. Eu te amo muito. — diz ele, dando um beijo em sua testa. — Se me ama, me deixe provar para aquele i****a que ele está sendo apenas teimoso. — responde ela, decidida. — O que está planejando fazer, Sayuri? — pergunta Yuki, apreensivo. — Não vou dizer nada agora. Em breve você saberá. — diz ela, para a frustração de Yuki. — Você soube que ele veio aqui romper o compromisso de vocês? — As palavras de Yuki foram ditas de forma lenta e em tom baixo. Ele não desejava que a sua irmã se magoasse ainda mais com aquele assunto. — Soube sim, e adorei o que vocês fizeram. Apesar do sorriso, Yuki não se iludia. Ele podia ver aquela sombra que sempre cruzava o rosto de sua irmã sempre que ela falava sobre Hideo. Por mais que ele tentasse entender, jamais compreenderia por que ela simplesmente não o deixava de vez. — Não tome nenhuma decisão de forma impulsiva. — diz ele. — Não se preocupe, já chamei reforços para o que tenho em mente. Hideo não vai escapar assim tão fácil. — responde ela, dando um beijo na bochecha do irmão e partindo. Sayuri entra em seu quarto com um sorriso no rosto. Ela já tinha planejado tudo. Em breve, Hideo descobriria algo que vinha buscando há muito tempo, e que ela sabia que, enquanto ele não tivesse a resposta que queria, não tomaria uma decisão séria na vida. A água caía sobre o corpo de Sayuri, trazendo-lhe leveza, como se lavasse os sentimentos ruins que a dominavam durante aquele dia. Mas havia algo em tudo aquilo que Sayuri nunca esqueceria: o beijo que ela tinha dado em Hideo. Ela jamais pensou que seu coração pudesse disparar daquela forma. Ela tinha gostado, e Hideo poderia negar, mas ela tinha sentido o quanto aquele beijo havia mexido com ele. Sayuri sai de seus pensamentos com o toque do telefone. Ela apenas estica a mão e alcança o aparelho na bancada do banheiro, atendendo à ligação e colocando no viva-voz. — Hola, cariño. Estou com saudades. — Péssima hora para me ligar, Matteo. — diz ela, rindo. — O que está fazendo? — pergunta ele com a sua voz rouca. — Estou tomando banho, pode me ligar depois se quiser. — responde ela. A linha fica muda por alguns segundos antes que Matteo respondesse. — Não faz isso comigo, Sayuri. Você não sabe a inveja que sinto dessa água neste momento. — Sayuri ri com as palavras do amigo. Matteo era um galanteador de primeira e ela amava esse lado dele. — Você nunca aprende, Matteo. Mas me diga, quando chega? — pergunta ela, enquanto enxaguava os cabelos. — Amanhã cedo, amor. Deixe a porta do quarto aberta. — diz ele, rindo. — Se comporte e me ligue quando chegar. — Pode deixar, amor da minha vida. — diz ele, desligando. Sayuri gostava de Matteo. Ele era alguém leal e confiável, e acima de tudo, ela sabia que Matteo toparia qualquer coisa que ela quisesse. Eles haviam se tornado amigos anos atrás, quando ela participou de um evento com o seu pai, e desde então, nunca pararam de se falar. De banho tomado, Sayuri se permite descansar. Ela precisava de sua mente leve para o próximo dia, mas mesmo assim os seus pensamentos insistiam em voltar para o beijo daquele dia. Por mais que ela quisesse dormir, o sono não vinha. No outro dia, quando Sayuri desce para tomar café, encontra o olhar apreensivo dos pais à mesa, algo que ela tenta ignorar ao se sentar ao lado de Yuki. — Apenas digam, não me olhem assim. — diz ela, servindo-se de um copo de suco. — Soubemos o que houve, e saiba que isso não nos agrada em nada, Sayuri. — diz Hyota. — Eu sei, e em breve tudo isso estará resolvido. — diz ela, enquanto comia sem se preocupar com nada. Os pais de Sayuri trocam um olhar preocupado. Conheciam a filha e sabiam o quanto ela era impulsiva às vezes. E naquele momento, observando o comportamento dela, temiam que ela aprontasse mais uma vez. — Filha, o que está pensando em fazer? — pergunta Hana de forma mais delicada. — Não é o que vou fazer, mãe. É o que já fiz. — responde ela, sorrindo. Todos olham Sayuri com cautela, mas ela permanecia tranquila. — Sayuri... — Papai, você e mamãe me prometeram que eu poderia lidar com isso do meu jeito, e é isso que estou fazendo. Apenas esperem e verão o que vai acontecer em breve. — Não gosto disso. — diz Yuki. — Nem nós, mas demos a nossa palavra, e precisamos confiar nela. — diz Hana. — Senhorita Sayuri, o seu convidado chegou. — diz o mordomo, entrando na cozinha acompanhado de um homem. Ao ver de quem se tratava, os pais de Sayuri ficaram em choque.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD