CAPITULO 4

1374 Words
— Você está bem? Eu balancei a cabeça. — Eu gostaria de ouvir algumas palavras, se você não se importa. Eu olhei para baixo. — E...eu estou bem. Eu estava? Eu algum dia ficaria? Ele suspirou e esticou a mão para mim. — Ah, você está sangrando! Deixei escapar ao notar o corte em seu dedo indicador e a gota de sangue que pingava no tapete preto do chão. Ele olhou para o dedo e encolheu os ombros. — Não é nada. Era estranho não ver os olhos dele. realmente parecia que ele estava escondido atrás de uma parede e eu só estava conseguindo metade da informação. — Não não. Não queremos manchar seu carro. Vasculhei a minha bolsa em busca de algo para ajudar com o sangramento quando notei a xícara de café quebrada dentro dela. Tinha sido um presente de Jake. Apesar de tudo, foi bom que estivesse tão destruída quanto o nosso relacionamento. — Não importa. Este carro já viu coisas piores do que algumas gotas de sangue. — Já viu pior? Eu perguntei enquanto lhe lançava um olhar de lado. Ele poderia ter sido um serial killer, afinal. Ele soltou uma risada gutural. — Eu quis dizer passageiros bagunçados, sem poças de sangue. Finalmente encontrei o que procurava no bolso lateral da minha bolsa e corei ao ver o desenho do band-aid. Eu não tinha percebido que era aquele que eu mantinha lá para emergências. — Desculpe. Isso é tudo que tenho. Estremeci quando coloquei o band-aid da Hello Kitty em seu dedo. — Ah. Ele olhou para ele por um segundo antes de soltar uma risada baixa. — Isso me dá uma vantagem, eu acho. Ele ligou o carro e começou a dirigir pela rua. — Eu sou Violeta. Eu disse depois que ele fez meia-volta na rua, e passamos por um Jake carrancudo. Não que ele pudesse ter me visto através da janela escura. O homem virou a cabeça para me lançar um olhar rápido antes de se concentrar novamente na estrada. — Desculpe. Eu deveria ter me apresentado antes. Não estou acostumado com pessoas que não... Ele balançou a cabeça. — Eu sou Hoka. — Hoka? Eu tentei, sem ter certeza se entendi direito. Era um nome que eu nunca tinha ouvido antes. Ele me deu um aceno afiado. — Hoka! Repeti mais uma vez com um sorriso. — Eu gosto disso. — Estou feliz que você aprove. Estremeci com o quão est*úpido deve ter soado, como se ele se importasse se eu gostava do nome dele ou não. Eu estava prestes a me desculpar quando ele virou à esquerda no final da rua de Jake, indo para o centro da cidade, em vez de pegar a rodovia, e percebi que não havia fornecido meu endereço. Ele também não perguntou, não é? Eu lancei para ele um olhar desconfiado. Isso estava realmente começando a parecer um episódio de um seriado de ação. — Você está pegando o caminho errado. Eu moro em Eastend. Hoka olhou para mim novamente, as sobrancelhas saltando para fora dos óculos escuros. O único sinal de sua surpresa por saber onde eu morava. — Vou levar você ao hospital St. Violeta. Você está ferida. Olhei para minhas pernas e meus joelhos arranhados, cobertos de sangue seco e pequenas pedras pretas. Não tinha doído muito até agora, provavelmente devido à adrenalina causada por toda a situação, mas agora que olhei para aquilo, começou a doer. — Não. Ele desacelerou e virou a cabeça lentamente em minha direção. Hum, isso foi uma reação e tanto apenas para uma viagem ao hospital. Talvez ele tenha pensado que eu era louca e se arrependeu de ter me oferecido uma carona. — Eu só... não é nada com o qual eu não tenha lidado antes. Apontei para os joelhos e soltei o que esperava ser uma risada zombeteira, embora soasse entrecortada e pat*ética aos meus ouvidos. Eu não tenho certeza. Sou muito pobre e não pensaria em ir para o hospital a menos que a morte estivesse à minha porta . — Basta me deixar na Clínica Fremont na Bellsway Street, está tudo bem. — Clínica Fremont...Pela forma como ele soltou as palavras, não houve necessidade de explicar que ele sabia exatamente o que era e não aprovava. Ele parou em um cruzamento, apesar da estrada estar vazia, e ficou ali por alguns segundos como se estivesse pensando. Talvez ele não soubesse onde estava. — Se você... Comecei quando ele ligou o pisca e virou à esquerda. — Bellway Street é o outro lado. — Eu sei, mas está clínica...Ele balançou a cabeça. — Suponho que você não tenha seguro, mas pelo menos deixe-me levá-la ao meu médico pessoal. Ele está sob contrato, então não vai me custar nada. Torci minha boca para o lado com incredulidade. Não acredito que alguém realmente tenha um médico contratado, mas, ao mesmo tempo, não tive vontade de esperar quatro horas só para ver um médico que preferia estar em qualquer lugar do que ali. — São apenas arranhões. Nada com que se preocupar. — Talvez sim, mas prefiro ter certeza de que não é nada pior. O asfalto é uma casa perfeita para bactérias. Quem sabe o que pode acontecer se não for tratado adequadamente? Ele apontou para meus pés, mantendo os olhos na estrada. — Seu tornozelo também está ficando um pouco mais escuro. Só quero ter certeza de que nada está quebrado. Olhei para baixo e com certeza meu tornozelo esquerdo estava um pouco inchado e azul claro. Lancei-lhe outro olhar de lado enquanto minhas perguntas sobre esse homem aumentavam para outro nível. Como ele percebeu isso? Ele não tirou os olhos da estrada. Eu não poderia dizer que estava com medo dele, mesmo que devesse estar, mas estava cautelosa e, apesar de ele me mostrar o que parecia ser uma gentileza genuína, não pude evitar que meu nível de cautela subisse alguns degraus. Talvez fosse apenas quem ele era, mas ele era tão autoritário, tão avassalador com apenas algumas palavras. — Ah, entendo. Você não gostaria que eu morresse de sepse sob sua supervisão. Minha voz tremeu apesar da minha tentativa de leveza. Ele se virou para mim, provavelmente notando o estresse em minha voz. Houve alguma coisa que este homem perdeu? Ele sorriu mais brilhante do que antes, revelando uma pequena covinha na bochecha esquerda. — Estou assustando você, me desculpe. — Não, eu... Olhei para minhas mãos no colo, sentindo a maçã do meu rosto ficar vermelha. Ele suspirou. — Eu não queria. Estou acostumado a assumir o comando. É o meu trabalho e às vezes esqueço que nem todo mundo sabe disso. Ele soltou uma risada irônica. — Não conheço pessoas novas com tanta frequência. A admissão de alguma forma aliviou minha apreensão. Ele tinha acabado de compartilhar algo que provavelmente era um pouco difícil de admitir. — Simplesmente não me sinto confortável sendo um fardo para ninguém. Admiti. — Você claramente tinha um lugar para ir e se sente obrigado a ajudar quando não tem culpa. Era apenas uma verdade parcial, mas eu realmente não poderia dizer que a presença dele fosse avassaladora. Ele claramente não tinha controle sobre isso. – Eu estava indo rápido demais. — Talvez. Eu admiti com um aceno de cabeça. — Mas fui eu quem atravessou a rua sem olhar, usando sapatos que era uma armadilha mortal. — Ok, então nós dois fizemos coisas estú*pidas. Que tal culparmos o namorado traidor? ele ofereceu com um sorriso. — Ele não merece nada menos. — Como você sabe que ele estava me traindo? — É um livro didático, na verdade. Como você ficou chateada com o estado de nudez dele. A audácia do homem que ousa reivindicar você. — Ele é um id*iota. Ele riu antes de ficar sério novamente. — Algo que precisa ser dito, no entanto. Não conheço a situação entre vocês dois e não preciso saber, mas você precisa entender que nenhum homem, e quero dizer, nenhum homem no mundo inteiro, merece que você arrisque sua vida por ele. Eu balancei a cabeça silenciosamente. Não havia muito que eu pudesse dizer porque sabia disso. Era algo que a minha mãe repetia para mim desde que eu era pequena.
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