Prólogo
Lina Morris nasceu na casa dos Colin, era um bebê tão lindo e tão esperado pela família, que naquela noite o céu estava fechado e até a lua estava menos iluminada. Era uma noite estranha.
Anunciando algo mais importante que o plano por trás do nascimento aquela noite. A pequena loba nasceria já tendo que lutar pela própria vida.
A senhora Elizabete fazia força sem parar, seu rosto estava vermelho e sua irmã estava no meio de suas pernas, forçando-a fazer tirar o pequeno bebê para fora. O cheiro do quarto começava a impregnar. Elizabete estava com medo, sentiu suas forças indo parando de querer funcionar, sua cabeça girava e ela podia sentir a dor rachando o corpo em mil pedaços.
Não havia tanto cuidado ali entre as duas. Parecia que o parto estava sendo forçado em um momento que ninguém estava em casa a não ser as duas.
"Vamos, Elizabete. Essa criança tem que nascer essa noite! Posso ver ela coroando!"
Ela fez força. O grito rompeu a garganta dela, machucando seu animal interior e fazendo-a sentir ainda mais dor.
"Eu não consigo, eu não consigo!"
O choro veio engasgado. Elizabete podia sentir a filha pedindo pra sair. Seu corpo estava molhado de suor, ela nem mesmo tinha seu marido ali. Ela o amava. Era o sonho dela dar uma filha pra ele.
Mas por que tinha que doer tanto?
" Faça força, Elizabete! Você não é mulher nem pra tirar essa criança daqui?! "
Elizabete não tinha uma boa relação com a irmã, mesmo querendo muito e até ajudando-a depois de se casar-se com Charles Colin. Elisa era egoísta, mesquinha e não tinha compaixão por qualquer pessoa. Nem mesmo pela irmã.
Elizabete não sabia das intenções da irmã meses atrás se aproximando dela, assim que ela ficou grávida. Levada pela inveja da irmã, Eliza decidiu que iria pegar o lugar da irmã.
Elisa havia dado a luz a sua filha duas noites atrás, escondida, pronta pra fazer aquele parto e então fazer a filha dela entrar no lugar do bebê precisoso da família Colin. Trocando os bebês.
Quando todos chegassem, era sua filha que estaria como a única herdeira dos Colin. Ela poderia enfim tirar sua irmã do caminho e pegar tudo que era dela por direito. Iria ser a mulher que cuidaria do bebê e almejava o marido dela.
" Chame um médico, eu não vou conseguir. Não tenho tempo, Eliza. Eu estou implorando."
"Pare de ser tão fraca. Faça mais força, esse bebê tem que sair, Elizabete!"
Era uma violência tão grande. Elizabete não sabia se chorava por não conseguir tirar sua filha de dentro dela ou por não ter mais ajuda, mesmo depois de todo preparo para aquele momento.
Tudo doía nela. A dor fazendo ela chegar a querer uma dose de morfina ou apenas apagar e nunca mais sentir isso.
Seu peito batia e se apertava agora. A sensação mórbida tomou seu corpo, o grito rompeu a garganta dela. Cada pedaço da mansão Colin escutou o grito agonizante, era uma pena não ter ninguém pra escutar e parar o que estava acontecendo.
Eliza abriu um sorriso maldito no rosto quando viu o bebê ser precionado para fora, ela o girou e então o puxou.
O bebê havia nascido.
Elizabete amenizou a dor e então sentiu uma sensação atravessar o corpo dela. Seu peito doeu. Mas ela ainda viu a filha nos braços da irmã.
"Você é tão linda" Ela sentiu a garganta seca e viu sua visão ficar embaraçada. "O que está acontecendo, minha filha nasceu." Elizabete ainda viu o rostinho da filha, estava todo sujo, mas tinha o nariz do pai. Seus olhos despejavam lágrimas, enquanto tentava olhar para filha. " Me deixe pegá-la, por favor."
"Ela precisa sumir Elizabete, eu vou garantir que ela vai pra bem longe dessa casa."
Aquilo terminou de matá-la.
O coração dela se misturou com sua natureza animal de lobisomem. A loba dela sentiu a dor. A palidez tomou conta dela. O corpo havia se esgotado.
Mas ela estava olhando para o bebê quando partiu, olhando para a pequena criança feita com amor e com uma promessa que só Elizabete sabia.
A lua havia revelado planos incríveis para a pequena loba branca.
Indo embora, ela entendeu o motivo da lua contar pra ela, sussurrando no seu ouvido. Elizabete não teria a chance de ver sua filha crescendo, mas sabia o futuro dela.
Ela seria a escolhida do alfa.
Seria dele.
Toda dele.