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RELATOS DE UMA PROSTITUTA - Baseado em fatos reais

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Blurb

Nicole fugiu do próprio destino nos braços de um estranho.

Nas noites sombrias de São Paulo, ela renasce como Pandora, uma mulher livre, misteriosa e incontrolável.

Mas o que ela não sabe é que o dono da casa noturna que agora dita seu ritmo é Alex — o mesmo homem que a ajudou a escapar.

Entre segredos, paixão e perigo, o jogo muda quando Alex descobre que se apaixonar por Pandora pode ser sua maior perdição

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Um dia comum
O dia estava nublado o suficiente para eu não querer sair da cama, mas eu não tinha essa escolha, os trabalhos dentro de casa não paravam nunca. Ele já estava de pé, esquentando a água para passar o café, olhando para a janela da cozinha com os olhos perdidos no horizonte. Eu conseguia imaginar os pensamentos dele sendo repassados em sua mente doentia, conseguia ver através de sua postura que ele inventaria algo para acabar completamente com o meu dia. Ou com a minha vida. Eu nunca sabia quais eram as suas intenções assim que ele acordava. - Você poderia ter levantado mais cedo para passar o café né Nicole? Você só pode estar de brincadeira comigo... Eu fechei as minhas mãos, tentando segurar o ímpeto de gritar bem alto “Você não é capaz de passar a p***a de um café?” Mas eu sabia onde isso ia acabar. - Eu vou buscar o pão, está de bom tamanho para você Danilo? – disse eu sem conseguir encará-lo. - Ah, você já quer ir logo cedo dar em cima do padeiro? Por que não guarda essa energia para dar para o seu marido de vez em quando? – Eu só ouvi a voz dele, eu não conseguia olhar em seus olhos. O monstro que estava diante de mim, em nada se parecia com o jovem alegre com quem eu tinha me casado. Eu permaneci em silêncio, comecei a lavar a louça que ele mesmo deixou da noite passada, tentando me fazer invisível enquanto ele passava o maldito café. Danilo fez um movimento brusco e derrubou o filtro na pia, e como em todas as situações eu sabia que sobraria para mim. Ele pegou o filtro de café e jogou contra a parede, espalhou a borra do café por toda a cozinha e gritou – p***a! Essa casa é um inferno. E eu concordei com ele naquele momento, eu me sentia presa no inferno... Sendo ele o meu algoz torturador pela eternidade. - Você limpa isso, eu vou trocar minha camiseta, alguém precisa trabalhar nessa p***a dessa casa! Eu não olhei para trás, permaneci lavando a louça, evitando que as minhas lágrimas caíssem pelo meu rosto. Eu me sentia humilhada, me sentia tão pequena, tão longe da menina que um dia eu fui. Os meus sonhos pareciam ter ficado apenas saudosos no meu passado. A vontade de sair correndo dali era constante, eu sentia que estava enjaulada, dia após dia presa com um homem agressivo dentro de uma casa feita de mentiras e promessas que nunca seriam cumpridas. Eu limpei a minha casa a perfeição, não admitia nada fora do lugar. Era como se enquanto eu arrumava a casa eu consertasse o que estava de errado dentro de mim. Eu terminei um pouco mais cedo do que o previsto, eu me sentei no meu sofá aproveitando a paz e o silêncio que ficariam para trás no momento em que Danilo entrasse pela maldita porta. Eu coloquei um filme qualquer para assistir, o romance estava em todos os lugares. Eu ri sozinha no sofá, pensei por um momento que eu jamais teria algo nem parecido com isso em toda a minha vida. Mas era bom assistir, outra mulher, mesmo que na ficção ter um pouco de carinho e compreensão. Eu tomei um longo banho, daqueles que tomamos para fugir um pouco da terra, fiz tudo da forma mais lenta possível, com a porta do banheiro trancada, eu sentia que nada poderia me atingir. Quando eu escutei a chave virar na porta eu desliguei a televisão automaticamente, me arrumei no sofá e perdi a postura relaxada que eu tinha mantido antes. A porta se abriu com um estrondo, bateu contra a parede como se Danilo quisesse anunciar sua chegada com o máximo de violência. O cheiro de álcool invadiu a sala antes mesmo dele entrar, misturado com um perfume barato que com certeza não era o meu. Meu estômago embrulhou, mas eu já não ligava tanto assim, o meu rosto ficou impassível, ele não significava mais nada. Ele entrou cambaleando, os olhos estavam vermelhos e pesados, a camisa desabotoada e manchada de algo que eu preferi não identificar. Parou no meio da sala, olhando para mim como se eu fosse um fantasma irritante, encarando os demônios dele. - Você está aí quietinha, não é? – Ele riu, um som rouco e sem humor – Nem perguntou onde eu estava – Ele fechou a mão – Não liga mais Nicole? O meu coração disparou, era sempre assim quando eu estava perto dele. Nunca de um jeito bom, sempre de um jeito que parecia que eu ia morrer a qualquer momento. Se eu perguntasse algo eu apanharia por ser ciumenta e descontrolada, se eu não perguntasse eu não me importava. Não havia resposta certa. - Eu pensei que você estava trabalhando, só isso – Mantive a voz baixa e neutra. Ele deu dois passos até mim, o cheiro de álcool e do perfume alheio quase me fazendo engasgar. O seu olhar escuro percorreu o meu corpo, como se procurasse algum motivo i****a para explodir. - Você tá me chamando de mentiroso? – Ele se inclinou, colocou as mãos nos braços do sofá, me encurralando. - Eu só não quero te incomodar Danilo – Eu disse mantendo os meus olhos nos olhos furiosos dele. Danilo riu de novo, dessa vez com um brilho perigoso em seus olhos. - Incomodar? – Repetiu, como se a palavra fosse absurda – Você acha que eu sou burro Nicole? Você está me olhando com nojo, você acha que eu sou um lixo, não é? - Eu não... eu... eu realmente não... sugeri isso – Eu disse pausadamente enquanto ele se inclinava ainda mais perto do meu rosto. Antes que ele me respondesse, sua mão fechou no meu braço, puxando-me com força do sofá. Eu caí de joelhos no chão, uma dor horrível subiu pelas minhas pernas. A agressão passada não havia curado e eu já estava me preparando para uma nova. - Você não faz a menor ideia do que eu passo lá fora – Ele gritou alto, a voz ecoava pelas paredes – Você fica aqui o dia todo vendo televisão, deitada como se fosse uma maldita princesa! E eu... EU, enfrento a p***a as selva lá fora! Eu me encolhi, instintivamente protegendo o rosto com os meus braços, eu bem sabia o que viria depois. - Levanta! – Ele ordenou, puxando o meu cabelo – Levanta e me olha quando eu Tô falando com você... Me diz, estava em algum motel? Por que você está com o cabelo molhado sua p**a? As lágrimas escaparam, mas eu não fiz um som sequer. Era pior quando eu chorava. Ele me arrastou até o espelho no corredor, me forçando a encarar o meu próprio reflexo – O rosto manchado de lágrimas e os meus olhos estavam cheios de medo. - Você está com cara de quem aprontou.... – disse ele ainda segurando o meu cabelo. - Eu não saí daqui eu apenas tomei um banho! – Eu rebati, então ele puxou o meu cabelo um pouco mais forte. - Eu liguei para você... Você não me atendeu! Ontem eu te liguei e você levou 11 segundos para me atender, acha que eu sou burro para acreditar que alguém que não faz nada não consegue atender o próprio marido? – Disse cheio de ódio em cada palavra. Minha vontade era gritar aos quatro ventos a maior mentira já ouvida “ESTAVA CHUPANDO O p*u DO PORTEIRO E DO ZELADOR NESSE TEMPO, POR ISSO NÃO ATENDI... VOCÊ É UM CORNO FILHO DA p**a” Mas ao invés disso eu me mantive calada. - Olha para você... – Ele cuspiu as palavras no meu ouvido – Ninguém iria querer você... Ninguém ia aguentar uma mulher fraca e inútil como você! A respiração pesada de Danilo batia contra a minha nuca. Eu sabia o que ele queria em seguida. O que sempre queria depois de me humilhar. E, como sempre, eu não teria nenhuma escolha. Mas naquele momento, enquanto ele me empurrava em direção ao quarto, algo dentro de mim rachou de vez. Algo que, talvez, nunca mais fosse se recompor.

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