Capítulo 3

2149 Words
Ettore Santinelli Depois de resolver quase todos os documentos importantes sobre a minha mesa, fui para casa, mais uma noite vendo filmes sozinho em minha sala, e assim se passou todo o dia em que conheci Kai, ele não saiu dos meus pensamentos durante toda a noite, o que me fez passar a noite em claro. Todo esse sentimento de reconhecimento está me fazendo perder o sono, será que essa coisa toda realmente existe? Mas como eu explicaria meus sonhos com o seu nome sendo chamado por mim tão desesperadamente? Nunca realmente vi seu rosto em meus sonhos, mas quando o vi hoje, mesmo sabendo que existe vários Kai pelo mundo a fora, eu sabia que aquele Kai que estava ferido na minha frente, era o que tanto eu procurava, mas como explicar isso? Como sei se não é apenas minha imaginação me pregando peças porque estou ficando louco? De manhã só tomo um café demorado, forte e sem açúcar e vou para a empresa, passo pela sala do meu irmão e o cumprimento logo me trancando na minha própria sala. Não estou com disposição alguma hoje. Passei quase todo meu dia resolvendo alguns problemas da empresa, mas também um certo rapaz não deixava meus pensamentos como vem sendo nesses dois últimos dias, já estou ficando sem saída preciso descobrir mais sobre ele. Preciso ter a certeza de que algo que eu poderia chamar de destino realmente nos liga. Mas como? Não posso aparecer do nada e me intrometer na sua vida, fazendo milhares de perguntas. Preciso achar um jeito de resolver tudo isso. Por volta das dezenove horas deixo a empresa, só porque meu irmão chegou aqui, se não ainda estaria tentando tirar Kai da minha cabeça com o trabalho, o que foi em vão também. Mas me distraia e ficava horas encarando a parede pensando nele do que trabalhando. Neste momento estou no carro com Mariano que insistiu em passar a noite comigo em minha casa, o que não estou reclamando, preciso de alguém nesse momento e sei que ele é a pessoa certa, sempre foi. Podemos implicar um com o outro sempre mas sabemos que nós amamos acima de tudo. Ele é meu irmão afinal de contas, eu o amor muito, e sei que sempre posso contar com ele. — Sabe, precisamos fazer isso mais vezes. Você e eu numa noite qualquer assistindo filmes e comendo besteiras, como quando éramos crianças, mamãe ia adorar ter os filhinhos juntinhos assim de novo que nem duas criancinhas. — Ele solta uma gargalhada e eu faço o mesmo. — Como se mamãe não nos tratasse assim o tempo inteiro. — Solto outra risada e ele me acompanha. Nesse momento chegamos em minha casa, deixo o carro na garagem e nos dirigimos para dentro. Mariano se joga no sofá e solta um suspiro. E do nada ele está com uma carranca na cara como se lembrasse de algo que o deixou irritado, me sento na poltrona que tem em frente ao sofá que ele está todo largado. — No que está pensando? E por que isso o está deixando com raiva? — Pergunto curioso, nunca vi essa expressão em seu rosto. Como se fosse a mistura de irritação, admiração e algo mais que não consigo identificar agora. — Aquele i****a do meu especialista em computadores. Você acredita que ele me enfrentou hoje? Aquele... Aquele — Ele faz uma cara nada boa e solta seus xingamentos. — i****a, figlio di una madre, è un bastardo. (i****a, filho de uma mãe ele é um desgraçado). Rio de sua cara, se não o conhecesse bem estaria assustado agora. — E cosa ha fatto? (E o que ele fez?) — Ele foi arrumar meu computador que deu um problema, eu inocente fui dar minha opinião sobre algo que ele estava fazendo, ele me respondeu que o especialista era ele não eu. Dá para acreditar nisso? Será que ele não tem medo do que pode acontecer a ele? Me deu uma vontade de... de — Nesse momento seus olhos arregalam. — De?... — Ele me olha e parece engolir em seco. — De o quê, irmão? E só por causa disso que você está com raiva do garoto? Ele não estava certo? Ele que é o especialista. Logo ele sabia o que estava fazendo. — Vontade de nada, ele me tira do sério só isso, aquele i****a é irritante demais, deixa isso para lá. Estou com fome, o que temos para hoje? Solto um riso baixo, sei o que ele está tentando fazer. Acho que ele não notou, mas eu notei, quando ele estiver pronto irá descobrir, só me resta esperar ele vir surtar no meu ouvido. Mas aposto toda minha herança que ele sente algo por esse cara, nunca vi ele tão irritando por algo tão bobo. Ela se senta sobre o sofá e me olha, esperando uma resposta. — Deve ter algo para esquentar no micro-ondas, certeza de que mamãe mandou Liz para cá enquanto estava no trabalho. — Claro que ela mandou, se não for por nossa mãe você morre de fome e isso aqui ainda vira um chiqueiro. — Levo minhas mãos ao peito. — Como ousa dizer algo assim? Sou muito organizado, ok? — E sou mesmo, mas com as coisas que me interessam, e arrumar a casa não me interessa em nada nesse momento ou em qualquer outro, Mariano solta um riso alto enquanto coloca uma lasanha deliciosa para esquentar. — E então? O Kai, o que irá fazer em relação a isso? — Solto um suspiro, e me sento em sua frente no balcão, já que estamos na cozinha nesse momento. — Não sei ainda, sinto que preciso ir atrás de respostas sabe? Mas não sei mesmo o que fazer. — Se eu não gostar das coisas que encontrar, será que vale a pena ir atrás disso tudo, ir atrás de Ka? — Por que não tenta se aproximar dele? Sei lá, chama ele para sair, se conhecerem. Você sente algo por ele, e se realmente esses seus sonhos tiver algo relacionado com o rapaz, você irá descobrir. Só não fica se martirizando por isso, sei bem como fica por causa desses sonhos, não quero vê-lo como antes irmão. Então trate de resolver isso logo, mamãe também ficará preocupada se souber que seus pesadelos voltaram. Apenas viva cada momento com ele, o conhecendo, se for isso que seu coração quer. - Fala preocupado me olhando com seus olhos intensos, abaixo minha cabeça. — Não conta para nossos pais, não quero ver o desespero no rosto deles de novo, prometo que irei resolver tudo isso e irei buscar por respostas. — Penso um pouco. — E é uma boa ideia me aproximar dele. Aos poucos. — Ótimo faça isso, e qualquer coisa sabe que estou aqui, não sabe? — Levanto a cabeça e olho em seus olhos, só consigo enxergar amor e compreensão. Amo demais meu irmão. — Sei sim irmão, Te amo seu i****a. — Sempre fomos muito amorosos um com o outro, mamãe nos ensinou que não devemos ter vergonha de admitir ou demonstrar nossos sentimentos quando eles são verdadeiros. — Também te amo, meu caçula. — Ele rir me levando junto, levanta-se de sua cadeira e se senta ao meu lado passando seus braços por cima dos meus ombros, sempre me sentir seguro quando ele faz isso, não importa minha idade ele sempre será meu irmão mais velho e meu herói, ele junto de papai é meus verdadeiros amigos. Mariano sempre esteve presente em minha vida, cuidava de mim e brincava comigo mesmo ele sendo um pouco mais velho que eu, ele praticamente ajudou mamãe e papai me criarem e eu sei como isso pesou na vida dele, já que muitas vezes ele deixava de sair com seus amigos para cuidar de mim. — Você está muito meloso. — Ele rir mais ainda. — i****a. — Fico de bico mesmo como uma verdadeira criança. — OH irmãozinho — Ele aperta minhas bochechas e dou tapas em suas mãos. — Você com certeza é meu Caçula. Solto um bufo irritado, ele levanta e vai buscar nosso jantar, e comemos nesse clima leve. Ficamos conversando sobre assuntos diversos enquanto assistíamos um filme qualquer na tv, e assim se passou até que fomos dormir. Estamos cansados do dia corrido e cheio de trabalho, no meu caso, pensamentos confusos se juntaram ao pacote, me deixando exausto. Assim que caímos na cama, apagamos. Acordo suado e sinto um corpo perto do meu, pelo calor sei que é meu irmão. Será que tive outro pesadelo? Mas porque não consigo lembrar dessa vez? Sempre lembrei. — Acordado? — Escuto a voz de meu irmão. — Sim. Tive outro pesadelo? — Pergunto incerto e me sentindo culpado por atrapalhar ele. — Você não lembra? Mas Você sempre lembra. — Diz confuso. — Não sei, só lembro de ter apagado ontem, de mais nada depois disso, o que aconteceu? — Me levanto, sentando-se na cama e Mariano faz o mesmo. — Estava no meu quarto quando escutei você chamando pelo nome de Kai, senti que foi diferente dos outros, antes você falava com dor como se o estivesse perdendo, mas ontem senti que foi uma dor diferente, foi como se... — Ele para um pouco e olha em meus olhos e termina sua fala. — Como se você estivesse deixando ele ir. Vi você chorar Ettore, em anos que isso não acontece, não na minha frente pelo menos, você chorou e depois ficou se perguntando se era mesmo o melhor. Não lembra? — Não, e não tenho a mínima ideia do porquê não lembro. — Coloco minha cabeça entre minhas mãos. Tenho que lembrar e se for importante? — O que está acontecendo comigo irmão? Sinto os braços de Mariano me envolver. - Queria tanto poder te responder, temos que fazer algo, não posso mais vê-lo desse jeito mano. Vai tomar um banho e desce, que vou fazer nosso café, está bem? — Balanço minha cabeça em afirmativo, sinto ele deixar um beijo em meus cabelos e se afastar, depois que ele sai me jogo de novo na cama com os pensamentos a mil. Depois de alguns minutos jogado na cama finalmente vou para o banheiro, faço toda a minha higiene e tomo um banho gelado sentindo todos os meus músculos tensos relaxarem um pouco. Ensaboo meu corpo e o Kai vem em meus pensamentos, aquela boca muito gostosa que adoraria beijar, os olhos azuis e o cabelo de um preto querendo ser castanho, o corpo que é uma delícia não é magro mais também não é musculoso, sinto meu pênis acordar na mesma hora. Que p***a de homem eu sou, minutos atrás estava chorando em meus sonhos e agora viro um pervertido. Não me faço de rogado e o seguro, soltando um gemido em seguida, que merda, fecho meus olhos e movo minha mão num ritmo lento, como pode ele mexer comigo assim? Penso em como ele ficaria me chupando, a boca ficaria vermelhinha, os olhos me encarando enquanto me levava em sua boca, não tenho tempo de mais nada, g**o como nunca chamando seu nome e soltando um longo gemido de satisfação. Encosto minha cabeça no box e só penso agora em tê-lo em meus braços. O que ele está fazendo comigo? Tenho que me aproximar, não posso viver de punheta pelo resto da vida enquanto penso nele. Tenho que conquistá-lo. É isso. Decidido saio do banheiro para ir colocar uma roupa mais dou de cara com Mariano com um sorriso malicioso nos lábios, p***a! Ele estava em meu quarto esse tempo todo? — Então meu querido irmãozinho estava chamando o nome do pobre rapaz enquanto se masturbava? — Sinto todo meu rosto queimar, ele solta uma gargalhada alta. — Que isso irmão, eu que te ensinei tudo junto de papai, por que o constrangimento? — pergunta rindo. — i*****l, aquela foi a conversa mais constrangedora que tive em toda a minha vida. — Falo porque realmente foi, não bastasse falar do sexo hetero falaram também sobre o gay, eu ainda nem tinha contado que eu me interessava por rapazes o que me fez ficar ainda mais constrangido. — Há irmão, temos que resolver seu problema logo viu. — Ele rir mais ainda, o i****a. — Temos que resolver o seu problema também, faz quando tempo que você também não transa hein? — Ele me olha vermelho de raiva e seu sorriso morre, dou um riso convencido e aponto para a porta. — Sai que vou me trocar, vai, vai. — Ele sai me xingando e para irritá-lo mais, digo. — E cuida de preparar meu café rápido hein. — Stronzo. — (i*****l), escuto seu xingamento vindo do corredor, e deixo que um sorriso saia. Me arrumo, desço e tomamos café, uma hora depois estávamos seguindo para mais um dia longo de trabalho.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD