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925 Words
Giovana narrando — Ela está com o sono agitado, acho que um chá pode acalmar ela – eu falo e ele esquenta a água para o chá e eu entrego para ele as folhas de camomila. — Obrigado – ele fala – por ter vindo, ela não queria comer, ela só sabia chorar, ninguém conseguia ser o porto seguro dela. — Eu sei como ela se sente – eu respondo – é difícil ela se sentir segura ao lado de todos vocês, na verdade eu recomendo vocês procurarem ajuda psicológica. — Para Laura? – ele pergunta — Para você também – eu respondo e ele me olha – são anos Salvatore, você vivendo uma briga dentro de você e a Laura sentindo tudo, vai ser difícil você recuperar a confiança dela, ela se sentir segura ao seu lado. — Ela me disse que todas as minhas promessas eu iria quebrar. — Por isso que eu estou falando, procurar ajuda, terapia para vocês dois, para relação de vocês dois, vai ser muito bom – ele me olha – você sabe que ama ela, você sabe que você é o pai dela independente do sangue ou não, você sabe que ela ver você como pai, ela perdeu a mãe dela que era tudo na vida dela e ela só tem você, que para ela é um homem totalmente ignorante, grosso, sem tempo para nada, um homem sem palavras que sempre quebrou as promessas e nunca participou da vida dela, uma criança de cinco anos de idade não deveria ter todo esse sentimento dentro dela. — E você tem alguém para me indicar? — Tem profissionais ótimo no México, mas conheço uma terapeuta infantil e de família – eu respondo – posso te passar o número. — Obrigado – ele fala — Eu não quero me meter na sua vida e nem na sua relação com a sua filha. — Você não está se metendo – ele se aproxima – você está me ajudando. — Eu sinto muito por tudo, eu sei que não está sendo fácil esse dia para ninguém e nem mesmo para mim – ele se abaixa na minha frente. — Eu quero te pedir perdão Giovana por tudo isso – ele fala colocando as mãos sobre a cadeira de roda. — Confesso que eu quero te matar, te encher de perguntas, te questionar tanta coisa – eu respondo - mas eu estou viva graças a Deus e espero não passar mais perigo. — Você não vai – ele responde — Você descobriu onde eu estava como? – eu questiono — Pelo colar – ele responde — E porque você colocaria um rastreador no meu colar? – eu questiono — É complicado te explicar agora – ele suspira. — Tudo bem – eu respondo – a água está fervendo. Ele se vira e coa o chá, depois coloca no copo de Laura e mistura uma colher de mel batendo com o garfo como eu disse a ele, ele coloca o copo fechado na água fria para esfriar ela. — Eu nunca abandonei a Laura porque eu sempre soube o que ela sentia – eu falo e ele me olha – quando ela chegava na sala toda triste porque você não pode buscar ela ou porque presenciou uma briga de vocês dois, eu vi meu pai matar minha mãe quando eu tinha 7 anos de idade – ele larga o copo em cima da pia – era uma de milhões de discussões deles e como sempre eu me escondia dentro do guarda roupa. — Eu sinto muito – ele fala — Aquele dia Salvatore , meu pai não me viu me escondendo dentro do armário, ele achou que minha mãe tinha me deixado na aula de balé mas ela não conseguiu me levar porque ele tinha gastado todo dinheiro em bebida e a escola era longe do morro onde eu morava – eu respiro fundo – ela tentou fugir dele se escondendo no quarto, ele estava transtornado em bebida e drogas, ele a matou com diversas facadas em todo corpo dela, eu me lembro até hoje desse dia. — E seu pai? – ele pergunta — Meu pai foi preso, condenado e morto dentro da cadeia alguns anos depois, dizem que foi pelos chef do tráfico do morro onde a gente morava, até porque lá eles não aceitam esse tipo de coisa,. — E você? – ele pergunta — Eu fui adotada por Maria Cecilia de Alves a dona da escola de balé onde eu frequentava, ela brigou pela minha guarda com meus avos maternos e meus padrinhos, ela me criou sozinha, ela era viúva, ela fechou sua escola e se mudou comigo para Joinvile quando eu ganhei a bolsa lá, ela me fez ser a pessoa que eu sou hoje, infelizmente ela partiu semanas depois de me ver estrear na Broadway, ela tinha um problema no rim. Não só ela me ajudou, como a dança também, mas a terapia também, eu chegava na escola chorando por causa que eu presenciava meu pai batendo na minha mãe, rasgando dinheiro na frente dela e minha mãe tirando do prato dela para me dar para comer, não é o caso da Laura, mas ela ainda é pequena e ela tem 5 anos de idade, é agora que você tem que fazer a diferença na vida dela Salvatore. Ele pega o copo do chá frio e me olha, eu limpo as lagrimas que desce sobre o meu rosto e respiro aliviada, eu jamais tinha desabafado dessa forma com ninguém.
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