CAPÍTULO 2

1567 Words
Anne Moore Chego em Nova York após horas de viagem, estou muito cansada, mas não posso descansar, o local da entrevista é próximo do Central Parque e quero chegar logo cedo lá, se preciso vou madrugar na porta. Não posso perder essa oportunidade de trabalho, acredito que aqui longe dos meus pais, eu vou conseguir me reerguer, até porque tenho o ensino médio concluído, e comecei o curso superior, creio que arrumo um emprego rápido, bom assim acredito eu. Saio do aeroporto e logo sinto um frio, estamos no inverno, e essas minhas roupas, não são adequadas para a época do ano, mas preciso me contentar com isso, até conseguir uma vaga de emprego e comprar novas roupas. Não acredito que estou nessa situação, eu tinha tudo e agora não tenho nada, tudo porque quebrei uma regra da família, droga! Quando me lembro daquela noite me sobe uma raiva terrível, eu estou muito magoada e chateada com tudo que aconteceu, não esperava ser tratada daquele modo pelo Joseph e ainda, ser humilhada na faculdade. Sinto vontade de chorar só de lembrar o modo que meus pais me trataram, mas não tenho tempo para ficar me lamentando, preciso correr atrás e aprender a me virar sozinha, infelizmente eu não sei fazer nada, tudo era os empregados dos meus pais que faziam, a única coisa que eu tinha que me preocupar era estudar, agora preciso trabalhar, espero que alguém me dê uma oportunidade mesmo eu sendo inexperiente. Vejo no celular o endereço do restaurante e verifico que não fica tão distante, entro em um ônibus indicado pelo Google e logo chego em frente a ele. Reparo ainda estar fechado, então fico parada na porta, olho a cidade de Nova York e ela é realmente linda, nessa época do ano muitos passas fazem bonecos de neve e até vão patinar no gelo, as árvores enfeitadas com bolinhas e natal, é lindo de ver. Aqui nos Estados Unidos o natal ele é de dezembro a março, e inclusive estamos a poucos dias do natal, acredito que vai haver uma grande festa, como acontece em várias cidades. As famílias americana são muito unidas, isso já é do meio deles, a minha também era desde que todos seguissem as regras passadas de geração a geração. Já estive com meus pais, a muitos anos atrás aqui em Nova York, e lembro que me diverti muito como criança, lembrança que não volta mais. Sinto meu estômago reclamar de fome, mas penso que o dinheiro que eu tenho é mínimo, como vou comprar alimento? Será que os hotéis são muito caros aqui? E se me faltar? Penso que estou cada vez mais na pior, e o desespero quer me bater em vários momentos, mas eu me seguro. Seja forte Anne Moore você consegue. Sempre fui positiva e crendo que coisas boas e r**m acontecem para todos, só nos basta saber lidar com elas. Espero em frente e já se passam das 08:00 horas da manhã, penso que já era para estar aberto, mas continuo aqui com minha sacola que contém todas as minhas roupas, na verdade, são quatro peças, mas conseguindo a vaga eu compro mais assim que meu primeiro pagamento cair. Vejo uma senhora de cerca de 50 anos sair de um veículo importado, ela parece ser bem antipática, ela para em frente a porta do restaurante e abre, reparo que ela nem me notou em frente, penso em falar com ela, mas a senhora simplesmente entra e fecha a porta de novo. Após alguns minutos outras pessoas chegam e entram no local, logo o restaurante é aberto e eu entro. No momento em que coloquei meu pé do lado no restaurante, os empregados ficaram me olhando e a senhora que vi lá fora. Fico constrangida, mas preciso do emprego então vou até o balcão. Um rapaz me olha de cima a baixo. — Bom dia, eu vim para a entrevista de emprego. — falo Ele olha para a senhora que está se aproximando de nós, ela para a um metro de distância, parece que eu estou com alguma doença contagiosa. — Desculpe, mas você não faz parte do perfil que estamos procurando — ela fala com uma voz de superioridade ao qual me deixa chocada. — Eu tenho ensino médico completo e até passei na universidade de havard... — falo Escuto uma risada no local. — O que não fazem por uma vaga — ela fala sorrindo. — Saia do meu restaurante você não faz parte do perfil. — ela fala e eu fico olhando — Não está me ouvindo garota? Preciso chamar a polícia para colocar gente como você para fora? — fala alto Olho ao lado e vejo todos os funcionários com os olhos em mim, encolhi meus ombros e olhei nos olhos da mulher, mesmo sem graça. — Desculpe incomodar, espero que encontre alguém no perfil. — falo Saio daquele local arrasada, não tenho dinheiro para nada. O que eu tenho são apenas alguns dólares, que não sei se dar para mim comer. Consegui um hotel de baixa categoria para dormir pelos próximos dois dias, era só agora dormi mesmo, já que eu sempre estava nas ruas de nova York procurando emprego, mas parecia que todas as portas estavam fechadas, não sabia mais o que fazer, não teria dinheiro para continuar naquele lugar e meu coração doía, lembrava de como era minha vida e começava a me questionar o porque eu precisava ter me entregado e ter perdido tudo? Me odiava por isso e uma mágoa estava crescendo dentro do meu ser. Em fim o dia de eu ter que sair do hotel que eu estava morando chegou, e fui morar na rua, senti o frio da época do ano em nova York me assolar, os abrigos eram lotados e nem sempre tinham vaga, após eu ficar na fila horas para tentar entrar, e normalmente eles davam prioridade para mulheres com filhos e eu até entendi, pois, era justo. Não tinha mais dinheiro para comprar alimentos, então comecei a andar em busca de alimentos na rua, banho era raro, eu realmente parecia uma indigente, estava destruída e estava perdendo as esperanças na vida. O natal era daqui a um dia, e eu estava andando pelas ruas de nova York com minha sacola no meio da noite, estava muito frio e vi algumas garotas de programas nas calçadas, elas me olharam esquisito, mas eu continuei andando, mesmo nas ruas já vi algumas coisas me deixaram chocadas, e até casais brigando e drogas ao ar livre, coisas que eu nunca vi na vida já que fui criada em casa, realmente meus pais tentaram me tirar da maldade do mundo, contudo não resolveu, pois, cometi o maior erro declarado por eles e hoje estou aqui, andando sem rumo por Nova York. A alguns metros a frente vi uma mulher vestindo uma legging e uma camiseta curta, seguida de uma jaqueta jeans, reparei que eles discutiam, e não entendia o porque, ela parecia ser um pouco mais velha que eu, mas com um sotaque diferente, não parecia ser cidadã americana. Vi o momento em que o homem que estava com ela a empurrou na calçada e entrou no carro e saiu, fiquei chocada e observei ela levantar e soltar vários palavrões. Estava bem próxima dela, e pensei que ela poderia precisar de ajuda, então me aproximei. — Boa noite, você precisa de ajuda? A mulher estava de costas e virou em minha direção, ela era linda, olhos pretos e cabelos vermelhos, corpo perfeito, fiquei impressionada com tanta beleza. — Tenho cara de quem precisa de ajuda? — pergunto ignorante. — Desculpe — falei de imediato, e encolhi meus ombros Ela me olhou e suspirou. — O que faz na rua? — perguntou Não respondi, fiquei sem graça e até com medo devido ela ter sido ignorante a alguns segundos atrás. Ela suspirou e abriu um sorriso de lado — Você não parece uma menina feita para rua — falou e me estendeu a mão — Me chamo Valentina, sou garota de programa e aquele infeliz ali — apontou para direção que o carro que se foi — Ele era um cliente e não me pagou, então fiquei no prejuízo hoje, mas acredito que na boate que eu trabalho vou conseguir recuperar. Fiquei chocada com a informação e abri os dois olhos. — Não me olha dessa forma tá! Eu já estou nessa vida há muito tempo e não preciso do seu julgamento — ela falou — Desculpe, mas você é muito bonita para essa vida — falei Ela sorri. — Tenho certeza que no meio dessas roupas sujas você também deve ser linda, mas está na rua, então acredito que estamos quase no mesmo barco. — ela falou e fui obrigada a concordar. Toquei a mão dela e sorri. — Sou a Anne — falei — Prazer Anne, está com fome? Moro em um puxadinho aqui próximo, ele não é grande, tem uma cama de solteiro, mas posso te dar abrigo por hoje, as ruas estão frias e acredito que não vou conseguir mais nenhum cliente hoje. Reparei que ela ficou desanimada — Se não for incomodar — falei Ela sorri. — Não incomoda, vamos lá e amanhã é natal, será legal ter alguém para dividir o pão e sorrir no natal — ela disse Naquele momento eu senti que encontrei uma verdadeira amizade. Continua...
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