Capítulo 5

1025 Words
Assim que o café da manhã termina, Max acompanha Ricardo até o seu escritório. Seja lá o que o seu chefe precisava, quanto mais cedo ele resolvesse, melhor. Ele entra, fecha a porta e se senta de frente para Ricardo, esperando que ele começasse. — Preciso que resolva algo para mim, Max — começa Ricardo. — Basta dizer, chefe, que eu farei — responde ele rapidamente. — Eu estava pensando em te dar umas férias depois da última missão. Sei que está precisando de um pouco de descanso, mas, infelizmente, preciso que alguém da minha maior confiança cuide deste assunto. Max observa uma sombra cruzar os olhos de Ricardo. Ao que parecia, alguém tinha pisado no calo do líder da Fênix. — Não vou negar, chefe, eu estou mesmo precisando de uma folga, mas jamais negaria um pedido seu, sabe disso. Ricardo sabia. Max era alguém leal e fiel aos princípios da Fênix, mais um motivo pelo qual ele o tinha em grande estima. — Essa missão não será nada parecida com as outras que você já participou e, por isso, vou te mandar para um treinamento com um dos meus esquadrões especiais. Aquilo deixa Max surpreso, e ele olha para Ricardo, curioso. O esquadrão especial de Ricardo era uma unidade que treinava separada dos demais. Ninguém tinha muito estômago para lidar com eles, e o fato de serem um pouco mais voláteis deixava a todos apreensivos. O fato de Ricardo mandar Max treinar com eles por um tempo significava que aquela missão lhe arrancaria o couro — literalmente. — Quanto tempo? — pergunta. — Apenas uma semana. Acredito que será suficiente para saber o que precisa — responde Ricardo de forma tranquila. — Tudo bem — diz, suspirando. — Do que se trata essa missão, Ricardo? Max observava a postura de Ricardo mudar enquanto ele o encarava sério, seus olhos o analisando atentamente. — Antes, preciso que entenda que ninguém pode saber do meu envolvimento nisso. Terão que pensar que você fez isso por livre vontade. Aquilo não era bem o que Max esperava ouvir. — Por quê? — pergunta. — Tenho algumas alianças, e, se essas pessoas descobrirem o meu envolvimento, posso ter algumas complicações. Nada tão grave, é claro, mas não quero o meu nome envolvido nisso. Ricardo andava cultivando a paz depois que os seus filhos nasceram, o que não significava que ele não causava o caos de vez em quando. Se tinha uma coisa que Ricardo não tolerava era desaforo, e era nessas horas que ele dava vazão à sua outra identidade: Rino, o assassino de aluguel. — Entendo. — Preciso que você se infiltre em uma região selvagem e mate o líder de uma máfia para mim. Esse homem tem me causado problema atrás de problema, e não quero mais lidar com ele. Sei que fará um bom trabalho. Ricardo tinha cem por cento de certeza de que Max se sairia bem. Ele não era o Cão da Fênix à toa — Max era mortal. — Mas, se eu fizer isso, vão querer saber o porquê, Ricardo. Não se matava uma pessoa importante e deixava as coisas por isso mesmo. Outros poderiam buscar vingança se as coisas não fossem esclarecidas de forma correta. — Não se preocupe, em breve você saberá. Por enquanto, preciso que vá com o esquadrão especial e treine por essa semana. Assim que eles te liberarem, começamos a missão de verdade. — Pelo que estou vendo, isso vai demorar — responde ele. — Sim, não vou negar. Preciso que você recupere algumas informações que ele me roubou e, para fazer isso, terá que rastreá-lo na selva onde ele se escondeu — diz Ricardo, com os dentes trincados de raiva. — A Alícia não consegue desenvolver nenhum aparelho de rastreamento para facilitar o trabalho? — pergunta Max. — Poderia, mas levaria muito tempo, algo que eu não posso esperar, já que o infeliz pode vender o que descobriu. E também tem o problema dos equipamentos que ele colocou na região onde está escondido. Qualquer aparelho que seja detectável acionará um alarme, alertando-o da sua posição. Aquilo deixa Max apreensivo. — Então está me dizendo que... — Sim. Você não poderá usar qualquer aparelho tecnológico. Por isso, o seu treinamento é necessário. Max se deixa cair na cadeira com um suspiro. Ele sabia que aquela missão seria muito arriscada. O fato de não poder usar nada que lhe desse vantagem em campo era algo r**m, e agora ele entendia o motivo do seu treinamento com o esquadrão especial. — Por que o esquadrão não pode cuidar disso? — pergunta ele, sem entender o motivo de Ricardo lhe enviar naquela missão e não uma equipe preparada. — O esquadrão tem missões a cumprir, e foi com muito custo que eu consegui que você fosse com eles em algumas para o seu treinamento. Max suspira. Então, o seu treinamento seria na prática. Mas, de toda forma, ele não negaria um pedido do seu chefe. Um pedido feito era uma ordem silenciosa e deveria ser cumprida à risca — e ele o faria. Ricardo estava confiando nele para aquele trabalho, e Max sabia que não falharia. — Quando devo partir, chefe? — pergunta. — Imediatamente, Max. Não podemos perder tempo. — Então vou arrumar as minhas coisas — diz ele, já se levantando. — Um dos nossos te buscará em sua casa e te levará até o local onde o líder do esquadrão o estará esperando. Lembre-se: nomes não devem ser ditos. O esquadrão de Ricardo levava a camuflagem muito a sério. Ninguém sabia da sua existência, e muito menos quem eram seus membros — algo que Ricardo tentava manter em sigilo para melhor proteção dos seus homens. — Te ligo quando o treinamento terminar, chefe. — Vou esperar, Max. E tenha cuidado, preciso de você vivo — diz Ricardo, estendendo-lhe a mão. Max aperta a mão de Ricardo com um sorriso no rosto. — Eu vou ficar bem. Tenho um bom motivo para voltar — responde, sorrindo. Ricardo sabia que ele tinha. E, vendo o brilho nos olhos do soldado, fez uma promessa silenciosa de ajudá-lo na sua conquista.
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