Capítulo 7

1043 Words
O primeiro dia foi um choque brutal. Sem tecnologia, sem equipamentos avançados, apenas ele e um grupo de soldados endurecidos pela guerra, Max foi forçado a reaprender tudo o que achava que sabia. Sobrevivência na selva não era apenas uma questão de habilidade — era um teste constante de paciência, resistência e adaptação. Ele aprendeu a se mover sem deixar rastros, a identificar pegadas na lama, a distinguir sons naturais dos de um possível inimigo. O esquadrão não pegava leve. Se Max errasse, não recebia correções ou dicas — apenas olhares impassíveis e uma nova tarefa para cumprir. Max não se deixou abater pelos imprevistos que apareciam, ele não tinha tempo para isso, precisava aprender o máximo que conseguia se quisesse sobreviver a sua missão. Então quando errava apenas observava os outros e corrigia o que estava fazendo. Na segunda noite, enquanto montavam um acampamento improvisado, um dos soldados, um homem magro de olhar desconfiado, se aproximou. — Você pode ter fama na Fênix, mas aqui é diferente. — Ele mastigava um pedaço de carne seca enquanto falava. — Quero ver se aguenta quando as balas começarem a voar. Max apenas riu de canto. Era óbvio que eles não o conheciam de verdade, caso contrario não teria falado aquilo. Max não tinha medo, ele não tinha nada a perder caso falhasse em algo, e por mais que soubesse que os seus amigos ficariam preocupados se algo acontecesse, eles seguiriam a sua vida, então não havia por que temer. — Acha que não sei o que é estar na mira da morte? O soldado deu de ombros. — Saber é diferente de sobreviver a isso. Max nada respondeu. Ele sabia que precisava provar a si mesmo antes de qualquer coisa. Mas de algo ele tinha certeza, aquele homem engoliria a suas palavras sobre ele. Na manhã do quinto dia, o líder do esquadrão reuniu todos. Max caminhou entre eles em silêncio como tinha aprendido a fazer nos dias que estavam juntos, ele falava pouco, e apenas cumpria o que lhe era pedido. — Seu teste final será simples. Sobreviva por 48 horas sem apoio, sem armas de fogo e sem comida fornecida. Se falhar, não faz sentido continuar essa missão. Simples. Mas brutal. Um sorriso curvou os lábios de Max ao se lembrar das palavras de Vito, ele havia dito que não entregaria a sua filha a alguém que não soubesse usar uma faca, agora ele teria apenas aquilo para sobreviver, e pelo olhar dos seus companheiros sábia que não seria fácil. Max foi deixado sozinho na selva, armado apenas com uma faca e um cantil vazio. Ele caçou para comer, bebeu água filtrada com carvão improvisado e dormiu no topo de árvores para evitar predadores. Ele se sentia quebrado, a privação do sono era algo terrível e afetava a sua destreza, mas nada o pararia quando ele tinha uma missão a cumprir, o seu chefe precisava dele e ele honraria o compromisso que tinha feito com Ricardo. No segundo dia, ouviu passos próximos. Não era um animal. A adrenalina percorreu seu corpo. Ele se escondeu entre as folhagens e observou. Três homens, armados, patrulhavam a área. Eram membros da máfia que ele deveria eliminar? Não importava. Aquilo era uma questão de sobrevivência e a única vida que importava naquele momento era a dele, qualquer outra pessoa que ficasse no seu caminho teria que ser removida imediatamente. Ele ficou imóvel, controlando a respiração. Sabia que, se fosse visto, teria que matá-los — e, sem armas de fogo, seria um confronto direto e perigoso. Max experimentava sentimentos até então desconhecidos por ele, a realidade do que ele estava vivendo sendo bem mais intensa do que ele esperava. Eles passaram sem notá-lo. Mas aquele momento provou que o perigo era real, e ele não podia permitir que os seus inimigos permanecessem vivos para o espreitar depois. Max se aproxima pelas costas do primeiro homem a sua mão cai sobre a boca dele enquanto o puxa consigo para trás de um arbusto, a sua faca passa pela garganta do homem o matando rapidamente sem alertar os outros que iam mais à frente. Max os seguia em silêncio esperando que o próximo cometesse um erro, mas a medida que os minutos passavam o perigo aumentava, pois ele poderiam perceber a falta de um deles, então Max faz algo que não desejava, mas era necessário. — Ei! — Diz ele chamando a atenção deles. Quando eles se viram para ele Max joga a sua faca na cabeça de um deles enquanto se jogava sobre o outro quebrando o seu pescoço rapidamente, ele corre até o outro que tinha a faca cravada em um dos seus olhos, ele puxa a faca e corta a garganta do homem rapidamente, o seu serviço estava concluído, e o perigo tinha sido neutralizado. Quando as 48 horas acabaram, Max retornou ao ponto de encontro, exausto, mas vivo. O líder do esquadrão o avaliou com um olhar neutro e apenas assentiu. — Você está pronto. — Diz ele observando Max com atenção, ele não diria que tinha o vigiado naqueles dois dias e tinha visto o que ele poderia fazer, aquilo era algo que permaneceria apenas para si mesmo, mas o seu respeito Max tinha ganhado. De volta à base temporária, ele recebeu os detalhes finais. O seu alvo, Hector Salazar, era um dos criminosos mais perigosos da região. Estava escondido no coração da selva, protegido por homens bem treinados. Sua missão? Infiltrar-se. Eliminar Hector. Recuperar as informações roubadas. E acima de tudo, sobreviver. Enquanto se preparava para partir sozinho para o covil do inimigo, Max sentiu o peso daquela missão se aprofundar. Ele não sabia se voltaria. O esquadrão havia partido assim que passaram as informações que ele precisava, a missão deles ali estava terminada, agora seria com ele, tudo dependia de como ele se sairia. Pegando os seus poucos pertencesses Max começa a caminhar em direção à área mais densa da floresta, um lugar ainda não explorado, ele levaria no mínimo uma semana até chegar ao seu destino, e depois as coisas ficariam mais delicadas já que ele precisava descobrir onde estava a informação que ele precisava antes de matar Hector. Com um longo suspiro Max parte, a sua missão verdadeira tinha começado.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD