Capítulo 60

1025 Words
A noite envolvia as docas em uma penumbra úmida, o cheiro de sal e óleo pairando no ar pesado. Max desceu do carro com passos firmes, os seus olhos afiados varrendo o cenário à frente. Kenai, Leonardo e Rocco o seguiam, cada um carregando sua determinação como uma armadura invisível. Eles não estavam ali para negociar, mas para mandar um recado. Os soldados de Max cercavam o lugar enquanto eles se aproximavam de forma lenta. _ Vamos fazer isso rápido. _ Max ordenou, sua voz carregada de frieza. _ Nada deve sobrar. Os homens assentiram e se dispersaram, cada um com uma tarefa clara. O plano era simples: destruir tudo que pertencia a Cristiano, cada barco, cada contêiner, cada traço do seu império ilegal. Max sabia que aquele seria um duro golpe para ele, e apenas imaginar sua irritação já pagava sua ida até aquele lugar. Kenai e Rocco se aproximaram dos barcos, carregando galões de gasolina. O líquido inflamável foi derramado sem hesitação, espalhando-se como um veneno prestes a consumir seu hospedeiro. Leonardo verificava os arredores, garantindo que nenhum dos capangas de Cristiano estivesse por perto para interferir. Max, por sua vez, caminhava lentamente até um dos contêineres, abrindo-o apenas para encontrar caixas de armamentos e drogas. _ Olhem isso. _ Ele chamou, sua voz carregada de desprezo. _ Parece que Cristiano andou expandindo os seus negócios. Kenai assobiou, avaliando a carga com olhos críticos. _ Ele estava se preparando para algo grande. Bom saber que vamos cortar isso pela raiz. Max retirou um isqueiro do bolso, observando a chama tremular por um breve momento antes de jogá-lo dentro do contêiner. O fogo se espalhou rapidamente, lambendo as caixas com voracidade. Em segundos, o calor se intensificou e uma explosão fez as chamas se alastrarem ainda mais. Nos barcos, Kenai e Rocco já haviam terminado seu trabalho. Com um único fósforo, eles iluminaram a noite com colunas de fogo que refletiam nas águas escuras. As embarcações queimavam como tochas, enquanto os gritos de alguns funcionários desavisados ecoavam pelas docas. _ Precisamos sair daqui antes que alguém nos veja. _ diz Leonardo, se aproximando de Max e dos outros. _ Cristiano saberá que não se brinca comigo. Ele começou essa guerra. Agora, eu vou terminá-la. _ Max deu uma última olhada para o cenário caótico que haviam criado. Com isso, ele se virou e seguiu em direção ao carro, seus homens logo atrás. O cheiro de fumaça e destruição os acompanhou enquanto desapareciam na escuridão da noite, deixando para trás o rastro ardente de sua vingança. _ Isso nem teve graça, Don, esperava que tivesse alguns soldados para me divertir um pouco. _ diz Kenai. _ Fala sério, Kenai, se esqueceu que vai casar amanhã? _ diz Leonardo, revirando os olhos. _ E o que isso tem a ver com o que estamos fazendo? _ pergunta, dando de ombros. _ Achei que queria se casar inteiro. _ diz ele, com a sobrancelha arqueada. _ Eu sou bom no que faço, é claro que ia chegar inteiro. Max observava a conversa dos dois com um sorriso de canto. Era difícil um dia em que Leonardo e Kenai não implicassem um com o outro, mas os dois, em serviço, eram letais, e era isso que Max precisava em sua organização. _ Talvez ela acabe te trocando por alguém melhor. _ diz Rocco, entrando na brincadeira de Leonardo. _ Se disser isso de novo, arranco seus dentes com o meu punho. _ diz ele, erguendo o punho para Rocco. _ Desculpe, pequeno chefe. _ diz ele, erguendo as mãos em rendição. _ Você se rende muito fácil, Rocco. _ diz Leonardo, balançando a cabeça. _ Um homem tem que saber a hora de parar. _ responde ele. _ E os outros soldados, Rocco? _ pergunta Max. _ Fizeram como instruído, Don, eliminaram os homens do Velasquez. Não há testemunhas. _ Rocco levava o seu trabalho a sério e não decepcionaria seu Don. _ Isso é bom, quero que Cristiano tenha um prejuízo bem grande com isso. _ E teve. Apenas aqueles contêineres com armas e drogas valiam milhões. Ele vai vir atrás de nós com tudo, Don. _ diz Leonardo, já estudando uma forma de blindar os negócios deles de possíveis ataques de Cristiano. _ Vamos precisar reforçar os nossos armazéns. _ diz Kenai. _ Eu tenho um plano para isso. Tenho alguns amigos que podem ceder alguns lugares para nós. Quero que remanejem nossas cargas ainda hoje para lá, e, nos nossos armazéns, montaremos uma armadilha para Cristiano. _ diz Max, com um sorriso no rosto. _ Tenho que admirar sua astúcia, Don. _ diz Leonardo, impressionado. _ Aprendi com o melhor, Leo. _ responde ele, sorrindo. _ Vamos cuidar de tudo, Don, e estaremos prontos para eles quando vierem. _ diz Rocco. _ Faça isso. Preciso de uma causa provável para acabar com a raça dele. _ Max não havia se esquecido do conselho da máfia, então tudo o que ele fizesse precisava ser às claras para não sofrer represálias. _ Não se preocupe, Don, o conselho não vai ter do que lhe acusar. O fato de ele ter nos atacado já é prova suficiente de que nos provocou primeiro. _ Sim, mas ainda tem o fato de eu ter levado Isabel. Ele pode usar isso contra nós. _ diz ele, pensativo. Max não se arrependia do que tinha feito, faria tudo de novo se fosse preciso, mas ainda precisava esclarecer algumas coisas e só conseguiria isso conversando com Vito. Ele precisava encarar a fera. _ Isso precisa ser esclarecido, mas ainda não é algo que nos ofereça risco, caso contrário, o próprio Don Vito teria vindo atrás de você. _ diz Leonardo, analisando os fatos. _ Ainda me pergunto por que ele não veio. _ responde Max. _ Isso só vai descobrir se falar com ele, Don. _ responde Kenai. _ Adoraria aprender algumas técnicas com Don Vito. _ Eu não duvido disso. _ diz Max, rindo. Ele podia ver Kenai e Vito se dando bem. Ambos tinham os mesmos gostos por facas e adagas. Max só esperava que Vito não usasse uma nele novamente.
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