Max não queria pensar nos últimos dias da sua vida, ele tinha vivido um inferno de coisas para que pudesse alcançar seu objetivo, a suas noites eram infernais e ele jurava que devia ter perdido peso, já que a sua alimentação dependia do que ele conseguia caçar ou pescar. A comida desidratada e barras de cereais estavam sendo racionadas para o seu retorno, então ele estava vivendo como um verdadeiro homem das cavernas naquele momento.
A noite havia caído como um manto denso sobre a selva quando Max deu o primeiro passo para dentro do território inimigo. O calor úmido grudava em sua pele, e cada som noturno — o canto de insetos, o farfalhar das folhas, o distante rugido de algum predador — o mantinha alerta. Não haveria segunda chance caso fosse descoberto.
Max havia analisado com cuidado a região, e a forma que os soldados de Hector se locomovia, ele não seria pego de surpresa.
Ele havia estudado os mapas rudimentares que conseguiu obter antes de partir. O esconderijo de Hector Salazar ficava em uma fortaleza improvisada, uma construção rústica e bem camuflada entre as árvores, cercada por patrulhas e armadilhas naturais. A abordagem teria que ser silenciosa e precisa.
Max se moveu devagar, os olhos atentos a qualquer sinal de perigo. Cada passo precisava ser calculado. O treinamento com o esquadrão especial ainda estava fresco em sua mente — ele sabia como rastrear e, mais importante, sabia como não ser rastreado.
A poucos metros de onde estava, ele avistou um dos vigias. Um homem corpulento, armado com um rifle, fazia rondas pelo perímetro. Max conteve a respiração, pressionando-se contra o tronco de uma árvore.
O vigia passou.
Sem hesitação, Max se moveu como uma sombra, silencioso como um predador à espreita. O seu braço se envolveu rapidamente em torno do pescoço do homem, puxando-o para trás e aplicando uma chave de estrangulamento precisa. Em segundos, o corpo caiu inerte.
Max arrastou o vigia para a vegetação densa, verificando rapidamente os seus bolsos. Nada de útil, além de uma faca e um pequeno rádio — que ele desligou imediatamente. Não podia correr o risco de algum barulho inesperado.
Ele olhou para frente. A fortaleza estava perto. Depois de dias observando aquele lugar ele finalmente estava se infiltrando no lugar, a sua missão estava quase chegando ao fim, e esse pensamento o fez sorrir após perceber que finalmente poderia ir embora.
Enquanto se esgueirava por entre as árvores, a sua mente voltou para Isabel. Ele não queria que fosse assim, mas ela estava lá, presente em cada pensamento, em cada incerteza que aquela missão despertava.
Se morresse ali, ela nunca saberia.
Nunca saberia do jeito que ele observava o seu sorriso em meio às conversas do grupo. Nunca saberia do aperto no peito que sentia quando ela ria de algo que ele dizia. Nunca saberia que, em meio à escuridão da sua vida, Isabel era o único raio de luz que ele desejava alcançar.
Max fechou os olhos por um segundo e afastou esses pensamentos. Ele não podia se dar ao luxo de pensar nisso agora. Se voltasse — e ele voltaria —, faria o que nunca teve coragem de fazer. Mas, para isso, precisava sobreviver.
O esconderijo de Salazar estava logo à frente.
Max se agachou entre as sombras, observando a estrutura. Havia pelo menos cinco guardas visíveis, talvez mais no interior. Ele não poderia simplesmente entrar atirando. Precisava ser mais esperto. E sabia que muito provavelmente haveria mais homens por perto do que ele estava vendo naquele momento.
A estratégia era simples: entrar silenciosamente, eliminar Salazar e recuperar os documentos roubados. Mas nada nessa missão seria fácil. Max sorri ao pensar que depois daquela missão Vito não teria nada para o refutar quando ele pedisse Isabel como esposa, todo o seu sacrifício valeria a pena.
Max deslizou pela lateral da fortaleza, evitando as patrulhas. Encontrou um ponto fraco na segurança — uma janela m*l protegida na parte de trás da construção. Ele escalou silenciosamente, sentindo o coração acelerar conforme se esgueirava para dentro.
O interior era escuro, mas seus olhos logo se adaptaram. Ele se movia como uma sombra, seguindo os ruídos abafados de vozes até encontrar o que procurava.
Salazar estava em um pequeno escritório improvisado, cercado por mapas e papéis espalhados. Um homem franzino, mas de olhar c***l, analisava documentos enquanto dois dos seus capangas armados estavam de guarda.
Max não hesitou.
Arremessou uma lâmina na garganta de um dos homens antes que ele pudesse reagir. O segundo tentou erguer a arma, mas Max já estava sobre ele, golpeando-o no pescoço com força suficiente para derrubá-lo. O seu objetivo era ser rápido e silencioso para não chamar a atenção dos outros soldados que estavam fazendo a patrulha pelo lugar.
Salazar arregalou os olhos, tentando alcançar algo sob a mesa.
— Não tente — Max rosnou, apontando a faca para ele. — Você já perdeu.
Salazar ergueu as mãos, mas sorriu.
— Você acha que sair daqui será fácil, cão da Fênix?
Antes que Max pudesse reagir, um alarme disparou.
Droga!
A fortaleza inteira estava acordando. Ele precisava ser rápido.
Pegando os documentos, Max se lançou sobre Hector o segurando com força, uma faca no seu pescoço. O homem para seus movimentos rapidamente enquanto Max apertava a faca contra a sua pele.
— Não pensou que eu tinha vindo apenas por esses documentos, não é mesmo. — Diz Max rindo. Ele arrasta Hector até um canto onde tinha uma pequena lixeira de lata, Max joga os documentos dentro e pega um isqueiro no seu bolso colocando fogo nos documentos.
— Acha que isso vai resolver? Eu tenho cópias desses documentos. — Diz Hector.
— Não se preocupe posso encontrar qualquer cópia que tenha feito, não preciso da sua ajuda para isso. — Max havia conversado com Alicia antes de partir, e ela tinha lhe explicado o que fazer para buscar o que precisava, ele conseguiria lidar com tudo sem maiores problemas, e agora que não precisava se esconder, bastava apenas fazer uma ligação.
— Nunca deixará esse lugar vivo. — Diz Hector.
— Vou sim, e levarei sua cabeça comigo.
Rapidamente varios homens invadem o lugar apontando armas para Max que mantinha Hector como refem.
— Solte-o ou vanos atirar.
— Eu ainda não matei, desejo um desafio com o seu líder. — Com aquelas palavras criam-se um burburinho entre os soldados, a maioria deles era de uma comunidade de mestiços a povos nativos, e um desafio entre eles não poderia ser recusado, era uma questão de honra.
— Abaixem as armas, um desafio foi lançado. — Diz um dos homens se aproximando, Max podia ver que ele tinha controle sobre os outros o que mostrava que ele devia liderar os soldados.
— Está louco! Mate-o! — Grita Hector em desespero.
— Não! Um desafio foi lançado, e a menos que queira perder a sua cabeça aqui você honrara a tradição. — Diz o homem com olhos sombrios sobre Hector. Max sorri a sua sorte tinha acabado de mudar.