Capítulo 50

1127 Words
O olhar de Isabel encontrou o dele, e o tempo pareceu parar. Max estava ainda mais lindo do que quando ela o tinha visto da última vez. Ela inspirou fundo, os lábios entreabrindo-se, como se estivesse prestes a falar algo. O noivo, ao lado dela, se virou, o rosto tenso e carregado de desconfiança. Vito permaneceu impassível no altar, mas seus olhos analisavam cada detalhe da cena, avaliando os próximos movimentos. A tensão no salão era palpável. Tudo poderia mudar em um instante. Todos observavam chocados a falta de ação dos soldados para impedir aquela loucura. Sussurros se ouviam enquanto Max se aproximava do altar. Max parou de frente para Isabel e a olhou com atenção, querendo guardar aquela imagem bem fundo na sua mente. Sua mão envolveu a cintura dela, puxando-a com força contra seu peito. — Você é minha e não vai a lugar algum. — O choque entre os convidados foi enorme, e as conversas continuavam. — Retire as suas mãos imundas da minha noiva imediatamente! — rosnou Cristiano, olhando para Max com ódio nos olhos. — Só estou pegando o que é meu, não se meta. — respondeu ele de forma ríspida. Ao seu lado, os seus homens apontaram as suas armas para Cristiano imediatamente. — O que significa isso, Vito? Não pode permitir que alguém invada a cerimônia e roube a noiva! — disse Saulo, com o rosto vermelho de raiva ao perceber que seu plano poderia ruir antes mesmo de começar. Vito olhou para o homem com desgosto, se aproximou dele e lhe deu um soco no rosto para a surpresa de todos. — Ninguém fala comigo dessa forma. — disse ele, aproximando-se de Saulo, que estava caído no chão. Max observava aquilo surpreso e percebia que havia algo naquela história que ele não sabia, mas que iria descobrir em breve. Com um último olhar para Cristiano, Max pegou Isabel e a jogou sobre seus ombros, virando-se para sair. — Você não vai levá-la! — disse Cristiano, parando à frente de Max, um olhar sombrio no rosto. — Estará morto antes de deixar este lugar. Max observou quando vários aliados de Cristiano se levantaram, apontando armas para ele, mas vários soldados entraram no salão e apontaram armas para as pessoas que estavam tentando ajudar Cristiano. Max reconhecia aquelas pessoas, eram antigos companheiros de trabalho dele na Fênix. Ele podia ver o sorriso nos lábios de alguns ao testemunharem o que ele estava fazendo. — Quando disser algo, seja homem para cumprir. — disse Max, puxando sua arma e dando um tiro na perna de Cristiano, derrubando-o no chão. — Se cruzar o meu caminho de novo, estará morto. Com um último olhar, Max se virou e saiu, seus homens lhe dando cobertura. — As crianças crescem tão rápido. — disse Aurélio, fingindo estar emocionado com o que via. — Ele teve bons professores, moreno. — disse Oksana, sem conseguir esconder o sorriso no rosto. Max observou quando outros soldados se juntaram a eles na porta do salão. — Ricardo nos mandou, Don Max. — disse um deles, parando à frente de Max. Ouvir aquilo fazia o peito de Max se aliviar. Seus amigos não o tinham traído, e a prova disso estava diante dos seus olhos. — Me acompanhem. — disse ele antes de colocar Isabel dentro do carro e entrar. Eles partiram do lugar com pressa. Max queria deixar aquele território antes que algum aliado de Cristiano resolvesse agir. — Puxa! Ela é linda, Don. — disse Kenai, virando-se para trás e olhando Isabel. — Quer perder os olhos, Kenai? — disse Max, bravo com ele. Kenai rapidamente se virou para frente. — Desculpe, Don. — disse ele, erguendo as mãos em sinal de paz. A risada de Isabel chamou a atenção de Max. Ele olhou para baixo e encontrou o seu sorriso brilhante. Sem poder se conter, ele estendeu a mão e tocou seu rosto. Max sentiu a sua pele se arrepiar enquanto deslizava os dedos pela bochecha dela. — Do que está rindo? — perguntou ele, um traço de preocupação nos lábios. — De você. — respondeu ela de forma tranquila. — Podia ter chegado mais cedo. As palavras de Isabel deixaram Max surpreso. Um sorriso se abriu em seu rosto ao perceber que ela não amava Cristiano, que não queria se casar com ele. Os braços de Max puxaram Isabel para seu colo, apertando-a contra seu peito. Finalmente, ela era sua. — Você não o ama? — perguntou, soltando-a um pouco para olhar seu rosto. — Por Deus, Max! Odeio Cristiano, estava casando obrigada. — disse ela, com uma cara de nojo ao mencionar o nome de Cristiano. — Você não o quer? — perguntou ele, querendo ter certeza de que tinha ouvido direito. — Quem eu quero está bem na minha frente. — disse ela com a voz mais baixa, sua mão tocando o rosto dele com carinho. — Eu o amo, Max, sempre o amei. Max achava que seu coração poderia parar de bater a qualquer momento. Ela o amava. A alegria que o invadiu foi tão grande que, se pudesse, teria saltado e gritado dentro daquele carro. — Me ama? — perguntou, com a voz embargada. — Sim, e teria te contado isso se tivesse te encontrado meses atrás na mansão da Fênix. Onde estava? — disse ela, dando um soco no peito dele, brava. Max começou a rir, segurando-a contra si. A sua Isabel estava brava porque ele estava em missão. Ela o amava. Naquele momento, ele era o homem mais feliz do mundo. — Está brava porque queria me dizer que me amava e eu não estava? — perguntou ele, arqueando a sobrancelha. — Sim, isso é óbvio. — disse ela, fazendo um bico fofo. — Eu estava em uma selva, meu amor, um lugar onde não podia ter contato com ninguém. Depois, vim para cá cuidar do meu novo posto, mas teria deixado tudo para ir até você se soubesse disso. — disse, acariciando o seu rosto. — Está falando sério? — perguntou ela. — Sim. Eu te amo, Isabel. Desde a primeira vez que a vi entrando por aquela casa, tão linda e tão frágil. O meu coração é seu desde aquele dia. — Não brinque comigo, Max. — disse ela, com os olhos marejados. — Não estou brincando. Acho que o fato de eu ter comprado uma guerra agorinha prova isso. — disse ele, brincando com ela. Ouvindo aquilo, Isabel envolveu os braços ao redor de Max, escondendo o rosto contra o seu peito, inalando o seu cheiro. Finalmente, estava em paz nos braços dele. O carro rugia noite adentro, mas Isabel não se importava. Ela aceitaria o seu destino, fosse qual fosse, desde que Max estivesse com ela.
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