Isabel estava a caminho do complexo da Fênix. O coração acelerado, os dedos inquietos tamborilando contra o assento do carro. Ela precisava ver Max. Precisava ouvi-lo dizer que sentia o mesmo por ela. A esperança a consumia, e cada quilômetro que a aproximava do destino parecia trazer mais certeza de que aquela conversa mudaria tudo.
Ao chegar, atravessou os corredores com passos apressados, desviando-se de olhares curiosos. Mas antes que pudesse chegar ao escritório, uma voz familiar a deteve.
— Isabel, o que está fazendo aqui? — Estela, a sua irmã gêmea, apareceu diante dela com uma expressão de surpresa e algo mais... um resquício de tristeza. Isabel havia comentado com Estela que iria até o complexo, mas não tinha avisado o dia a pegando de surpresa.
— Preciso falar com Max. — Isabel sorriu, tentando conter a ansiosa expectativa em sua voz. — Onde ele está?
Estela desviou o olhar por um instante antes de suspirar. Podia ver a forma que a sua irmã estava animada e lhe doía ser ela a lhe dar aquela notícia.
— Isabel... Max não está aqui. Ele partiu em uma missão para a Fênix. Sem prazo para voltar.
O chão pareceu se abrir sob os pés de Isabel. O entusiasmo que a guiara até ali se esvaiu como fumaça. A respiração ficou superficial, e ela sentiu um aperto no peito.
— Ele... partiu? — A voz saiu fraca, quase um sussurro. Ela havia ensaiado o caminho inteiro uma forma de conversar com Max, tinha morrido de nervoso e ainda estava, e agora tudo o que ela havia planejado tinha ido por água a baixo ao saber que ele não estava ali.
— Sim. Ninguém sabe exatamente quando ele volta. Talvez leve semanas, talvez meses. — Estela colocou uma mão reconfortante no ombro da irmã. — Eu sei o quanto você queria vê-lo...
Isabel fechou os olhos por um instante, tentando conter as lágrimas. A decepção pesava no seu peito como uma pedra. Ela queria confrontá-lo, entender os seus sentimentos, mas agora tudo estava fora do seu controle. A tristeza a toma enquanto com passos lentos ela se deixa cair no sofá da sala de Estela, o seu peito apertado enquanto ela absorvia as palavras da irmã.
— Então é isso... — murmurou, apertando os braços ao redor do próprio corpo.
— Você precisa conversar com o papai sobre isso, Isabel. — Estela disse, sua voz carregada de determinação. — Em algum momento, você terá que enfrentá-lo. Fugir dessa conversa não vai mudar nada.
Isabel encarou a irmã, o olhar ainda carregado de tristeza, mas agora com um vislumbre de resolução. Ela sabia que Estela estava certa. Não podia continuar evitando esse confronto. Suspirando, limpou os olhos e assentiu.
— Você tem razão. Eu preciso fazer isso. — Conversar com Don Vito não seria uma tarefa fácil, Isabel sabia o quanto seu pai era protetor o que para ela não ajudava muito no momento.
Estela sorriu suavemente e apertou a sua mão. Ela queria que tudo desse certo para sua irmã. O começo da vida de Estela com Ricardo havia sido conturbado e ela desejava que a sua irmã tivesse algo diferente do que ela tinha tido.
— E eu estarei ao seu lado, aconteça o que acontecer. — Vito podia ser terrível quando queria, mas Estela sabia que ele não resistiria a um pedido dela e da sua irmã, Vito fazia tudo pelas filhas e por mais que ele se irritasse, Estela tinha esperança que ele cedesse aos pedidos delas.
Mesmo com o coração partido pela ausência de Max, Isabel sabia que não estava sozinha. Ela respirou fundo e se preparou para o próximo desafio: encarar o seu pai e, talvez, finalmente, entender o que Max sentia por ela.
— Posso saber por que não avisou que viria? — pergunta Ricardo assim que ve as duas sentadas no sofá. Ele não gostava que Isabel andasse sem escolta no seu território, já que estava sobre a sua responsabilidade enquanto estivesse ali.
— Oi cunhado. — Responde ela com um sorriso forçado no rosto, não desejava que ele visse a tristeza no seu rosto. — Foi em cima da hora. Papai me deixou ficar até o encontro de vocês.
— Sabe que não gosto que ande sem segurança. — Diz ele indo até ela e lhe dando um beijo na testa, uma mania que tinha adquirido quando tinha Síria morando na sua casa, e que agora usava com a sua cunhada.
— É perto da pista aqui. — Responde ela revirando os olhos. Como tinha vindo sem avisar Isabel havia pousado no aeroporto da cidade e não na pista particular de Ricardo.
— Amor sabe me dizer se o Max vai estar aqui para o encontro de vocês semana que vem? — Pergunta Estela.
— Não gosto quando pergunta de outros homens Estela, faz o meu ciumes aumentar. — Responde ele a puxando para seus braços. —Você me pertence querida.
Isabel sorri ao ver aquilo. O seu cunhado era um homem possessivo ao extremo, e para ele não lhe importava que anos já tivessem se passado desde que se casou com a sua irmã, ele ainda agia da mesma forma de sempre.
— Sabe que não é o que pensa amor, só estava curiosa. — Diz ela rindo enquanto ele beijava o seu pescoço.
— Esses assuntos não são para vocês Estela, quanto menos saber melhor será. — Responde ele se afastando e olhando em seu rosto, ao ver a desepção nos seus olhos Ricardo suspira. — Ele não vira Estela, tivemos uma complicação.
Ao ouvir aquelas palavras o coração de Isabel dispara no seu peito, ela se levanta rapidamente do sofá e vai até Ricardo.
— O que ouve Ricardo? Ele está bem? — Pergunta preocupada.
— Ele está bem Isabel, apenas tivemos alguns imprevistos que estamos resolvendo, em breve vocês saberão. — Responde ele com um sorriso de canto. Isabel suspira aliviada ao ouvir aquilo. — Devia falar com Vito sobre isso.
Isabel leva um susto com as palavras de Ricardo, mas ela podia ver em seus olhos apenas preocupação, então ela relaxa no seu lugar.
— Vou fazer isso Ricardo, apenas desejava conversar com ele primeiro. — Responde um pouco sem graça.
— Posso entender isso, mas seria bom deixar a fera de sobre aviso. — Diz ele a fazendo rir. Isabel apenas assente, sabia que ele tinha razão e resolveria isso assim que o seu pai retornasse para a reunião mensal da Fênix.