Fênix V - Max

Capítulo 46

— Ainda dá tempo de desistir. — diz Estela enquanto observava a sua irmã se arrumar para o casamento.

Os dias de Isabel haviam passado voando e, antes que ela pudesse perceber, o dia do seu casamento tinha chegado. E é claro que a Fênix estava em peso em sua casa, algo que ela apreciava bastante. Não havia aquela atmosfera festiva dos outros casamentos. Isabel sentia que elas tentavam deixá-la confortável com tudo aquilo, mas nada mudaria o fato de que ela estava indo para um destino incerto.

— Se quiser, posso dar um jeito nisso. — diz Síria, aproximando-se delas com um sorriso de canto. É claro que Isabel conhecia o jeito dela, o que incluiria algum corpo jogado em uma vala, provavelmente. Isabel sorri ao imaginar isso. O fato de Síria estar lhe fazendo aquela oferta fazia o seu coração se aquecer.

Ela não havia tido a despedida de solteira que as meninas normalmente faziam, e preferia assim. Aquelas memórias deviam ser forjadas para um momento feliz, o que não era o seu caso.

— Eu agradeço a oferta, Síria, mas papai disse para confiar nele, e vou fazer isso. — diz ela, virando-se para olhar nos olhos da assassina.

— Não precisamos contar a ela, Síria. Podemos resolver isso em menos de uma hora. — diz Oksana, que observava tudo com um sorriso c***l nos lábios. Isabel ri das palavras dela. Poucas coisas paravam Oksana, e a russa tinha o dom de arrumar confusão por onde passasse.

— Eu hackeio o sistema de segurança para vocês. — diz Alicia, entrando na conversa.

— Não posso fazer muito, mas eu os enrolo para vocês terem tempo. — diz Raira se referindo aos homens da Fênix.

— Se quiser, posso te esconder em uma das minhas propriedades. É só falar. — responde Sofia, aproximando-se e pegando na mão de Isabel com carinho.

— Elas estão certas. Somos umas pelas outras e não aceitamos esse seu casamento infeliz. — diz Mel, chateada.

Isabel olhava para aquelas mulheres reunidas, perguntando-se quando havia as conquistado a ponto de elas quererem se livrar do seu futuro marido para vê-la feliz. Ela se sentia radiante no meio delas e, ao ver tanta preocupação nos seus olhos, permitiu-se sentir aquele momento. Ela puxa Estela e Sofia, que estavam mais perto, abraçando-as com força. Rapidamente, sente outros braços a envolvendo, o que tornava aquele momento único.

— Eu não poderia desejar pessoas melhores em minha vida. — diz ela, afastando-se delas. — Sei que perdi muito, mas quando olho para tudo o que tenho agora, penso que valeu a pena.

— Não diga isso, Isabel. Você faz parte da nossa família. Jamais a deixaríamos passar por isso sem apoio. — diz Síria.

— Você é uma parte de mim que eu jamais suportaria perder, irmã. Não quero vê-la triste dessa forma. — Estela tinha lágrimas nos olhos ao falar com a irmã. A conexão que tinham era profunda, e ela não desejava ver a sua irmã passar por mais dificuldades na vida. Ela merecia paz, descanso e alguém que verdadeiramente a amasse.

— Também te amo, irmã, e aprecio tudo o que você já fez por mim, mas vou deixar tudo a cargo do destino. E se aquele i****a pensar que pode me ferir, ainda tenho a faca que ganhei do papai. — As mulheres irrompem em risadas ao redor de Isabel, e aquele som a consola pelo que enfrentaria mais tarde.

— Por que isso não me surpreende? — diz Oksana, rindo das palavras de Isabel.

O resto da manhã foi gasto com preparações. Por algumas horas, Isabel conseguiu esquecer do que se tratava aquele dia e era grata a suas amigas por aquilo.

Quando o vestido de Isabel chega, foi impossível conter o riso. Ele era bonito, mas havia ali um certo exagero nos detalhes que as fizeram rir quando ela lhes contou o motivo da sua escolha. Em seu íntimo, Isabel esperava que Saulo tivesse enfartado com o preço, mas o fato de ela estar recebendo as coisas que tinha escolhido provava o contrário.

Ela se arruma de forma meticulosa, faz uma maquiagem mais carregada. Ela não queria que a vissem como a mulher frágil que todos pensavam que era. Isabel sabia que era bem mais que isso; o seu tempo de fragilidade havia passado, e ninguém mais veria a sua fraqueza.

Quando a maquiadora termina, ela se olha no espelho com um sorriso no rosto ao ver o resultado.

— Você está linda, mas não sei se eu usaria isso em um casamento. — diz Síria, rindo ao ver o resultado final.

— Exatamente, essa maquiagem expressa o meu estado de espírito atual. — diz ela.

— Você está poderosa, Isabel, adorei. — diz Oksana, com os olhos brilhando.

Isabel usava um vestido longo, com um corpete que se prendia ao seu corpo e uma saia com uma f***a profunda na perna esquerda. Ela usava uma maquiagem mais carregada, com sombras escuras e batom vermelho, que fazia a cor da sua pele se destacar.

Olhando-se no espelho, Isabel se sentia dona do seu destino, e em seu coração se instalava uma tranquilidade que ela não pensava que teria. A única coisa que estava em sua mente eram as palavras do seu pai lhe garantindo que tudo daria certo. Vendo o seu reflexo, ela sabia que ficaria bem. Isabel tinha uma família maravilhosa e amigos que a amavam e, para que tudo ficasse perfeito como o seu coração desejava, ela só precisava do homem que amava.

Uma batida na porta do quarto desvia a sua atenção. Assim que a porta se abre, Isabel encontra o olhar do seu pai sobre ela. Ela podia ver a dor, a dúvida e, por último, o profundo afeto que sabia que ele nutria por ela.

— Você está divina, querida. — diz Vito, entrando no quarto e dando um beijo em sua testa.

— Obrigada, papai. — responde ela, sorrindo.

— Vamos? — pergunta ele, oferecendo-lhe o braço.