Agora sei como encontrar lá...cap...4

883 Words
Capítulo – Daniel Ferraz O sinal acabou de fechar quando sinto o impacto leve na traseira da minha moto. Não caí, não me machuquei, mas a irritação veio no automático. — Da próxima vez, presta atenção quando o sinal fechar — digo, virando o rosto. E então... ela desce do carro. Uma BMW. Óbvio. E de dentro, sai ela. Uma morena absurda. Daquelas que fazem o mundo parar por alguns segundos. — Desculpa, moço… — diz, com a voz suave, mas visivelmente nervosa. — Você é louca? Não viu que o sinal tinha fechado? — Eu já pedi desculpas, seu i****a. Tá surdo ou o quê? — rebate, e aí sim... me chama a atenção. — Quer dizer que a gata é brava… — provoco, rindo. — Dá pra você ver se quebrou alguma coisa na sua moto? Quero pagar. — Não quebrou nada. Obrigado. Mas não precisa se preocupar. — Eu faço questão. — E eu já falei que não precisa. Só presta mais atenção da próxima vez, gata. Ela revira os olhos, me xinga de i****a e entra no carro, indo embora sem nem olhar pra trás. Fico parado por alguns segundos. Que mulher marrenta… e que mulher, meu Deus. Ela é simplesmente uma obra de arte: corpo no ponto, boca provocante, olhos intensos. Subo na moto ainda com a imagem dela grudada na minha mente. E com outra coisa despertando também… Chego em casa, guardo minha moto — minha bebê — e vou direto pro banho. Depois, jogo uma calça de moletom no corpo e me deito, notebook no colo, tentando revisar alguns projetos. Tento. Porque a concentração foi toda embora. E só consigo pensar nela. A morena do sinal. Aquela boca atrevida. A forma como me desafiou. O jeito como me chamou de i****a e depois sumiu. Fico imaginando o que aquela boca faria com mais tempo… e mais silêncio. Sorrio sozinho. Meu corpo responde. — Será que vou te ver de novo, morena? Acordo com o despertador tocando. Detesto essa p***a. Desligo e vou direto pro banho. Depois, desço pra tomar café. — Bom dia, senhor Daniel. — diz Lurdes, minha governanta desde sempre. — Bom dia, Lu. — respondo, com um sorriso. Ela é como uma segunda mãe. Me criou praticamente sozinha, já que meus pais sempre estiveram ocupados demais vivendo suas vidas de viagens e aparências. — Vai almoçar em casa hoje, filho? — Não, Lu. Combinei com o Pedro. — Manda um abraço pra ele. — Pode deixar. Dou um beijo no rosto dela e saio. Na empresa, cumprimento a recepcionista — Verônica — uma loira turbinada que já conheceu minha cama… e acha que um anel viria em seguida. Doce ilusão. — Verônica, quando o Pedro chegar, pode mandar ele entrar. — digo, direto. Ela pisca, morde o lábio. Finjo que não vejo. Entro na minha sala. Me sento e… ela volta. A morena. A do sinal. A imagem dela me invade de novo. Como se fosse possível esquecê-la. Universo… não seria pedir demais vê-la de novo, né? Sou puxado de volta pra realidade quando Pedro entra. Meu primo, sócio, parceiro de negócios — e de festas. — Fala aí, viado. O que quer agora? — diz, já entrando no clima. — Bom dia pra você também, seu cuzão. — respondo. — Os desenhos do prédio ficaram prontos? — pergunto. — Sim, irmão. Só falta você revisar. Ver se tá tudo no seu padrão de exigência insuportável. — Perfeito. Mal terminamos de conversar, minha sala é invadida. E eu... quase engasgo. É ela. Alexa. Smith. Em carne, osso, curvas e atitude. Vestido preto justo. Cabelo solto. Olhos firmes. Boca no ponto. A p***a da visão do paraíso com TPM. Pedro quase baba. Isso me irrita. Lanço um olhar fulminante pra ele e já mando: — Pode deixar a gente a sós. Ele sai, mas não antes de dar uma piscadela pra ela. Filho da mãe. — Em que posso ajudar, doutora? — pergunto, com o melhor sorriso de canto que tenho. — Estou aqui representando Alberto Vilas. — ela vai direto ao ponto. — Você quer construir um prédio em cima da casa dele. E isso não vai acontecer. Ela é firme, decidida, afiada. E p**a merda… como isso me excita. — Já ofereci muito mais do que aquela casa vale. Ele se recusa a vender. — Porque não é só uma casa. É a história dele. A memória da esposa. A vida. Sentimentos que não se compram. — O terreno é perfeito. Vista para o pôr do sol. Nada pessoal. Só negócio. — Pois agora é pessoal. Porque eu vou impedir você de construir naquele local. — Isso é um desafio? — Pode encarar como quiser. Mas saiba que eu adoro uma boa briga. Ela se levanta. O cheiro dela fica no ar. — Boa sorte, Dra. Alexa Smith. — digo, lançando uma piscadinha safada só pra provocar. Ela sai da sala cuspindo raiva. Eu sorrio. Que mulher. Mal ela sai, já tô digitando o nome dela no Google. Alexa Smith. Advogada renomada. Zero derrotas. Gênio forte. Fria. E linda pra c*****o. Ok, universo. Você venceu. Agora quero mais. E eu sempre consigo o que quero. Mas dessa vez… acho que vai ser interessante ter que lutar por isso.
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