Casamento Arranjado Com O Mafioso

ALLY COLLINS NARRANDO Meu mundo virou de cabeça para baixo. Sempre admirei Damon River, ele é um homem bonito e charmoso, mas tem dez anos a mais do que eu. Acabei de sair da escola e entrar na faculdade de Letras, e ele? Ele já viveu muita coisa. Eu não conheço o mundo, ele sim. Sobre o que eu vou conversar com ele? "Ally..." Estou sentada na cama, com o vestido de noiva ainda no corpo. "Tire a roupa." Eu já sabia que iria dormir com ele, afinal, ele é meu marido agora. Mas, ele não vai sequer trocar uma palavra comigo? É só.... Tire a roupa e pronto? Comecei a tirar a parte de cima do vestido, e ele me olhou como se eu estivesse maluca. Era possível ver um misto de desejo e algum sentimento misterioso em seus olhos. O que ele estava pensando? Será que me achou bonita? Eu estava completamente sem roupas, na frente dele. "Pronto. Pode fazer o que quiser comigo, afinal, eu sou sua linda esposa." O tom irônico arrancou um sorriso de deboche dele. "Acha que pedi para você tirar a roupa porque queria algo contigo?" Ele se aproximou de mim, e segurou meu rosto com força, enquanto seus olhos estavam nos meus. Ele estava perto, perigosamente perto. "Acha que eu sou do tipo que precisa obrigar mulheres a dormir comigo, Ally?" Ele largou meu rosto e eu abaixei a cabeça. Tentei me esconder cruzando os braços. "Você mandou eu tirar a roupa..." Ele caminhou até a porta do quarto, e parou com a mão na maçaneta. "Sim. Era para tirar o vestido de noiva e vestir uma roupa adequada para a viagem. O que combinamos, Ally?" Naquele momento, eu me lembrei que combinamos de viajar e não permanecer na festa de casamento. Ri de mim mesma por um instante e, rapidamente, corri até o closet, onde peguei uma calça e uma camiseta. Coloquei um tênis e alguns acessórios, e logo eu estava pronta. Damon estava me esperando do lado de fora, já com uma calça jeans e uma camisa polo que estava bem apertada no braço. O braço dele era enorme e tatuado... Deus, por que me fez casar com algo tão lindo se não posso aproveitar? Num piscar de olhos, eu estava com ele no Porsche, viajando em direção ao aeroporto. Eu queria quebrar o silêncio, mas ele parecia muito mais confortável assim. Ele não era alguém que queria ter os muros quebrados ou invadidos... Ele queria permanecer exatamente do jeito que era. "Posso ligar o rádio?" Questionei. "Por favor?" "À vontade." Ao ligar o rádio, coloquei em uma estação qualquer. Mas eu ainda esperava uma conversa decente. "O seu pai é dono de uma rede de loja de departamentos, não é?" Puxei assunto. Ele riu consigo mesmo. "É... Meu pai vende de tudo." "Eu gosto da rede SmileSale. Acho incrível. Quer dizer, eu sempre compro coisas lá. As lojas são sempre grandes e muito bem estruturadas. E os doces estão sempre baratos." Damon não parecia muito interessado na conversa. Mas eu queria continuar. "Eu acho que o seu pai tem negócios bem mais legais que o meu. Aquele escritório de advocacia dele é uma chatice." E então, naquele momento, ele meio que atropelou minhas palavras. "Vem cá, você realmente não sabe o que seu pai faz? O que fazemos? Ou você está se fazendo de tonta?" Arregalei meus olhos ao ouvir o que ele disse. "Você poderia ser um pouco menos ignorante comigo?" Pedi. Ele massageou as têmporas. "Não. Você não sabe nada sobre os negócios ilegais dos nossos pais?" Se fosse possível, meus olhos pulariam do rosto. "Ilegais? Do que você está falando? Está maluco?" Damon estacionou no acostamento e desceu do carro. Ele suspirou e massageou as têmporas. Depois, tirou um cigarro do bolso e o acendeu. Eu desci do carro e caminhei até ele, que estava com as costas encostadas no porta-malas do carro. "Eu disse para o meu pai que era uma péssima ideia." Ele soltou a fumaça do cigarro e eu me encostei ao lado dele. "O que é uma péssima ideia? Eu não estou entendendo mais nada, Damon." Cruzei meus braços enquanto olhava meus tênis all star. "Casar com você. Você não faz ideia do que fazemos, tem só dezoito anos e eu já tenho vinte e oito. Uma fusão de negócios não precisava envolver um casamento." Ele tragou o cigarro mais uma vez. "Você é um problema pra mim. E eu te garanto que serei um problema pra você também. Estamos amarrados na mesma âncora juntos." "Não precisa ser assim. A gente pode, sei lá, ser amigo..." Olhei para ele e sorri de leve. "Não precisamos nos odiar. E talvez, a gente consiga... Não sei, fazer essa âncora flutuar." "Ah, a inocência nos faz acreditar que existe esperança..." Ele se desencostou do carro, soltou a fumaça do cigarro e olhou em meus olhos. "Eu sou a p***a de um mafioso, Ally. E seu pai também é. O meu pai também é. E a maioria das pessoas que vão nas festas que nossos pais arrumam, fazem parte dos negócios sujos dos nossos pais. Entendeu agora? Acordou do seu mundo de fantasia onde âncoras podem flutuar?" Put@ merd@...