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O lamento do mar insano

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Em meio às águas revoltas de um oceano amaldiçoado, navega o capitão Alaric, um pirata enlouquecido pelo amor impossível que sente por Lysandra, a princesa de um reino que jamais se curvaria à sua bandeira n***a. Alaric não busca ouro nem glória — apenas um olhar, uma palavra, um gesto que nunca vem.

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As vozes do abismo
Em meio às águas revoltas de um oceano amaldiçoado, navega o capitão Alaric, um pirata enlouquecido pelo amor impossível que sente por Lysandra, a princesa de um reino que jamais se curvaria à sua bandeira pirata. Alaric não busca ouro nem glória, apenas um olhar, uma palavra, um gesto que nunca vem. Enquanto sua tripulação teme os sussurros que o mar lhe faz à noite, ele escuta promessas e delírios vindos das profundezas. Cada tempestade parece guiada por sua obsessão, cada naufrágio uma oferenda à deusa terrível que habita seu coração. Lysandra, fria como o mármore de seu trono, permanece intocável, enquanto Alaric se afunda em loucura, arrastando consigo tudo o que ama. No fim, o mar não responde. Ele apenas lamenta, como o coração de um homem que amou demais, e perdeu tudo para um silêncio que nunca o amou de volta. 🌺~~~~~~~~~~~~~🍋~~~~~~~~~~~🌺 Nuvens negras se contorciam como serpentes sobre o mar, e o vento gemia com a fúria de almas perdidas. O navio Espinho do Vento cortava as ondas como uma lâmina enferrujada, rangendo em cada costura, como se protestasse contra o destino que o aguardava. No convés, o capitão Alaric permanecia imóvel, os olhos fixos no horizonte, onde o mundo parecia se dissolver em trevas. Seu chapéu de couro estava encharcado, e os cabelos desgrenhados grudavam no rosto pálido. Mas ele não se importava. A tempestade era apenas um reflexo do que ardia dentro dele: um amor doentio, uma obsessão que o consumia como fogo em madeira podre. — Ela não me respondeu... — murmurou, sem se dirigir a ninguém em particular. Atrás dele, o imediato Gorran hesitou antes de se aproximar. Era um homem robusto, com cicatrizes que contavam histórias de batalhas e traições. Mas diante do capitão, ele se tornava pequeno. — Capitão... o mar está ficando violento. Devemos recuar para a enseada de Drelmor. Alaric não respondeu. Seus olhos estavam fixos em algo que só ele via — talvez uma lembrança, talvez um delírio. — Ela me olhou, Gorran. Naquele baile maldito, entre os nobres e os falsos sorrisos. Ela me olhou como se eu fosse... nada. Gorran engoliu em seco. Já ouvira essa história dezenas de vezes. A princesa Lysandra, filha do rei de Velmora, era a joia do reino, bela, fria, inalcançável. Alaric a conhecera quando ainda era um corsário a serviço da coroa, antes de ser traído, antes de se tornar o que era agora: um fantasma com carne e ossos. — Capitão, com todo respeito... ela é uma princesa. E o senhor... — Sou um monstro, não é isso? — Alaric virou-se com um sorriso torto. — Um pirata, um louco, um amaldiçoado. Mas até monstros têm coração, Gorran. E o meu bate por ela. O mar rugiu, como se zombasse de sua confissão. Uma onda colossal ergueu-se à frente do navio, e os homens gritaram, correndo para ajustar as velas. Alaric permaneceu firme, como se desafiasse o próprio oceano. — Ela precisa ouvir. Precisa saber o que fiz por ela. Gorran hesitou. Sabia que o capitão havia saqueado vilas inteiras, queimado fortalezas, tudo em nome de um amor que nunca existiu. Mas havia algo mais sombrio, rumores de pactos com entidades do mar, de vozes que falavam com Alaric nas noites sem lua. — Capitão... o senhor tem escutado... elas de novo? Alaric sorriu, mas seus olhos estavam vazios. — Elas nunca se calam, Gorran. O mar fala comigo. Ele me entende. Ele também ama, e também foi rejeitado. O navio mergulhou na onda, e por um momento, tudo foi silêncio. Depois, o Espinho do Vento emergiu, cuspindo água e gritos. Alaric riu, uma risada que não pertencia a um homem são. — Lysandra... minha rosa de gelo. Eu vou te mostrar o que é amar um pirata. Mesmo que seja a última coisa que eu faça. A tempestade parecia se alimentar da dor de Alaric. Cada trovão era um grito sufocado, cada relâmpago, um lampejo de lembrança. Enquanto o navio lutava contra as ondas, o capitão desceu para seus aposentos, onde o verdadeiro mar o aguardava, não o de água e sal, mas o de memórias e delírios. O quarto era escuro, iluminado apenas por uma lanterna pendurada no teto, que balançava como um pêndulo de condenação. Mapas rasgados, garrafas vazias e pergaminhos com poemas escritos à mão cobriam a mesa. Em um canto, um espelho rachado refletia um homem que já não existia. Alaric se aproximou do espelho e tocou o vidro com a ponta dos dedos. — Lysandra... — sussurrou. A imagem que surgiu não foi a sua. Foi a dela. Vestido azul como o céu antes da tormenta, cabelos dourados como o sol que ele já não via, olhos frios como o gelo que o consumia. Ela dançava no salão do castelo, cercada por nobres e soldados, mas parecia sozinha. Alaric, então ainda um corsário, observava das sombras, com o coração em chamas. Ele se lembrava do momento em que ousou se aproximar. Um gesto de coragem ou loucura, talvez os dois. Estendeu a mão, ofereceu uma rosa n***a, símbolo de sua devoção. Ela olhou para ele, e naquele olhar havia tudo: desprezo, surpresa, e acima de tudo... indiferença. — "O senhor está fora de seu lugar", ela disse. E virou-se, como se ele fosse apenas mais um servo do reino. A lembrança se dissolveu no espelho, e Alaric socou o vidro com força. Os cacos caíram como lágrimas de cristal. — Fora de lugar... — repetiu, rindo. — Então eu criei meu próprio lugar. Um trono sobre o mar. Um reino de ossos e velas negras. Ele se ajoelhou diante de um baú de ferro e o abriu com reverência. Dentro, havia uma coroa feita de espinhos e prata, e um frasco com água do mar recolhida na noite em que ele fez o pacto. As vozes começaram a sussurrar. _"Ela virá. Ela ouvirá. O mar a chamará."_ Alaric fechou os olhos. As entidades do abismo haviam prometido que Lysandra sentiria sua presença, que o mar levaria seu lamento até os salões de Velmora. Mas o preço era alto. Cada dia, ele perdia um pedaço de si. Cada noite, o mar levava mais da sua alma. Gorran bateu à porta. — Capitão... avistamos uma embarcação. É da guarda real. Alaric sorriu. O destino estava em movimento. — Preparem os canhões. Mas não para destruir. Quero que eles levem uma mensagem. Subiu ao convés, com a coroa de espinhos na cabeça e o frasco em mãos. Os homens o olhavam com temor, mas obedeciam. Sabiam que seguir Alaric era navegar entre a glória e a perdição. A embarcação se aproximava, imponente, com bandeiras de Velmora tremulando. Alaric ergueu o frasco e o lançou ao mar. A água se espalhou como sangue, e as ondas começaram a cantar. _"Lysandra... Lysandra... Lysandra..."_ O mar havia recebido o lamento. Agora, ele o levaria até ela.

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