Capítulo Cinco

1136 Words
Mia — Vamos almoçar gatinha? — Levantei a cabeça me deparando com Amaya parada na minha porta, sorri para minha amiga acenando com a cabeça. — Vamos, vai na frente eu só preciso finalizar esse protejo e te encontro na recepção. — Está bem. Ela se virou saindo da minha sala, voltei a minha atenção ao protejo de um novo site de cosméticos, passei a parte da manhã toda tentando compensar a falta de três funcionários que estava encarregados de tirar esse projeto do papel, o que era um pouco suspeito pois eram funcionários que estava com contratos para vencer precisava olhar com Kayle o que houve mas apostava minhas skins de jogo que tinha dedo dos irmãos Carter. Terminei tirando meus óculos, pegando a carteira e meu telefone e sai desejando o mais gorduroso e delicioso hambúrguer que o Dug já fez. Abri minhas notificações de mensagens e comecei a ler algumas conversas, sorri ao ver uma mensagem do meu pai dizendo que já estava com saudade as portas do elevador se abriram e entrei, o botão do térreo já estava pressionado então apenas continuei entretida com a conversa das meninas em um grupo. Até que o elevador deu um impulso e a luz dele acabou o fazendo parar, a luz de emergência se acendeu e todos os botões dos vinte cinco andares estavam acessos. Olhei desesperada para os lados e quem estava atrás de mim. Eric Carter. — Calma, foi uma queda de luz. Meus olhos se arregalaram e senti a respiração acelerar encostei no canto tentando imaginar as coisas mais fofas do mundo, mas a única coisa que me vinha à cabeça naquele momento era a queda fatal daquele elevador e meus restos mortais sendo retirados com uma pá. — Mia... Mia... Olha pra mim. Olhei para ele enquanto fazia simulações de respiração para grávida, fiz uma careta. — De onde tirou isso? — Dizem que acalma. — Bom disseram errado, isso parece um cachorro com sede. — O que? — De onde vem esse calor? — me abanei com a mão sentindo minha nuca suar — Céus... eu vou morrer assada aqui dentro. Andei naquele pequeno cubículo de metal tentando amenizar minha agonia de ficar presa com aquele homem, Eric afrouxou a gravata desabotoando o paletó. Vinte minutos depois Eric estava sentando no chão do elevador com apenas a camisa preta um pouco aberta mostrando alguns pelos do peito, as mangas dobradas até o cotovelo com os cabelos despenteados e o suor escorrendo pelas têmporas, com uma perna dobrada e o braço sobre o joelho. Já eu estava sentada de frente para ele com as pernas esticadas para frente cruzando os tornozelos com a cabeça tombada para trás. — Quanto tempo trabalha na empresa? — Desde que saí da faculdade, faz uns três anos. Seus olhos se arregalaram, e a surpresa foi nítida neles. — Então você tem... — Vinte três, por que a surpresa, senhor Carter? — Sorri em satisfação olhando para ele. — Bem, você me parece mais madura do que a idade... Ergui uma sobrancelha. — Por que? Você acha que as meninas de vinte e três anos ainda brincam de boneca e desejam ser princesas da Disney? Ele solta uma risada, me pegando de surpresa ele ficava lindo sorrindo, mas ele também ficava lindo com aquela carranca de mau. Sorri para ele. Talvez ele não seja todo esse ranzinza que pinta não, talvez seja apenas uma forma de defesa contra os outros, algo dentro de mim queria descobrir será que ele sofria com a morte do pai por isso ele adotou essa postura imponente e grosseira. — Talvez, mas você com certeza não acredita em contos de fadas. — Deixei de acreditar a muito tempo, príncipes e castelos não são para mim. — Isso parece papo de quem sofreu uma desilusão amorosa. Me mexi desconfortável no chão desviando o olhar dele. — Acertei. — Não, eu só não acredito. Mas acredito em amor verdadeiro aquele amor para vida toda. Ele deu uma risada em forma de deboche. — Pobre menina ingênua. — O que o senhor gostosão-p**a-das-galáxias não acredita? Me sentei mais ereta encarando aqueles olhos castanhos intensos, ele se aproximou um pouco mais ficando frente a frente, com seu nariz quase encostando ao meu; minha nossa, mesmo suando ele cheirava bem, com sua aproximação pude perceber uma cicatriz próxima ao olho esquerdo seguindo até a sobrancelha. Involuntariamente minha mão se ergueu e com as pontas dos dedos tracei a cicatriz, pude perceber seu espanto, mas Eric não recuou ele ficou parado recebendo meu toque em sua face sua pele macia fazia meus dedos coçaram para explorar mais. Por fim a luz voltou me fazendo dar um salto ficando em pé e encostei na parede olhando para baixo. — Me-Me desculpe. Ele se aproximou de mim, sua mão encontrou meu queixo fazendo ele se ergue, encarei seus olhos e pude ver uma chama crepita por elas, senti meu corpo se acender com apenas aquele simples toque, um arrepio desceu pela minha nuca se concentrando entre minhas pernas. As portas se abriram e para minha derrota havia uma plateia no hall da empresa, todos aqueles olhares espantados me deixaram completamente travada, mordi o lábio inferior. — Gatinha. Corri para Amaya abraçando, ela passou as mãos pelas minhas costas me apertando contra seu corpo, eu sempre fui a menor das minhas amigas. Ela beijou minha testa segurando meu rosto entre as mãos. — Como você está? Fiquei tão preocupada. — Estou bem, aliviada por sair daquela lata de sardinha. — Vem, vou levá-la para tomar um ar fresco e comer alguma coisa. Passei meus braços pela sua cintura e ela me segurou pelos ombros e seguimos para fora do prédio. Meu Deus o que quase aconteceu naquele elevador, aquilo poderia ter acabado de uma forma terrível. — Me diz que não entendi m*l, vocês não estavam se beijando, não é? Olhei para minha amiga enquanto devorava um hambúrguer e bebia do meu suco de laranja, já que me sentia desidratada. Será que ele iria me beijar? Ou só ficaria ali me encarando enquanto eu contemplava aqueles olhos perfeitos, havia algo selvagem neles e por que meu corpo reagiu daquela forma, como se já pertencesse a ele. Talvez fosse aquele jeito dominador dele. — Não, e que tinha caído algo nos meus olhos ele estava tentando apenas limpar. — Mia Stewart você não me engana, somos amigas a mais de uma década, não tente agora fingir que não tinha algo rolando ali. — Mas não tinha Amy, foi apenas impressão, e muito errada, já que terei que me retratar com toda a empresa para não passar outra imagem. Ela estreitou os olhos para mim como se desconfiasse de algo, continuei comendo como se nada tivesse acontecido. E nada MESMO tinha acontecido. 
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