Give yourself up to perdition

CAPÍTULO TRÊS

Mia

Mas que homem ridículo, arrogante, presunçoso e mandão! Que pena do senhor Charles por ter deixado a empresa nas mãos de um ser tão ARGH! Que raiva, como ele pode chegar aqui e mandar eu fazer uma lista de quem será mandando embora, o que eu vou fazer? Minha equipe precisa desse emprego, os estagiários precisam dessa carga horária para a faculdade. Respirei fundo me virando dando de cara com o irmão daquele escroto, ele me lança um sorriso divertido ao mesmo tempo que seus olhos descem pelo meu corpo. Aff outro pervertido.

— Calma linda, não irei devorá-la. — Ele deu uma piscada.

— Senhor, o seu irmão não tem a noção de como esses estagiários precisam dos horários da empresa.

— Eu sei senhorita Stewart, mas são muitos funcionários para a mesma função. Que tal você vir almoçar comigo e a gente discutir isso melhor?

Como explica para esse cabeça oca que só pensa com a de baixo.

— Que tal o senhor levar o seu irmão para almoçar e tentar convencê-lo que nem todos aqui fazem o mesmo trabalho.

Sorri passando por ele. Ótimo primeiro dia, passei pelas bainhas igual um furacão me trancando na minha sala, xinguei todos os palavrões que conseguia me lembrar, eu precisava de uma forma de tentar contornar isso, de tentar não desestabilizar minha equipe. Uma batida de leve na porta e George colocou a cabeça para dentro seu olhar tão afiado detectou que havia problemas.

— O que houve, minha diva? — Ele entrou fechando a porta.

— Eles querem reduzir o quadro de funcionários, sendo mais honesta mandar embora os estagiários — enterrei meu rosto em minhas mãos soltando uma lufada de ar — eu não sei o que fazer George, muitos aqui precisam desse estágio para cumprir a carga horária extra nas faculdades.

— Oh, minha deusa não fica assim daremos um jeito de convencê-lo e muitos precisam desse emprego.

Olhei para meu amigo tão belo quanto compreensivo, sua força renovou sorri para ele segurando sua mão. Realmente precisava achar alguma solução para que meu quadro não sofresse tanto.

— Que tal irmos almoçar naquele restaurante que você ama?

— Você paga!

Sorri para meu amigo, e seguimos para os elevadores. O The Rock Dog era um pub restaurante que ficava próximo a empresa, nós adorávamos ir lá pois servia o melhor hambúrguer que já comi em toda minha vida com bastante molho e batata frita para complementar, encontramos uma mesa próximos a janela e fizemos nossos pedidos. George começou a contar sobre sua nova paquera, Parker, lindo de morrer e com o p*u grande. Nunca rir tanto de quando ele começa a contar seus casos amorosos. Somos servidos e como toda vez nós dois gememos ao dá a primeira mordida naquelas delicias engorduradas.

— Que tal sairmos no sábado, estou louca para ir naquele bar-karaokê.

— Eu topo, podemos fazer um dueto legal.

— Minha diva, sei que você está evitando o assunto, mas convenhamos, aquele deus é uma delícia. Até senti minha calcinha molhar por ele.

Ri jogando uma batata nele, parei para pensar e realmente Eric Carter era um pão, mas um pão duro e melado de tanta arrogante embaixo daquela beleza e sedução. Conversamos mais algum tempo e voltamos para empresa, o dia transcorreu muito bem, minha equipe brilhou como sempre, mas me desfazer de alguns deles foi mais difícil do que entrar em uma calça Skinny. Fim de expediente e o setor de design estava vazio.

— Mia — Lucy entra na minha sala já com sua bolsa, ela deixa uma pasta em cima da minha mesa — O senhor Carter pediu para você analisar essa proposta e entregar uma resposta amanhã no primeiro horário.

Soltei um suspiro pegando a pasta, comecei a analisar a proposta sentindo meu sangue ferver, se eu pudesse ficar vermelha já estava levantei meu olhar, mas Lucy já tinha ido, juntei minhas coisas e peguei a pasta segui rapidamente para o elevador apertando o andar da presidência, dei mais uma olhada. Ele só pode ter caído e batido a cabeça. Para minha sorte sua sala estava com a luz acesa e uma movimentação. Empurrei a porta entrando de uma vez, a visão de Eric sentando no sofá com um copo de uísque sem palito com apenas um colete lendo um documento, me fez recuar um passo, mas por fim me lembrei por que estava aqui.

— Mas que p***a é essa?!

— QUE p***a É ESSA DE PROPOSTA RIDÍCULA SENHOR CARTER!

— Olha a língua!

— Olha a língua uma ova! Não posso reduzir essa quantidade de pessoas, vai sobrecarregar as que ficarão! Você caiu e bateu a cabeça!

— Quem você pensa que é para falar assim comigo?

— Quem eu penso que sou? A p***a da mulher que coloca essa empresa na mídia senhor Carter — Aponto o dedo para ele — Você não sabe de nada, não sabe como funciona essa empresa, como funciona nada!

Ele deu um passo parando na minha frente, seus olhos dançaram pelo meu rosto até descerem para os meus lábios. O cheiro amadeirado do seu perfume com a mistura do uísque me fez desejar poder lamber só para sentir o gosto da bebida em seus lábios.

— Você é muito petulante para ser tão pequena — Senti um arrepio subir pela minha espinha até chegar na minha nuca apenas com o tom da sua voz, baixa e ameaçadora. — Vou deixar essa passar, mas não volte a falar assim comigo.

Ele piscou passando a ponta do polegar em meu queixo, empurrei sua mão dando dois passos para trás.

— Entenda, eu não posso me livrar de todos esses estagiários.

— Livre-se dos que estão com contrato para vencer. Quero isso para amanhã. Então, boa noite senhorita Stewart.

— Mas...

— Boa noite!

Olhei para ele já sentindo minha derrota iminente, não tinha como argumentar com um homem que não entendia de merda nenhuma. Acenei com a cabeça seguindo para porta, Eric levanta a cabeça e dá aquele sorriso digno de um Oscar de melhor sorriso.

— Só mais uma coisa, senhor Carter, o seu pai valorizava muito o meu setor não estrague o trabalho dele. — Mostrei meu dedo do meio fechando a porta.