1. Uma notícia inesperada.
Era uma tarde fria de domingo e Darius estava sentado em sua poltrona, não tinha feito nem uma semana direito que tinha completado 30 anos e assumido a presidência da Corporação Fenrin´s. Uma empresa que carregava o nome de sua família por mais de 70 anos. Seu avô Darius, era um especialista no ramo farmacêutico na qual conseguiu fundar aquela empresa no auge da Segunda Revolução Industrial vindo da Islândia para o Brasil em busca de uma vida melhor. Seu pai Augusto vinha tomando a frente e carregava consigo o legado da família.
Agora seria a vez de Darius prosseguir com a linhagem Fenrin.
Ele olhou para o copo quase vazio em sua mão, o gelo quase derretido. Seu pai tinha acabado de falecer. O patriarca da família Fenrin não acordou naquela manhã, e automaticamente ido até a varanda fumar seu charuto importado. Darius desde criança da janela ficava observando seu velho parado durante um bom tempo ali, pensativo. Augusto Fenrin tinha 76 anos, e ainda mantinha sua capacidade de raciocínio rápido e logico. Mas, desde que sua mãe tinha o abandonado quando ainda tinha quatro anos, Darius viu seu pai mudar e quando os dois conversavam; seu pai sempre lhe dizia que amar era para homens fracos, e homens de verdade sempre estavam em buscar de poder e dinheiro, pois era isso que fazia a engrenagem da vida funcionar.
- Eles estão o esperando Darius. Adriano, seu melhor amigo entrou no escritório tirando o de seus pensamentos. – Estão aqui vários amigos de seu pai.
- Amigos? Darius sorriu ironicamente. – Interesseiros. Ele virou o copo, tomando o restante do liquido que já estava quente. – Essas pessoas que estão aí não passam de sanguessugas que nos últimos anos só estavam roubando dinheiro do meu pai.
- Mantenha a calma amigo. Adriano tirou seus óculos e limpou as lentes para colocar logo em seguida. – No momento exato cada um deles irá pagar, mas por agora faça a cortesia de ser o filho que recebe as condolências dos amigos mais próximos de seu pai.
Darius colocou o copo em cima da mesinha, ajeitando seu terno escuro, camisa azul-celeste, e uma gravata fina de seda azul-marinho. Darius possuía ombros espaçosos que se afunilavam no dorso longo e ágil até os quadris estreitos, a força das pernas e braços permanecia oculta sob o corte imponente das suas roupas. Ele sabia como se vestir para aquela ocasião. Ele balançou a cabeça em afirmação, engolindo a tensão que se formava em sua garganta. Darius olhou um a um, tinha acionistas, empresários, mulheres dos empresários, uma casta de pessoas que se quer tinha ouvido falar, mas como a cortesia o mandava; foi recebendo as condolências de cada um. No final da tarde, o cortejo aconteceu até o cemitério em total silencio. E, ao voltar para casa, o silencio continuava reinando ali. A ordem era que mantivesse todas as janelas fechadas por cortinas, e o quarto de seu falecido fosse apenas limpo, nada sairia do lugar.
Sentado no vão da escada, ele olhou para o seu celular que tocava. “Nádia”. Darius apenas decidiu ignorar. Nádia era sua namorada desde sempre. Eles viviam entre vindas e idas, e Darius não se importava. Ele só queria alguém para ocupar sua cama quando quisesse. Era tarde. Apertou os punhos olhando ao seu redor, respirando fundo, bem fundo. Ele precisava beber, só assim aquela noite terminaria rapidamente.
Um mês atrás ele tinha recebido um relatório de investigação sobre o paradeiro de sua mãe. E, as notícias não tinham sido nada boas. Ingrid Soares de Oliveira havia morrido em um acidente de carro suspeito há quinze anos atras, e seu pai nunca tinha deixado ela sair de seu radar. Ela tinha se casado, não teve filhos. Sua mãe tinha mudado de nome e tinha se casado adotando o sobrenome de seu atual marido. Agora ele entendia a razão pela qual seu pai tinha mudado e deixado de acreditar no amor.
Eram seis da manhã quando acordou. De uma forma tinha ido para a cama, e dormido a noite a toda. Ele olhou para a mesa posta de café da manhã. Olhou para o lugar que seu pai sentava, e enquanto lia o jornal, tomava seu café puro com torradas; nos últimos dias, os dois se tratavam como homens de negócios, sentados debatendo sobre contratos e demandas.
- Recebi sua mensagem, não acha que deveria prestar um luto no dia de hoje? Adriano apareceu na sala de jantar onde Darius tomava café. Ele usava um terno Armani preto, e seu cabelos estava penteado de forma alinhada. – Nem café eu tomei ainda.
- Não seja por isso. Darius parecia distante. Rapidamente a copeira apareceu indo direto preparar um lugar para Adriano. – O que você quer comer?
- Bom dia Laura. Por favor, ovos mexidos com queijo e presunto. Adriano respondeu sorrindo e sentando.
A copeira apenas concordou saindo logo em seguida.
- Quero que busque e analise todos os documentos da diretoria da Corporação...
- Eu ia esperar passar o luto, e já que você não quer perder tempo devemos nos preparar para a leitura do testamento dele.
- Você já tem acesso? Perguntou Darius, colocando sua xicara ao lado.
- Ainda não. Adriano sorriu, tirando seus óculos ele limpou as lentes com um pequeno lenço que carregava consigo e os colocou de volta. – Não é porque sou filho que ele vai facilitar algo pra mim.
- Seu pai permanece sendo fiel até mesmo depois da morte do meu.
- Cinquenta anos de parceria e amizade. Adriano tomou seu café. – Bem, vamos esperar que passe pela prova de autenticidade e depois agir.
- Certo. Darius se levantou. – Tome seu café, nos encontramos no escritório.
Sem esperar uma resposta da parte de Adriano, Darius pegou seu paletó e pasta que se encontravam no sofá próximo, saindo logo em seguida. Ele olhou para seu carro estacionado logo na entrada. James o motorista de seu pai em pé, como sempre fazia.
- Bom dia James.
- Sr. Darius, bom dia! Sinto muito pela morte de seu pai, ele era um excelente patrão.
“Péssimo pai”. Darius apenas deu-lhe um sorriso diminuto.
- Você pode tirar o dia de folga James, depois Adriano irá conversar com você. De repente Darius viu desespero no rosto daquele homem que há mais de vinte e cinco anos dirigia para sua família. – Não se preocupe, ele irá apenas lhe designar para um outro cargo, você não será demitido.
- Eu posso dirigir para o senhor, se assim ordenar. Ele parecia bem mais aliviado.
- Eu gosto de dirigir. Ele falou, indo até seu carro, um Aston Martin preto escuro feito para quem gosta de liberdade. No fundo era isso que Darius mais queria. – Como eu disse, você pode tirar o dia de folga.
- Sim sr. Fenrin. O homem esperou Darius dar partida e passar o portão antes de sair da posição que se encontrava, indo até a copa pela parte de trás onde tinha uma porta que dava acesso para todos os funcionários.
- Você não levou o menino para o escritório James? Era a velha cozinheira, parando de mexer algo numa panela e olhando para o motorista parado na porta.
- Ele me deu o dia de folga.
- Será que ele pretende demitir você? Era Laura, a copeira que mantinha a casa em ordem há algum tempo.
- Não, ele disse que o advogado vai me designar para uma outra função. Ele comia uma maça. – Quer sair comigo hoje Laura?
- Você teve o dia de folga. A mulher olhou para a cozinheira que permanecia concentrada no que fazia. – Nana e eu vamos trabalhar hoje, engraçadinho.
- Então eu vou ficar aqui com vocês. Ele respondeu. – Como eu posso ajudar?
- Por aqui. A velha cozinheira pegou um saco de batatas e uma vasilha com água colocando na mesa que eles estavam.
- Sim sra.
Darius estacionou seu carro logo na entrada onde ficava a Corporação Fenrin´s. Hoje, ela mantinha em seu quadro de funcionários mais de 10 mil pessoas divididas com a filial de Moscou.
- Sr. Darius não o esperávamos hoje. Era o segurança na portaria parecia surpreso.
- E porque não? Darius o olhou firme. – Não lembro de ter dispensado ninguém hoje.
- Mas, eu sim.
Ele olhou para a última pessoa que gostaria de ver naquele momento.
- Cintia. Darius olhou para aonde a voz dela ecoou. sem conseguir disfarçar o asco em vê-la. – Com autorização de quem você deliberou sobre os funcionários? Os dois estavam frente a frente.
- Por favor Darius! Papai faleceu ontem. Ela tocou na gravata dele, ajeitando. – Os sócios conversaram comigo durante o enterro, e achamos por certo prestar essa homenagem a ele hoje. Havia um tom na voz dela que Darius definitivamente não gostava.
- Estão tomando decisões pelas minhas costas? Ele parecia zangado. – Esqueceu que eu sou o Presidente Sênior e detentor da maior parte das ações da Corp. Darius sorria, mas o sorriso não chegava aos olhos. – Os conselheiros ficarão felizes com isso.
- Relaxa Darius, o testamento ainda não foi lido.
- Eu sou um Fenrin. Ele respondeu sem desviar o olhar. – Agora se me der licença, tenho assuntos a resolver.
- Não esqueça irmãozinho, embora minha mãe não tenha se casado com seu pai, ele me reconheceu como filha. Havia ódio nos olhos de Cintia. – Então não tente me diminuir como se eu fosse uma empregadinha.
- Algo mais? Aquele ar presunçoso, irritava Cintia e ele sabia disso. – E só pra constar, eu sou mais velho.
Sem responder, ela deu as costas indo em direção dos elevadores. Seus passos eram firmes, e parecia possessa, mas com classe. Respirando fundo, ele entrou no elevador reservado particular que levava direto para a presidência.
Ele mexia no computador, olhava contratos e demandas, mandava e-mails. Quando acabou sendo interrompido com batidas na porta.
- Entra.
- Vai acabar se matando que nem seu pai. A mulher que entrou na sala tinha em seu rosto um sorriso maternal. E, desde o enterro de seu pai; ate o presente momento Darius não havia deixado sua guarda baixar, mas com aquela mulher era diferente.
- A senhora não deveria sair de casa pelo que sei. Ele parecia preocupado agora, ao se aproximar daquela mulher ele abriu os braços recebendo o abraço materno dela.
- Sinto muito pela sua perca. Darius beijou as mãos dela, a levou até o sofá. – Seu pai vai fazer falta.
- O que a senhora faz longe da cama? Ele não queria falar sobre seu pai, sobre o enterro, nada relacionado ao dia de ontem. – Até entendo não ter ido ao enterro do papai, mas vim aqui...
- Eu estava com sua irmã na sala dela, ela saiu por alguns minutos e depois voltou aparentemente chateada. Ela o olhou, tocando no rosto dele. – Filho, você não dormiu direito?
- Eleanor, sua filha me irrita, me provoca e eu tenho que ignorar?
- Vocês dois estão se comportando como crianças. Será que vou ter que coloca-los de castigo também? A mulher tentou segurar o riso. Eleanor conheceu Augusto, pai de Darius quando ele tinha seis anos, dois anos depois Cintia nasceu. Embora não tenham se casado na época, os quatro moraram juntos um tempo. Entretanto, quando Darius e Cintia entraram na faculdade, Eleanor decidiu se separar de Augusto. Mas, Darius nunca tinha se afastado dela no fundo a considerava como a mãe que nunca teve.
- Vem, vou levar a senhora pra casa. Ele estendeu a mão para ela. – Precisa descansar, acho que foi isso que o médico lhe recomendou.
- Só se você me prometer que terá um pouco mais de paciência com a Cintia. Eleanor hoje tinha cinquenta e dois anos, tinha a altivez de quando era jovem e mantinha sua paciência sempre aposto quando se tratava de seus dois filhos. Embora, Darius não fosse de sangue, ela o amava assim como Cintia.
- Vou tentar, não garanto nada. Disse Darius sem hesitação. Ela olhou para ele, aceitando sua mão, caminhando ao seu lado até o elevador.
- Já é um começo. Ela agradeceu docemente. – Quando você vai casar com a Nádia e me dá um neto? Eleanor perguntou de repente dentro do elevador, onde somente os dois estavam.
- Eu não vou me casar. Uma onda de tristeza o assolou. – E, acredito que Nádia muito menos queira ser mãe.
Ela se virou ficando de frente para ele. Ela notou os intensos olhos verdes sob sobrancelhas espessas num rosto maravilhoso, tão bonito quanto seu pai.
- Tudo tem seu tempo, na hora certa a mulher certa vai te fazer mudar de ideia meu filho.
- Vem, vou levar a senhora pra casa. Em seu rosto um sorriso diminuto.
Apesar do calor opressivo de junho e da umidade da cidade, o tempo estava perfeito. Logo após deixar Eleanor em sua casa, ele optou por não voltar ao escritório de certa forma, não poderia por seu plano em pratica até a leitura do testamento. Na qual seria lido dentre um mês. Tempo esse que de acordo com Adriano, a justiça levaria para levantar o inventário de seu pai, e avaliar as posses referidas no testamento. a******a, registro e cumprimento, mas, também não queria voltar para casa. Ele dirigia sem rumo, tendo sua atenção voltada para o celular. No visor do aparelho “Nádia”.
- Onde você está Darius? Ela começou logo ao atender. – Estou desde ontem tentando falar com você.
- Estou dirigindo, seja rápida.
- Você está me evitando...
- ... Quando você voltar de viagem conversamos.
- O que você pretende com isso Darius? Se está querendo terminar comigo, porque não termina logo e assim...
- Não Nádia, eu não quero... Ele apertou os punhos no volante, estacionando o carro no meio fio da estrada completamente deserta.
- Aposto como está com alguma vagabunda, por isso está evitando minhas ligações...
- Olha... Quer saber, eu quero terminar com você. Darius odiava ter que fazer aquilo por telefone, mas, ser acusado de algo que não estava fazendo foi a gota d’água. Não era a primeira vez, e ele já se sentia saturado com aquilo. Do outro lado da linha silencio total, ela havia desligado. Ele respirou fundo. – Preciso de uma bebida.
Ele ligou seu veiculo, era noite quando percebeu que estava numa área nao antes conhecida. As ruas já estavam cheias de transeuntes indo e vindo, algumas lojas ainda abertas traziam consigo painéis coloridos. Ate que ele encontrou um local que lhe chamou a atenção, um tipo de bar bem frequentado pela quantidade de pessoas que esperavam na entrada em fila. Ele estacionou seu carro bem na frente.
- Sr. desculpa mas não pode estacionar aqui. Um homem que parecia guardar a entrada do local se aproximou dele. – Se puder levar ao lado, podemos guardar seu carro lá com mais segurança.
Ele olhou para o ambiente analisando se valeria a pena perder seu tempo ali. Ate que teve sua atenção voltada para uma mulher vestida de vermelho bem na entrada, esperando a vez de entrar.
Helena encontrou sua amiga na entrada do Veraneio Bar´s onde já eufórica aguardava sua vez de entrar. Elas tinham planejado aquela noite já algum tempo, e por uma boa razão; era a noite de despedidas de Monica que tinha ganhando uma bolsa pra estudar em Harvard nos EUA. Helena tinha concluído há algum tempo, e trabalhava como professora em uma escola de ensino infantil. Hoje com 25 anos, ela se sentia realizada. Amava seu trabalho, e seus pequenos eram tudo pra ela. Seus pais moravam no interior, numa pequena cidade esquecida pelo mundo, mas de fácil acesso. Ela havia se mudado para a cidade grande para fazer faculdade e hoje trabalhava nessa escola bem disputado pelos pais para matricularem seus filhos.
Entretanto naquela noite, ela só queria se divertir com sua amiga Monica que passaria um bom tempo fora do país, tornando então essa noite memorável. Helena usava um vestido vermelho, tubinho de alças. Básico para a ocasião de acordo com sua amiga que estava elegantíssima no vestido preto. Mas, se Sofia que morava com ela não a convenceu a mudar de roupa, não seria Monica que o faria. Colocando uma maquiagem suave, a noite de hoje não se repetiria tão cedo.
A cidade era iluminada por aqueles lados como se sempre estivesse decorada para um grande evento. O local escolhido era famoso, mas não era qualquer bar. Liberada a entrada, elas sentaram numa mesa que já estava reservada. Ignorando bebidas que lhes eram oferecidas a todo instante, Helena e Monica sabiam como se divertir. De repente, Helena viu sua amiga ficar séria.
- Tudo bem Monica? Helena perguntou, mas porque nunca tinha visto sua amiga perder o sorriso tão rápido. Então ela virou e olhou para onde Monica mirava. Era Pedro, ex namorada dela dançando animadamente com uma outra mulher. – Se quiser, podemos ir embora.
- Ah não, eu vim me divertir. Ela tentou voltar a sorrir. – Quero beber, dançar e acima de tudo quem sabe sair com alguém hoje. Ela parecia ter voltado ao normal, e mexia os braços ao ritmo da musica que tocava.
- Boba! Me espera aqui, vou pegar algo pra gente. Helena se levantou, e foi em direção ao balcão de bebidas. A área de pedidos estava lotada. Helena olhou para um lado e depois para o outro. Um dos barmen olhou para ela. – Dois Mojitos, por favor! Helena pediu sabendo que Bacardi com hortelã, suco de limão e água com gás seria uma boa entrada para aquela noite.
O barman se virou e atendeu o pedido de uma outra pessoa que tinha mais próximo dele. Um pouco pressionada no balcão, pela quantidade de pessoas que ficavam ali mesmo enquanto bebiam e conversavam, Helena se perguntava se ele não tinha ouvido seu pedido.
- Aqui moça! Um outro barman estendeu dois copos grandes da bebida que ela tinha pedido. Ela sorriu porque pela primeira vez o barman não a olhou esquisito se perguntando que tipo de bebida era aquela. E, para no final da explicação de Helena, ela o ouvir dizer que era bebida de menininha inocente. – Vai repetir ou é só entrada? Ele perguntou no final.
- Só entrada. Helena pegou sua bebida voltando para sua mesa.
- Estava esperando algo mais forte. Monica murmurou ao virar o copo em um gole.
- Pensei em começar devagar, já que vamos ficar um bom tempo aqui.
- Vou pegar uma tequila pra mim. Quer? Monica fez cara de que “Já que estou no inferno, quero me queimar”.
- Quero. Helena aceitou e ao mesmo tempo sentiu um arrepio em seu corpo. Olhando ao redor, o ambiente em si era animado. E, ao se virar foi surpreendida por alguém muito alto. Ele parecia um executivo cansado preparado para o happy hour. Mesmo o ambiente tendo pouca luz, ela jurava que tinha visto um meio sorriso com um olhar levemente irônico e talvez convencido.
- É incomodo te convidar pra dançar? Ele a encarava de um modo sexy. – Parece está tanto tempo parada.
- Ah, eu estou com uma amiga. Helena conseguiu responder.
- Entendi. Me desculpe. Ele se virou e se dirigiu para o balcão. – Não incomodarei mais.
Helena ficou surpresa, tantas vezes se viu numa agonia quando homens se aproximavam e insistia para que ela saísse com eles. E aquele sujeito simplesmente lhe deu as costas.
- E o gatinho que estava aqui? Perguntou Monica segurando uma garrafa com dois copos próprio pra tequila.
- Você o viu? Ela perguntou surpresa.
- Menina! Ele parece aqueles predadores pronto para atacar uma presa.
Helena olhou para a direção que ele estava e ele se virou instantaneamente encontrando o olhar dela. Naquele instante ela percebeu que estava segurando a respiração. No momento que ia esboçar um sorriso, viu duas mulheres se aproximando dele lhe chamando sua atenção, se apresentavam simultaneamente. Rindo e se insinuando. Helena olhou para Monica que olhou para trás.
- Ah Helena, você é muito mais bonita que aquelas duas. Monica estendeu o copo com tequila pra ela. – Um brinde.
As duas espalharam uma pitada de sal nas costas da mão, fizeram o brinde, lamberam o sal, beberam a dose de tequila e morderam o limão.
Helena fez uma careta ao sentir aquela bebida descendo pela garganta. As duas se divertiam, dançando ali mesmo próximo a mesa.
- Tem certeza que não quer ficar com aquele gato? Perguntou a Helena, quando tomaram a segunda dose. – Vai deixar aquelas duas tomar seu lugar? Monica sabia como provocar.
Helena mordeu os lábios, ele ainda conversava com as duas mulheres. Seu rosto corava nao deveria olhar assim para ele.
- Aposto que você não tem coragem de ir lá roubar ele delas.
- Você está falando comigo? Perguntou Helena corando. Aquela coragem só podia ser efeito da bebida.
- Não se incomode comigo, daqui a pouco vou pra casa.
Monica ria. Helena realmente não sabia da onde surgiu aquela coragem, e de repente se viu indo na direção do homem que minutos antes tinha dado um fora. Sua mente dizia: “Volta! Não esquece que você nunca ficou com alguém.” O pânico tomou conta dela. Um dialogo interno começou. "Era de mim que ele estava afim, não era?"" Nunca fiz isso nem na faculdade, e agora, depois de um tempo na primeira saída, eu estou indo atrás de um total estranho". Com cuidado ela empurrou levemente as meninas e pegou na mão dele. O desconhecido olhou para ela, e deixou as meninas no meio de um assunto sem importância onde a seguiu; Helena se sentiu tão incrível ao sentir a mão dele segurar com firmeza a mão dela.
Ela estava desviando e andando por entre as pessoas o conduzindo, mas percebeu que depois de um momento, ele passou a conduzir ela e agora estava os dois na área do estacionamento. Helena se sentiu nervosa com a inversão. A razão agora parecia sobrepor a coragem. Ainda a puxando pela mão, ele pegou algo do bolso. Era a chave de um carro.
- Pra onde estamos indo? Ela perguntou, hesitando um pouco.
Eles pararam na frente de um carro preto e pela surpresa de Helena sabia que não era nada barato.
- Não vamos ser rápidos, não é? Um sorriso brincalhão surgiu em seus lábios. – Nem sentir seu gosto ainda.
Em um único movimento, os lábios dele estavam colados aos dela. Ela esperou que o beijo fosse do tipo violento, mas não estava preparada para aquilo. A língua dele rodeou seus lábios e mordeu suavemente o inferior de sua boca. Helena gemeu, a boca dele a provocava enquanto suas mãos não saiam de sua cintura lhe puxando para um beijo mais profundo. E, da mesma maneira que começou, ele se afastou. Helena se sentiu meio desequilibrada. Ele a segurou novamente.
- Como se chama? Ele perguntou, tocando com carinho a boca dela lhe dando um selinho. Sua boca tinha gosto de menta e álcool.
- Helena. Helena Antonelli. Ela respondeu sem jeito. – E você? Ela se perguntava agora. “O que ele quer? Será que vamos para algum lugar? Eu quero fazer isso?” Ah sim, quero muito.”
- Darius Fenrin. Ele a encarava como se esperasse uma reação de surpresa, mas ficou curioso pelo fato dela não demonstrar nada. “Será que ela não sabe quem sou? – Conheço um hotel aqui próximo ou podemos ir para onde você quiser.
Helena mordeu os lábios. Ela sabia que isso acabaria acontecendo. Respirou profundamente e encarou os olhos verdes daquele homem tão imponente.
- Onde fica o hotel? Ela perguntou pegando seu celular, digitava sem jeito.
Darius lhe respondeu observando passar o endereço para a amiga que estava com ela no bar.
- Não tem problema deixar sua amiga aqui sozinha? Ele perguntou abrindo gentilmente a porta do carro para ela.
- Ela já está indo pra casa. Helena entrou no carro, daquele total desconhecido. “Realmente estou fazendo isso?” Ela se perguntou olhando para dentro do veiculo que parecia bastante confortável. Darius deu a volta e entrou logo em seguida.
- Quer mesmo ir? Ele perguntou, com aquele sorriso brincando em seus lábios. – Não vou ficar com raiva, se você mudar de ideia.
- Quero. Helena sorriu tentando ser sexy.
Ele se curvou beijando novamente a boca dela tirando qualquer dúvida que tivesse naquele momento.
E realmente o hotel não parecia ser tão longe dali, pois m*l conversaram e já estavam na frente do edifício com Darius entregando a chave para o manobrista, o percurso fora bastante rápido. Agora não era mais hora de pensar, ela o esperou no hall do elevador enquanto ele registrava seus dados na recepção e pegava a chave do quarto. Havia um olhar de interrogação em Darius vendo aquela mulher tão linda o esperando. Ela sabia disfarçar muito bem, mas ele tinha percebido que ela não era muito experiente no que eles iriam fazer, mas o beijo tinha sido tão intenso e havia tanta entrega da parte dela que sabia que aquela noite não seria diferente.
Ao entrar no elevador onde se encontraram totalmente a sós; Darius a encostou na lateral do elevador, sem encostar seu corpo no dela. Ele sorriu com um gemido baixinho vindo dela. As palmas das mãos dele se encontravam próximo a cabeça dela, onde então lentamente se aproximou ficando poucos centímetros dos seus lábios.
- Sabe o que vou fazer com você?
Helena sorriu nervosamente porque ela não tinha ideia.
- É...
Ambos estavam quentes e aquela aproximação só aumentava a intensidade de seus desejos. Ele era quente, e ela estava pegando fogo. Ao sentir a ereção dele próximo de sua barriga, Helena fechou os olhos e tocou o torso dele. Ela olhou rapidamente e só então percebeu que o elevador ainda estava parado no mesmo andar. Mas logo aqueles pensamentos foram embora quando lentamente ele abaixou seu corpo e foi subindo, encaixando a perna dele entre as pernas dela arrastando sua virilha a virilha dela, subindo levemente seu vestido. Helena sentiu sua calcinha úmida, e podia jurar que se não fosse ela sua b****a estaria pingando. Com um sorriso nos lábios, ele se afastou e apertou o numero do andar. Parecia calmo enquanto ela estava ardendo de t***o. E rapidamente chegaram ao andar, ele segurou a mão dela e caminharam de mãos dadas até a porta do quarto.
Ela tinha vinte e cinco anos, e tudo que tinha feito ou vivido até aquele momento havia sido deixado para trás; Helena tinha até esquecido que ainda era virgem. Darius era um pecado, e o pecado mais gostoso que ela cometeria naquela noite.
Helena arfou alto quando sentiu seu corpo sendo jogado na porta do quarto, as mãos dele eram possessivas e passeavam pelo corpo dela com luxuria. Seus olhares se encontraram e ela viu. “Você é minha!” Tomado então por um escuro desejo que começou no seu olhar, e num único movimento rasgou seu vestido. Tomada por um súbito choque, Helena sentiu seu corpo tendo vida própria e ambos apenas se entregaram ao mais puro desejo.
Ela passou a mão inconscientemente pela cama. Vazia. “Onde ele está?” Foi a pergunta que surgiu em sua cabeça ao rolar o corpo para o lado mais um pouco e não sentir nada. “Será que foi um sonho?” De repente seu corpo protestou, principalmente sua parte mais intima. “Definitivamente não”. Ela sentou na cama, tentando ouvir mais algum som pelo quarto ou mesmo banheiro. Nada. Foi quando ela percebeu que não estava em um quarto qualquer.
Ela não estava bêbada quando aceitou dormir com aquele total estranho, mas quando chegaram no quarto não teve tempo para olhar o que tinha ao redor. Ambos só queriam desfrutar do prazer que sentiriam naquele momento. Ela levou a mão até o lençol indo de encontro aos s***s, os cobrindo. Indo em tropeços até o banheiro. E, se olhou no espelho. Ela sentiu seu corpo dolorido, e seus cabelos não estavam nada arrumados. O pudor naquele momento tomou conta de seu rosto, embora tenha se mostrado disponível ontem, a timidez era seu ponto fraco.
- Deus! Não acredito que perdi minha virgindade com um total desconhecido. Ela cobriu seu rosto com a toalha envergonhada. “E que desconhecido”. Suspirou ela ainda excitada.
Helena tomou um banho, deixando a água lavar seu corpo, sentiu seus s***s doloridos ao seu toque. Ela se sentiu poderosa naquele momento, ela era virgem, mas mesmo assim além de ter conseguido despertar o desejo de um homem tão lindo quanto aquele, Helena não se deixou levar pela sua timidez.
- Meu Deus! Ela corou quando olhou seu vestido rasgado. – Como eu vou pra casa agora? No calor do momento, parte do vestido dela foi rasgado, ele a queria e aquilo foi o suficiente para ambos perderem a razão. Olhando ao redor, seus sapatos, a calcinha e o sutiã estavam espalhados pelo quarto. Mas, analisando o ambiente não havia nenhum vestígio de roupa do estranho. Helena girou o corpo a procura de um telefone. “Será que ele estava no lobby do hotel pedindo nosso café da manhã?” ela colocou o telefone de volta no gancho. Seria ridículo perguntar por ele na recepção.
Ela já estava arrumada há mais de vinte minutos, e seu estomago reclamava. O r***o não era fácil de reparar, então se convencendo de que tinha sido deixada sozinha, afinal de contas foi apenas sexo. Entrou no elevador respirando aliviada por não ter dado de cara com ninguém. Indo até a recepção foi informada que o seu estranho tinha deixado tudo pago, ate mesmo o que ela consumisse no quarto depois.