Capítulo 1
Sam olhou o quarto ao seu redor:
Caramba como tudo ficou assim?
Havia roupas espalhadas pelo chão, cacos de vidros por todos os lados, seus portas retratos pelo chão em pedaços, vinho no lençol da cama, para não falar no banheiro tinha sangue por todos os lados, o espelho quebrado.
Sua esposa fora possessa por um demônio, não só pode.
Sentou na cama na única parte da dela que realmente ainda dava para sentar, passou a mão pelos cabelos e bufou tentando organizar seus pensamentos.
Sim, eles estavam pior que seu quarto.
Dayne tinha um talento nato voltava tudo a seu favor mesmo quando a vítima em questão era ele.
Porra o corno era ele.
Uma vida de dedicação para terminar assim. Day voltou- se louca, porque ele descobriu seu segredinho.
Ótimo o que ela queria seguir enganando o i****a aqui pro resto de sua vida? Não e o pior morreria acreditando que ele era o marido relapso e ela a esposa dedicada.
A vida era maluca em algumas horas a sua vida inteira desmoronou.
Algum filho da p**a chutou seu castelo de vidro.
Agora sim, sabia o que era sentir-se como um caco jogado ao chão. A dor o dilacerava, seu orgulho estava em pedaços, sentia que poderia matar Day cem vezes ainda seria pouco não apagaria a raiva que sentia. Seis anos com a mesma pessoa para acabar assim.
Quando foi que passei de melhor marido do mundo ao maior corno?
Nem sabia a quanto tempo que isso vinha acontecendo.
Vai que foi só uma vez.
Estava sendo o i*****l de sempre sonhando com coisas que não eram reais. Cansado, olhou um dos portas retratos ao chão. Day, estava agarrada ao seu pescoço por trás, exibia um sorriso lindo e natural, encostava sua bochecha na dele e sussurrou eu ti amo ao seu ouvido, assim que a foto foi tirada.
A merda da foto foi semana passada, alguém me diz o que eu perdi nesse meio tempo? Ou ela era uma ótima atriz.
Passaram a noite fazendo sexo ardente como dois amantes incansáveis. Para agora, descobrir que ela o traia com um amigo da faculdade. Não soube o que dizer, nem o que fazer quando descobriu. Mesmo agora ainda podia sentir seu coração parando de bater por uma fração de segundos. Queria gritar e não podia, quebrar tudo a sua volta, ela já tinha feito. Nem quando ela deu murro no espelho e cortou toda a mão, viu o sangue espalhar pelo chão, nem isso o tirou do choque.
Quando por fim sentiu o ar lhe voltar aos pulmões, a colocou para fora sangrando e tudo. Nada o faria ficar mais dois segundos ao lado daquela víbora, a qual amou a sua vida toda.
Sentindo algo quebrado dentro de si, levantou e seguiu pela casa. O silêncio que havia ali era assustador, viu como tudo parecia mera ilusão, as cenas felizes espalhadas pela casa.
Que merda, ela tinha que amar tanto assim fotos.
Agora era como caminhar no corredor da morte. Tudo ali era oco e vazio e não podia chegar ao final vivo. Estava morto por dentro. Um zumbi a caminhar pela casa. Precisando sair dali com urgência entrou em seu carro e arrancou cantando os pneus o cheiro de pneu queimado empreguinou o ar por alguns segundos. Ainda era melhor do que o perfume dela no carro.
Nada em minha vida foi real?
Amava Day desde a adolescência, foi sua primeira namorada, nunca se quer teve olhos para outra. Ela o traiu. A sua mulher, ele podia jurar que era só dele, que ela o amava, que embora brigassem muito nada os separaria.
Nunca nem por um misero momento desconfiou e quando por fim descobriu, mesmo com a verdade estampada em sua cara, ainda quis dizer que era mentira. Andou por algumas horas e só parou, porque se deu conta que já estava a mais de cem quilômetros de casa. Não que isso fosse distância o suficiente, nem se fosse parar na China seria distância suficiente para si quer diminuir a dor e a vergonha que sentia.
Fechou a porta do carro e andou até a praia, nunca tinha vindo ali era uma das praias mais perto de sua casa e sempre fora a uma que era duas vezes mais longe. Só para agradar Dayne. Sentou na praia era uma noite fria de inverno o vento cortava seu rosto e estava com uma blusa de agasalho fina a raiva era maior que frio. Suas mãos tremiam de desejo de esmurrar o filho da p**a que roubou sua mulher. Eram mais de três horas da manhã. Não havia ninguém ali era como olhar o vazio. O mar estava agitado, ondas enormes se levantavam e quebravam contra a rocha aos seus pés.
Porque tinha que doer tanto, era como ter uma faca sendo afundada em seu peito. Uma pequena lágrimas correu pelo seu rosto, a dor o sufocava nada se comparava ao que sentia. Anos de convivência, confiança depositada, seria capaz de morrer por ela. Agora sentia que podia matá-la com suas próprias mãos.
Era ridículo acreditar em uma pessoa confiar sua vida a ela, torná-la o centro de sua vida, a única coisa que importava, seu porto seguro. O mundo poderia ir contra você, mas ela estaria ali do seu lado. Para descobrir que nunca foi nada para ela, nunca significou nada disto a ela. Jamais foi retribuído, respeitado e toda a maldita vez que disse eu te amo não passava de uma p**a de uma mentira. Realmente não podia ser mais doentio.
Sam se lembrava do dia em que conheceu Dayne, era tão linda que pensou que era uma ilusão de ótica. Uma alucinação provocada pela falta de sexo em sua vida. Tinha vinte anos e ela dezoito acabara de se mudar, era nova na cidade e nada era familiar a ela. Aproximou-se dela como um amigo, logo estavam namorando, nem viu o tempo passar e quando se deu conta, lá estava ele num smoking esperando a mais bela noiva no altar. Seis anos se passaram e pensava que a fazia feliz, mas não nunca foi verdade, nunca foi o suficiente para ela.
Como pode me trair? Como pode olhar em meus olhos e dizer eu te amo? Quando acabará de se deitar com outro.
A chuva começou a cair e o encharcou em questão de segundos. Era tão forte que sentia como se pequenas agulhas espetassem sua pele, teve que puxar as mangas para proteger sua pele da dor. Não se moveu, ali podia ver o quanto fora t**o amando, contudo de si para ser apunhalado pelas costas depois.
Teria uma maneira de confiar em alguém de novo? Day levara muito com ela inclusive sua auto-estima, podia devolver um pouco ao menos.
Sentiu vontade de beber até achar que isso era uma alucinação, um pesadelo do qual logo iria acordar. Como diria Charlie Brown iria esquecer nem que fosse só por uma noite. Levantou e foi ao carro ao entrar o perfume dela empreguinou o carro iria mandar lavar aquele carro até que aquele cheiro que agora lhe provocava náuseas saísse.
Amava seu carro um Audi RS7, todo modificado e tunado. Não fora fácil montar um carro como esse e ainda adequado as leis para poder andar com ele, como se fosse outro carro qualquer, mas se esse cheiro não saísse dele venderia ao primeiro que aparecesse.
******
Na saída da cidade achou o que procurava uma boate enorme toda decorada com luzes neons vermelhas e amarelas. Era a típica vida noturna que ele nunca tivera, nem despedida de solteiro tivera para não correr o risco de fazer algo que não devia e também era lógico que Dayne disse que direitos iguais, se e ele tivesse ela também teria. Não aceitou isso, mas não teve como discutir preferiu ficar sem. Olhando para trás via como ela sempre o dominou, sempre fez o quis dele, seguia todas as suas vontades nada foi o que quis.
A boate estava cheia, havia um bar a sua esquerda e uma mulher dançava ao centro do balcão. Luzes fortes iluminavam o salão, as mesas eram pequenas e empilhadas.
A música alta e estridente lhe feria os ouvidos. Era totalmente diferente para ele, nunca nem imaginou entrar em um local como esse. A fumaça de cigarro diminuía a visão e tornava difícil de respirar, pegou uma bebida no bar e foi para uma mesa de canto ao fundo.
Havia uma dançarina de poli dance se apresentando no palco central, estava um pouco longe ainda assim tinha uma boa visibilidade. No fundo ainda se perguntava, o que fazia ali. Estava molhado e só trocara de camisa, porque havia uma jogada no banco de trás do carro. Ficara ali depois que ele e Day foram ao cinema há uns dois dias e fizeram sexo no carro.
Por que sempre apareciam esses flash em sua mente? Mentiras de uma vida que pensara ser real.
A música trocou e uma nova dançarina subiu no palco, Sam a olhou como se olhava ao estranho, era hábil no que fazia deslizava e girava incansável, seu cabelo era enormes e vermelho o corpo delineado e esguio.
O rosto estava encoberto por uma máscara n***a com pedras azuis que brilhavam quando as luzes a refletiam. Decidiu sentar duas mesas à frente e pegou mais um uísque, finalmente começou a sentir se melhor e mais a vontade.
Só poderia ser a bebida já que estava sem comer, ela teria efeito imediato.
Uma nova dançarina subiu ao palco, sentado agora em uma mesa de centro, estava bem em sua linha de visão. Era linda, perfeita deslizava pelo palco, o rosto parecia de uma boneca, a pele branca os cabelos enormes e crespos negros como a noite e passavam do seu quadril.
Seu corpo era a visão do paraíso, exalava sensualidade, o sorriso era marcante, olhos verdes esmeralda brilhavam tanto que podia ver mesmo de longe. A forma como dançava era natural e quente, agressiva, passos fortes e firmes, escalava a barra e descia com nas pernas entrelaçadas a ela.
Os homens ao seu lado gritavam ensandecido, jogavam dinheiro ao palco. Ela estava com um corpete e cinta liga vermelha escura, em um salto quinze que fez Sam se perguntasse, como podia ser tão habilidosa.
Ela enfeitiçava a cada passo, era uma deusa da beleza, podia sentir o calor que vinha de seu corpo. Sam sentiu-se atraído ao ponto de levantar ir mais próximo ao palco para vê-la melhor. Ela sorriu e o encarou, parecia sentir prazer em lhe excitar, o deixava tão louco que o fez esquecer tudo ao seu redor.
Só existia ela a brilhar sobre o palco, sentia o seu olhar sobre ele, a satisfação nela em lhe provocar, viu como parecia dançar para ele. Ela não retirava a roupa como as dançarinas anteriores, nem permitia que ninguém a tocasse. Seu corpo doía por ela, um desejo fora do comum o possuiu, parecia ser um imã a lhe puxar, estava a menos de um metro do palco e mesmo assim sentia-se longe.
Queria a arrancar dali, jogá-la em sua cama, fazê-la gritar seu nome noite adentro. Era como si não pudesse esperar por isso. Era difícil manter-se parado ali, mesmo que por uns minutos, a música acabou e logo iniciou outra e ela continuou a dançar.
Dessa vez teve a certeza de ser o centro de sua atenção, nunca pensou que sorriria depois de tudo que passou, mas quando ela lhe olhou fundo nos olhos e abriu um sorriso maroto, não conseguiu menos que se derreter por ela. A atração que sentia por ela rasgava-o por dentro.
Torturava lhe a ponto de lhe faltar o ar. Sentia se duro e pulsando, era a mais doce tortura olhá-la dançar, imaginou como seria tê-la em seus braços, seu corpo grudado ao seu, beijar aqueles s***s duros de prazer.
Isso tudo era loucura demais para ele.