Eu tinha passado a noite arrumando as coisas para visitar o Cesinha no domingo. Precisava levar a comida que ele gostava, uns documentos que ele pediu, e separar o resto do dinheiro que juntei na semana. Quando olhei o relógio, vi que já eram quase três da manhã. Terminei de fechar a bolsa e saí, pois a Fernanda me esperava na entrada da Gardênia Azul. Como não tenho carro, ela se ofereceu pra me dar carona. Cheguei no passarela, e Fernanda tava encostada no veículo, segurando uma garrafa de água, a barriga de sete meses destacada sob o vestido. — Demorei? — perguntei, com a voz ainda sonolenta. — Que nada, Rita. Tô aqui faz uns minutos. Entra aí — ela respondeu, abrindo a porta do carro. Sentei no banco do carona, abraçando a bolsa. Ela ajeitou o cinto e deu partida. Ainda tava escuro

