Assim que fechei a porta atrás de mim, minhas pernas perderam a força. Me encolhi no chão da sala, sentindo a madeira fria sob a pele. Meu peito subia e descia, mas não era de tristeza. Não era de dor. Era de um vazio estranho, como se tivessem arrancado um peso que já fazia parte de mim. Foram anos sendo fiel a Cesinha. Me entreguei inteira, sem reservas, sem me permitir sonhar com outra vida. O mundo girava ao redor dele. E agora? Agora ele não existia mais. O mais estranho é que eu não sofri. Não chorei. Não me desesperei. A verdade crua é que aquilo foi um alívio. Eu sabia disso no fundo do peito, mas não queria admitir. Não de imediato. Cesinha me humilhou. Cesinha me bateu. Cesinha tomou cada centavo que eu ganhei, enquanto eu ralava pra ele gastar tudo com as vagabundas que ele s

