A notícia da morte do Cesinha espalhou como fogo em mato seco. No presídio, no movimento, nos becos e vielas da comunidade. Mas a administração de Bangu 1, como sempre, demorou. Só avisaram a família sete dias depois. Sete dias que, sinceramente, não fizeram diferença pra ninguém. Porque todo mundo já sabia. E quem sabia antes de todo mundo? Eu. Terror me ligou assim que o trabalho foi feito. Era madrugada, e o telefone vibrou no criado-mudo. — Tá feito — ele disse, com a voz seca. Não perguntei detalhes. Não quis saber se ele gritou, se implorou, se tentou barganhar. Nada disso importava. O importante era que ele tava morto. O movimento, que sempre teve que engolir Cesinha porque ele era meu tio, finalmente respirou aliviado. Ninguém derramou uma lágrima. Ninguém sentiu falta. O cara

