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3149 Words
 Mila conversava com um dos amigos do meu tio, o mesmo está rasgando comentários sobre minha prima.   O quanto ela parece com sua falecida esposa.   — Mila é a cópia fiel da minha esposa falecida, ela foi morta pela Cosa Nostra. — sua voz grave denunciou o ódio pelos inimigos.   — Amiga, não fica parada no meio do salão. — Lara aconselhou.  Andamos juntas para um canto mais afastado dos jogadores e amigos da minha família.   — Meu tio falava da esposa, fiquei pensando sobre minha mãe. Papa não fala dela, nunca falou muito bem e nem meu ded, ainda bem que você chegou.   — Seu tio está exibindo Mila. Porém, os elogios e atenção estão vindo para você, meu papa está falando agora mesmo com o tio Viktor. — sorriu apontando os dois em um canto conversando animadamente.   — Falando em elogios, você viu o que aconteceu?   — O que Alik queria com você? Ele falou algo do Russo? — perguntou desconfiada.   — Como adivinhou? — pisquei surpresa.   Ela riu divertida.   — Tem boatos de que ele será o escolhido do Pakhan para subchefe. Ele é o melhor amigo dele também, sei que ele te abordou com algum recadinho...   Engoli em seco.   Olhei para os cantos e depois para ela novamente.   — Ele disse que sou muito bonita. Estou chamando atenção de muitos que poderiam encontrar um pretendente para mim hoje! — ri irônica. — Não estou aqui para encontrar nenhum pretendente! — rosnei irritada.   — Apenas isso?   — Ele disse que " O Pakhan está de olho em mim." — sussurrei nervosa.   Lara arregalou os olhos.   — p***a! Sabia, desde o dia que ele estava encarando você no restaurante e ainda tirou o sangue do seu cabelo.   — Ele tem noiva e não faço parte dessa coisa louca. E nem pretendo fazer parte disso! — avisei séria. — O que menos quero são problemas e lidar com o Pakhan e seu joguinho comigo.   — Melhor tomar cuidado. — aconselhou séria. — Tem gente de olho em você. — avisou em um sussurro.   Procurei com os olhos e vi um soldado um pouco perto de nós.   — Isso é demais para minha cabeça. Preciso tomar ar!   Deixei o salão indo para fora rapidamente, não vou fugir, mas entrar no carro e esperar é uma boa ideia.   Mas meu pai não gostaria de passar esse vexame. Ele tem ligação com o Pakhan, meu tio é conselheiro, papa é um dos homens de confiança!   Meu celular tocou, olhei o número desconhecido e atendi curiosa para saber quem poderia ser.   — Quem é? — perguntei séria.   Não esperava ouvir uma voz muito conhecida.   — Alonso, mi amore.   Meu coração disparou.   Desliguei assustada.   Como esse maldito tem essa ousadia de me ligar?   Respirei fundo.   Ele deve estar bêbado ou brincando comigo!   — Não por favor! — ouvi uma voz feminina próxima.   Levei um susto ao ver sair do cassino uma garota sendo levada por dois soldados.   — Zatknis', suka! ( Calada vagabunda) — disse rindo debochado.   — Não entendo! Eu vou tentar pagar de alguma forma... — ela implorava chorosa.   Ela passou por mim sendo levada para um dos carros.   — Pena? — uma voz rouca sussurrou em meu ouvido.   Virei para trás dando de cara com Russo.   — Para onde vão levá-la?   — Para minha boate, ela pagará o que me deve sendo prostituta.    Encarei a mulher que parece ser mais nova que eu.   — Ela deveria ser mais esperta e não estar nesse lugar.   Iria passar por ele que levou em meu braço.   Sua mão forte é aço em torno do meu braço.   — Me solte... — avisei calma.   — Não irei me soltar, fique quieta. — exigiu me forçando a encarar seus olhos azuis.   — Sua noiva o espera.  —  lembrei.   Mas de nada serviu.   — Não me provoque, Elena. Estou de olho em cada passo seu. A sua família cometeu um erro em deixá-la longe da Bratva. — avisou ameaçador.   — O que? Por que? — o encarei sem entender nada. — Melhor me soltar, Pakhan.   — Russo. — corrigiu. — Quando eu não consigo algo por bem, consigo por m*l.  — seu olhar penetrante prendeu meus olhos aos seus.   — Não faço parte disso.   — Mas fará. — afirmou em um olhar quente e penetrante. — Vamos.   Ele me levou de volta para o cassino.   Papa me recebeu com uma bronca.   — Elena! Estava fazendo o que sozinha lá fora?   — Cuide melhor da sua filha, Viktor.   Ele disse isso e saiu como se nada tivesse acontecido.   Russo me ameaçou!   — Pai...   — Ficará ao meu lado e não sairá por nada. Se ousar fazer isso as coisas irão piorar para você! — avisou em um tom frio.     Odiei cada momento naquele maldito cassino i****a! Quando finalmente cheguei em casa meu papa repetiu tudo o que me disse durante o resto da noite.   — Perdeu o juízo? Você poderia ser atacada ou coisa pior por algum inimigo!   — Chega por hoje, ela já aprendeu. — ded o encarou sério. — Não precisa passar o fim da noite repetindo.   — Papa, estava com dor de cabeça e resolvi  tomar um pouco de ar. — expliquei em um fio de voz.   — Elena não é um assunto importante. Quem é a famosa noiva do Pakhan? Nunca ouvi falar dela e fiquei curiosa. — Mila interrompeu o assunto.   Ainda bem que ela fez isso!   — Ayla Muller é filha de um capo alemão que é aliado da Bratva. — tio Mikael explicou alisando os cabelos da filha. — Será uma aliança de poder.   — O Pakhan poderia escolher a mim. — Mila disse surpreendendo a todos.   — Como? — ded a encarou. — Sabe como é ser esposa de um Pakhan? Não é brincadeira de criança garota! Pare com suas futilidades e fantasias.  — seu tom de voz é pura raiva.   Mila arregalou os olhos pelo tom do ded.   Ela saiu correndo e chorando.   — Não deveria ter falado assim com ela, papa! — meu tio o repreendeu. — Ela não sabe de nada.   — Por isso mesmo! — ded tossiu nervoso. — Ela não sabe o que...   Meu tio saiu indo atrás dela e deixou o assunto sem conclusão.   Logo agora!   — Ded, o que você iria dizer? — questionei por fim.   — Não se meta nisso, Elena. — papa me cortou. — Voltou rebelde demais da Espanha, sabe que odeio rebeldia! É melhor se comportar, sou seu pai!   — É melhor ir para seu quarto e dormir. — ded pediu. — Estou precisando deitar e você também querida.   Fui até ele o abraçando.   — Boa noite ded, você foi maravilhoso no pôquer e sei que não tem ninguém melhor que você.   Ele riu.   — Durma meu anjo e até amanhã.   Sorri para ele.   Olhei para meu papa.   — Boa noite.   E sai sem ouvir sua resposta.         Entrei em meu quarto com dúvidas e muita frustração presa dentro de mim por todos os acontecimentos da noite.   Meu ded entrou em estado de fúria quando Mila soltou aquele comentário sobre uma união com o Pakhan.   Olhei para mim mesma através do espelho e questionei se estaríamos livres do matrimônio se tivéssemos crescido até agora em Moscou?   Estaria casada com alguém que iria tornar minha vida um inferno.   O Matrimônio para mim é o inferno.   — Melhor não pensar nisso que pode atrair.   Olhei para meu celular em busca de algum sinal de Lara, mas ela deve estar tomando banho ou dormiu antes de falar comigo.   Resolvi tomar um banho e deitar também, estou cansada emocionalmente falando.   Estava ficando relaxada e entrando em um sonho que começou normal, mas depois surgiu no  meu sonho, ele.   Russo.   Sua noiva não aparecia de jeito nenhum. Ele me tirava de um quarto e não conseguia fugir, apenas estar ao seu lado, sua mão foi em meu pescoço em um carinho lento.   — Não sou um sonho, sou real.   Acordei em choque, totalmente desesperada, ofegante, sai da cama nervosa.   Foi um sonho, não é real!   Lembrei de suas palavras que ele disse mais cedo no lado de fora do cassino.   Não sou uma de suas amantes.   Ele não pode me ter.     Dormi muito m*l, fiquei imaginando mil coisas que poderiam acontecer durante a madrugada.   Acordei oito e meia com muito sono ainda e teorias sobre  algumas escolhas do Pakhan, ele não pode trair sua noiva.   Teria guerra com seu aliado e causaria mortes.           Encontrei Mila tomando café sozinha na enorme mesa, estranhei não ver os homens da nossa família.   — Tudo bem? — perguntei e ela assentiu.   — Ele pediu desculpa por ontem, mas não mudou o fato que ele me tratou m*l.   — Ele ficou nervoso com o assunto muito rápido.   Olhamos uma para a outra.   — Tenho uma certa desconfiança que ficamos esse tempo todo longe para não colocarem nós duas em matrimônios.   Foi realmente isso que aconteceu?   — Se isso é o que eles não querem contar, eles pensaram em proteger nós duas Mila. — comentei surpresa e confusa.   Ela riu.   — Por quanto tempo? Elena, voltamos agora e isso causou uma desconfiança da parte do Pakhan. Por que esconderam nós duas e apenas agora que ele está com aquela mulher, voltamos?   Tudo tem um pouco de sentido se ligar os fatos. Deu vontade de abrir minha boca e comentar sobre Russo, mas posso colocá-la em perigo, apenas iria piorar tudo se colocasse mais pessoas no assunto.   — Posso saber o assunto que está deixando minhas netas ocupadas? — ded surgiu sorrindo.   — O dia está lindo para aproveitar.   — Vou fazer compras. — Mila avisou saindo da mesa sem dar atenção para meu ded.   Olhei para ele que não deu muita importância para isso.   — Melhorou de sua dor de cabeça ou mentiu para escapar de mais broncas? — perguntou rindo.   — Os dois ded, papa brigou comigo de uma forma que parecia que estava aprontando lá fora do cassino! — suspirei pesadamente. — Sou uma mulher e conheço os perigos que rondam nossa família, ele sabe disso.   — Ele se preocupa com você, por ser filha única.   — Mas...   Meu celular tocou, Lara me ligando tão cedo assim!   O que será que aconteceu?   — Lara? — perguntei surpresa.   — O que acha de um dia de piscina? Podemos ficar tranquilas e conversando sobre tudo o que não conseguimos ontem. — sugeriu me deixando animada.   — Claro, não tinha planos mesmo. Combinado então, estarei te esperando na área da piscina, beijos.   Desliguei sorrindo.  — Então uma tarde das meninas? — ded perguntou rindo.   — Sim, ded. Lara vai vir e ficaremos na área da piscina, tudo bem por você?   — Ela é da família. E você não precisa pedir permissão para trazer sua amiga, essa casa é sua também.   — Obrigada ded, estou precisando de uma amiga que entenda meu lado.   Ele assentiu e se levantou.   — Estou de saída, mas você estará com os empregados e os soldados estão prontos para qualquer coisa.   — Certo.   Ele se despediu de mim e fiquei literalmente sozinha na mansão.   Coloquei um biquíni vermelho e fui para a área da piscina, o sol está maravilhoso hoje, não posso dispensar uma oportunidade dessa.   Espero que Lara não demore muito, estou sozinha e com pressa em colocar os assuntos em dia.       A empregada deixou o suco e alguns sanduíches para nós na mesinha ao lado da piscina.   Lara ainda não chegou, mas mandou mensagem que está perto da minha casa.   Ouvi barulho de carros e vozes também em uma discussão, fiquei quieta e consegui identificar ambas as vozes, meu tio Mikael e o Pakhan estão brigando pelo o que exatamente?   Espiei ambos de longe, quando eles entraram na casa pela porta principal, agarrei uma oportunidade que surgiu para conseguir saber o que está acontecendo.   Usei a porta dos fundos que os empregados usam, passei pela cozinha e logo encontrei o corredor que vai até o escritório da família.   Descalça e devagar consegui caminhar e ouvir um pouco das coisas que ambos estão discutindo.   — Poderia acabar com sua existência agora! Não brinque com o limite da minha paciência Mikael, quer sofrer consequências?   — Sabe que sirvo você e juro lealdade apenas ao Pakhan. — reforçou o juramento da máfia. — Estarei sendo mais cauteloso na próxima vez que apresentar minha filha.   Mila?   — Não esqueça que vocês deixaram suas únicas mulheres da família longe por anos, isso despertou desconfiança na famosa lealdade da família Pietrova. Todo esse plano de proteger ou afastá-las do destino que ambas não tem controle foi inútil. — riu debochado.   — A ideia foi do meu pai. Elas eram pequenas e não havia como dar toda atenção para ambas, não tínhamos esposa e a minha mãe havia morrido na época.   — Espero que o conselheiro que escolhi não esteja brincando com a Bratva e muito menos comigo.   Me afastei da porta rapidamente indo para trás.   Ouvi um barulho de tiro e logo Russo saiu do escritório, mas sem meu tio, o tiro...   Seus olhos azuis encontraram os meus.   Ele veio em minha direção.   — Espiando atrás da porta?   — O que você fez com meu tio?   Ele riu debochado.   — Um tiro no ombro e o próximo será pelo corpo inteiro. — sua mão alcançou minha cintura.   Ele me puxou para si.   — É melhor me soltar. — rosnei irritada.   — Gosto de mulheres que tentam lutar comigo e você é uma delas. — sorriu diabólico.   — Você está na casa da minha família, não no seu cassino para me ameaçar, não faço parte do seu jogo. — avisei me soltando dele.   — Não ouse me ameaçar. — rosnou pegando em meu queixo com força. — Você está dentro do  meu jogo, sua família planejou tirar sua prima e você para impedir escolhas que não estão no alcance deles.   — Minha família não estava usando suas mulheres para entregá-las como presentes para nenhum mafioso. — corrigi.   — Te garanto Elena, muito em breve estarei levando você comigo.   Ele me soltou e saiu em passos rápidos.   Me segurei na parede sem entender sua ameaça.   Ouvi meu tio resmungar e fui até o escritório.   Ele arrancou a bala do ombro com dificuldade.   — Elena..   — Então ficamos na Espanha para não entrarmos na lista de algumas famílias? — questionei irritada.   — Pergunte ao seu pai, estou com dor, me ajude! p***a! — rosnou sem paciência.   — Tio, melhor me dizer.   Ele apertou os olhos para mim de uma maneira que me deixou com medo.   — Foi, um ato i****a que trouxe consequências para todos. — admitiu finalmente. — Mas se achou que ficaria longe da Bratva e de tudo isso, não se preocupe, irá perder nossa proteção e obedecerá ao seu marido. Dessa vez nada impedirá que tanto Mila quanto você estejam destinadas ao matrimônio e ao pior.     Encontrei Lara na área da piscina, ela iria brigar comigo por não estar no lugar que combinamos.   Mas o que aconteceu agora no escritório roubou toda minha energia e planos para uma tarde tranquila.   — Onde estava? O carro do Russo estava aqui, fiquei preocupada. — pegou em meus braços.   — Ele e meu tio estavam discutindo e consegui arrancar algo do meu tio. Lara, meu avô deixou Lara e eu longe por proteção, evitar matrimônios que tirariam nós duas da família.   — Seu avô é maravilhoso, apesar do que poderia acontecer ele fez mesmo assim. Mas e o Russo? Ele falou alguma coisa? — perguntou séria.   — Ele garantiu que iria me levar com ele. Lara, ele está brincando é apenas nisso que quero acreditar! Ele tem uma noiva e irá se casar em breve, não deveria estar impressionado com uma simples loira como eu. — respirei fundo.   Peguei um copo de suco  de laranja, tomando um  gole lentamente.   — Acho que para o Russo saber que seu avô conseguiu manter duas de suas únicas herdeiras longe, foi algo imperdoável, deixou ele puto em outras palavras. — riu debochada. — Isso jamais aconteceu, Elena, se você estivesse aqui poderia ser você no lugar da Ayla Muller.   O copo que estava segurando caiu da minha mão sem ao menos eu notar.   Uma empregada correu para ver se estava bem e começou a limpar.   — Calma. — Lara se aproximou de mim me ajudando a sentar em uma espreguiçadeira da piscina.   — Você apenas me deixou mais nervosa. Meu avô salvou meu destino de ser entregue para um bruto e c***l. Mas agora meu tio disse com todas as letras que nada irá impedir ou salvar Mila e eu de um matrimônio e que o pior também estará esperando por nós. — contei rindo de nervoso.   Lara sentou ao meu lado.   — Escapar de um matrimônio é uma sorte como achar dinheiro na rua.  Elena, precisamos sair, melhor do que ficar pensando nas coisas que seu tio disse. Vamos?   — Vamos fazer compras, acho que ficar longe dessa casa irá me ajudar no processo de  ficar calma.   Levantei lentamente.   Dúvidas e mais dúvidas estão afundando meus pensamentos.   Shopping, adoro, ver roupas é uma boa distração, comprar um celular novo também pode ser uma boa opção.   Lara comprou várias blusas de uma cor apenas, ela organizou o closet dela por cores.   — Compras é uma terapia. — sorriu guardando o cartão no bolso.   — Concordo, Mila comprou vários calçados e roupas também. Ded não se incomoda com isso, ele sabe que não tem como impedir mulheres de abusar nas compras.   — Eles tem seus negócios para isso. — rimos juntas. — Presentear nós, mulheres maravilhosas,  cercadas de regras e leis.   Paramos em uma sorveteria famosa, escolhemos ficar do lado de fora em mesas aconchegantes.   Pedi um sorvete de chocolate e ela morango, enquanto levei a colher para minha boca, olhei nas pessoas distraídas pela calçada.   — Melhor não ficar tão distante da realidade. — Lara aconselhou séria.   Não entendi nada até virar para trás e ver a noiva de Russo, Ayla acompanhada do mesmo, saindo de uma joalheria conhecida pela minha família e toda Moscou.   — Melhor irmos embora. — levantei rapidamente.   — Por que? — uma voz cheia de diversão surgiu atrás de Lara.   Alik.   Melhor amigo e soldado  do Russo e agora me espionando?   — O que você quer conosco? — Lara questionou.   — Melhor avisar aos soldados. — ameacei.   Alik riu e nem saiu do lugar.   — Vai falar o que exatamente Elena? Que estou amedrontando vocês? — gargalhou em deboche absoluto.   — Ele te mandou aqui. Está seguindo nossos passos? — perguntei com medo da resposta.   — Diria acaso.   Se aproximou olhando para Lara e para mim.   — O Pakhan está ali e não aqui perto da Elena. É melhor acompanhar seu chefe, não é protocolo? — Lara o provocou.   — Estou de olho em outra coisa para ele. — confessou olhando para mim. — Começa com E e termina com A. Quem será? 
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