O carro se move com velocidade, apenas um ronronar macio, e é o único som. Belos Olhos dirige bem, e dá pra ver que é algo que ele adora. Afasto essa contestação assim que a faço, porque não quero realmente saber de nada sobre ele além do que se esconde por baixo de sua bela roupa. Não sei seu nome, e não disse o meu, e assim parece bom para nós dois.
A reação de Lind quando avisei que havia arranjado uma carona foi constrangedora. Ela o olhou de cima a baixo e deu um largo sorriso, uma piscadela e um 'divirta-se' malicioso. Franzo a testa e suspiro. Estou arrependida? Não. Sei me defender e me cuidar, não é uma grande coisa para mim estar num carro com um estranho sem saber para onde estou indo. O avalio, e novamente constato que a chance de ele ser um maníaco é bem pequena.
Belos Olhos percebe que o estou observando e me olha quando o carro para num sinal fechado. E me lembro de que ele não travou as portas, e que se eu quiser, basta descer. É isso que sua expressão parece dizer, e ergo o queixo minimamente. Seu sorriso ergue um lado de sua boca enquanto volta a olhar para frente e faz o carro se mover de novo.
Suspiro e forço cada parte do meu corpo relaxar.
O apartamento é grande e branco, com decoração sofisticada em tons que vão de cinza claro até preto. É lindo e masculino, e passa uma sensação de força que me faz observá-lo de novo. Minha boca fica seca ao ver que ele tirou o paletó e o jogou no encosto do sofá. Fico olhando conforme ele desabotoa os punhos das mangas da camisa e enrola até os cotovelos. Um braço com pelos pretos, forte e musculoso aparece, e penso em como vou sentir sua força ao meu redor em breve.
Ficamos os dois nos encarando, até que ele vem devagar e para bem na minha frente. Sua mão pega minha bolsa com delicadeza e coloca na mesinha, e então ele esfrega meus braços, e o calor de suas mãos parece delicioso.
— Você está arrepiada. Frio ou medo? — Ele pergunta, mas não há deboche na sua voz, apenas curiosidade genuína.
— Frio. Apenas frio. — Não posso pigarrear. Se ele já acha que estou com medo, não posso dar mais nenhum sinal de fraqueza.
Mas Belos Olhos apenas sorri e se afasta.
— Vou pegar algo pra nós bebermos, então.
Vejo como os músculos de seu corpo se movem sob o tecido da roupa enquanto ele anda, e novamente aquele calor se espalha em mim, afastando qualquer frio. Estou tensa? Sim, estou. Mas contínuo sem arrependimentos.
Ele volta com um único copo na mão, o que me deixa surpresa. Novamente parado com o corpo quase tocando o meu, ele toma um longo gole do líquido antes de estender o copo pra mim. E na mesma hora eu relaxo. Ele sorri em resposta ao meu sorriso, e vejo que fez tudo isso de propósito.
Tomo um gole também, e quando devolvo, me sinto melhor.
— Obrigada por isso. — E sei pela forma que olha pra mim que ele sabe que estou agradecendo por mais que a bebida.
Belos olhos assente e entorna o resto do líquido.
— Você não precisa temer nada de mim. Eu não vou perguntar o seu nome, e não tenho nenhuma intensão de te fazer m*l. — Ele ergue uma mão e desliza pelo meu rosto. — Na verdade eu pretendo exatamente o oposto.
Seu olhar se aquece ao dizer a última parte, e isso derruba a minha última ressalva.
— Eu sei. Eu apenas precisei de um momento pra me adaptar. — Lhe dou um sorriso breve, e em resposta seus dedos ligeiramente ásperos tocam minha boca, a percorrendo.
Separo meus lábios e toco a ponta deles com a língua, vendo como sua respiração acelera, e simples assim toda a tensão e hesitação some. Sua mão vai para trás do meu pescoço e me puxa, e sua boca encontra a minha com vontade. Nossas línguas se tocam e se acariciam, e o frio de antes se transforma em puro fogo. Toco seus cabelos, sentindo como são macios, enquanto sua outra mão vem para minha cintura, me apertando contra seu corpo.
O empurro, mas sem romper o beijo, até que seus joelhos batem no sofá e ele cai sentado. E ainda o beijando eu chuto meus sapatos e monto em seu colo. Como que por vontade própria suas mãos vão para as minhas coxas, subindo meu vestido até a cintura. São mãos grandes, que me puxam pra perto e me esfrego nele, meu centro dolorido exatamente contra o volume de sua calça. Me embalo em seu colo, provocando, e sua boca sai da minha e desce para meu pescoço e meu decote.
Abro o zíper do vestido e deixo que desça, e gemo ao sentí-lo abocanhar um mamilo, sua língua golpeando impiedosamente, no mesmo ritmo da fricção deliciosa que sinto.
— Você é linda demais. — Ouço-o sussurrar contra a minha pele, e sorriso. Sim, naquele momento eu me sinto linda, poderosa.
Ainda sorrindo com malícia me desvencilho de seu abraço, e adoro a forma como ele parece confuso, mas a confusão é substituída por desejo quando desço e me ajoelho entre as suas pernas. Minhas mãos trabalham rápido o libertando, e lambo os lábios descaradamente ao ver seu comprimento e grossura, e o agarro, minha mão m*l se fechando ao seu redor. Perfeitamente firme e rijo. Olho pra cima, e colando meus olhos aos seus o abocanho, levando tão fundo quanto consigo. Ele pragueja e eu sorrio com ele na boca, e começo a subir e descer por seu eixo, minha língua fazendo sua mágica e arrancando suspiros e grunhidos dele. É maravilhoso.
Belos Olhos segura meus cabelos longe do rosto, e me observa, quase com fascinação, como se fosse a primeira vez que tem seu p*u chupado. Mas sei que não é o caso, por mais agradável que o pensamento seja. Quero fazê-lo perder o controle e chegar ao ápice, mas ele não permite, me puxando para cima.
Meu vestido cai, me deixando só de calcinha na sua frente. Sei o que esta vendo: meu rosto corado, os olhos azuis agora quase negros, os cabelos revoltos e uma expressão de 'f**a-me'. E é isso que eu digo.
— f**a-me. Trepe comigo e me faça relembrar dessa noite, meu belo e delicioso estranho.
Não preciso repetir. Na mesma hora ele levanta e arranca as roupas, e então me pega nos braços e me carrega para o quarto.
A cama é imensa e macia, mas eu m*l reparo nisso, porque ele me deixa na beirada e se ajoelha, afastando minhas pernas. Não tira a calcinha, e isso torna tudo ainda mais excitante. Seus lábios me atacam, e solto um longo gemido ao sentir sua língua me tocando em minha umidade. Me apoio nos cotovelos e observo como ele me saboreia de olhos fechados, como um homem faminto que prova seu fruto favorito. É enlouquecedor, e logo estou com as mãos em seu cabelo, o puxando mais pra perto enquanto meus gemidos vão ficando mais e mais altos, assim como o prazer que eu sinto.
Quando a névoa de prazer se esvai, ouço um som de plástico rasgando e vejo-o colocando o preservativo.
Me arrasto para trás, pousando nos travesseiros macios, e me preparo para recebê-lo dentro de mim. Nossos lábios se unem e sinto meu gosto. É inebriante. Minhas unhas se cravam em seus ombros e o puxo pra mim, choramingando, implorando pra que ele me dê o que eu preciso.
Centímetro a centímetro vou sendo lentamente invadida, até me sentir totalmente cheia com ele. Nos encaramos, ofegantes e suados, completamente parados.
E então suas mãos agarram as minhas e as erguem acima da minha cabeça, me prendendo, suas pernas jogadas sobre as minhas. Não consigo me mexer, e minha boca se abre em ofegos. Eu preciso. Preciso que ele se mova. Preciso sentir.
— Por favor. — Sussurro de forma entrecortada.
— Por favor o quê? — Sua voz sai dura.
— f**a-me. Com força.
Seus quadris recuam, e ele investe de uma vez. Eu grito e estrelas explodem na minha visão.
— De novo. — Grito.
Ele faz. E de novo. E de novo.
A cama balança, eu grito e ele não para, cada estocada me leva cada vez mais perto, e não sei mais onde eu começo e onde ele termina. Somo um só, e a sensação é perfeita.
E ele não para.
Abro os olhos devagar, minhas pálpebras e meu corpo pesados. Num primeiro momento não identifico onde estou, até que tudo volta devagar.
Emprego novo. Boate. Estranho irresistível. Sexo fenomenal.
Certo. Hora de levantar.
Um braço pesado esta jogado sobre mim, e com cuidado escapo de baixo dele. Me levanto e olho para a cama. Mordo o lábio para esconder um sorriso travesso ao ver as linhas vermelhas dos arranhões em suas costas. Esta profundamente adormecido, os cabelos bagunçados. Assim quietinho é quase fofo.
Pego a calcinha caída ao lado da cama e visto, vendo o tapete fora do lugar. Um flashe das minhas mãos e joelhos enterradas nele, enquanto Belos Olhos me agarra pela cintura e se empurra pra dentro de mim volta, e fico com a pele aquecida. Olho em volta e acho um bloco com uma caneta. Rabisco um bilhete, e com um sorriso saio do quarto sem olhar para trás.
Visto a roupa, pego minha bolsa e saio dali sem problemas. Não demoro a conseguir um táxi que me leve para casa.
E durante todo o trajeto alterno entre sorrir e bocejar.