chapter 2

4144 Words
No dia seguinte, Tom sofreu com a escola apenas porque seu foco estava no que ele faria depois. A aula se arrastava, mais chata do que tinha sido uma semana atrás, antes que ele soubesse da existência do mundo bruxo. Agora que ele sabia onde deveria estar, o lugar onde estava tornou-se insuportável. Ainda assim, suas respostas às perguntas dos professores estavam corretas, e seu comportamento dava a impressão de que ele estava interessado no assunto. Para consternação de seus colegas, e também de alguns professores, ele era um excelente aluno. Não importa quem eram seus pais – solteiros, vergonhosos, pobres, estúpidos são os melhores que os rumores conseguem – ele não era um i****a. Depois, ele se dirigiu não ao orfanato, mas ao Caldeirão Furado e além. Seu estômago roncou baixinho; Tom ignorou. Isso era mais importante. Ele escondeu a bolsa sem fundo na mochila da escola naquela manhã. Uma vez que ele estava dentro do Caldeirão, ele vestiu suas vestes sobre sua mochila escolar - pode muito bem deter ladrões que seriam estúpidos o suficiente para roubar os livros escolares inúteis em sua mochila - e se dirigiu na direção do Beco do Tranco. Por um momento, ele pensou em perguntar a Tom, o barman, sobre o que o ** de flu fazia e como ele poderia usá-lo para chegar à loja de Harry, mas ele preferia ficar com o i****a que Harry lhe deu. Ele tinha muito pouco de si mesmo. Tom foi mais cuidadoso com Knockturn Alley em sua segunda viagem. Ele entendeu melhor o que poderia acontecer aqui, o que quase aconteceu. Harry tinha sido muito claro nessa frente. Tom chegou à loja de Harry sem nenhum problema. Havia uma placa de madeira acima da loja, curvada em uma aproximação particularmente inepta de uma cobra. A placa dizia Harry's Snake Shop, com o nome de Harry visivelmente esculpido sobre um diferente. Não havia campainha acima da porta. Tom estremeceu com a mudança repentina de temperatura na loja. Estava tão quente lá dentro, muito melhor do que as temperaturas de janeiro ao ar livre. Em instantes, os dedos de Tom recuperaram a sensibilidade da longa caminhada no frio. Ele deslizou sua varinha de volta no bolso de suas vestes. A frente da loja era um caminho sinuoso de várias gaiolas abertas, ninhos, vasos de plantas e árvores, e até mesmo um ou dois pássaros que esvoaçavam pela loja. O teto era mais alto do que tinha o direito de ser visto de fora, mas Tom agora sabia que a arquitetura mágica não deveria fazer sentido. Tom passou por cima de três — não, quatro — cobras a caminho do balcão. Eles o cumprimentaram amigavelmente, o som de uma melodia sibilante em seus ouvidos. Foi legal aqui. Foi muito bom aqui. Depois de dois dias fora, Tom sentiu falta. E não só porque este era o lugar mais quente que ele estava do lado de fora quando estava enrolado no cobertor de Harry. Não havia ninguém no balcão. Tom bufou, sabendo que não deveria ficar surpreso. Harry foi rápido em abandonar sua loja por ele no outro dia e as cobras não fizeram menção de outra pessoa trabalhando aqui. Para uma cobra próxima, Tom sibilou: "Ele está aqui?" "Nos fundos," chamou a voz de Harry. Tom abriu caminho atrás do balcão, de um jeito familiar para ele. Foi aqui que Harry o curou e consertou sua camisa. Havia uma mesa nos fundos, atrás de caixas e gaiolas e brinquedos e uma bagunça de todos os tipos de coisas, e Harry estava sentado à mesa. Ele parecia distraído, olhando para Tom da confusão de papéis sobre a mesa. Uma cobra passou por uma das pilhas. "Olá, Tom." "Boa tarde, Harry", disse Tom, e então fez questão de acrescentar: "Obrigado por sua ajuda da última vez que estive aqui." Ele precisava que Harry gostasse dele. Ele era bastante bom em fazer as pessoas gostarem dele, embora apenas por curtos períodos de tempo, e não quando se tratava de pessoas que o conheciam desde a infância. Em parte porque não tinha aprendido como, em parte porque não tinha aprendido a importância disso. Ele sabia disso agora. Ah, como ele sabia disso agora, olhando para Harry, que mesmo sem vestes parecia mais à vontade no mundo mágico do que Tom. Foi na maneira fácil com que ele usava uma pena, na maneira como escrevia no pergaminho sem notar sua diferença para o papel, na maneira como se sentia à vontade quando cercado por cobras com mais cabeças do que deveriam. Tom estava com ciúmes. Ele esperaria seu tempo; um dia, ele seria todas essas coisas, e não ficaria preso em uma loja enquanto fazia isso. Ele ia ser ótimo. "Está com fome?" Harry perguntou, deixando de lado sua papelada. Ele colocou o pergaminho em cima da cobra na mesa, que assobiou seu desagrado e começou a deslizar para longe. “Eu tenho um pouco de sopa lá em cima. É quentinho." Tom se perguntou se ele ainda precisava se aquecer. Sem dúvida, uma hora de caminhada no início de janeiro deixou sua marca nele, com sua pele pálida de inverno, exceto pelas bochechas vermelhas. "Você parece muito magro", disse Harry, e oh, isso era o que ele queria dizer. Harry balançou a cabeça para si mesmo, mexendo nos papéis sobre a mesa por um momento. “Eu sempre tive pessoas dizendo isso para mim, enquanto crescia. Nunca soube o que significavam até agora. Eles não te alimentam no orfanato?” Tom deu de ombros, tentando encontrar um equilíbrio entre induzir a pena de Harry e não querer atropelar seu próprio orgulho. “Não tão bem quanto deveriam. Hogwarts será melhor?” “Hogwarts será o paraíso.” Harry fez sinal para que Tom se juntasse a ele enquanto passava pela desordem e pelas cobras. “O grande salão serve três refeições por dia, desde que você se levante a tempo para o café da manhã e não estude durante o almoço e o jantar. Você pode comer toda a comida que quiser. Antes do meu primeiro dia em Hogwarts, eu nunca tinha visto tanta comida em um só lugar. Rosbife, purê de batatas, lampião e porco, pudim Yorkshire, legumes assados, tudo regado com suco de abóbora. Até os dias normais têm pratos e mais pratos de comida.” O estômago de Tom roncou com o pensamento. Era bom que logo saciasse sua fome; ele não conseguia se imaginar carregando essa descrição em sua cabeça na longa caminhada até o orfanato, onde seria presenteado com um prato escasso. "E eu não vou ter que pagar por isso?" Harry balançou a cabeça. “Faz parte da mensalidade da escola, que é dispensada se a família do aluno não puder pagar.” "Isso é legal da parte deles", disse Tom. "Por que eles fariam isso?" “Você é um garoto suspeito, sabia disso?” “Suspeita significa que eu tenho inteligência.” Eles viraram uma esquina, onde uma escada fora do caminho os levou para o andar de cima. Ela rangeu enquanto eles subiam. Harry bufou, olhando para Tom, mas seus lábios se curvaram em um sorriso parcial. “Nunca pensei nisso. Suponho que seja porque a educação mágica é considerada um direito para aqueles que têm o poder. Hogwarts é aquela que procura os nascidos trouxas; o ministério lida com casos de nascidos-trouxas realizando grandes feitos de magia acidental, mas eles não fazem mais do que obliviar quem for necessário e dar aos nascidos-trouxa e seus pais uma conversa séria. É Hogwarts que realmente os traz para o mundo mágico, proporcionando a todos educação e um caminho para este mundo para sempre.” “Magia acidental?” “Algo que poderia revelar o mundo mágico para o trouxa.” "Eu fiz magia no orfanato", disse Tom, pensando. “Ninguém nunca veio. Achei que era o único”. A ideia era ofensiva; nada do que ele fez foi realmente importante? Será que sua magia, a única coisa da qual se orgulhava como um órfão sem um tostão, não era ótima, mas abaixo do comum para outros jovens mágicos? "Oh. Hum, o departamento ainda não está muito desenvolvido. É provável que você tenha sido ignorado sob a suposição de que sua magia não causou nenhum pânico em grande escala. Se ninguém fez barulho, o escritório pode não ter percebido que você fez nenhuma mágica.” As preocupações de Tom por não ser exemplar e, portanto, não merecer uma visita ministerial pessoal, desapareceram rapidamente quando eles entraram no apartamento de Harry acima da loja de cobras. A porta do apartamento de Harry não estava trancada. Tom se desesperou com a falta de segurança na loja, embora achasse que poderia dar a Harry o crédito de que poderia haver segurança mágica. Segurança secreta, oculta, mágica, porque não houve flash de luz ou explosão de magia quando entraram no apartamento. Parecia um cruzamento entre uma loja de antiguidades e um ferro-velho. "Você tem um... gosto único em móveis", disse Tom, querendo um elogio. Ele não conseguia controlar seu tom para atingir níveis elogiosos. Ele se perguntou se todos os bruxos guardavam coisas ou se era apenas Harry. Aquele Dumbledore com suas roupas e maneirismos estranhos parecia ser o tipo também. Ninguém precisaria procurar um lugar para sentar no apartamento; havia poltronas e cadeiras e até um canto onde três cadeiras estavam precariamente empilhadas uma em cima da outra. Havia armários cheios de louças e bugigangas, vários tapetes enrolados e apoiados precariamente contra os móveis, e pelo menos oito pinturas na linha de visão imediata de Tom, apresentando várias cenas famosas em que as pessoas foram substituídas por cobras. A maioria das pinturas estava meio escondida atrás de móveis e desordem, mas o olhar de Tom caiu sobre uma em que uma cobra usava um gorro e se enrolava em um forcado. “A maioria dessas coisas não é minha. Era da Roberta antes de ela deixar o lugar para mim cuidar. Eu deveria colocar tudo no depósito, mesmo que apenas para poder atravessar a sala com facilidade, mas prefiro trabalhar com as cobras no andar de baixo do que lidar com tudo isso." Parecendo estranhamente feliz, Harry acrescentou: “Eu sempre gostei de um pouco de desordem. Não tanto, é claro.” “Roberta é aquela de quem as cobras falaram,” Tom meditou. “A senhora dos gatos, eles a chamam. Eles gostam mais de você do que dela. "Eles deveriam - eu sou uma tarefa fácil", disse Harry, divertido. “Eu os deixo deitar em suas rochas aquecidas e mandam em mim o dia todo. Por aqui." Ele apontou para os fundos da sala de estar, onde uma área de cozinha estava escondida atrás de uma tapeçaria gigante de cobras vestindo armaduras medievais. Uma janela iluminava a cozinha, embora a luz fosse talvez mais forte do que Tom esperava, já que a janela deveria dar de frente para outro prédio. Ficou claro que a cozinha era domínio de Harry, não importando de que apartamento fosse originalmente. A desordem da sala de estar não chegava até aqui; ou, como Tom supôs, tinha sido meticulosamente limpo por Harry para dar espaço para um rack de temperos bem organizado, armários que fechavam adequadamente em vez de transbordar como os do outro quarto faziam, e áreas de superfície limpas de tudo, exceto de um tábua de cortar usada e alguns utensílios de cozinha. Sobre o fogão, uma grande panela de sopa de aço era mantida aquecida por lampejos de luz amarela. Harry rejeitou a oferta de Tom para ajudar, dizendo que seria o trabalho de segundos. Tom se sentou em uma cadeira na pequena mesa da cozinha e observou Harry servir uma tigela de sopa para cada um e pegar alguns pedaços de pão da caixa de pão. Harry colocou uma tigela na frente de Tom e colocou o prato de pão ao lado dela. “Entra.” Para si, Harry chamou uma cadeira da sala e começou a comer. Tom tomou pequenos goles primeiro, acostumando-se com o calor da sopa que o aquecia por inteiro. Não era nada parecido com a sopa de ervilha que a Sra. Cole fazia; este era pesado e farto, com presunto suficiente para ter um pedaço de carne para cada colherada, e temperos que só aumentavam o sabor. Foi bom. Tom piscou para afastar a súbita estranheza em seus olhos, engolindo o modo como o apartamento e a loja de Harry eram quentes, agradáveis ​​e tão agradáveis ​​de se estar. Ele não queria ir embora. Não porque ficar iria adiantar seus planos, mas porque era bom aqui. Tom lembrou a si mesmo que, eventualmente, o outro sapato cairia. Sua manga escorregou quando ele levou a colher aos lábios, revelando o hematoma que John havia deixado. Era bem bonito, escuro e pesado, facilmente notado. O olhar de Harry permaneceu nele por um momento, mas ele não interrompeu a refeição de Tom. Quando Tom elogiou a sopa, Harry acenou com uma falsa modéstia, dizendo algo sobre pegar a receita de um amigo elfo doméstico. Apesar das leituras de Tom, ele estava apenas um pouco ciente do que era um elfo doméstico. Ainda assim, essa não era a pergunta que estava em sua mente. “Como você veio parar aqui?” Tom perguntou, abaixando a colher. “Para onde Roberta foi?” Harry pegou um pedaço de pão e mergulhou na sopa, parecendo pensativo enquanto mastigava. Tom seguiu seu exemplo até que Harry falou novamente, roubando a atenção de Tom. “Comecei a trabalhar aqui há cerca de oito meses. Sou muito grato a Roberta. Cheguei aqui sem um nó no meu nome e fui para cima e para baixo na Diagon e Knockturn, pedindo trabalho. Eu não consegui encontrar nenhum. Sem referências, sem fundos para passar mais do que alguns dias sem precisar fazer algo drástico. Quando entrei na loja, não vi o dono. Apenas todas essas cobras em gaiolas e terrários. Enquanto esperava ela aparecer, conversei com eles. Ela me contratou na hora.” "Isso foi tudo o que precisou?" “Ela disse que ou eu era um presente do próprio Merlin, ou que eu corria gritando quando uma das cobras tentasse me comer por não ser um verdadeiro orador. Cerca de um mês depois, ela teve alguns... problemas com a lei. Deu-me as chaves da loja, disse-me para cuidar do lugar enquanto ela estivesse fora, e que poderia demorar alguns anos. Ela levou seus cinco amassos com ela na fuga. Os aurores nunca a alcançaram. E então, sete meses depois, esse garoto quase sangrou na minha porta.” "Não foi isso que aconteceu. Eu teria ficado bem.” Tom franziu os lábios e acrescentou: “Eu posso cuidar de mim mesmo, você sabe”. "Eu sei", disse Harry, e Tom o perdoou porque ele parecia sincero. “Você não precisa de mim, nem me conhece. Mas se precisar de ajuda, mesmo que não queira falar sobre isso, sabe onde me encontrar. A emoção atravessou a expressão de Harry, lá e desapareceu em um piscar de olhos, rapidamente substituída por determinação. Tom se perguntou se ele lembrava alguém de Harry. Outro menino que Harry conhecera uma vez, ou talvez o próprio Harry quando criança. Ele se lembrou do comentário de Harry sobre a pessoa que o havia ajudado no Beco Diagonal quando Harry tinha a idade de Tom e se perguntou se deveria seguir o exemplo de Harry para ganhar seu favor. Seria difícil; Tom não era aberto nem gentil. Mas ele gostava de cobras e tinha muita determinação. "Obrigado, Harry." Tom tomou outro gole de sua sopa, pense nas palavras de Harry. Era muito cedo para perguntar o que ele sabia que queria perguntar. Uma semana, pelo menos, seria útil para descobrir a profundidade do poço da bondade de Harry e se havia algo poluindo a água. Em vez disso, ele perguntou: "Que tipo de magia acidental você fez quando era jovem?" Ele hesitou momentaneamente sobre a palavra jovem porque Harry não era velho. Nem mesmo perto. Mas ele também não tinha a idade de Tom, e Tom não gostaria de ofender. Não quando ele tinha planos que exigiam a cooperação de Harry. "Eu tornei a peruca de um professor azul", disse Harry com um aceno de cabeça. “Achei que havia algo errado com o corante. O mesmo vale para quando minhas roupas mais odiadas encolheram para o tamanho de roupas de bonecas na máquina de lavar. E eu aparatei, uma vez. Ou seja, eu me teletransportei da calçada para o telhado da minha escola.” — O que você achou que aconteceu então? “Achei que o vento estava forte naquele dia.” Harry abaixou a cabeça, sorrindo. “Eu não era uma criança observadora.” “Não, você não era.” Isso não foi particularmente educado, mas Tom culpou seu choque em alguém que tinha os mesmos talentos que Tom, acreditando ser comum. Que os acontecimentos que ocorreram ao seu redor não tinham nada a ver com o poder dentro dele. Deve ser uma maneira terrível de viver, negando o próprio poder e o eu. “Sempre soube que era especial. Sempre .” “Que mágica você conseguiu fazer?” Harry perguntou. Sem avisar, ele se levantou para servir a Tom outra porção de sopa. Tom pegou a tigela de bom grado. “Eu posso falar com cobras, como você viu.” Como alguém com o mesmo talento, ele sabia que Harry não ficaria particularmente impressionado, e ele estava certo. Harry apenas assentiu. “Esse é um talento raro?” "Eu nunca conheci outra pessoa que pudesse falar com cobras, além de mim e você," Harry concordou. Pela primeira vez desde que aprendeu sobre o mundo mágico, Tom sentiu o orgulho de ser especial. Claro, ele tinha esse lugar de orgulho com Harry, que parecia não dar tanto valor a isso quanto Tom, mas não importava. “Eu posso fazer as coisas se moverem sem tocá-las, e fazer minhas roupas durarem mais do que as das outras crianças, e fazer água quente sem aquecê-la no fogão ou no fogo.” Eu posso fazer as pessoas fazerem coisas que elas não querem fazer. Posso machucá-los, pensou Tom, e manteve esse pensamento firmemente pressionado contra o peito. Não havia necessidade de assustar Harry. Ele havia aprendido a lição completamente. Doeu, seu primeiro encontro com Dumbledore, mas ele aprendeu. “Você aprenderá ainda mais quando começar Hogwarts. Algo me diz que você estará no topo da sua classe. Harry era, é claro, um estranho que sabia pouco sobre o intelecto de Tom ou seu excelente histórico acadêmico. Era desnecessário, o rubor de orgulho que veio da declaração de Harry. "Eu vou ser. Qualquer coisa menos estaria abaixo de mim.” "Tenho certeza", disse Harry, sorrindo levemente. Uma vez que suas tigelas estavam vazias, Harry limpou a mesa. Uma vez que os pratos estavam dentro da pia, ela começou a limpá-los imediatamente. Esponjas e bolhas de sabão trabalhavam em conjunto com um jato de água. “Posso ver seu pulso?” A pergunta de Harry foi decididamente gentil. Tom assentiu, levantando o roupão e deixando Harry inspecionar o machucado antes de curá-lo. Tom observou a pia fazer seu trabalho enquanto Harry trabalhava em seu braço. "O que aconteceu aqui?" Tom abriu a boca para falar. "Nenhuma coisa. Apenas briga. Estou bem." Ele cerrou os dentes em irritação. Para si mesmo, não para Harry, que estava apenas fazendo as perguntas esperadas. Tom tinha uma história triste sobre sua vida no orfanato preparada, mas estava presa em algum lugar atrás de seus dentes. Ele odiava isso. Era h******l, saber o que deveria dizer para que Harry tivesse pena dele e lhe oferecesse mais gentileza, mas não querendo se rebaixar a receber pena. “Você não parece ser do tipo para desordeiros.” "Eu não sou", disse Tom, franzindo a testa para a memória enquanto ameaçava forçar-se no apartamento desordenado e aconchegante de Harry. Não foi a primeira vez que aconteceu, nem foi a pior; Tom não poderia se proteger para sempre com magia. Quando ele fosse mais velho, sua magia sem dúvida não teria limites, e ele seria um grande mago. Por enquanto, ele se machucava tão facilmente quanto o próximo órfão sem ninguém ao seu lado. Tom puxou o braço do aperto gentil de Harry assim que o feitiço acabou. Ele cutucou seu pulso. A pele estava excessivamente quente, mas cicatrizada. O calor desapareceu em segundos até que seu braço estava em sua temperatura natural. “Você veio aqui direto da escola?” "Sim." “Então que tal isso. Você terminará sua lição de casa — acho que há uma mesa ou quatro na sala de estar — e então descerá para conversar com as cobras e verá que qualquer uma delas pode se encaixar como seu familiar. Suas notas não devem sofrer.” “Quando o verão chegar, terei terminado com aquela escola para sempre”, argumentou Tom. “Se minhas notas sofrerem, não importa.” Mas ele gostou da ideia de ficar aqui, então ele disse: “Mas eu gostaria disso. Tenho meus livros na mochila da escola.” Harry moveu algumas coisas, quase sendo derrubado por uma estante no processo, para limpar uma mesa para Tom. Era uma grande e antiga escrivaninha de madeira de pelo menos um século atrás. Bem cuidada apesar do desuso, ou talvez fosse apenas algum tipo de magia que desse essa impressão. Seus livros e cadernos gastos pareciam surrados em cima da mesa. Mesmo sua caneta, roubada de um professor que já havia deixado a escola, não dava a impressão de grandeza. Tom se ocupou em parecer ocupado. Assim que a porta se fechou atrás de Harry, ele esperou alguns minutos antes de olhar dentro da mesa. Algumas penas quebradas e pedaços de pergaminho manchados de tinta, algumas notas sobre o cuidado e alimentação de gatos. Ele inspecionou o resto da sala, lentamente dando a volta até que ele olhou para tudo ao seu alcance. Uma vez terminado, ele fez o mesmo com a cozinha, então se aventurou no resto do apartamento. Havia um quarto com a mesma atenção à desordem que a sala de estar. Parecia estar sem uso. Havia outro quarto com poucos pertences pessoais, e várias caixas e móveis empurrados para o lado. Tom procurou fotografias ou documentos pessoais, mas não encontrou nenhum. Ele desejou que os pertences de Harry fossem mais acessíveis. Ele sabia mais sobre o dono anterior do apartamento do que sobre Harry. Ele deveria ter perguntado mais sobre como Harry veio parar aqui, mas algo lhe dizia que Harry não divulgaria essa informação facilmente. Havia outro quarto que evidentemente era propriedade dos gatos de Roberta. Tom fechou a porta, desinteressado em espiar através dos vários brinquedos e camas para gatos. Em suma, não era um lugar r**m, se o lixo pudesse ser vendido ou jogado no lixo. Havia espaço suficiente para duas pessoas. Antes de descer, Tom embolsou uma pequena estatueta de cobra de uma das vitrines da sala de estar. Estava inclinado para longe do caminho através da sala. Harry não notaria que se foi. Ele o guardou em sua mochila da escola, tomando cuidado para embalá-lo de uma forma que não quebrasse. Ele passou duas horas na loja de Harry, conhecendo todas as cobras e se voluntariando para limpar pedras, mover fontes de luz e se tornar útil. A maioria das cobras era inteligente e fascinante, mas Tom não sentia atração especial por nenhuma delas. Ele precisava escolher com cuidado. Mas o mais importante, ele não poderia escolher em breve. "Eu não escolhi minha cobra", disse Tom quando a tarde se tornou noite e Harry começou a fechar a loja. Harry olhou de volta para ele, virando a placa aberta apenas por um gesto irreverente. "Está tudo bem. Você pode voltar e escolher depois.” "Volto amanhã." E Harry, para aprovação de Tom, não discordou. Apesar de ter chegado novamente ao orfanato depois que o jantar acabou, o estômago de Tom estava cheio, e um feitiço para se aquecer permaneceu sobre ele no meio da noite. Tom continuou a voltar à loja de cobras todos os dias durante a semana seguinte. Ele conversou e ouviu, trabalhou com Harry em seus vários projetos e notou como ele poderia ser útil. Depois de quase duas semanas conhecendo Harry, ele sabia que no grande esquema das coisas, ele ainda sabia muito pouco de Harry. Ele conhecia os traços largos de seu caráter, não os detalhes mais sutis e os defeitos. Ainda assim, ele sabia que Harry levava uma vida tranquila e simples, e não tinha temperamento nem problemas com álcool, nem quaisquer outros problemas que Tom pudesse discernir, exceto uma propensão à solidão, o que combinava com Tom. Isso foi o suficiente para o que Tom havia planejado.
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